Centro Cultural UFMG: obras de Syl Triginelli dialogam com a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso

Texto: Assessoria do Centro Cultural UFMG

A abertura da exposição individual Do Contra, da artista visual e arte-educadora mineira Syl Triginelli, ocorrerá nesta sexta-feira, 23 de agosto, às 19h, no Centro Cultural UFMG. A mostra reúne gravuras, xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais que dialogam com a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso. As obras poderão ser vistas até 29 de setembro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

Do Contra

A exposição conta com diversas obras produzidas entre o período de 2020 e 2024, com suportes e técnicas diversas, que vão desde a gravura tradicional, como a litogravura e a serigrafia sobre papel até xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais. Todas as técnicas utilizadas por Syl Triginelli dialogam com a poética da reprodutibilidade de obras, visando conceitos críticos e teóricos dentro da arte contemporânea, como a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso.

Do Contra surge a partir da série de mesmo nome, que conta com mais de 50 monotipias impressas em serigrafia duas cores sobre papel, que são afixadas na parede com a técnica dos ‘lambe-lambes’. Sobre o título, Triginelli explica: “sempre fui considerada alheia ao sistema, por esse motivo, vejo a arte como o campo do conhecimento que pode dar visibilidade às pessoas que, assim como eu, ‘tentaram escrever, mas fazem tudo ao contrário’”.

A mostra é a primeira individual da artista, que trabalha como arte-educadora no Centro Cultural UFMG. “Minha produção artística está diretamente ligada com a educação e a mediação, sendo uma das formas de tornar a arte fácil e acessível”, explica Syl.

“Coquetel de Bom-dia!”

Residente da zona norte de Belo Horizonte, Syl Triginelli usa os desdobramentos da gravura contemporânea como forma de expressão de seus sentimentos e experiências neurodiversas. Por meio de métodos alternativos de impressão e a reprodutibilidade incessante de imagens, seu trabalho é marcado pela crítica aos padrões sociais e às formas limitantes de aprendizado. A exposição mostra a relação da artista com o seu ritual matutino, “Coquetel de Bom-dia!”: o uso diário de medicações psiquiátricas antes de começar o dia.

Sobre a artista

Syl Triginelli é artista visual e arte-educadora graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG. Evidencia suas vivências enquanto uma pessoa neurodiversa, buscando a democratização da arte, além de explorar o sentir, refletir e o fazer artístico por meio da gravura contemporânea.

Dentre algumas de suas exposições, destacam-se Chama: retornar ao futuro, o entrelace de memórias, na PQNA Galeria Pedro Moraleida do Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), Paredes Pensantes, na Galeria Poente, em São José dos Campos (SP) e Gravura Mineira, no Laboratório das Artes, em Franca (SP).

Exposição Do Contra – Syl Triginelli

Abertura: 23 de agosto de 2024 | às 19h

Visitação: até o dia 29/09/2024

Terças a sextas: 9h às 20h

Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h

Espaço Experimentação da Imagem

Classificação indicativa: livre

Entrada gratuita

Campus UFMG Pampulha recebe seis monumentos do artista Paulo Nazareth

Texto: Itamar Rigueira Jr.

Seis monumentos, obras de grandes dimensões que homenageiam personagens com atuação histórica relacionada à resistência e à luta por direitos, estão instalados em diferentes pontos do campus UFMG Pampulha. As obras são de Paulo Nazareth, artista de renome internacional e ex-aluno da Universidade, e integram série de produções realizadas para a Bienal de Arte de São Paulo e que tem outras peças de grandes dimensões em diferentes locais.

A exposição, que permanecerá um ano no campus, é um desdobramento da Ocupação Artística Paulo Nazareth, projeto de formação artístico-pedagógica da Faculdade de Educação (FaE), com coordenação e curadoria da professora Daniele de Sá Alves, que durou nove meses e foi encerrado no último dia de julho. Os monumentos são um extrato da série Corte-seco, composta de 127 desenhos desses personagens que, em algum momento, foram apagados dos cânones históricos. Esses desenhos estão expostos no Espaço Arteducação da FaE, junto com as obras chamadas Minimentos por Paulo Nazareth.

Graduado e licenciado na UFMG – pela Escola de Belas Artes, pela FaE e pela Faculdade de Letras –, Nazareth exalta a oportunidade de dialogar com a comunidade acadêmica e também com a comunidade externa, por meio da Ocupação Artística Paulo Nazareth e das obras em grandes dimensões. “A comunicação com a população da cidade também é muito importante”, afirma o artista, dizendo-se feliz pelo ineditismo do projeto, em razão não apenas da duração da Ocupação, mas também das grandes dimensões das peças expostas em espaços abertos no campus.

Daniele Alves, que é docente da FaE, afirma que os nove meses do projeto foram uma oportunidade de exercitar processos de ensinar e aprender em todas as áreas a partir da experiência da arte”. Coordenadora dos espaços expositivos da FaE, Daniele destaca que é um privilégio para a comunidade da UFMG receber um artista como Nazareth. “Sua obra é política, socialmente engajada, referência para discussão de temas fundamentais para a sociedade”, ela enfatiza.

Os personagens

Na entrada do campus pela Avenida Antônio Carlos, está a peça que homenageia João Cândido, o Almirante Negro – que liderou a Revolta da Chibata, em 1910, no Rio de Janeiro. No movimento, marinheiros, a maioria não brancos, assumiram o controle de embarcações da Marinha. Eles protestavam contra castigos físicos e outros abusos por parte dos oficiais.

No acesso em frente ao Colégio Militar, foi instalado a obra em que está retratado Carlos Marighela, um dos nomes mais destacados da resistência armada à ditadura civil-militar instaurada em 1964. A imagem contém uma representação dos tiros que mataram Marighela.

O líder xavante Mário Juruna está na entrada do campus Pampulha pela Avenida Abraão Caram. Ele foi deputado federal e se notabilizou, partir dos anos 1980, por sua luta contra a corrupção, cujo símbolo foi um gravador que Juruna levava consigo a todos os lugares e situações.

O jardim da Faculdade de Ciências Econômicas que fica de frente para o prédio da Reitoria abriga dois monumentos: Dinalva, a Dina, uma das principais responsáveis pela preparação dos camponeses que combateram na região do Araguaia, contra o regime de 1964 (ela acabou assassinada), e o trabalhador rural Zequinha Barreto, que aparece carregando Carlos Lamarca, outro líder da resistência armada à ditadura, que foi baleado em emboscada no interior da Bahia.

Na Faculdade de Educação, a homenageada é a líder quilombola Teresa de Benguela, que, no século 18, viveu escravizada e depois se rebelou em território hoje pertencente ao estado do Mato Grosso, no século 18.

BUMBA, EBA! Teatro de arraiá

Texto divulgação

Apresentação performativa com improvisações individuais e cenas a partir de estudos práticos da teatralidade de tradição popular Bumba-meu-boi. A realização é da disciplina Oficina de Improvisação I. A concepção geral do trabalho traz referências dos estudos de Bois realizados por Oswald Barroso (CE), do Boi de Janeiro em Minas Gerais, do Boi de Máscaras (PA), de estudos próprios e experimentações livres. A partir de um roteiro performativo, motiva-se a criação e a aparição improvisada de Figuras mascaradas, que brincam buscando reencantamentos artísticos cênicos e encontros afetivos-alegres entre a comunidade da EBA e comunidades universitárias vizinhas. O BUMBA, EBA! acontece, portanto, inspirado nas teatralidades de tradição popular, com a aparição de Figuras mascaradas e o jogo improvisacional entre elas e o público. Prevê, ainda, a realização de ações culturais específicas, em consonância com a arte e a cultura do Bumba-meu-boi, como a brincadeira do correio elegante e também da quadrilha inclusiva. O BUMBA, EBA! se apresenta, então, como um teatro de arraiá.
Concepção, coordenação geral e roteiro cênico: Profª Bya Braga
Realização: Disciplina Oficina de Improvisação I – Graduação em Teatro
Participação e criação de improvisações cênicas: Estudantes Abisague Medeiros Reiter Langbehn, Artur Gomes dos Santos, Bianca Keviny Freire Silva, Camila Rosaicela Huaynamarca Villegas, Cecilia Ribeiro de Oliveira Costa, Eduardo Denucci Nunes Miranda, Flavia Thais Aniceto Alves, Juliana Lima Dias, Jullian Fernandes, Kauan John Barreto Martins, Letícia Alves Araújo, Luisa Sofia Silva Melo, Maite Maldonado de Albuquerque, Mayra Machado da Silva, Nathaly Vitoria Bento Teixeira, Victor Manoel Vergilio, Victor Morais Hilbert, Victor Silva dos Santos, Vinícius Égas Magalhães Joos, Vitoria Lima Oliveira, Yasmim Vargas Paixão.
Apoio técnico e artístico: Grupo de pesquisa LAPA-UFMG, Laboratório de Cenotécnica-ARC, Daniel Ducato, Michel Morais Corsino (Produção Cultural-EBA), Ana Laura Lopes (PMG-PROGRAD), Letícia Alves Araújo, Laboratório de Vestimenta Cênica-ARC, Sávio Rocha, Carlos, Tamira Montovani, Júlia Camargos, Domenica Morvillo (IC-PIBIC/CNPq), Laboratório de Iluminação-ARC, Eliezer Sampaio, Ismael Soares, Annabelle Lithg e demais estudantes com as suas Figuras mascaradas presentes.
Classificação: Livre
Data: 24 de julho de 2024
Horário: entre 17:30 e 20h
Agradecimentos: Profª Rita Gusmão, Prof. Altemar Di Monteiro, Estudantes que apoiaram a colocação de bandeirinhas na rua do Anexo Teatro, Estudantes mascarados participantes da apresentação, Colegiado de Graduação em Teatro EBA UFMG, Prof. A. Hildebrando, Annabelle Lithg, Centro Acadêmico do Teatro-EBA-UFMG, Luan Elias, Lauren Karoline, Equipe do CA, Cecília Saruê, Cantina da EBA, ASSUFEMG, Colegas da Portaria do Anexo Teatro, Colegas do Serviço de Limpeza do Anexo Teatro e SLOP-EBA.

Exposição fotográfica – Christine Delory-Momberger – Nas entranhas da terra – 27/05 a 17/06 – Prorrogada

Fendas finas, nervuras esfoladas, sutis buracos no solo. Profundezas bocejando seus silêncios. Sob a terra, a abertura do mundo aflora.

Estrias venosas arranhando a areia submersa. Corpos vegetais imponderáveis. Eflorescência espumosa. Troncos seculares cortados, reunidos em um monte lunar. Um mundo pulsa.

Céus cintilantes. Auroras marinhas.

Figura pétrea gravada num muro citadino. Bloco de granito erguido na encosta.

Animais à espreita. Humanos vigilantes. Potência vibrátil dos corpos.

Tempo suspenso das origens, recolhimento profundo.

A terra exala seu som trêmulo. Alerta abafado.

Escavar as entranhas da terra, extrair do caos a força do viver.

Tornar-se um com os corpos. Poderes conectados dos seres vivos.

Trabalhar nossas interdependências e construir o mundo de amanhã.

Esta exposição é uma das ações resultantes do projeto de internacionalização entre as universidades de Paris 13 e UFMG com a participação dos pesquisadores Rosvita Kolb Bernades, Ana Cristina C. Pereira, Maria Amália de A. Cunha e Claudia Starling e seus respectivos laboratórios de pesquisa: Casa Aberta Mesa Posta: Arte, Infâncias e Narrativas de Si /EBA, GESTOLab /EBA e o Lapensi (FaE).

CHRISTINE DELORY-MOMBERGER é professora de ciências da educação e formação na Sorbonne Paris Nord Université e professora associada da UNEB. Ela é antropóloga da vida (anthropologue du vivant) e autora fotógrafa. Em seu trabalho combina pesquisa e fotografia e seus projetos fazem parte das novas escritas da fotografia documental.

Sua entrada na fotografia foi fortuita, gerada por uma busca existencial por sua ascendência. Numa noite de outono, ela encontra uma pequena fotografia de família com bordas entalhadas que começa a fotografar para tentar desvendar seu mistério. Começa então de uma forma mais abrangente, apoiando-se na sua biografia familiar intergeracional de exílio e num gesto de escavação fotográfica, a explorar as formas identitárias que as figuras de si construíram na sua relação com o íntimo, a memória, a história pessoal e coletiva. Misturando imagens e textos de estilo poético e literário, cria um espaço híbrido de criação no qual realiza uma “investigação interior” que lhe permite levantar o véu sobre as dobras da história e construir-se num imaginário da imagem.

Seu interesse pela história coletiva leva-a a lugares onde ocorreu a desumanidade irrepresentável e que deixaram uma marca duradoura na Europa.

Ela agora se volta para uma fotografia da vida (photographie du vivant) em formas de atenção sensível que explora com acuidade, na consciência de que estar neste mundo é compartilhar com os vivos e os não-vivos, os humanos e os não-vivos uma comunidade de destino e uma vulnerabilidade mútua.

Expõe regularmente e é autora de vários livros de fotografia, bem como de monografias, ensaios e livros de entrevistas com fotógrafos que podem ser encontrados em seu site de fotógrafa.

Ela é representada pela agência Révélateur.

https://www.christinedeloryphotography.com

https://www.agencerevelateur.fr

Exposição: “O VÔO DA IMAGINAÇÃO”

Texto: divulgação

A exposição realizada pela artista Mariana Laterza, mergulha na intersecção entre pensamento criativo e caminhada, uma prática enraizada na experiência humana desde os tempos antigos. Inspirada pelos filósofos peripatéticos da tradição ocidental e pelos pensadores modernos e pós-modernos como Baudelaire, Benjamin e Debord, Laterza convida o público a explorar os vínculos entre a experiência física da caminhada e o processo criativo. Através de fotografia, gravura, desenho e outras mídias, ela revela os embates entre corpo, território e imaginação.

Esta exposição é apenas a parte visível do extenso iceberg de pesquisa que Mariana Laterza vem construindo ao longo de sua trajetória acadêmica. Desde sua graduação em Artes Visuais até seu atual doutorado no PPG-Artes EBA/UFMG, ela investiga as relações entre práxis artística, intuição e imaginação. Orientada pela Profa. Maria do Carmo Veneroso e coorientada pelo Prof. Marco Heleno Barreto, a exposição é apresentada como parte de sua banca de qualificação para a tese “Imaginação e intuição criadoras: Um estudo sobre a criação poética com foco no fazer artístico”. Ao explorar o diálogo entre gravura tradicional, fotografia e objetos, Mariana convida os visitantes a embarcarem em uma jornada artística que evoca constantemente as forças criativas e poéticas que moldam nosso mundo.

Venha se perder neste labirinto de imaginação e descoberta na exposição de Mariana Laterza, em exibição no Espaço f da Escola de Belas Artes/UFMG.

Data: 26/02 A 15/03
Local: Espaço f, 2º andar do prédio antigo da Escola de Belas Artes
Horário: 08:00 às 19:00

Desfiles “Os Vários Brasis” – Evento do Curso de Design de Moda – 06 e 07 de Dezembro – 19h

Pensar e criar uma coleção cápsula de moda a partir do tema “Os Vários Brasis”, proposto pelo professor Tarcisio D’Almeida aos estudantes na disciplina “Pesquisa de Moda II”, do quarto semestre do Curso de Design de Moda da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG, foi o desafio proposto para que os alunos, cada um a sua maneira e de acordo com seu recorte inspiracional, pudesse pesquisar sobre o tema geral e apontar qual aspecto dos vários Brasis escolheria e
desenvolveria em seu processo criativo.

O resultado aparecerá nos 18 desfiles programados para acontecer nessa quarta-feira, dia 06.12, mais 22 desfiles na quinta-feira, dia 07.12.23, todos no Piscinão e Hall de entrada da EBA, das 19:00 às 22:30. As aves brasileiras, a roqueira Rita Lee, a cultura e pão de queijo mineiros, as flores, a tropicália, a urbanidade industrial, as vilãs de telenovelas, o futebol do Brasil, as jabuticabas, as migrações, as raízes, os preconceitos, as referências baianas, os santos e matrizes religiosas afrobrasileiras são alguns dos recortes estabelecidos pelos estudantes a partir do tema principal. Portanto, aspectos históricos, artísticos, culturais, sociais, ambientais, econômicos tangenciam as coleções dos discentes.

Haverá ainda, pela primeira vez em apresentação para o público mineiro, o desfile da coleção “Fête de la bêtise: a celebração da estupidez humana”, de um sexteto de discentes do Curso de Design de Moda que foi uma das oito equipes des estudantes finalistas do disputado Concurso dos Novos do Dragão Fashion Brasil 2023, a Semana de Moda do Ceará. Esse desfile especial abrirá a noite da programação da quinta-feira, dia 07.12.

Espaço pro jornalismo de moda

Outra novidade na edição desse ano dos desfiles de “Pesquisa de Moda II” é a cobertura jornalística que
alunos da disciplina “Tópicos em Moda: Jornalismo de Moda” realizarão dos desfiles para a “Verve: Revista
de Jornalismo de Moda”, publicação que terá em seu conteúdo editorial do número inaugural reportagens sobre o ensino de moda em Minas Gerais, além de entrevista com a semioticista Lucia Santaella e reportagens sobre todas as coleções, entre outras pautas.

Programação

“O íntimo, o Próximo e o Todo” – Galeria da Escola de Belas Artes – 07 a 17 de Dezembro de 2023

Convidamos para a exposição de formandos do curso de Artes Visuais “O íntimo, o próximo e o todo”. Este semestre, ela ocorrerá na Galeria da Escola de Belas Artes da UFMG, e sua abertura acontece às 12:00h da quinta-feira, dia 7 de dezembro de 2023.

Integram a exposição: Alice Castro, Ana Lívia Silveira, Bruna Lobo, Camila Amy, Fernanda Santos, João Chinchilla, Julia Castanheira, Patrícia Pelizari, Pedro Garcia, Sabrine D., Thayna Aquino, Vanessa Santos e Vitória Ondina Ruas.

Composta pelas particularidades das obras de cada artista e a forma que conversam entre sim, o “todo” cria sinergia entre elas, dando uma noção de harmonia à exposição. Mesmo com suas distintas representações visuais e conceituais, as poéticas interagem-se criando um conjunto. O “todo” não apenas celebra a variedade e a individualidade das expressões artísticas, mas também ressalta a beleza da interação entre elas. Assim, a exposição “O íntimo, o próximo e o todo” convida os experimentadores a se envolverem em um universo de significados entrelaçados.

 

Abertura: 07/12/2023 às 12:00h.

Duração da exposição: 07/12/2023 a 17/12/2023.

Horário de visitação: Segunda a Sexta das 08:00h as 22:00h.

Local: Galeria da Escola de Belas Artes da UFMG – Av. Antonio Carlos, 6627, Pampulha
CEP 31270-901 / Belo Horizonte – MG.

Exposição do Centro Cultural UFMG reúne obras inspiradas em frase literária de João Guimarães Rosa

Texto: Assessoria do Centro Cultural UFMG

O Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição coletiva Travessia Fotográfica, que acontece hoje, 10 de novembro, às 19h. Idealizada pelo fotógrafo, geógrafo e doutorando em geografia Lucas Lobato, a mostra reúne fotografias de 28 autores e poderá ser vista até 17 de dezembro. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Inspirada na frase de uma das obras mais emblemáticas de João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, a exposição Travessia Fotográfica busca enveredar pelo sentido da travessia a partir de diferentes perspectivas.

As 50 fotografias que compõem a mostra foram selecionadas através de uma chamada pública em 2019 e estão organizadas em 10 séries. São 28 autores, dentre estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Geografia, Letras, Música e Turismo, além de estudantes de pós-graduação e também servidores da UFMG.

As fotografias são divididas nas seguintes séries: Amanhecer, Caminhos, Encruzilhadas, Limites, Interiores Gerais, Gandarela, Tabuleiro, Devir Retirante, Travessia Urbana, Voa Diadorim.

Os próprios caminhos de montagem da exposição passam por novas transformações nas composições dispostas pelo olhar. A fotografia nos atravessa pelo olhar, mas e quando não há este estímulo sensorial?

Nesse sentido, a proposta conduz a novas reconstruções da imagem através da oralidade, ao realizar a audiodescrição das fotografias e propor o diálogo entre o instante vivido, o capturado e o percebido.

Em 2020, durante a pandemia, a exposição foi totalmente adaptada para o ambiente virtual, sendo disponibilizada nas redes sociais pelo Facebook e Instagram. Para cada série foi criado um episódio de podcast com diálogos e convidados especiais.

Após a mostra virtual, a exposição teve sua inauguração presencial durante o 19º Seminário de Diamantina, que ocorreu entre os dias 29 de agosto e 02 de setembro de 2022, na Casa da Glória, em Diamantina, MG.

A cada travessia, uma fotografia. Em cada exposição, novos momentos de encontros e diálogos, desvendando os caminhos que nos atravessam em nossas travessias.

Histórico

A proposta da exposição surgiu no diálogo entre participantes da Travessia Itambé/Rio Preto, na Serra do Espinhaço, durante a disciplina de Biogeografia, na pós-graduação em Geografia (IGC/UFMG), em 2017. Em 2019 foi realizada uma chamada pública para participação da exposição fotográfica, ocasião em que foram recebidas cerca de 200 fotografias. O projeto foi selecionado na terceira chamada do Programa de Apoio Integrado a Eventos (Paie), da Pró-reitoria de Extensão da UFMG (Proex), viabilizando a impressão e a audiodescrição das fotografias. A exposição teria sua abertura no Campus Pampulha da UFMG em março de 2020, com montagem na Casa da Glória, em Diamantina, no decorrer do mês de abril. Com a pandemia da COVID-19 a exposição foi adaptada para o ambiente virtual, sendo criadas novas intervenções e diálogos.

Ficha Técnica:

Coordenação: Lucas Lobato e Bernardo Gontijo

Curadoria: Adolfo Cifuentes, Bernardo Gontijo, Lucas Lobato, Paulo Baptista

Audiodescrição: Anita Rezende

Consultora AD: Elizabet Sá

Produção: Ana Beatriz Cucaroli, Beatriz Bartholo, Guido Lins, Lucas Lobato, Soraya Saraiva.

Fotógrafos (as): Ana Beatriz Cucaroli, André Menezes, André Fernandes, Beatriz, Bartholo, Bernardo Gontijo, Bernardo Raidan, Carolina Rodrigues, Fernanda, Rezende, Fernanda Silva, Frederico Gonçalves, Frederico Roland, Gabriela Souza, Guido Lins, Herivelton Ferraz, Izabella Rosa, Joaquim Lacerda, Johnny Cristian, Lucas Filipe, Lucas Lobato, Luciana Gontijo, Mariana Lacerda, Mirela Matos, Pedro Pereira, Rafael Viriato, Regina Goulart, Renata Leite, Rodolfo Luiz, Soraya Saraiva.

Participantes dos diálogos e podcast: Adolfo Cifuentes, Ana Beatriz Cucaroli, André Almeida, Anita Rezende, Bárbara Paglioto, Beatriz Bartholo, Bernardo Gontijo, Dezireé Mourão, Diego Zanotti, Diomira Faria, Elisa Almeida, Elson Barbosa, Fábio Barbosa, Fernanda Rezende, Ferpa, Frederico Roland, Gabriel de Oliveira, Giselle Melo, Guido Lins, Herivelton Ferraz, João Maia, Junia Ferrari, Jussara Costa, Kátia Mourão, Lucas Lobato, Lupri do Carmo, Marlette Menezes, Maíra Cristina, Malu Fernandes, Paulo Baptista, Paulo Junior, Soraya Saraiva, Tarcísio Nunes, Teca (Movimento Gandarela), Valéria Amorim, Yan Heyder.

Apoio: Instituto de Geociências da UFMG, Instituto Casa da Glória (IGC/UFMG), PROEX/UFMG, Programa de Apoio Institucional a Eventos – PAIE (PROEX/UFMG).

 

Exposição Travessia Fotográfica

Abertura: 10 de novembro | 19h

Visitação: até o dia 17/12/2023

Terças a sextas: 9h às 20h

Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h

Espaço Experimentação da Imagem do Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174 – Centro – Belo Horizonte | MG)

Classificação indicativa: livre

Entrada gratuita

Exposição Celestino Aguiar ou o Heterônimo Compartilhado

Texto: Divulgação

A disciplina Desenho Projeto, ministrada pela Professora Patricia Franca-Huchet, convida a todos para a abertura da exposição Celestino Aguiar ou o heterônimo compartilhado às 10h do dia 08/11/2023 no espaço expositivo do terceiro andar da EBA. Essa exposição é sobre o heterônimo do grupo de alunos, o biólogo Celestino Aguiar, nascido em 1975, na cidade de Santa Luzia dos Barros na região do cerrado, oeste de Minas Gerais. Celestino vem contar-nos, através de seu diário, redigido nos anos de 2002/03, sobre sua visita à pequena vila de Louveira, distrito de São João dos Barros, mas abandonada pela maioria de seus habitantes, no início do século XX. Seu diário se tornou, para nós que o conhecemos recentemente, uma obra na qual o biólogo formula seu pensamento, desenha sobretudo os seus projetos de pesquisa, incluindo o seu objeto de estudo, o lindo pássaro Sabiá Estrelado — Turdus stellaventris. Conta seus encontros e segredos coletados por onde anda, revela-nos paisagens e tantas lembranças dessa passagem de sua vida.  No início, Celestino Aguiar anotava livremente seus pensamentos, mas observamos que, no decorrer das páginas de seu diário, recolhe notas de trabalho em forma de desenhos, mapas, nuvens, grutas, herbário, frotagens e experiências que fazem com que seu diário, com suas páginas sensíveis, ilustradas e poéticas, nos apresentam um Celestino artista, diríamos nós, que após encontrá-lo, nos interessamos por sua história solitária, pela qual escutamos o artista conversar com ele mesmo.   Celestino, biólogo e flâneur, considera que seu verdadeiro trabalho é andar e buscar, estar atento para encontrar. Estima que seu dever é conservar o traço da vida do pássaro, salvá-lo do esquecimento, alertar sobre a preservação de sua espécie, estar na natureza completamente e celebrá-la!   Às vezes, frases mínimas servem para elaborar o seu saber de biólogo: a data da eclosão de uma flor, o esplêndido dia em que viu seu pássaro bebericar água no riacho perto da gruta (e depois voar rente à água roçando as suas asinhas criando assim desenhos líquidos e inefáveis), inventário de plantas, registros meteorológicos sobre fenômenos naturais e outras visões.   Enfim, o seu diário é o lugar através do qual Celestino pensa a sua vida e se constrói. Nele, orienta suas ações e constitui um precioso meio para observar sua vida interior, sua alegria cotidiana quando percorre a natureza, só, mas bem junto a ela.

Participam da exposição: Aiyra Bartira, Carmesim, Gabriel Lauriano, Gabriela Razera, Karine Reis, Lavínia Brandão, Sol Cunha e Vert, sob a coordenação de Patricia Franca-Huchet e Liel Gabino.