Centro Cultural UFMG expõe instalações de Lucas Carvalho Rôla inspiradas em ideias de Freud

Centro Cultural UFMG expõe instalações de Lucas Carvalho Rôla inspiradas em ideias de Freud

O Centro Cultural UFMG abrirá, nesta sexta-feira, dia 21 de fevereiro, às 19h, a exposição individual Arte como jogo de brincar, do artista Lucas Carvalho Rôla. A mostra traz um conjunto de obras produzidas a partir de diversas formas de jogar com e para a criação artística, retomando a ideia freudiana de que há uma relação entre a produção criativa com o brincar infantil. O evento integra a programação do 19º Festival de Verão UFMG. As obras poderão ser vistas até 30 de março. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

Arte como jogo de brincar – por Lucas Carvalho Rôla
A história dessa brincadeira remonta a Freud, no texto Escritores Criativos e Devaneio, de 1907. Ali, o psicanalista estabelece a ideia de que levamos o brincar infantil como fantasia para a vida adulta e que a grande diferença entre aqueles que criam ou não parte da relação com esse fantasiar.

O artista é aquele que, ao invés de reprimi-lo ou, no mínimo, invisibilizá-lo, é capaz de mediá-lo num produto criativo, de modo que, a princípio, o que pode sequer parecer digno tem a possibilidade de se tornar socialmente aceito, quiçá 

celebrado.
 
Freud ainda mostra que o brincar infantil é coisa séria. 

Para que o faz-de-conta aconteça é necessário comprometimento para com o faz-de-conta. Mas a criança não está alucinando. Ela sabe muito bem que aquilo não é real, apenas participa ativamente do jogo, estabelece e cumpre suas regras.

Aliás, é essa mesmo uma das premissas do jogar que se mistura ao brincar: estabelecer e comprometer-se com a sua ludicidade, sem perder a perspectiva do concreto e, dentro dessa concretude, realizar a mágica da fantasia.

Esta mostra é sobre isso.

Sobre um brincar criativo que tem se levado a sério o suficiente para produzir as obras que a compõem. E sobre as diversas modalidades de jogo que podem ser inventadas para se conceber uma obra: jogos entre matéria e tema, jogos com formas, jogos conceituais, jogos com obras de outros artistas, jogos com a sociedade e, evidentemente, jogos relacionais na própria ação da recepção.
 
Trata-se de um jogar criativo que se confunde com um brincar, ou uma brincadeira de produzir jogos que agenciam e operam o criar.

Assim, cada obra dessa mostra propõe e é fruto de um jogar específico que brinca com as possibilidades da criação artística: uma ideia ou intenção que, aos poucos, vai convocando suas regras arbitrárias que estabelecem os limites e possibilidades de uma conformação artística. E cujo faz-de-conta eu levo a sério o suficiente para fazer o produto final aparecer.
Posso dizer que tenho brincado de fazer arte no melhor sentido da coisa, sem restrições aos devaneios que formulam ideias, com seriedade para fazer a produção ganhar forma e evitando que a prática caia na reificação, banal e maçante, do trabalho.

Por isso, as obras que serão apresentadas são de diversas datas. Há obras recentes e obras de mais de uma década. É, sem dúvida, um manifesto (in)direto contra esse produtivismo exacerbado que toma o meio da arte e faz o artista procurar neuroticamente (para tomar mais um conceito de Freud) uma identidade para fazer cópias de si mesmo.

Mas mais do que isso: como uma boa criança, eu também sofro do mal de, às vezes, brincar apenas uma vez com o brinquedo, depois guardá-lo na caixa e ir fazer outra coisa, de modo que muitas obras minhas foram apresentadas uma única vez.

Esta é uma oportunidade de tirá-las da caixa e reuni-las numa mesma mostra que torne ainda mais material e palpável esse compromisso sério que tenho levado para vida: de irrestritamente brincar, e continuar brincando, de fazer arte.

Sobre o artista
Lucas Carvalho Rôla é artista e professor de ensino superior do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), locado nas subáreas de Teoria, História e Crítica e Cinema, Artes do Vídeo e Novas Mídias. Formado em Artes Plásticas pela Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), émMestre em Artes pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG e, atualmente, cursa o doutorado na mesma instituição. Trabalha com pesquisa e produção artística em múltiplas esferas e linguagens.

Exposição individual: Arte como jogo de brincar – Lucas Carvalho Rôla
Abertura: 21 de fevereiro de 2025 | às 19h
Visitação: até o dia 30/03/2025
Terças a sextas: das 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados: das 9h às 17h
Grande Galeria
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita

Exposição  “Lavra Márcio Sampaio: do todo, uma parte”

Exposição  “Lavra Márcio Sampaio: do todo, uma parte”

A Exposição do multiartista e Professor Márcio Sampaio “Lavra Márcio Sampaio: do todo, uma parte”, está em cartaz no Centro Cultural Unimed BH-Minas, de 18 de dezembro de 2024 até o dia 9 de março de 2025. 

Com curadoria de Marconi Drummond, a exposição celebra a extensa produção do poeta, artista visual e crítico de arte Márcio Sampaio, aos seus 83 anos de vida.

Local: Galeria do Centro Cultural Unimed-BH Minas Minas Tênis Clube, Rua da Bahia 2.244 Lourdes, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Horário: Terça a Sábado, 10h às 20h; Domingos e Feriados 11h às 19h 

Classificação 14 anos

Para agendar visitas mediadas, envie um e-mail informando: a data em que deseja realizar a visita, nº de alunos e faixa etária do grupo para: educativogaleria@minastc.com.br

DEFESAS DE TCC ARTES VISUAIS EBA 2024/02

DEFESAS DE TCC ARTES VISUAIS EBA 2024/02

De 27/01 a 07/02 a Galeria Principal da EBA recebe as defesas públicas dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de Artes Visuais, acompanhadas por exposições que refletem as produções realizadas ao longo das pesquisas.

Data:
7 de fevereiro

Horário: 10h
Título: “Imagético: o Objeto, o Símbolo, o Signo”
Autor: Ítalo Albert Miranda Carajá
Orientador: Prof. Dr. Sandro Ouriques Cardoso
Banca Avaliadora:
Prof. Dra. Marina Romagnoli Bethônico
Prof. Dra. Mônica Vaz da Costa

Horário: 14h
Título: “Entre Fios e Memórias: Poéticas têxteis na contemporaneidade”
Autora: Maria Luísa de Souza
Orientador: Prof. Dr. Sandro Ouriques Cardoso
Coorientadora: Prof. Dra. Joice Saturnino
Banca Avaliadora:
Prof. Dra. Camila Moreira
Prof. Dra. Natália Rezende

POLARIDADES (do ato de obturar ao ato de criar)

POLARIDADES (do ato de obturar ao ato de criar)

Exposição dos Projetos Finais da disciplina Fotografia de Moda. Espaço de Exposições na Área da Fotografia, segundo andar da Escola de Belas Artes/UFMG Janeiro 20 a Março 19
Café de abertura: Segunda-feira dia 20 de Janeiro das 17 às 19h
Para além do nível operacional dos equipamentos a disciplina Fotografia de Moda, curso de introdução básica à fotografia, é estruturada a partir do desafio de aproximar os alunos, a esses interrogantes de ordem estético, formal, cultural e histórico. Isso significa se perguntar pela natureza deste campo (disciplinar, profissional, histórico, cultural, estético) que identificamos como sendo “Fotografia de Moda”.
O desafio de construir e propor a partir de algumas polaridades (vazio/cheio, orgânico/geométrico, reta/curva, direto/sinuoso, confusão/ordem, minimalismo/barroco, etc.) constituiu o estopim para pensar o norteamento das propostas finais aqui apresentadas. Na verdade, no entanto, o desafio é, como sempre na arte, no campo da criação estética, articular pensamento e poética a partir da forma, apesar dela, contra ela, com ela… como quem fotografa sonhos, desejos, anelos, anseios… 

Centro Cultural UFMG: obras de Syl Triginelli dialogam com a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso

Texto: Assessoria do Centro Cultural UFMG

A abertura da exposição individual Do Contra, da artista visual e arte-educadora mineira Syl Triginelli, ocorrerá nesta sexta-feira, 23 de agosto, às 19h, no Centro Cultural UFMG. A mostra reúne gravuras, xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais que dialogam com a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso. As obras poderão ser vistas até 29 de setembro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

Do Contra

A exposição conta com diversas obras produzidas entre o período de 2020 e 2024, com suportes e técnicas diversas, que vão desde a gravura tradicional, como a litogravura e a serigrafia sobre papel até xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais. Todas as técnicas utilizadas por Syl Triginelli dialogam com a poética da reprodutibilidade de obras, visando conceitos críticos e teóricos dentro da arte contemporânea, como a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso.

Do Contra surge a partir da série de mesmo nome, que conta com mais de 50 monotipias impressas em serigrafia duas cores sobre papel, que são afixadas na parede com a técnica dos ‘lambe-lambes’. Sobre o título, Triginelli explica: “sempre fui considerada alheia ao sistema, por esse motivo, vejo a arte como o campo do conhecimento que pode dar visibilidade às pessoas que, assim como eu, ‘tentaram escrever, mas fazem tudo ao contrário’”.

A mostra é a primeira individual da artista, que trabalha como arte-educadora no Centro Cultural UFMG. “Minha produção artística está diretamente ligada com a educação e a mediação, sendo uma das formas de tornar a arte fácil e acessível”, explica Syl.

“Coquetel de Bom-dia!”

Residente da zona norte de Belo Horizonte, Syl Triginelli usa os desdobramentos da gravura contemporânea como forma de expressão de seus sentimentos e experiências neurodiversas. Por meio de métodos alternativos de impressão e a reprodutibilidade incessante de imagens, seu trabalho é marcado pela crítica aos padrões sociais e às formas limitantes de aprendizado. A exposição mostra a relação da artista com o seu ritual matutino, “Coquetel de Bom-dia!”: o uso diário de medicações psiquiátricas antes de começar o dia.

Sobre a artista

Syl Triginelli é artista visual e arte-educadora graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG. Evidencia suas vivências enquanto uma pessoa neurodiversa, buscando a democratização da arte, além de explorar o sentir, refletir e o fazer artístico por meio da gravura contemporânea.

Dentre algumas de suas exposições, destacam-se Chama: retornar ao futuro, o entrelace de memórias, na PQNA Galeria Pedro Moraleida do Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), Paredes Pensantes, na Galeria Poente, em São José dos Campos (SP) e Gravura Mineira, no Laboratório das Artes, em Franca (SP).

Exposição Do Contra – Syl Triginelli

Abertura: 23 de agosto de 2024 | às 19h

Visitação: até o dia 29/09/2024

Terças a sextas: 9h às 20h

Sábados, domingos e feriados: 9h às 17h

Espaço Experimentação da Imagem

Classificação indicativa: livre

Entrada gratuita

Campus UFMG Pampulha recebe seis monumentos do artista Paulo Nazareth

Texto: Itamar Rigueira Jr.

Seis monumentos, obras de grandes dimensões que homenageiam personagens com atuação histórica relacionada à resistência e à luta por direitos, estão instalados em diferentes pontos do campus UFMG Pampulha. As obras são de Paulo Nazareth, artista de renome internacional e ex-aluno da Universidade, e integram série de produções realizadas para a Bienal de Arte de São Paulo e que tem outras peças de grandes dimensões em diferentes locais.

A exposição, que permanecerá um ano no campus, é um desdobramento da Ocupação Artística Paulo Nazareth, projeto de formação artístico-pedagógica da Faculdade de Educação (FaE), com coordenação e curadoria da professora Daniele de Sá Alves, que durou nove meses e foi encerrado no último dia de julho. Os monumentos são um extrato da série Corte-seco, composta de 127 desenhos desses personagens que, em algum momento, foram apagados dos cânones históricos. Esses desenhos estão expostos no Espaço Arteducação da FaE, junto com as obras chamadas Minimentos por Paulo Nazareth.

Graduado e licenciado na UFMG – pela Escola de Belas Artes, pela FaE e pela Faculdade de Letras –, Nazareth exalta a oportunidade de dialogar com a comunidade acadêmica e também com a comunidade externa, por meio da Ocupação Artística Paulo Nazareth e das obras em grandes dimensões. “A comunicação com a população da cidade também é muito importante”, afirma o artista, dizendo-se feliz pelo ineditismo do projeto, em razão não apenas da duração da Ocupação, mas também das grandes dimensões das peças expostas em espaços abertos no campus.

Daniele Alves, que é docente da FaE, afirma que os nove meses do projeto foram uma oportunidade de exercitar processos de ensinar e aprender em todas as áreas a partir da experiência da arte”. Coordenadora dos espaços expositivos da FaE, Daniele destaca que é um privilégio para a comunidade da UFMG receber um artista como Nazareth. “Sua obra é política, socialmente engajada, referência para discussão de temas fundamentais para a sociedade”, ela enfatiza.

Os personagens

Na entrada do campus pela Avenida Antônio Carlos, está a peça que homenageia João Cândido, o Almirante Negro – que liderou a Revolta da Chibata, em 1910, no Rio de Janeiro. No movimento, marinheiros, a maioria não brancos, assumiram o controle de embarcações da Marinha. Eles protestavam contra castigos físicos e outros abusos por parte dos oficiais.

No acesso em frente ao Colégio Militar, foi instalado a obra em que está retratado Carlos Marighela, um dos nomes mais destacados da resistência armada à ditadura civil-militar instaurada em 1964. A imagem contém uma representação dos tiros que mataram Marighela.

O líder xavante Mário Juruna está na entrada do campus Pampulha pela Avenida Abraão Caram. Ele foi deputado federal e se notabilizou, partir dos anos 1980, por sua luta contra a corrupção, cujo símbolo foi um gravador que Juruna levava consigo a todos os lugares e situações.

O jardim da Faculdade de Ciências Econômicas que fica de frente para o prédio da Reitoria abriga dois monumentos: Dinalva, a Dina, uma das principais responsáveis pela preparação dos camponeses que combateram na região do Araguaia, contra o regime de 1964 (ela acabou assassinada), e o trabalhador rural Zequinha Barreto, que aparece carregando Carlos Lamarca, outro líder da resistência armada à ditadura, que foi baleado em emboscada no interior da Bahia.

Na Faculdade de Educação, a homenageada é a líder quilombola Teresa de Benguela, que, no século 18, viveu escravizada e depois se rebelou em território hoje pertencente ao estado do Mato Grosso, no século 18.

BUMBA, EBA! Teatro de arraiá

Texto divulgação

Apresentação performativa com improvisações individuais e cenas a partir de estudos práticos da teatralidade de tradição popular Bumba-meu-boi. A realização é da disciplina Oficina de Improvisação I. A concepção geral do trabalho traz referências dos estudos de Bois realizados por Oswald Barroso (CE), do Boi de Janeiro em Minas Gerais, do Boi de Máscaras (PA), de estudos próprios e experimentações livres. A partir de um roteiro performativo, motiva-se a criação e a aparição improvisada de Figuras mascaradas, que brincam buscando reencantamentos artísticos cênicos e encontros afetivos-alegres entre a comunidade da EBA e comunidades universitárias vizinhas. O BUMBA, EBA! acontece, portanto, inspirado nas teatralidades de tradição popular, com a aparição de Figuras mascaradas e o jogo improvisacional entre elas e o público. Prevê, ainda, a realização de ações culturais específicas, em consonância com a arte e a cultura do Bumba-meu-boi, como a brincadeira do correio elegante e também da quadrilha inclusiva. O BUMBA, EBA! se apresenta, então, como um teatro de arraiá.
Concepção, coordenação geral e roteiro cênico: Profª Bya Braga
Realização: Disciplina Oficina de Improvisação I – Graduação em Teatro
Participação e criação de improvisações cênicas: Estudantes Abisague Medeiros Reiter Langbehn, Artur Gomes dos Santos, Bianca Keviny Freire Silva, Camila Rosaicela Huaynamarca Villegas, Cecilia Ribeiro de Oliveira Costa, Eduardo Denucci Nunes Miranda, Flavia Thais Aniceto Alves, Juliana Lima Dias, Jullian Fernandes, Kauan John Barreto Martins, Letícia Alves Araújo, Luisa Sofia Silva Melo, Maite Maldonado de Albuquerque, Mayra Machado da Silva, Nathaly Vitoria Bento Teixeira, Victor Manoel Vergilio, Victor Morais Hilbert, Victor Silva dos Santos, Vinícius Égas Magalhães Joos, Vitoria Lima Oliveira, Yasmim Vargas Paixão.
Apoio técnico e artístico: Grupo de pesquisa LAPA-UFMG, Laboratório de Cenotécnica-ARC, Daniel Ducato, Michel Morais Corsino (Produção Cultural-EBA), Ana Laura Lopes (PMG-PROGRAD), Letícia Alves Araújo, Laboratório de Vestimenta Cênica-ARC, Sávio Rocha, Carlos, Tamira Montovani, Júlia Camargos, Domenica Morvillo (IC-PIBIC/CNPq), Laboratório de Iluminação-ARC, Eliezer Sampaio, Ismael Soares, Annabelle Lithg e demais estudantes com as suas Figuras mascaradas presentes.
Classificação: Livre
Data: 24 de julho de 2024
Horário: entre 17:30 e 20h
Agradecimentos: Profª Rita Gusmão, Prof. Altemar Di Monteiro, Estudantes que apoiaram a colocação de bandeirinhas na rua do Anexo Teatro, Estudantes mascarados participantes da apresentação, Colegiado de Graduação em Teatro EBA UFMG, Prof. A. Hildebrando, Annabelle Lithg, Centro Acadêmico do Teatro-EBA-UFMG, Luan Elias, Lauren Karoline, Equipe do CA, Cecília Saruê, Cantina da EBA, ASSUFEMG, Colegas da Portaria do Anexo Teatro, Colegas do Serviço de Limpeza do Anexo Teatro e SLOP-EBA.

Exposição fotográfica – Christine Delory-Momberger – Nas entranhas da terra – 27/05 a 17/06 – Prorrogada

Fendas finas, nervuras esfoladas, sutis buracos no solo. Profundezas bocejando seus silêncios. Sob a terra, a abertura do mundo aflora.

Estrias venosas arranhando a areia submersa. Corpos vegetais imponderáveis. Eflorescência espumosa. Troncos seculares cortados, reunidos em um monte lunar. Um mundo pulsa.

Céus cintilantes. Auroras marinhas.

Figura pétrea gravada num muro citadino. Bloco de granito erguido na encosta.

Animais à espreita. Humanos vigilantes. Potência vibrátil dos corpos.

Tempo suspenso das origens, recolhimento profundo.

A terra exala seu som trêmulo. Alerta abafado.

Escavar as entranhas da terra, extrair do caos a força do viver.

Tornar-se um com os corpos. Poderes conectados dos seres vivos.

Trabalhar nossas interdependências e construir o mundo de amanhã.

Esta exposição é uma das ações resultantes do projeto de internacionalização entre as universidades de Paris 13 e UFMG com a participação dos pesquisadores Rosvita Kolb Bernades, Ana Cristina C. Pereira, Maria Amália de A. Cunha e Claudia Starling e seus respectivos laboratórios de pesquisa: Casa Aberta Mesa Posta: Arte, Infâncias e Narrativas de Si /EBA, GESTOLab /EBA e o Lapensi (FaE).

CHRISTINE DELORY-MOMBERGER é professora de ciências da educação e formação na Sorbonne Paris Nord Université e professora associada da UNEB. Ela é antropóloga da vida (anthropologue du vivant) e autora fotógrafa. Em seu trabalho combina pesquisa e fotografia e seus projetos fazem parte das novas escritas da fotografia documental.

Sua entrada na fotografia foi fortuita, gerada por uma busca existencial por sua ascendência. Numa noite de outono, ela encontra uma pequena fotografia de família com bordas entalhadas que começa a fotografar para tentar desvendar seu mistério. Começa então de uma forma mais abrangente, apoiando-se na sua biografia familiar intergeracional de exílio e num gesto de escavação fotográfica, a explorar as formas identitárias que as figuras de si construíram na sua relação com o íntimo, a memória, a história pessoal e coletiva. Misturando imagens e textos de estilo poético e literário, cria um espaço híbrido de criação no qual realiza uma “investigação interior” que lhe permite levantar o véu sobre as dobras da história e construir-se num imaginário da imagem.

Seu interesse pela história coletiva leva-a a lugares onde ocorreu a desumanidade irrepresentável e que deixaram uma marca duradoura na Europa.

Ela agora se volta para uma fotografia da vida (photographie du vivant) em formas de atenção sensível que explora com acuidade, na consciência de que estar neste mundo é compartilhar com os vivos e os não-vivos, os humanos e os não-vivos uma comunidade de destino e uma vulnerabilidade mútua.

Expõe regularmente e é autora de vários livros de fotografia, bem como de monografias, ensaios e livros de entrevistas com fotógrafos que podem ser encontrados em seu site de fotógrafa.

Ela é representada pela agência Révélateur.

https://www.christinedeloryphotography.com

https://www.agencerevelateur.fr

Exposição: “O VÔO DA IMAGINAÇÃO”

Texto: divulgação

A exposição realizada pela artista Mariana Laterza, mergulha na intersecção entre pensamento criativo e caminhada, uma prática enraizada na experiência humana desde os tempos antigos. Inspirada pelos filósofos peripatéticos da tradição ocidental e pelos pensadores modernos e pós-modernos como Baudelaire, Benjamin e Debord, Laterza convida o público a explorar os vínculos entre a experiência física da caminhada e o processo criativo. Através de fotografia, gravura, desenho e outras mídias, ela revela os embates entre corpo, território e imaginação.

Esta exposição é apenas a parte visível do extenso iceberg de pesquisa que Mariana Laterza vem construindo ao longo de sua trajetória acadêmica. Desde sua graduação em Artes Visuais até seu atual doutorado no PPG-Artes EBA/UFMG, ela investiga as relações entre práxis artística, intuição e imaginação. Orientada pela Profa. Maria do Carmo Veneroso e coorientada pelo Prof. Marco Heleno Barreto, a exposição é apresentada como parte de sua banca de qualificação para a tese “Imaginação e intuição criadoras: Um estudo sobre a criação poética com foco no fazer artístico”. Ao explorar o diálogo entre gravura tradicional, fotografia e objetos, Mariana convida os visitantes a embarcarem em uma jornada artística que evoca constantemente as forças criativas e poéticas que moldam nosso mundo.

Venha se perder neste labirinto de imaginação e descoberta na exposição de Mariana Laterza, em exibição no Espaço f da Escola de Belas Artes/UFMG.

Data: 26/02 A 15/03
Local: Espaço f, 2º andar do prédio antigo da Escola de Belas Artes
Horário: 08:00 às 19:00