Texto: Assessoria do Centro Cultural UFMG
A abertura da exposição individual Do Contra, da artista visual e arte-educadora mineira Syl Triginelli, ocorrerá nesta sexta-feira, 23 de agosto, às 19h, no Centro Cultural UFMG. A mostra reúne gravuras, xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais que dialogam com a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso. As obras poderão ser vistas até 29 de setembro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.
Do Contra
A exposição conta com diversas obras produzidas entre o período de 2020 e 2024, com suportes e técnicas diversas, que vão desde a gravura tradicional, como a litogravura e a serigrafia sobre papel até xerografias, cadernos de anotações, livros de artista e obras digitais. Todas as técnicas utilizadas por Syl Triginelli dialogam com a poética da reprodutibilidade de obras, visando conceitos críticos e teóricos dentro da arte contemporânea, como a acessibilidade, a luta antimanicomial e a cultura do impresso.
Do Contra surge a partir da série de mesmo nome, que conta com mais de 50 monotipias impressas em serigrafia duas cores sobre papel, que são afixadas na parede com a técnica dos ‘lambe-lambes’. Sobre o título, Triginelli explica: “sempre fui considerada alheia ao sistema, por esse motivo, vejo a arte como o campo do conhecimento que pode dar visibilidade às pessoas que, assim como eu, ‘tentaram escrever, mas fazem tudo ao contrário’”.
A mostra é a primeira individual da artista, que trabalha como arte-educadora no Centro Cultural UFMG. “Minha produção artística está diretamente ligada com a educação e a mediação, sendo uma das formas de tornar a arte fácil e acessível”, explica Syl.
“Coquetel de Bom-dia!”
Residente da zona norte de Belo Horizonte, Syl Triginelli usa os desdobramentos da gravura contemporânea como forma de expressão de seus sentimentos e experiências neurodiversas. Por meio de métodos alternativos de impressão e a reprodutibilidade incessante de imagens, seu trabalho é marcado pela crítica aos padrões sociais e às formas limitantes de aprendizado. A exposição mostra a relação da artista com o seu ritual matutino, “Coquetel de Bom-dia!”: o uso diário de medicações psiquiátricas antes de começar o dia.
Sobre a artista
Syl Triginelli é artista visual e arte-educadora graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG. Evidencia suas vivências enquanto uma pessoa neurodiversa, buscando a democratização da arte, além de explorar o sentir, refletir e o fazer artístico por meio da gravura contemporânea.
Dentre algumas de suas exposições, destacam-se Chama: retornar ao futuro, o entrelace de memórias, na PQNA Galeria Pedro Moraleida do Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), Paredes Pensantes, na Galeria Poente, em São José dos Campos (SP) e Gravura Mineira, no Laboratório das Artes, em Franca (SP).