Obras de Nana Coelho expostas no Centro Cultural UFMG induzem à angústia da autorreflexão

Texto: Assessoria do Centro Cultural UFMG

O Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição individual Só mais uma das coisas, da artista visual Nana Coelho. A mostra combina pintura, gravura e instalação escultórica, instigando o público a explorar a angústia da autorreflexão, o delírio em querer e os caminhos do sentir. O evento acontece no dia 27 de setembro, sexta-feira, às 19h. As obras poderão ser vistas até 27 de outubro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

Só mais uma das coisas – por Nana Coelho

Sentir enlouquece

Ser pego sentindo te deixa despido

Nas paisagens quebradas e espelhos distorcidos habitam meu desejo de algo que não pode ser colocado em palavras. Uma idealização fantástica de tudo que não posso ter, as emoções que não consigo sentir. Eu me pego pensando que, se pintasse por vezes suficientes, talvez encontrasse quem eu sou de verdade em um desses reflexos. Vejo, através do vidro, uma janela para um lugar além de mim e te convido a observar cada tela, como um portal para algo além de nós.

Olhe para o céu e se perca entre as árvores, sinta o cheiro das flores e a estática da tempestade. Quero me sentir conectada com a terra, mesmo presa nessa selva de pedra que chamamos de cidade. Existe poder infinito em cada imagem, que manifesta ideias em realidade; eu vejo magia na arte. São rastros de desejos, ecos de desesperos, que se mostram a quem procura ver. Uma linguagem de símbolos e rituais, que explora o sensível, o incomunicável. Portas para o passado, janelas para o futuro e memórias que já não sei mais se são minhas ou imaginadas.

Somente a imagem não comporta tudo isso, então ela transborda em objeto. Coisas que crio e outras que coleto como parte também da materialização do que é sonhado. São flores que vejo nascer, crescer e morrer. Elas secam e fossilizam, como a terra que sangra, queima e vira cerâmica. Árvores que cortei para decompor em papel, apenas para reconstruir em uma outra árvore que já nem respira. Para sempre preservadas e irreparavelmente mortas, na ânsia de permanecer esquecemo-nos de apenas ser. Na vontade de existir, me prendo com garras e dentes a só mais uma das coisas, que me lembram outras, e outras, e outras.

Nessa exposição que combina pintura, gravura e instalação escultórica, explore a angústia da autorreflexão, o delírio em querer e os caminhos do sentir.

Sobre a artista

Nana Coelho é uma jovem artista de 24 anos, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, concluindo sua formação em Artes Visuais pela UFMG. Com foco em pintura, seu trabalho também passeia pelos âmbitos da gravura, escultura e instalação. Os temas de suas produções vão desde a profunda reflexão no autorretrato, pensando corpo, gênero e identidade, até a catarse da paisagem e a dualidade entre natureza e cidade. Costurando-se entre tudo isso, está o pensamento dos rituais e a simbologia da bruxaria como arte e linguagem, que descreve sua relação com o mundo e leva o espectador ao limbo entre o real e o imaginado, o desejo e o desespero.

Serviço:

Exposição Só mais uma das coisas – Nana Coelho

Abertura: 27 de setembro | às 19h

Visitação: até o dia 27 de outubro de 2024

Terças a sextas: das 9h às 20h

Sábados, domingos e feriados: das 9h às 17h

Sala Ana Horta do Centro Cultural (av. Santos Dumont, 174 – Centro – Belo Horizonte | MG)

Classificação indicativa: livre

Entrada gratuita