Trata das advertencias com que se hão de fazer as figuras de pastas, e a ordem, que se deve guardar na factura destes Artefactos

Resumo

Ja’ que ainda estamos com o barro entre as mãos, e porque do barro tiverão o seu principio as pastas, (conforme a authoridade de Lourenço Beyerlinck, que fica allegada no primeiro capitulo deste livro) daremos com esta materia principio a advertir o artificiado desta casta de figuras, mostrando com a clareza possivel os modos com que se devem obrar. Havemos primeiro advertir, que as figuras de pasta nunca podem ter aquella duraçaõ, que podem ter as figuras de barro, pao, ou pedra, pelas differenças, que ha nas qualidades das suas materias ; mas só a conveniencia, que tem as de pasta he, serem mais leves, que todas as outras, e a sua duração será conforme o resguardo com que as tiverem. Dous modos diremos aqui, com que se podem fazer as pastas, hum he assentados os panos sobre o barro, e outro são os panos sem serem assentados em barro algum, que he o mais moderno, e o que o nosso trabalho inventou, com menos custo no dispendio, mas primeiro diremos como se ha de fazer em barro, e depois como se fará huma figura sem elle.