Sumo
o fruto Mais Gostoso e os vínculos da gravura
Palavras-chave:
Gravura brasileiraResumo
Este trabalho apresenta uma pesquisa teórica e seu desenvolvimento prático a partir do estudo das técnicas antigas de reprodução de imagens como a litogravura, a gravura em metal e em especial a xilogravura. Estão aqui expostas um conjunto de gravuras produzidas entre 2014 a 2018, que compõem O Fruto Mais Gostoso, tema escolhido para essa série. Durante esse percurso notou-se que a maior dificuldade enfrentada na prática deste ofício vai além da complexidade das técnicas de gravação e de impressão aproximando-se mais de uma questão de vínculo, entre quem cria e quem observa o conteúdo das imagens. O longo e árduo processo de gravar e imprimir sobre uma superfície de madeira, metal ou pedra, tendo como resultado final a estampa, parece ser hoje menos interessante quanto os outros tipos de imagens disponíveis. Buscou-se nas imagens tradicionais os elementos que possam ser considerados como uma informação interessante, a fim de encontrar a capacidade dos desenhos, das pinturas e das gravuras, de arrepiar um espectador hoje como esse arrepia-se ao ver um filme por exemplo. A partir desta reflexão, torna-se necessário um olhar mais aprofundado sobre as imagens que atingem a massa de pessoas, por fazerem parte da identidade cultural ou imaginário coletivo de uma sociedade. Desses símbolos e signos que melhor se relacionam na identificação de uma memória estruturada, compreendida e assimilada pelo maior número de pessoas possível, também perpassa pelos elementos visuais da minha experiência, e da minha própria cultura. Onde me inspiro e revelo consciente ou inconscientemente nos meus desenhos. Essa pesquisa trata das dificuldades e vantagens de trabalhar na produção de gravuras no atual contexto tecnológico digital. A série aqui apresentada é composta por seis xilogravuras, que são as bases da organização de todo o pensamento durante o processo criativo deste trabalho.