Marília Giannetti Torres, artista e mulher
restauração da obra Superfície Viva I
Palavras-chave:
Marília Giannetti, Conservação e restauraçãoResumo
Esta monografia compreende a descrição do processo de intervenção da obra Superfície Viva I, 1964, de Marília Giannetti Torres, bem como das metodologias aplicadas no seu tratamento. Além disso, propõe-se uma pesquisa sobre a produção artística de Marília Giannetti e uma abordagem sobre o ambiente artístico de Belo Horizonte no que se refere a atuação e inserção de mulheres no meio artístico da cidade. Apesar de grande parte de seu trabalho ter sido produzido no Rio de Janeiro, Marília Giannetti Torres compôs a primeira geração de artistas modernos formados na cidade de Belo Horizonte. Ao longo de sua carreira desenvolveu a técnica de pintura em relevos, o que marcou profundamente sua produção. Em meados da década de 1940, quando Marília Giannetti inicia seus estudos, dois importantes acontecimentos no contexto artístico da cidade de Belo Horizonte têm grande relevância: primeiro, a abertura para a consolidação de uma arte dita moderna na cidade e, segundo, a significativa inserção de mulheres no meio artístico, como não visto anteriormente em Belo Horizonte. Quanto à obra Superfície Viva I, objeto de estudo desta monografia, devido ao péssimo estado de conservação em que a obra se encontrava, ocasionado pelo intenso ataque de insetos xilófagos, ela passou por um processo de restauração que visava, principalmente, restabelecer sua integridade estrutural. Assim, a substituição das traves que sustentam o suporte de compensado foi a melhor alternativa encontrada no tratamento. Portanto, este trabalho busca descrever o tratamento da obra, bem como os aspectos inerentes a ela, como identificação, descrição, análise formal, estilística e técnica construtiva. Discute-se também o tratamento da camada pictórica, o qual demandou uma pesquisa sobre métodos não convencionais de limpeza, tais como limpeza com géis rígidos.