Revestimentos inibidores de corrosão aplicados em bens culturais feitos em prata
Um estudo aplicado em um recipiente para Santos Óleos
Palavras-chave:
Bens culturais, Ligas de prata, Corrosão metálica, Revestimentos inibidores de corrosãoResumo
Ligas de prata estão sujeitas à corrosão metálica quando expostas a atmosferas com altos índices de umidade relativa e com a presença de sulfetos, como o sulfeto de hidrogênio. A partir do contato com esses agentes corrosivos, há a formação de compostos sobre a superfície metálica, dentre os quais se destaca o óxido de prata (I) e o sulfeto de prata. Estes, a depender da espessura das camadas formadas, fazem com que a superfície se torne fosca e escurecida. No campo da Restauração, entende-se que esses danos irão interferir na leitura do bem cultural afetado, além de oferecer riscos à sua durabilidade. Diante do exposto, o presente trabalho tem como foco o estudo dos principais revestimentos que inibem a ocorrência da corrosão metálica empregados em bens culturais
feitos em prata, considerando suas respectivas constituições e os métodos de aplicação utilizados. Para isso, os revestimentos selecionados foram obtidos e aplicados de diferentes modos em amostras de ligas de prata 900 e ligas de prata 500. A partir disso, foram feitas medidas de brilho, com o intuito de verificar o quanto as superfícies foram alteradas; em seguida, foram executados ensaios de corrosão artificial, corroborados numericamente por meio da realização de medidas de CIELAB, com a finalidade de atestar suas respectivas eficiências. Desse modo, observou-se que os revestimentos acrílicos são os que em geral oferecem maior proteção, tanto nas ligas de prata 900 quanto nas ligas de prata 500, sobretudo quando aplicados por aspersão. As considerações obtidas foram então utilizadas para a elaboração da proposta de intervenção de um bem cultural feito em prata, sendo este um recipiente para Santos Óleos pertencente à Província dos Franciscanos Capuchinhos de Minas Gerais. De modo geral, o recipiente contava com áreas de corrosão generalizadas, comprometendo a sua aparência estética e, por conseguinte, sua leitura. Nesse sentido, inicialmente foi feita a limpeza mecânica dos produtos de corrosão e, em seguida, a aplicação do revestimento protetor. Considerando o formato do recipiente, suas dimensões e a presença de detalhes em alto e baixo relevo, optou-se pelo uso do Paraloid® B72 a 5% em Acetato de Isoamila, sendo este aplicado por aspersão.