O tratamento da tinta ferrogálica

estudo de um conjunto de documentos manuscritos sobre papel de trapo da Coleção Casa dos Contos do Arquivo Público Mineiro

Autores

Palavras-chave:

Tinta ferrogálica, Tipologias de degradação, Exames químicos, Conservação e restauração

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo refletir sobre o tratamento da tinta ferrogálica em documentos de suporte de diferentes tipos de papel de trapo, bem como seus problemas de degradação e possibilidades de tratamento, tendo como objeto de estudo seis cartas de usança datadas de 1804 da Coleção Casa dos Contos do Arquivo Público Mineiro. Primeiramente, verificou-se o método de produção da tinta ferrogálica, os ingredientes utilizados e suas propriedades, a fim de entender os processos de degradação da tinta. Traçou-se um histórico de metodologias de tratamento adotadas por instituições que fazem a guarda desses papéis históricos, porém não foi possível identificar uma metodologia padrão utilizada por instituições brasileiras para manter a estabilidade do material. A tinta ferrogálica, genericamente composta de tanino, sulfato ferroso, goma arábica e água, possui características peculiares, porém apenas testes organolépticos não são suficientes para comprovar a natureza da tinta e um estudo através de exames químicos torna-se necessário para identificar os elementos presentes em sua composição e avaliar a metodologia de tratamento que melhor se adéqua à degradação observada. Para o conjunto de documentos selecionados para este estudo, procedeu-se com a metodologia desenvolvida por Johann Neevel que recomenda um tratamento aquoso a base de soluções de fitato de cálcio e bicarbonato de cálcio. Após o tratamento, os documentos foram submetidos a novos exames químicos a fim de verificar a eficácia dos banhos. Sabe-se que a metodologia de Neevel está sendo amplamente utilizada no mundo e no Brasil, porém é imprescindível que as pessoas responsáveis pelos laboratórios de conservação e restauração sigam o que é estabelecido pelo tratamento para que não haja danos aos manuscritos. Além disso, faz-se necessário que pesquisas continuem sendo desenvolvidas a respeito de possíveis danos desse tratamento em longo prazo, pois se deve observar se realmente está ocorrendo a estabilidade do processo de degradação.

Publicado

2023-05-23

Edição

Seção

Trabalhos De Conclusão de Curso