Estratégias alternativas do ensino do balé clássico para crianças de 4 a 6 anos
Palavras-chave:
Infância, Estratégias pedagógicas, Ensino-aprendizagem, Balé clássicoResumo
Esta pesquisa surgiu a partir da inquietação diante das dificuldades enfrentadas por crianças pequenas ao serem inseridas em aulas de balé clássico conduzidas por métodos tradicionais, marcados por rigidez, repetição e exigência técnica. Durante minha formação como professora em cursos livres, experiências e observações em sala de aula evidenciaram a urgência de repensar práticas pedagógicas que, muitas vezes, desconsideram as particularidades da infância. Nesse contexto, a pesquisa propõe uma reflexão sobre estratégias alternativas de ensino do balé clássico para crianças de quatro a seis anos, com o intuito de compreender como essas
metodologias podem respeitar o universo lúdico e expressivo da criança sem abrir mão dos fundamentos técnicos da dança clássica. O objetivo principal é identificar e analisar propostas pedagógicas que dialoguem com o modo infantil de ser e aprender, reconhecendo as dimensões cognitivas, afetivas, motoras e sociais do desenvolvimento infantil nessa faixa etária. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica e entrevistas semiestruturadas com educadores da dança que atuam com essa faixa etária. Como base teórica, foram utilizados autores que discutem o ensino da dança na infância, como Isabel Marques, Eliana Caminada e Rudolf Laban; autores que abordam especificamente o ensino do balé clássico, como Lilian Freitas Vilela e Wanda Bambirra; e, por fim, teóricos do desenvolvimento infantil, como Vygotsky, Wallon e Piaget. A análise dos dados apontou para a
existência de práticas que ensinam balé clássico a crianças de quatro a seis anos, respeitando o ritmo, a curiosidade e a necessidade de brincar das crianças, desde que o processo pedagógico esteja centrado na escuta sensível, na mediação afetiva e na construção de vínculos positivos com a dança. Os resultados indicam que práticas mais humanizadas e adaptadas à infância podem transformar o ensino do balé clássico em uma experiência significativa e prazerosa, contribuindo para o desenvolvimento integral da criança. O estudo reafirma a importância de enxergar o balé não apenas como uma técnica, mas como uma linguagem artística que pode ser
vivida com liberdade, imaginação e afeto .