Domingo no Parque
Palavras-chave:
Moda, Desenho de moda, Moda e arteResumo
A letra de Domingo no Parque, canção do cantor e compositor Gilberto Gil, conta a história do triângulo amoroso composto por Juliana e dois amigos, João e José, ambos apaixonados por ela. O desenrolar do enredo traz contornos do desfecho trágico: José, possuído pelo ciúme obsessivo, assassina o casal.
O foco deste projeto de coleção experimental é mostrar a mulher amada por dois homens, idealizada e colocada em um pedestal. Vestir Juliana é uma forma de transmitir toda a densidade da paixão dos homens. Essa mulher traz consigo a contradição: a beleza juvenil e ingênua; e ao mesmo tempo, adulta e sensual. O contraste dos materiais mostra opulência versus delicadeza e simplicidade. Cada traje representa 3 tempos de Juliana: passado, presente e futuro: as blusas de renda, mostrando suas raízes, sua ligação com a cultura, o folclore e a religião, as saias mostrando o local em que ela está, no parque, em meio a todas as estruturas dos brinquedos, e as miçangas são os enfeites para deixá-la preparada para se tornar uma deusa, uma orixá após a sua morte.
Enquanto a cartela de tecidos dessa coleção experimental possui apenas o gazar branco, a cartela de cores conta com tons de vermelho, creme e branco. A transparência marca presença em todos os trajes, demonstrando a sensualidade; e a silhueta é triangular, com pouco volume na parte das blusas, enquanto as saias ganham proporções estruturais volumosas.
O resultado é o conjunto de elementos que formam os traços característicos dessa mulher misteriosa, complexa, e que se torna um objeto de desejo na mente dos homens.