Artista indígena que realizou instalação artística de duas serpentes no Viaduto Santa Tereza, em BH, está em novo vídeo do projeto Aulas Abertas

Texto: Comunicação – Centro Cultural UFMG

O convidado do projeto Aulas Abertas desta semana, Jaider Esbell, partilha um pouco do trabalho que desenvolve enquanto artista indígena, sua busca pela aproximação do “mundão” e a visibilização das causas básicas de seu povo Makuxi, Wapichana, Taurepang, Ingarikó, Patamona e Sapará.

Jaider conta sua trajetória no mundo das artes, que começou em 2010 e, segundo o artista, é um trabalho que nasceu dessa inconstância de ser, da sua própria origem, de ter sido criado em famílias que já estavam em cruzamentos muito profundos com os invasores, que pressupõe todo um esforço de autoconsciência e fortalecimento de identidade.

Sua narrativa é um deslocamento de uma origem conflituosa e de questões étnicas, que foi para cidade, mergulhou na ideia da Arte Indígena Contemporânea, passando por outros percursos, como a própria academia. Hoje trabalha nesta perspectiva de produção de conteúdo crítico sobre essas reflexões, acompanhando pesquisas acadêmicas e desenvolvendo diálogos em todos os meios e estruturas do sistema da arte. Pouco a pouco, pretende estabelecer uma dinâmica de abordagem diferenciada com o “sistemão”, como ele chama o sistema branco, para levar com clareza todas as demandas que compõem as bases, as estruturas, os sentidos e as razões dos fundamentos da Arte Indígena Contemporânea.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XkwVtXyUH9A 

Jaider Esbell tem 41 anos e nasceu em Normandia, Roraima. Indígena do povo Makuxi, vive em Boa Vista, capital do estado de Roraima, onde mantém a Galeria Jaider Esbell de Arte Indígena Contemporânea. Há mais de dez anos atua no campo da política das artes e seu trabalho vai da literatura ao cinema. É produtor, curador e livre pesquisador do sistema AIC – Arte Indígena Contemporânea. Tem passagem como professor pelos Estados Unidos e realizou importantes exposições, dentre elas com a Bienal de São Paulo, que acontece em 2021. Recentemente inaugurou o Circuito Urbano de Arte – CURA – em Belo Horizonte, com a obra “Entidades”, uma instalação artística de duas serpentes enormes abraçando os arcos do Viaduto Santa Tereza.

O projeto Aulas Abertas foi elaborado para oferecer um espaço de compartilhamento de ideias, conceitos e experiências, buscando a construção do conhecimento reflexivo e crítico pelo público, que terá acesso à fala de professores, pesquisadores e artistas convidados, não sendo assim aulas propriamente ditas, mas discussões contextualizadas pelo olhar científico e humano, essenciais neste momento de crise.

A cada semana será publicada uma nova aula através do Facebook, Instagram, YouTube e Site da Instituição.

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