Texto: Comunicação do Centro Cultural da UFMG
O aluno Victor Borem expõe no Centro Cultural UFMG a partir desta quinta-feira, 19 de maio de 2022, o objeto “Ajuntar para virar semente”, com curadoria do professor Fabrício Fernandino, que poderá ser visto até o dia 26 de junho de 2022. A entrada é gratuita e integra o projeto Escultura no Centro, que destaca os trabalhos tridimensionais desenvolvidos por alunos do curso de Artes Visuais com habilitação em Escultura da Escola de Belas Artes da UFMG. A classificação é livre.
Ajuntar para virar semente
O objeto surgiu da vontade do artista de materializar o afeto. Em uma série de esculturas macias, de diversos tamanhos, Victor tenta explorar a poética intrínseca nas matérias, evocando sentimentos de carinho, conforto, acolhimento e calor. Ele busca em sua história e na história de suas matriarcas objetos que tenham ligação ao afeto e encontra no bordado, na costura, no tecido, na lã e na linha o acalanto que germina como semente.
Borem deu o nome de semente às esculturas com o desejo de que elas germinem e afetem o ambiente de quem as toca e as vê. Começou a idealizar esse trabalho a partir de uma necessidade que via em si e nos outros de se deixar descansar, abaixar as barreiras e se tornar vulnerável, permitir ser tocado e tocar, aguçar os sentidos e entender o seu lugar no mundo como seguro e quente. Ainda que como um artifício ou um “faz de conta”, quis proporcionar essa experiência de alguma forma, para que ao menos por alguns segundos, minutos ou horas, pudéssemos escapar.
O artista
Victor Borem nasceu em Belo Horizonte em 1999, mas residiu toda a sua vida em Nova Lima. Seus avós e grande parte da sua família vivem em Itaguara, Minas Gerais, local onde teve um contato profundo com o universo das costureiras e bordadeiras, em meio a panos de prato, toalhas de mesa, bordados e rendas. O artista cresceu nesse ambiente e se identificou com as artes e antes mesmo de iniciar a faculdade já trabalhava com cerâmica, o que possibilitou participar, em 2019, de uma residência artística em cerâmica no interior do Japão durante um período de dois meses e meio. Lá vivenciou de perto a importância da tradição e da história nos processos de vida e como esses legados e vivências podem se transformar em arte. Atualmente cursa Artes Visuais – habilitação em escultura – na Escola de Belas Artes da UFMG, onde também é monitor de cerâmica. Desenvolve seu trabalho artístico inspirado nesse universo onde cresceu e cresce todos os dias.
Escultura no Centro
O projeto busca valorizar e expor os trabalhos tridimensionais desenvolvidos pelos graduandos e pós-graduandos do curso de Artes Visuais com habilitação em Escultura da Escola de Belas Artes da UFMG.