53º Festival de Inverno UFMG divulga programação gratuita completa

Texto: Assessoria de Imprensa do 53º Festival de Inverno UFMG

De 23 a 31 de julho, acontece o 53º Festival de Inverno UFMG. A programação completa do evento, que é referência nacional, já está disponível para consulta no endereço www.ufmg.br/festivaldeinverno. Durante nove dias, o festival promoverá diálogos e apresentações culturais de diversas vertentes, em uma programação gratuita e aberta ao público, em formato on-line. Toda as atividades culturais do 53º Festival de Inverno UFMG serão exibidas pelo canal no YouTube da Diretoria de Ação Cultural da UFMG.

Sob o tema Escutas e Vozes dos Brasis, a edição 2021 do festival aborda os impasses do Brasil contemporâneo ao rever os 100 anos do modernismo, tendo em vista as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. A programação foi planejada em conjunto pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG e pelo projeto MinasMundo. O projeto, formado por uma rede de pesquisadores de diversas universidades nacionais e internacionais, busca rever os sentidos do Modernismo em diferentes linguagens artísticas, intelectuais e políticas, a partir da viagem dos modernistas para Minas Gerais em 1924.

A proposta desta edição é investigar o fenômeno do modernismo em sua complexidade, refletindo sobre seus paradoxos e contradições, assim como as visões e projetos de país que moldaram o Brasil contemporâneo. Para isso, foram convidados artistas, escritores e pensadores, formando um panorama de vozes plurais que revelam a emergência de ideias que apontam para a superação das tensões culturais do momento. “Por meio de atividades artísticas e seminários, o Festival busca olhar para o modernismo a partir das tensões contemporâneas do Brasil, apostando na necessidade de escutar as vozes que defendem a democracia, a justiça social e a necessária transformação do país, baseada em novos valores e pactos, na busca por outras poéticas, economias, políticas, sociabilidades”, afirma Fernando Mencarelli, diretor de Ação Cultural da UFMG e coordenador do Festival, ao lado de Mônica Ribeiro.

O público poderá acompanhar essas e outras discussões em uma programação diversificada com rodas de conversas e palestras, além de duas oficinas, todas elas com direito a certificado de participação. Na programação também estão previstas 13 atrações artísticas – espetáculo teatral, apresentações musicais e performances, além de encontro poético entre Arnaldo Antunes e Lucia Castello Branco.

Abertura

A abertura do Festival, no dia 23 de julho, sexta-feira, será às 18h30, com palestra e encontro da escritora e professora de literatura Eneida Maria de Souza, com o escritor Silviano Santiago, para discutir sobre seu novo livro, Menino sem passado.

Na sequência, às 20h15, o público assiste ao encontro poético entre a escritora Lucia Castello Branco e o compositor, cantor e poeta Arnaldo Antunes. A conversa parte do livro recentemente publicado por Arnaldo pela Companhia das Letras, Algo Antigo, e caminha em direção à leitura expandida da múltipla obra do poeta, em interseção com o tema do Festival deste ano.

Atrações artísticas – música, dança, poesia e teatro

No sábado, 24, às 19h45, o público poderá conferir o espetáculo teatral Luiza Mahin… eu ainda continuo aqui, produzido pela artista Cyda Moreno, que aborda a questão do extermínio da juventude negra no país, com inspiração na obra da heroína da Guerra do Malês, Luiza Mahin.

No dia 26, segunda-feira, às 18h30 a programação artística terá início com a performance do artista multimídia e curador independente, Jaider Esbell. Às 21h será exibido a primeira Textura Sonora, trabalho de montagens criativas que reúnem voz, músicas, sons e texto, promovido pelo projeto MinasMundo, com concepção e montagem por Sérgio Bairon. A temática das texturas une passagens do livro O Recado do Morro, de João Guimarães Rosa, aos sons, cantos e rituais da região de Cordisburgo, Jequitibá e entornos. Com cerca de cinco minutos cada, as texturas sonoras estreiam nas noites dos dias 26, 27, 28, 29 e 30.

Logo após a exibição da primeira Textura Sonora, no dia 26, às 21h05, ocorrerá a exibição do vídeo-manifesto Modernismo por MinasMundo, curta-metragem com direção de Fábio Seixo, seguido de conversa sobre o filme com André Botelho, Maurício Hoelz e Lucas van Hombeeck.

No dia 27, às 21h05, será exibido o filme Fonte de Cura, com direção de Jack Diniz que aborda costumes religiosos, e a importância cultural de povos tradicionais e de retomar a ancestralidade passada entre gerações, e como influenciam na constituição do Brasil contemporâneo.

No dia 28, às 21h05, acontecerá a primeira transmissão da série Conversas Musicais, com curadoria do Conservatório UFMG. Com o título Conversas musicais: Trilha, Toada e Trupégrupo A Barca, o encontro terá a apresentação musical e conversa entre os músicos sobre suas composições, memórias musicais e de seus processos de criação. O grupo A Barca cria arranjos e composições inéditas inspiradas nas manifestações populares e nas trocas realizadas com comunidades e artistas da tradição de todo o país.

No dia 29, também às 21h05, ocorrerá a exposição e conversa sobre a mostra Alphabeto, do artista Mário Zavagli, através da live Diálogos Artista e Curador: Alphabeto, de Mário Zavagli, do Centro Cultural UFMG. A mostra será debatida com a presença de seu criador e dos curadores Fabrício Fernandino e Douglas de Freitas.

No dia 30, sexta-feira, às 20h35, Toninho Horta é a atração artística da série Conversas Musicais. Nesta edição, Mauro Rodrigues conduz uma entrevista-show com o artista, que apresenta canções emblemáticas de sua carreira e músicas que foram referências para a sua trajetória.

O último dia de Festival, no dia 31 de julho, sábado, às 21h, acontecerá o show de encerramento de Titane e Makely Ka, sendo a última atividade da série Conversas Musicais. Na ocasião, de temática Os sertões de Rosa e Elomar, os músicos se reencontram no palco do Conservatório da UFMG para apresentar canções que dialogam com a obra e o universo musical e literário do escritor João Guimarães Rosa e do compositor Elomar Figueira Melo, além de conversarem sobre as experiências de suas viagens no sertão de Minas e Bahia.

Palestras e rodas de conversa

O Festival também promove discussões em torno dos cem anos do modernismo e sua reverberação no Brasil contemporâneo, por meio de palestras e rodas de conversa com artistas, pesquisadores e pensadores indígenas, negras, negros, dos saberes tradicionais e de diferentes áreas de conhecimento.

No sábado, dia 24, às 17h, ocorre a roda de conversa Cinema entre mundos: a viagem, o sonho e a retomada da terra, entre os cineastas indígenas Patrícia Ferreira, também professora e da etnia Mbyá-Guarani, e Alberto Alvares, da etnia Guarani Nhandewa. Em seguida, às 18h30, acontecerá a palestra Teatro Negro: poéticas, por Leda Martins.

Para o público que gosta de poesia, no dia 26, segunda-feira, às 17h acontecerá a roda de conversa Poéticas Insurgentes com mediação dos professores Leda Martins, Fabrício Fernandino, editores da revista cultural do Centro Cultural UFMG Guaícurus, e os escritores poetas Edimilson de Almeida Pereira, Sebastião Nunes e Sueli Maxacali. Logo após, às 19h30, ocorrerá a roda de conversa Mário de Andrade, modernista mineiro com os professores André Botelho (UFRJ) e Helena Bomeny (Uerj).

No dia 27, às 17h, a roda de conversa Memória 1972: comemorações dos 50 anos do Modernismo, com os pesquisadores Luiz Costa Lima, Eduardo Jardim de Moraes e Myriam Correa de Araujo Avila consta na programação. Em seguida, às 18h30, acontecerá a palestra A poesia, ninguém segura mais, por Heloisa Buarque de Hollanda e Eduardo Coelho. A atividade, às 19h30, que encerra a programação de debates do dia, será a roda de conversa Ecos e desvios do modernismo entre o artista antropófago Denilson Baniwa e a professora e artista Naine Terena.

No dia 28, quarta-feira, às 10h, a primeira atividade do dia será a roda de conversa Reflexos da Semana de Arte Moderna na música hoje entre os pesquisadores Flavia Toni e Walter Garcia. Na parte da tarde, às 17h30, acontecerá a palestra Literatura, raça e representação, com o escritor Jeferson Tenório. Logo em seguida, às 18h30, a palestra de título A cena – um lugar de acontecimentos e de confluência, será ministrada por Maria Thaís Lima Santos. E por fim, às 19h30, a roda de conversa Exuzilhadas: uma conversa com Cidinha da Silva, em que a escritora mineira se encontra com o professor da Universidade de Princeton, Pedro Meira Monteiro.

No dia 29, quinta-feira, às 17h, ocorrerá a roda de conversa A memória e o mundo: Arcadio Díaz-Quiñones, a brega e a memória rota, em que o professor Pedro Meira Monteiro conversa com Arcadio Díaz-Quiñones, ambos professores da Universidade de Princeton, sobre os conceitos de “memória rota” e a “arte de bregar”. Em seguida, às 18h30, pesquisadores pertencentes da comunidade indígena Xakriabá, Célia Xakriabá e Edgar Kanaykõ Xakriabá, estarão na roda de conversa com o tema Epistemicídio. Logo após, às 19h30, acontecerá a roda de conversa Atlas Minas Mnemosyne Mundo, projeto da rede de pesquisadores MinasMundo, entre os pesquisadores Paulo Maciel e Maurício Hoelz.

A programação do dia 30, sexta-feira, se inicia às 10h com a roda de conversa Literatura e música popular: Minas, modernidade e cosmopolitismo, com os pesquisadores Alexandre Faria e Júlio Diniz. No fim da tarde, às 17h, acontecerá a roda de conversa Restauração e enxertia: formas da memória em Pedro Nava e Silviano Santiago com os pesquisadores Wander Melo Miranda e Marília Rothier Cardoso. Em seguida, às 18h30, a palestra Rever Macunaíma por Jaider Esbell, retoma o seu trabalho que combinam discussões interseccionais entre arte, ancestralidade, espiritualidade, história, memória, política e ecologia. Por fim, às 19h30, ocorrerá a roda de conversa Sertão Mundo: os desafios da montagem de uma exposição virtual, com a curadora da exposição e professora, Claudia Campos Soares e professores convidados.

No último dia de evento, 31, sábado, às 17h, acontecerá a roda de conversa Texturas Sonoras: Guimarães Rosa e a cultura oral. Logo em seguida, às 18h30 a roda de conversa será Processos Criativos Decoloniais, com a artista e escritora Castiel Vitorino, a pesquisadora Juhlia Santos e o artista Jack Diniz. Logo em seguida, às 19h30, a roda de conversa Sentimentos de Brasis em Cena, será entre a atriz paraibana Zezita Matos e o diretor e dramaturgo Jota Dangelo.

Oficinas

O 53º Festival de Inverno UFMG promove ainda duas oficinas gratuitas e abertas ao público. As duas atividades oferecem certificado de participação.

Voltada para o público infanto-juvenil, a partir dos 9 anos, a oficina Colorindo o mundo: autorretratos com Anita Malfatti e o Sertão acontece nos dias 26 e 28 de julho, das 14h às 16h, pelo Zoom. As inscrições estão abertas no link: https://bit.ly/3AU3cE0. Na atividade, os participantes irão construir autorretratos, utilizando de fundo a paisagem do Sertão, tão presente nas obras de Guimarães Rosa, com materiais disponíveis em casa, como lápis, papel, tecido, linha, entre outros de livre escolha. Serão dois dias de produção, sendo que os inscritos podem participar de apenas um dia ou dois dias.

31 de julho | Oficina

No último dia do Festival, 31, às 15h, os músicos do grupo paulista A Barca realizam uma oficina aberta no YouTube, com o intuito de resgatar os fundamentos que perpassam as tradições do congado mineiro e, em especial, sua musicalidade. A atividade Criação em diálogo com a tradição: A Barca encontra mestres do congado tem 1h30 de duração e conta também com a participação dos mestres Dirceu e Luiza Ferreira, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis. Não é necessária inscrição prévia.

Mais informações em www.ufmg.br/festivaldeinverno.

Sobre o Festival

O Festival de Inverno UFMG, criado em 1967, é realizado anualmente pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG. Tradição da capital mineira e referência nacional, o objetivo do evento é promover uma interlocução entre universidade e sociedade, aliando arte e cultura contemporânea de ponta às manifestações culturais regionais.

Com 55 anos de existência, ele se consolidou em Belo Horizonte em 2014, após passar por cidades como Ouro Preto, Diamantina, São João del Rei e Poços de Caldas. O Festival favoreceu o nascimento de grupos artísticos como o Galpão, Corpo, Oficcina Multimédia, e Uakti. Sua realização em Belo Horizonte também inspirou a formação de outros festivais, como o Internacional de Dança (FID) e o Internacional de Teatro (FIT).

Em junho deste ano, recebeu da Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), o diploma de distinção em razão das boas e inovadoras práticas da UFMG no âmbito da colaboração com governos locais. Esse reconhecimento, na categoria Gestão cultural, reforça o histórico de ações potentes e transformadoras que o evento promove na área da cultura universitária e seus impactos e repercussões sociais.

Acesse a programação completa pelo site https://www.ufmg.br/festivaldeinverno/

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