Texto: Diretoria da Ação Cultural da UFMG
Surgido a partir de estudos de improvisação instantânea, o espetáculo de dança PlaylistA feito em CasA: À flor da pele estreia no dia 26 de agosto, às 19h, pelo www.youtube.com/culturaufmg. A apresentação foi produzida por seis dançarinas de Belo Horizonte por meio da plataforma Zoom, e integra a programação do Circuito Cultural UFMG #emcasa. O Circuito é uma iniciativa da Diretoria de Ação Cultural da UFMG.
Andrea Anhaia, Ester França, Cib Maia, Joelma Barros, Márcia Neves e Marise Dinis conseguiram construir uma obra coletiva, mesmo que à distância. Reunindo-se pela internet desde abril desse ano, elas iniciaram uma empreitada ambiciosa para dar continuidade ao espetáculo PlaylistA, de 2018. A peça explorava a improvisação em tempo real, tendo como inspiração o universo feminino e as interpelações que balizam a condição de ser mulher na atualidade.
Abarcando os desafios de preservar o caráter efêmero das práticas em dança em um ambiente virtual, as artistas de diferentes trajetórias profissionais passaram a se encontrar semanalmente. “Escrevemos cartas umas para as outras e, depois disso, lemos em conjunto. A cada encontro produzimos vídeos-processos regidos pelo fluxo e pela alternância entre o que se nomeia como dança e como vídeo”, explicou Andrea Anhaia, que está concluindo o curso de licenciatura em Dança pela UFMG.
No exercício da escuta e interlocução, as dançarinas se dedicam a fazer de seu corpo em movimento a tradução de anseios, angústias, cansaço, solidão, coragem e esperança. Do processo improvisado de direção e edição instantânea da imagem, emergem questões, cujos sentidos estão abertos para a interpretação do público.
O projeto
As dançarinas coautoras se reuniram a convite de Andrea Anhaia e Ester França, cofundadoras e integrantes do Coletivo Movasse que, ao longo de seus 15 anos de existência, vem constituindo um repertório de trabalhos apresentados no Brasil e exterior. Assim como Andrea e Ester, Cib Maia, Joelma Barros, Márcia Neves e Marise Dinis também possuem longa atuação em Belo Horizonte. Suas carreiras abarcam a participação em grupos de dança, trabalhos solo ou, como profissionais independentes, em colaboração com outras/os artistas da cena. Juntas desde maio de 2018, sem nenhum tipo de patrocínio ou financiamento, seu principal interesse é investigar diferentes temas e estímulos e relacioná-los aos múltiplos modos e desafios de ser mulher.