Carlos Wolney abre exposição no Centro Cultural UFMG

Texto: Assessoria de Imprensa do Centro Cultural UFMG

Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição “O afeto do olhar”, do artista mineiro Carlos Wolney, na próxima sexta-feira, dia 05 de julho de 2019, às 19 horas. A mostra é constituída de desenhos, pinturas, gravuras e anotações de atelier, que reforçam o olhar do artista para o mundo simbólico e poético. A curadoria é do artista plástico e professor da UFMG Mário Azevedo. A entrada é gratuita e integra a programação do 51º Festival de Inverno da UFMG.

O afeto do olhar, uma reflexão
por Carlos Wolney

O meu processo de criação em arte é como se fosse um vento que sopra um sopro misterioso que rompe a névoa da incerteza com uma intuição criadora que aponta para o conhecimento afetivo do mundo.

As formas de expressão nas artes plásticas, por mim conhecidas e que utilizo, como no desenho na pintura e até mesmo na gravura possibilitam o meu desenvolvimento na arte e também é um incentivo à minha capacidade de criar.

Desenhar, pintar, fazer arte, demanda uma linguagem visual apropriada. Uma linguagem que específica, se faz silenciosa e destituída de censura, a qual é capaz de exprimir o sentimento do mundo que me envolve, aponta a exatidão da expressão de minha emoção.

O meu ver as coisas, vejo a partir de um olhar o mundo que é objetivo e real. As minhas sensações, aquilo que sinto das coisas, envolvido e circunscrito no lugar onde eu moro, há quanto tempo vivo e habito no planeta terra, como nele me sinto, envolvido no infinito universo. Tudo isto, faz com que eu me encontre em liberdade e busque a disciplina no meu fazer.

Do que observo vejo um caminho que me leva a arte, o olhar e a poesia do ver. Em verdade olho e vejo aquilo que me é dado a enxergar, o ver dado. De um olhar cambiante, capaz de me fazer ver e crer acontece o meu criar advindo da intuição criadora da poesia e da arte. Essa intuição cria e afeta a minha emoção, uma emoção estética que aflora meu sentimento, minha visão de mundo. Minha visão impregnada desperta o meu invisível interior, me faz ver a travessia para o visível consumindo a minha visão de mundo.

Olhar o mundo real desperta em mim o interesse de fazer, como símbolo, aquilo que vejo. Creio que ao observar e contemplar aquilo que se vê do mundo é um modo de despertar a sequência: olhar, ver e enxergar, perfaz um verolhar que é a síntese de saber ver e estar no mundo, com a liberdade de um olhar afetivo.

Com um preciso olhar e o fazer que vem de meu” verolhar” com a alegria de enxergar, emerge do meu invisível mundo, subjetivo e interior a sensação que revela e exprime o sabor da minha emoção estética. Com a coragem de criar, com o saber de meu verolhar faço a minha arte como age meu coração.

Para o curador da mostra, Mário Azevedo, “Wolney tem um desenho fluído, corporal e saboroso – incluído na nossa melhor caligrafia sintética –, que criou, ao longo de um tempo considerável, o trajeto para uma pintura sensorial, aérea e certeira, igualmente sensível e direta. Na fatura poética de seu trabalho, transpira uma anotação densa e luminosa sobre ver-registrar-representar, sobre o nosso movimento de passagem nesse mundo que, aos poucos, seguimos encantados em tentar decifrar e arquitetar plasticamente”.

Carlos Wolney Soares nasceu em Formiga, Minas Gerais, em 1948. É gravador, pintor, desenhista e professor. Possui mestrado em Artes Visuais (1999) e especialização em Artes Plásticas (1984) pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. É bacharel em Filosofia (1983) pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais e em Artes Plásticas (1970) pela Escola Guignard – Universidade Estadual de Minas Gerais. Foi diretor e professor da Escola Guignard, lecionou na Fundação de Arte de Outro Preto, no Atelier Livre de Artes Plásticas, onde também foi diretor e na Universidade Federal de Minas Gerais. Participou de inúmeras exposições durante sua trajetória artística, que lhe rendeu prêmios e reconhecimento. Possui obras em acervos oficiais como o Museu de Arte da Pampulha, Fundação Clóvis Salgado, Fundação de Arte de Ouro Preto, Escola Guignard, Aeroporto de Confins, dentre outros.

Exposição “O afeto do olhar – Carlos Wolney”
Abertura: 05 de julho de 2019 | às 19 horas
Visitação: até o dia 04/08/2019
Terças a sextas de 10h às 21h
Sábados e domingos de 10h às 18h
Sala Ana Horta
Entrada gratuita

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