Texto: Assessoria do Centro Cultural UFMG
O Centro Cultural UFMG inaugura a exposição Crisálida: fissuras reminiscentes, da artista Dyana Santos, na sexta-feira, dia 23 de setembro, às 19h. A mostra reúne um conjunto de esculturas corporais vestíveis em metal e poderá ser vista até o dia 30 de outubro. A entrada será gratuita com classificação livre.
Em Crisálida: fissuras reminiscentes, Dyana Santos expõe séries de esculturas vestíveis realizadas principalmente a partir de chapas de aço oxidado, cobre e das medidas anatômicas de seu corpo. As obras nascem da necessidade da artista de verter, sob a forma de imagens, reflexões acerca das violências estruturantes de um sistema e Brasil neoliberal, patriarcal e, em muitos aspectos, ainda colonial, que atravessam seu corpo e sua existência. “Muitas vezes, meus trabalhos nascem da dor e da necessidade de gritar para o mundo sobre as feridas estruturais e sistêmicas que tangem a minha própria existência”, diz a artista. Para ela, durante esse processo, o fazer artístico adquire uma dimensão quase espiritual, como se esse grito fosse também uma oração. Dyana ressalta que não tem o desejo do culto à dor e o que lhe move é uma necessidade de resistência a ela, um anseio de transcendê-la e a esperança futura de sua cura.
O recorte de seus trabalhos se insere dentro do contexto de pesquisas escultóricas e tridimensionais que desenvolve desde 2014 e que envolvem processos de fatura próximos ao universo da costura – tanto nas técnicas de modelagem/planificação no metal das peças anatômicas que compõem as esculturas quanto na fixação delas por meio de pontos de rebites ou fios de cobre.
Sobre a artista
Dyana Santos é uma artista e pesquisadora mineira e contagense, doutoranda pela Escola de Belas Artes da UFMG. Suas pesquisas partem de suas vivências e se expandem em reflexões acerca de aspectos sociais e estruturais, que envolvem, principalmente, a intersecção entre classe econômica, gênero, sexualidade e racialização. Atualmente, tem se dedicado às linguagens da instalação, objetos e esculturas, em que parte das medidas anatômicas de seu corpo para desenvolver estruturas em aço e cobre. Tem trabalhos nos acervos do Museu de Arte Contemporânea de Jataí, no Centro Cultural de Contagem e na Casa de Cultura Maestro Dungas, em Itabirito, sendo reconhecidos com menção honrosa e prêmio aquisitivo como primeiro lugar em salões de arte nas respectivas cidades.