Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição “Cidade Palimpséstica”, na próxima sexta-feira, dia 05 de julho de 2019, às 19 horas. A mostra reúne uma seleção de fotografias de Belo Horizonte realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 e poderá ser vista até o dia 04 de agosto de 2019. A entrada é gratuita e integra a programação do 51º Festival de Inverno da UFMG.
As imagens compõem o acervo do Laboratório de Fotodocumentação Sylvio de Vasconcellos (LAFODOC), da Escola de Arquitetura e Design da UFMG e foram captadas pelos fotógrafos Archimedes Correia de Almeida, Gui Tarcisio Mazonni e Marcos de Carvalho Mazonni. A curadoria é dos alunos do curso de graduação em Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a orientação da professora Verona Segantini, da Escola de Belas Artes da UFMG, em colaboração com outros docentes. A mostra se estende ao Espaço Cultural da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), localizado no interior da Estação Central do Metrô de Belo Horizonte e em outras estações da linha Eldorado-Vilarinho.
Para estabelecer a interlocução entre o acervo do LAFODOC e Belo Horizonte, 113 fotografias são expostas em formatos variados, através das quais o visitante poderá perceber as alterações espaciais da paisagem urban, experimentadas pela cidade ao longo da sua história. Essas transformações recorrentes sobrepostas ao traçado original, idealizado pela Comissão Construtora da Nova Capital, estabeleceram um contraste entre a cidade projetada e aquela que foi sendo habitada.
Entre demolições e reconstruções, o constante movimento arquitetônico formou um palimpsesto urbano, cujas consequências das intervenções são múltiplas. Algumas delas podem ser conferidas nos quatro eixos norteadores da exposição: Palimpsesto, Construir, Habitar e Espaçamentos. Neles, será possível perceber o crescimento populacional de Belo Horizonte, o processo de verticalização, o aparecimento de bairros e favelas, os estilos arquitetônicos, as técnicas construtivas e a metropolização, que repercutiram e ainda repercutem na composição espacial e social citadina. Algumas imagens contemporâneas foram produzidas como releituras, possibilitando ao visitante perceber essas transformações. Todas as fotografias passaram por um cuidadoso processo de pesquisa e investigação, que permitiu, inclusive, a identificação das edificações que estão representadas.
No módulo “Espaçamentos”, aberto à visitação no Centro Cultural UFMG, a proposta é apresentar como o projeto da cidade de Belo Horizonte foi pensado e executado numa perspectiva de espaçamento ordenado e circunscrito dentro dos limites da Avenida do Contorno. Contudo, à medida que a capital se expandia, seu traçado original sofria alterações. Com o crescimento populacional, intensificados nas décadas de 1960 e 1970, os limites da Avenida do Contorno foram extrapolados, configurando novos espaçamentos urbanos.
Sobre o LAFODOC
O laboratório, constituído em 1954, reúne mais de 50 mil negativos que retratam transformações arquitetônicas, cenas urbanas de Minas Gerais e de outros lugares do Brasil. Documenta parte da memória do país, em especial de Belo Horizonte, a qual sofria transformações urbanísticas relevantes nos meados do século XX, decorrentes do crescimento populacional e do conceito desenvolvimentista da época. Reconhecendo a importância desse patrimônio, sob a guarda da Universidade, o Curso de Museologia da UFMG convida aos habitantes a lançarem um olhar sobre a cidade e sobre suas edificações, algumas já demolidas, outras apagadas ou sobrepostas. Os negativos, que foram digitalizados e disponibilizados para consulta, testemunham as transformações incessantes e revelam modos de construir e habitar em outros tempos.
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