Texto: Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG
Cotidianamente, uma multidão de pessoas partilham o espaço metropolitano para trabalhar, estudar, usufruir de lazer e serviços, criando e fortalecendo relações afetivas. Muitos desses deslocamentos envolvem atravessar mais de um município, sem que se perceba, com nitidez, quando limites são ultrapassados. É o fenômeno da metropolização que nos coloca, diariamente, em conexão direta com diversos lugares e pessoas, desenhando uma metrópole em tramas: MetropoliTRAMAS.
Em celebração aos 50 anos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), instituída pela Lei Complementar nº 14, de 1973, o Espaço do Conhecimento UFMG lança sua nova exposição de curta duração, intitulada MetropoliTRAMAS, que busca provocar junto ao público reflexões associadas às diversidades, complexidades, tensões e prazeres da RMBH.
As nove instalações (Tramas do Tempo, Tramas e Utopias, Tramas do Território, Tramas e Trilhas, Tramas em Luta, Tramas Afetivas, Tramas Culturais, Tramas Educativas e Tramas em Movimento) que compõem a exposição apresentam as diversas faces da Região Metropolitana de maneira poética, sensível e, por vezes, conflituosa, proporcionando uma experiência envolvente e multifacetada aos visitantes.
Para a Profa. Sibelle Diniz, Diretora do Espaço do Conhecimento, desenvolver uma exposição sobre a RMBH em 2023 vai ao encontro da intensa busca por espaços de cultura e lazer nas cidades após os anos de distanciamento social vividos durante a pandemia. “A principal razão de ser desta exposição reside em gerar nos visitantes um sentimento de pertencimento e identificação ao território metropolitano”, conclui a professora.
O que é uma Região Metropolitana?
Uma Região Metropolitana (RM) engloba um conjunto de municípios que formam uma extensa zona urbanizada conectada por redes de infraestrutura compartilhadas e com dinâmicas espaciais próprias, desenvolvida a partir do crescimento do tecido urbano das cidades. Por vezes, o município central de uma RM é destacado de forma mais intensa em relação aos demais que compõem a região. Diante desse fato, a exposição tem como objetivo um movimento de descentralização, pensando na pluralidade natural, social e cultural dos 34 municípios que compõem a Região Metropolitana da capital mineira. Para Heloísa Costa, curadora da exposição, que também participou do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH e do Macrozoneamento Metropolitano, sonhar a Região Metropolitana vai ao encontro do desejo de “um espaço de vida com justiça social, qualidade ambiental, saúde, educação lazer, cultura, moradia e trabalho dignos. Com facilidade de ir e vir e muitos sonhos mais”. A professora ainda destaca que “pensar em contexto de utopia significa construir um ideal a ser perseguido, onde natureza e cultura se mesclam com a urbanização. A utopia é um ponto de chegada para orientar as ações individuais e coletivas. Acredito que são esses sonhos que iluminam esta exposição”.
Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, do IBGE, a população total da Região Metropolitana de Belo Horizonte é de 5.127.694 habitantes, com uma área de 9.468 km². A diversidade desse território, sem dúvidas, é um dos elementos presentes na exposição. Dânia Lima, Assessora do Núcleo de Expografia e uma das responsáveis pelo projeto expográfico, conta que “o objetivo principal é que os visitantes reconheçam o território em que vivem e se sintam representados na exposição: as belezas e encantos de lugares que fazem parte de suas memórias afetivas, as dificuldades enfrentadas para acesso a serviços básicos e as ações coletivas que buscam melhorias para a RMBH. A exposição também convida os visitantes a refletirem sobre o que sonham para a RMBH e como suas ações podem contribuir para transformar o território.”
A cerimônia de inauguração, aberta ao público, acontece em 05 de dezembro, às 19h. Uma feira de produtos metropolitanos relacionados à agroecologia e economia popular e solidária, além de uma intervenção teatral farão parte do evento. Após o lançamento, a exposição seguirá aberta para visitação gratuita, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 21h.
Curadoria:
Geraldo Magela Costa (Prof. do Instituto de Geociências – UFMG)
Heloísa Soares de Moura Costa (Profa. do Instituto de Geociências – UFMG)
Junia Maria Ferrari de Lima (Profa. da Escola de Arquitetura – UFMG)
Jupira Gomes de Mendonça (Profa. da Escola Arquitetura – UFMG)
Roberto Luís de Melo Monte-Mór (Prof. da Faculdade de Ciências Econômicas – UFMG)
MetropoliTRAMAS tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH e da Fundação IPEAD. A mostra conta com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura da UFMG (Procult) e da Universidade Federal de Minas Gerais.