Texto: Divulgação
A exposição Tramas da Memória que abre dia 10 de Setembro de 2022 no Museu de Artes e Ofícios com apoio do SESI/FIEMG é uma idealização dos artistas Rodrigo Mogiz e Lívia Limp e que assinam a curadoria. Eles estarão expondo juntamente com outros 24 artistas contemporâneos e 3 projetos sociais que atuam em oficinas e orientação de artesãs que trabalham com o têxtil. São ao todo 29 expositores e mais de 100 obras que se relacionam com práticas manuais têxteis direta ou indiretamente, explorando outras mídias como pintura, desenho, escultura, colagem, performance, cerâmica e instalação.
Tramas da Memória se propõe a mostrar um recorte de como as artes têxteis têm ganhado força dentro do cenário artístico brasileiro e internacional. Nos últimos anos tem aparecido em outras curadorias e mostras importantes como Bienais e Feiras de Arte Contemporânea. Mesmo sendo uma atividade tradicional em muitas culturas do mundo, o têxtil encontra força e abordagens próprias no estado de Minas Gerais, estando presente na memória afetiva de todos que têm mães e avós costureiras, bordadeiras ou tecelãs. Por tal razão, a exposição é composta por artistas e artesãs mineiras ou que aqui escolheram trabalhar e viver. A partir de um olhar sobre o artesanal, as obras que estarão expostas tendem a nos provocar sobre os limites entre arte, artesanato e design, por meio de um grupo diverso em faixa etária, formação, trajetória, gênero, sexualidade, crenças, e que trazem suas vivências, angústias e desejos para suas poéticas visuais.
Não à toa, portanto, que essa exposição encontrou espaço no Museu de Artes e Ofícios propondo-se a dialogar com a memória de um acervo que fala dessa mineiridade por meio do trabalho. Um museu também de Artes, pois assim os ofícios eram considerados, mas que também pode e devem ser das Artes apreciativas e engajadas em causas diversas da contemporaneidade. A exposição passa por três eixos curatoriais: TRABALHO, CORPO e TESSITURAS, promovendo realmente uma trama de múltiplas conexões que tem seu início nas memórias reais e ficcionais de cada artista com o têxtil, passando por como cada um transforma materialidades diversas e trazendo provocações poéticas e políticas de como se relacionam com o mundo ao redor.
A exposição que vai até 5 de Novembro tem em sua programação visitas mediadas com os curadores e artistas, rodas de conversa, mini oficinas e ações coletivas com bordado, feirinha de produtos artesanais e performance, durante o período expositivo.
Curadoria: Rodrigo Mogiz e Lívia Limp
Rodrigo Mogiz – Artista Visual, graduado pela Escola de Belas Artes da UFMG. Atua como artista desde o ano 2000 e desde 2003 se dedica ao bordado como linguagem em seus trabalhos, tratando-o enquanto desenho e pintura, buscando discussões em torno de relações afetivas a partir da sua homoafetividade e da tradição do bordado, enquanto memória e estabelecendo conexões entre o artesanato e o design. Realizou cerca de 10 exposições individuais e participou de 52 coletivas em Belo Horizonte, onde vive e trabalha, e em várias outras localidades do país e exterior. Suas mais recentes exposições foram a coletiva “Cuir” pela galeria chilena Isabel Croxatto e a individual “Aqueles (In)visíveis” pela Casa Fiat de Cultura em BH, ambas em 2021. Em 2017 fez residencia artística em Paris/FR resultando a exposição “Le crime farpait” na galeria Alma Espace D’art. Mogiz ainda trabalha como professor em oficinas de arte e design no projeto social Instituto Fred e na Escola Livre de Artes/Arena da Cultura pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Lívia Limp – Graduou-se em artes visuais pela Escola Guignard/UEMG (2015) e cursou Estilismo e Modelagem do Vestiário pelo CENEX/EBA/UFMG (2004). Desenvolve sua pesquisa artística tendo a escrita e o corpo como principais eixos temáticos. Realizou três individuais em Belo Horizonte (MG): ESCrita/escape, Centro Cultural da UFMG (2019); DO CORPO, O OSSO: ANOTAÇÕES PARA UM FUTURO DIÁRIO, SESI Minas (2019); Xilócopa #2 na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (2015) e MODA É PURA SUPERFÍCIE no Museu da Moda (2016). Participou das exposições coletivas Mulheres artistas: Feminino plural. Fórum Lafayete, Belo Horizonte (2020); MEU CORPO MINHA OBRA: ORÁCULOS, Mama/Cadela, Belo Horizonte (2019); ABDZR Mama / Cadela, Belo Horizonte (2018); Bienal das Artes Sesc DF Brasília (2016); Bienal Universitária de Arte UFMG/UEMG (2012), com obras expostas no Espaço 104 e no SESC Palladium; Ocupação Gráfica Parede 2010 no Estúdio Dezenove, Rio de Janeiro (2010). Participou e recebeu Menção Honrosa no 2º Concurso Internacional de Libro de Artista, Guadalajara, México (2014) e na The 4th NBC Meshtec Tokyo International Screen Print Biennial, Tóquio, Japão (2013).
Artistas da exposição: Alexandre Tavera – Angelina Camelo – Caquimanga – Cícero Miranda – Daniela Schneider – Domingos Mazzilli – Eduardo Fernandes – Erica Lorentz – Eula Teixeira – Iago Gouvêa – Instituto Fred – Itamara Ribeiro – Jorge Fonseca – Juçara Costa – Julia Panadés – Leo Brizola – Letícia Arrighi – Lis Haddad – Lívia Limp – Luiz Henrique Vieira – Marta Neves – Mirele Brant – Noemi Assumpção –
Randolpho Lamonier – Renato Morcatti – Rodrigo Mogiz – Tolentino Ferraz
Projetos Sociais da exposição:
Flores do Morro
Instituto Fred
Instituto Renato Imbroisi