Na vida, somos cercados por narrativas: início, meio e fim. De alguma forma, estamos sempre buscando essa completude, essa totalidade, em histórias, em ciclos que se abrem e se concluem, e na nossa experiência humana como um todo. Ao mesmo tempo, somos permeados pelo distanciamento e esquecimento cada vez maior do nosso início, e pelo mistério e ambiguidade do fim. Assim, nos restam os “meios”, o momento presente, a travessia – que não é nem ponto de partida, nem destino final.
Procurando então dar sentido à travessia, a arte emerge como uma forma de preencher esse vazio, como a materialização desse “atravessar” que por vezes é tão instintivo e em outros momentos é tão penoso.
Essa exposição reúne o trabalho dos formandos do primeiro semestre de 2020 do curso de Artes Visuais da UFMG, que traduzem visualmente as travessias individuais de cada um. Durante um momento de incertezas e desapego, em meio ao caos e à imprevisibilidade, partimos em busca de mais um capítulo de nossas narrativas.
“Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia” – Guimarães Rosa.
Que a arte então seja sempre uma forma de atravessar e de sermos atravessados.
* O número de expositores não necessariamente corresponde ao número de formandos do semestre. A participação na exposição de formatura é facultativa.