A Imaginária de Francisco Xavier de Brito
Atribuição e Especulação de Mercado
Abstract
Baseada nas análises formal e estilística, a teoria dos “cacoetes” inaugurou uma metodologia imprescindível para a prática da atribuição correta de autoria. Criada na segunda metade do século XIX por Giovanni MORELLI, médico italiano e profundo conhecedor da Pintura, ela tem servido como importante parâmetro para a avaliação de obras anônimas, desde que, nos anos 60, Edgar WIND definiu-a como exemplo de uma proposta mais moderna para os trabalhos de arte, tendendo para uma apreciação tanto dos detalhes como do conjunto.
Como o próprio MORELLI recomenda, deve-se primeiramente abandonar a convenção de concentrar os esforços nas características mais óbvias das obras de arte, porque elas são mais facilmente mutáveis. Em contrapartida, torna-se necessária a concentração em detalhes menores, especialmente aqueles menos importantes do estilo típico da própria escola do artista.
Apontada por Carlo GINSBURG como uma maneira diferente de se construir o conhecimento, essa sutileza na percepção dos detalhes formais pouco visíveis é o procedimento que temos adotado para afastar “achismos” infundados nas análises atributivas das obras de arte, como pode-se constatar na avaliação que se segue.
No Brasil, a obra documentada do entalhador português Francisco Xavier de Brito inclui a talha do arco-cruzeiro (1734) e dos seis altares laterais (1736) da Capela da Ordem Terceira da Penitência do Rio de Janeiro, assim como a da capela-mor (1746) da Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto.
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