AS IMAGENS DO BOM JESUS NO SERTÃO DO CONSELHEIRO

Autores/as

  • Jadilson Pimentel dos Santos

Palabras clave:

Escultura religiosa, Arte no sertão de Antônio Conselheiro, Imagens do Bom Jesus, Religiosidade, Canudos

Resumen

Antônio Conselheiro foi um indivíduo afeito ao cristianismo das origens e seguidor extremado das normas propagadas pela Contrarreforma: mortificação do corpo, veneração de relíquias, criação de santuários sagrados, utilização e influência do estilo barroco, dentre outras. Devoto declarado do Bom Jesus, apresentava em suas pregações uma oratória inflamada e de teor místico, cujas bases encontravam ressonância em obras como: o Lunário Perpétuo, as Horas Marianas e a Missão Abreviada. Apontado por diversos estudiosos como o “Anchieta” ou o “Vieira dos sertões”, deixou um conjunto de edifícios religiosos cujos oragos além de dialogarem, sobremaneira, com o estilo Barroco, também transitam pelas expressões de linguagem popular. Em seu séquito existiam os mais variados trabalhadores, destacando-se de forma exemplar, os entalhadores e fundidores, os quais deixaram obras escultóricas desde as margens do São Francisco até os rincões mais próximos do litoral norte da Bahia, (área denominada Sertão do Conselheiro). As imagens do Bom Jesus, ai presentes, ricas em simbologias, apresentam tipologias próprias, com repertorio sincrético, sendo evocadas, na maioria das vezes, na face do Cristo, as feições do beato Conselheiro. Baseado em fotografias, documentos de cronistas, cartas e dissertações, este trabalho intenta divulgar as obras escultóricas do Bom Jesus, de modo a revelar e divulgar esse patrimônio artístico-religioso que se encontra cada vez mais ameaçado, bem como esquecido de estudos mais aprofundados sobre esse que é um tema muito importante para o contar e recontar da memória do povo conselheirista.

Biografía del autor/a

Jadilson Pimentel dos Santos

Doutor em Teoria da Arte pela Universidade Estadual de Campinas

Professor do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.

Publicado

2020-08-02

Número

Sección

ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS