A opressão do gênero no setor teatral
experiências de professoras nas direções dos espetáculos do T.U. (UFMG) e do CEFART (FCS).
Palavras-chave:
Teatro, Estudo e ensino, Direção teatral, Discriminação, Minorias, CapitalismoResumo
Esta pesquisa propões-se a compreender as particularidades da opressão de gênero no setor teatral, inserido na dinâmica capitalista, a partir da atuação de professoras do ensino técnico de Teatro de Belo Horizonte que assinaram a Direção Geral de montagens da formatura no Teatro Universitário (TU/UFMG) e no Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart/FCS), com enfoque nas relações de ensino-aprendizagem propostas pelas mesmas. Para quantificar a presença de mulheres que assumiram a função de direção de espetáculos do T.U. e no Cefart, foi realizada uma pesquisa documental (GIL, 2008) das fichas técnicas dos espetáculos de formatura de ambas as escolas. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas (GIL, 2008) com professoras e ex professoras do T.U. e do Cefart, identificadas na etapa anterior, dando foco às suas trajet´órias profissionais (dentro e fora da sala de aula) e às suas direções nos espetáculos das escolas. Após esta etapa, foi utilizado o software IRaMuTeQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles des Textes e des Questionnaires ) para análise de dados textuais presentes nas entrevistas. Atesta-se que o setor teatral, apesar de ser lido como um espaço de potencial crítica aos padrões sociais, não está isento de reproduzir valores de opressão sobre grupos minoritários, uma vez que está inserido na dinâmica capitalista, e, portanto, inclina-se aos interesses da classe dominante.