Sentire:
a paisagem sonora como elemento propiciador da concepção cênica
Palavras-chave:
Paisagem sonora, Rádio, Imaginação, Brincadeiras, EscutarResumo
No presente artigo abordo o processo da concepção cênica de uma peça que surgiu a partir de duas provocações: a primeira foi impulsionada pelo verbo italiano sentire que pode significar: ouvir e/ou sentir; a segunda foi um convite que Shakespeare traz no prólogo de Henrique V: “Imaginai!”. Durante o processo utilizei exercícios de percepção da paisagem sonora; jogos e brincadeiras tradicionais; jogos de improvisação sonora, focalizando a musicalidade do ator e a linguagem radiofônica como geradora de cenas. Como meio de provocar a escuta e a imaginação, usei exercícios que evocavam a presença e a ausência da imagem visual concreta.
Nesse conjunto de atividades surgiu o espetáculo Sons de Outono, trabalho de conclusão de curso que me levou a perceber a importância do desenvolvimento de uma escuta mais sensível; a necessária presença da musicalidade no cerne da cena e, sobretudo, a forma como a paisagem sonora é condutora da concepção cênica nesse tipo de trabalho