Exposição Coletiva “Jornal da Imagem | Imagem do Jornal” [catálogo virtual]

A exposição O jornal da imagem | imagem do jornal foi elaborada em um Grupo de Pesquisa, o Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo, da Escola de Belas Artes da UFMG e tem como ponto de referência o jornal como suporte, o que esteve sempre na mira de muitos artistas. O jornal já apresenta em si um projeto gráfico, um texto, uma imagem, um desenho. Não raro o associamos ao cartaz. A atenção dessa exposição é colocada sob os trabalhos que utilizam esse suporte de fina espessura, mas de polivalente utilização; pois o jornal, em sua singularidade, existe também como multiplicidade, bem como suas maneiras de acolher a imagem e a forma. A variedade imprevisível desse material que é o suporte de uma das atividades humanas — ler jornal — faz com que designe, do ponto de vista de sua materialidade e tatilidade, uma zona específica onde os gestos da mão induzem traços palpáveis. Já escutamos: nada mais simples do que um jornal. Algo simples, mas passível de suscitar o traço gestual, que ordena formas de ser do cotidiano na história de todos. Assim é o jornal, esse flexível material: lugar para fixar constelações de qualidades, dispondo sua superfície para nossas invenções e possibilidades.

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O jornal está intrinsecamente ligado à cultura de massa, termo que designa uma forma relacionada à sociedade contemporânea e aos muitos objetos que lhe são destinados. Ele apareceu de forma mais definitiva no século XVIII e se firmou ao mesmo tempo no período chamado “a era do papel”. Assim, foi contribuindo bastante para a ampliação de um público mais alfabetizado e evoluindo através de sua atuação social e política, sobretudo através da necessidade da liberdade de expressão e das técnicas e procedimentos de impressão. Isso trouxe a questão da difusão da informação, criando a aculturação — fenômeno que resulta do contato direto e contínuo entre grupos de indivíduos de culturas diferentes levando às mudanças de hábitos e formas culturais — visto que pessoas de lugares distantes liam a mesma notícia e se informavam visualmente e literariamente pelo mesmo jornal. Mais tarde veio a difusão das imagens, revelando a problematização da sua exposição política.

Em seu texto A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, Walter Benjamin nos diz claramente que uma das grandes questões políticas do tempo em que vivia era o valor da sua exposição pela imagem, na qual somente a estrela — star — o campeão esportivo e o ditador eram os vencedores.  E o jornal, como fonte divulgativa de imagens, nunca escapou dos apetites políticos de manipulação, sendo, apesar de tudo, um elemento de sobrevivência, que expõe conflitos, paradoxos e choques bem como a distorção e a espetacularização — características das quais a história é tecida.

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Patricia Franca-Huchet explora o poder da imagem e sua força no espaço da folha do jornal. Esconde o texto recobrindo as partes que lhe são destinadas com vinis coloridos criando espaços compositivos com a imagem. Resultam imagens que perdem o significado ilustrativo impondo sua presença mais silenciosa e imageante..

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Gladston Costa propõe uma desconstrução da função comunicativa do jornal por meio da subtração dos textos e fotografias e da valorização dos elementos pictóricos que fundamentam uma então lógica construtivo/informativa do jornal impresso. Destas ações plásticas resultam conjuntos de pinturas em que os códigos da comunicação de massa são esvaziados e mostrados como exemplificações de dispositivos contemporâneos de comunicação e consequentemente de produção ideológica.

Ricardo Burgarelli utiliza o jornal na busca de relações dialéticas com a imagem e as notícias a partir de um olhar crítico sobre elementos constitutivos da nossa política, história, sociedade e modo de inserção no mundo. Na exposição “Jornal da Imagem | Imagem do Jornal” é explorada em jornais de diversos países a repercussão mundial da execução dos anarquistas italianos Sacco e Vanzetti nos Estados Unidos da América.

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Exposição Coletiva “Jornal da Imagem | Imagem do Jornal”
– Gladston Costa
– Patricia Franca-Huchet [coordenadora do grupo de estudos BE-IT: Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo da EBA/UFMG]
– Ricardo Burgarelli

Local : Galeria de Arte do espaço Cultural da Cemig
Abertura : Dia 17 de abril de 2012,  terca-feira às 20 horas
Período da exposição: De 18 de abril a 06 de maio de 2012, das 8 às 19 horas.

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