Sérgio K, futebol e homofobia

Polêmica envolvendo moda e homofobia estão rodando a internet!

A marca Sergio K lançou em fevereiro uma coleção irreverente (sic) para a Copa do Mundo :  uma série 5 camisetas xingando jogadores internacionais, nas quais duas delas se prestam a fazer ofensas homofóbicas para xingar e ridicularizar jogadores estrangeiros. Uma delas traz os escritos “Maradona Maricón” (termo chulo usado para se referir pejorativamente a homossexuais), e na outra está escrito “C. Ronaldo is gay”.

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Fortemente rechaçado nas redes sociais, o estilista Sérgio K destemperou-se e dizer ser vítima de perseguição! Alega ser “irreverente” e que as camisas foram feitas “par quem quer torcer para o Brasil e mas não quer usar a camisa da seleção. É uma resposta a tudo que Maradona já disse ao Brasil.”

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Irritado com a polêmica, Sérgio K destemperou-se e agiu com bastante agressividade às críticas :
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Sérgio K alega que homofobia é só bater em gays e discriminar ignorando que injúrias depreciativas e menosprezo da identidade gay valendo-se dela como um xingamento também configura homofobia. Isso denota o atraso deste país em relação ao reconhecimento das pessoas LGBTs enquanto pessoas dignas e merecedoras de respeito. Para Sérgio K, ser um LGBT é um xingamento e ele não acha que isso é homofobia.

Ao passo que o estilista afirma estarem esgotadas as camisas, mesmo havendo fechado as vendas pelo site após a polêmica e tendo o custo nada razoável de R$189,00, dois sites de ativismo político fizeram petições online contra o estilista. A petição Allout já conta com mais de 3.500 assinaturas, e a da Avaaz já coletou quase 600 em dois dias.

E juntando-se ao coro dos descontentes, a marca Louloux fez uma manifestação contra isso em plena Donna Fashion Iguatemi. Segundo o Louloux e o Nuances LGBTs, “O talento vale mais que gênero e escolha. Tolerância combina com criatividade. E criatividade é progresso. Cafona mesmo é ser homofóbico”. 

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 E vem mais por aí. Heloísa Alves, da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual – CPDS que articula e promove as políticas para a população LGBT diz que este órgão “irá denunciar o estilista Sérgio K e sua empresa com base na Lei 10.948/01 que pune a discriminação homofóbica no Estado de SP. Os dizeres da camiseta reforçam estigmas contra os homossexuais e fomenta o preconceito em um universo que já é homofóbico como é o caso do futebol.”

Além de ser um tiro no pé em termos de marketing, tal como diz Tony Goes, é lamentável que um estilista conceituado faça uso do senso comum para fomentar e disseminar preconceitos sociais num ambiente que sempre foi tão gay friendly como é o mundo da moda. Vamos acompanhar os próximos acontecimentos dessa questão e esperemos que Sergio K se redima e passe a ter uma noção mais ampla de respeitabilidade e diversidade.

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