184 mil imagens de obras de arte para download pelo Museu Rijksmuseum/Europa, National Gallery of Art/Washington e pelo Museu Getty

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O Rijksmuseum, um dos maiores museus da Europa, dedicado à artes e história, disponibilizou para apreciação on-line ou download, parte de seu gigantesco acervo. São aproximadamente 155 mil obras.

 Durante a era de ouro das navegações, período da História compreendido entre 1584 e 1702, quando navios holandeses dominavam as rotas mercantes do globo e o país se transformou na primeira potência capitalista do ocidente, a crescente burguesia demandava uma vasta produção de retratos e pinturas, florescendo o comércio, a ciência e, sobretudo, as artes. Poucos países tiveram tamanha produção artística e com tal qualidade como a Holanda desse tempo.

 A coleção de pinturas do Rijksmuseum inclui trabalhos dos principais mestres do século 17. Nomes como Jacob van Ruysdael, Frans Hals, Fra Angelico, Vermeer e Rembrandt fazem parte do acervo. Obras como “A Noiva Judia” (1665), “A Ronda Noturna” (1642), “De Staalmeesters” (1662), de Rembrandt; “A Leiteira” (1660), de Johannes Vermeer; “Paisagem de Inverno” (1608), de Hendrick Avercamp; “Retrato do Casal Isaac Abrahamsz Massa e Beatrix van der Laen” (1622), de Frans Hals; e “Retrato de Adolf en Catharina Croeser” (1655), de Jan Steen, estão disponíveis para download gratuito.

Os usuários podem explorar toda a coleção por artista, tema, estilo ou semelhança. Todas as imagens estão disponíveis em alta resolução. Para fazer o download é necessário um registro simples ou logar-se usando a conta do Facebook. Em seguida, basta clicar sobre a opção (download image) localizada abaixo da obra selecionada e mandar salvar.

Clique no link para acessar: 155 mil imagens de obras de arte em alta resolução para download gratuito

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Já a National Gallery of Art (Galeria de Arte Nacional), localizada em Washington, Estados Unidos, em parceria com a fundação Samuel H. Kress, disponibilizou para download gratuito 25 mil imagens de obras de arte em alta resolução. As imagens estão divididas por categorias ou podem ser consultadas por  meio da busca pelo nome do autor ou título da obra.

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Artista e obras famosas como “The Japanese Footbridge” e “Woman with a Parasol”, de Claude Monet,  “Ginevra de’ Benci”, de Leonardo da Vinci, “The Dance Lesson”, de Edgar Degas,  “Self-Portrait” e  “Gogh Roses”, de Vincent van Gogh, “The Alba Madonna”, de Raphael, “A Girl with a Watering Can”, de Auguste Renoir,  “The Railway”, de Edouard Manet , “Children Playing on the Beach”, de Mary Cassatt,  “Girl with the Red Hat”, de Johannes Vermeer, “At the Water’s Edge”, de Paul Cézanne,  “The Adoration of the Magi”, de Fra Angelico e Filippo Lippi, “Portrait of a Lady”, de Rogier van der Weyden,  “Portrait of Lorenzo di Credi”, de Pietro Perugino, e “The Emperor Napoleon in His Study at the Tuileries”, de Jacques-Louis David, fazem parte do acervo.

Para fazer o download basta clicar sobre uma das setas localizadas abaixo das imagem desejada e mandar salvar. Existem duas opções de download, em média resolução (1200 pixels — uma seta), ou em alta resolução (3000 mil pixels — duas setas). É requerido o preenchimento de um cadastro para se fazer o download.

Clique no link para acessar:  25 mil imagens de obras de arte em alta resolução para download gratuito

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O Museu Getty, em parceria com o Walters Art Museum, National Gallery of Art, Yale University, Los Angeles County Museum of Art e Harvard University, disponibilizou 4700 fotografias artísticas e históricas de alta resolução para download gratuito. As imagens poderão ser utilizadas inclusive comercialmente, desde que citada a fonte.

Além de fotografias, também estão disponíveis manuscritos, pinturas, esculturas  e desenhos. As imagens estão divididas por categorias ou podem ser consultadas por meio da busca pelo nome do autor, título ou país de origem.

Fotógrafos e artistas internacionalmente reconhecidos como Louis Fleckenstein, Walker Evans, August Sander,  Carleton Emmons Watkins, Felice Beato, Edward Weston, Ogawa Kazumasa, Jacob Byerly, Gaspard Félix Tournachon, Warren Lynch, Louis Désiré Blanquart-Evrard, Peter Henry Emerson, Roger  Fenton, Bob Seidemann, Julia Margaret Cameron, Eugène Atget, Robert Mapplethorpe, William Henry Fox Talbot, Man Ray, Irving Penn, Eadweard J. Muybridge, William Eggleston e Camille Silvy fazem parte do acervo.

Para fazer o download é preciso  clicar sobre o título da imagem e depois sobre a seta com a opção download. O Museu Getty solicitará duas informações sobre o tipo de uso que será feito da imagem, marque as opções correspondentes e o download será liberado. Todas as fotografias estão disponíveis em alta resolução, variando de 20 a 100 megabytes.

Clique no link para acessar:  Museu Getty disponibiliza 4700 fotografias artísticas e históricas de alta resolução para download gratuito

Bem vindo, calouros!

A Biblioteca da Escola de Belas Artes parabeniza e dá boas vindas aos calouros de 2014!

Para fazer um bom uso dos recursos e serviços da biblioteca é importante que os usuários se informem das regras, deveres e direitos do Sistema de Bibliotecas da UFMG, da qual passam a fazer parte.

Assistam o seguinte vídeo instrutivo sobre o Sistema de Bibliotecas da BU e a Biblioteca da EBA :

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=r4dvaIi1pos]

Acessem o guia do usuário, onde encontrão orientações acerca do cadastro na biblioteca, empréstimo de obras, renovação pela internet, cobrança de taxas entre outras informações de interesse da comunidade usuária.

Sobre o Acervo da biblioteca, acessar esta página.

Em relação a Pesquisa Bibliográfica, as informações necessárias encontram-se na seguinte página deste blog.

Segue uma visão geral de alguns dos serviços do Sistema de Bibliotecas da UFMG em artigo publicado no Boletim Informativo do Sistema de Bibliotecas da UFMG, nº1, ano 1, Abril/Maio 2012 :

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De Chirico e o sentimento da arquitetura – Catálogo online

por Maddalena d’Alfonso

Giorgio de Chirico assume como universo simbólico de sua busca artística a cidade e seus cenários arquitetônicos, entre os quais coloca, de maneira ponderada e erudita, figuras, imagens, esboços e objetos quase como elementos alógenos que, justapostos, aludem ao enigma da modernidade.

Para de Chirico, a modernidade é precisamente um novo classicismo; é desejo de um mundo novo, onde se possa agir livremente e livremente se deixar dominar por sentimentos humaníssimos, pelo medo, pela coragem; um mundo onde a liberdade de agere et pati [agir e sofrer] sublime a percepção opaca e desordenada do espaço em visões límpidas e lacônicas.

A ideia de uma humanidade renovada, de um “homem novo”, que naqueles anos ia transformando a concepção do mundo, aplicando às artes uma insólita matriz interpretativa – na poesia, por exemplo, com Guillaume Apollinaire; na música, com Alfredo Casella; na cenografia, com Adolphe Appia; e na arquitetura, com Le Corbusier –, se confronta em de Chirico com uma única e pálida certeza: o sedimento da cultura na história e na civilização, o único que não se possa recusar, se consolida essencialmente na arquitetura, porque ela representa para o indivíduo a dimensão civil, exprimindo-se com maior evidência na praça urbana.

Esta de fato define o lugar ideal – seja ele foro, templo, pórtico, torre, sala – em que, segundo de Chirico, nos apropriamos da modernidade, seguros de uma consciência nova, ou seja, de sermos capazes de procurar respostas não só com a razão e seus ordenamentos regulados, mas também com a sensibilidade e com a poesia, entendida como poiesis, isto é, ato criativo.

Entretanto, a enigmática modernidade de de Chirico, na qual certamente se percebe um eco nietzschiano, não delineia um mundo ideal, abstrato, metafísico, de verdades absolutas, mas substancia o fulcro de uma investigação artística que escancara ao nosso olhar a visão de uma realidade cíclica, mutável e ainda assim constante, como que suspensa no tempo dos eternos retornos, propondo-a como fundamento de um conhecimento comum.

O espaço urbano, indagado e examinado ao longo de toda sua obra, dos anos de juventude ao retorno final aos temas da metafísica, se manterá como território por excelência do enigma, da dúvida e do assíduo interrogar-se humano, argumento que serve de trânsito da arte do passado, investigada na reatualização, entre outros, de Dürer e Rubens, dois de seus muitos mestres, à arte moderna, abrindo novas perspectivas de pesquisa.

A visão do mundo de de Chirico, em que a vivência pessoal é indissociável da construção do espaço urbano, torna sua experiência artística ainda hoje muito atual e próxima de nossa sensibilidade.

De fato, isenta como é das sugestões psicanalíticas próprias do surrealismo, ela propõe o confronto com a eloquência nítida de lugares arquetípicos, sólidos, definidos, restituindo assim ao sujeito aquela centralidade que, transmitida pela tradição clássica, é herdada pelas novas vanguardas, e também está na base de experiências mais próximas ao nosso tempo, como a dos situacionistas; com efeito, eles identificam justamente na cidade o pressuposto de uma reforma do sentir comum, que tenha como fundamento a inventividade do sujeito ativo.

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Para mais textos desse pintor, acesse o catálogo online da exposição ocorrida de 20 de março a 20 de maio de 2012 na Casa Fiat de Cultura e de  31 de maio a 12 de agosto de 2012 no Museu de Arte Moderna Assis Chateaubriand / MASP!

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Exposição “ELLES” no CCBB-Rio exaltou o espaço da mulher na cultura universal – Vídeo e catálogo online

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O catálogo desta exposição está disponível para consulta local e empréstimo domiciliar na Biblioteca da EBA, no  setor de Multimeios.  Abaixo, a referência.

ELLES: mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou = ELLES : mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou. Rio de Janeiro: CCBB, 2013. 243 p. Catálogo de exposição, 27 maio 2009 – 09 jan. 2011, Centre Pompidou, Paris; 11 out. 2012 – 13 jan. 2013, Seattle Art Museum, Seattle; 23 maio – 14 jul. 2013, Centro Cultural Banco do Brasil, 2013.

Localização : CE INT(BR) 029 2013

Também está disponível em versão online . Clique na imagem abaixo :

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Nova mirada

Disciplina de fotografia da Escola de Belas-Artes estimula olhares singulares sobre o campus Pampulha

Bárbara Pansardi

Publicado no Boletim da UFMG, nº 1847

Segunda edição do Bazar das Artes

Estão abertas até o dia 28 de novembro as inscrições para a segunda edição do Bazar das Artes. O evento, destinado a expor e vender trabalhos artísticos e artesanais da comunidade da Escola, ocorrerá entre 02 e 06 de dezembro na Praça de Serviços da UFMG. 

A inscrição é gratuita! O participante deverá preencher a ficha de inscrição disponível no site do Centro de Extensão da EBA e assinar um termo de compromisso.

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As medidas da preservação : Tese da Escola de Belas-Artes avalia parâmetros de conservação do patrimônio histórico de Congonhas

Luana Macieira

Willi Gonçalves: busca de um modelo sustentável de conservação do patrimônio
Willi Gonçalves: busca de um modelo sustentável de conservação do patrimônio

Iluminação ambiente, temperatura, poluição e umidade relativa do ar são atores que impactam a integridade do patrimônio histórico. Compreender como essas influências externas agem sobre um dos principais santuários de Congonhas do Campo, para, a partir deles, formular parâmetros de conservação é o eixo da tese Métricas de preservação e simulações computacionais como ferramentas diagnósticas para a conservação de coleções: um estudo de caso no Sítio Patrimônio Mundial de Congonhas, Minas Gerais, Brasil, defendida por Willi de Barros Gonçalves junto ao programa de Pós-graduação da Escola de Belas-Artes da UFMG.

Como objeto de pesquisa, Willi Gonçalves analisou a capela da ceia do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, interior de Minas Gerais. O local, que foi eleito patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), conta com peças do barroco mineiro datadas do século 18.

“Escolhemos essa capela devido à importância histórica e cultural desse patrimônio, que recebe milhares de visitantes todos os anos. Além disso, como encontra-se próxima a uma região onde há mineração, ela sofre com a ação da poeira gerada pela atividade”, explica Gonçalves.

A pesquisa trabalhou em duas vertentes: as métricas de preservação e as simulações computacionais. A primeira etapa do estudo visou à obtenção de parâmetros quantitativos que facilitam as ações de quem trabalha com preservação de patrimônio. Esses parâmetros englobam variáveis ambientais que interferem na deterioração dos bens culturais, como iluminação, temperatura, poluição e umidade relativa do ar.

As medições feitas no ambiente analisado (no caso, o interior da capela da ceia), determinam como os agentes externos atuam sobre o patrimônio, indicando, assim, as melhores condições para que seja preservado.

Correntes de ar

Segundo o pesquisador, simultaneamente ao estudo das métricas de preservação, foram feitas simulações computacionais para avaliar como a deterioração ocorre no lugar. Foi estudada principalmente a ação das correntes de ar no seu interior.

“A capela que analisamos só tem uma entrada, porém a porta tem várias aberturas, o que faz com que haja correntes de ar circulando permanentemente no local. Por meio das ferramentas de simulação no computador, estudamos quais intervenções poderiam ser feitas na capela para melhor conservá-la”, diz.

Nas simulações, foram observadas as possibilidades de vedação da abertura da capela e de um sistema que puxasse o ar de fora para dentro apenas quando apresentasse condições favoráveis. Além das simulações em computador, foram feitos testes em um túnel de vento do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG.

“Usamos uma série de aparelhos para medir as condições do ambiente interno da capela. Uma das medições mais importantes foi um escaneamento feito com escaner 3D, que gera uma fotografia tridimensional e muito detalhada do ambiente. Com esse escaneamento, as simulações de computador e os testes no túnel de vento, conseguimos entender como o ar circula em volta das esculturas no interior

Sustentabilidade

Para Willi de Barros Gonçalves, apesar de inovador no Brasil, esse tipo de estudo em patrimônios históricos móveis e imóveis já foi feito em regiões da Itália e do Egito, importante, segundo ele, para a conservação sustentável dos patrimônios.

“A sustentabilidade dos sistemas de climatização é algo importante em um cenário de mudanças climáticas globais. Observando como o ar circula ao redor e dentro da capela, podemos criar modelos sustentáveis para que o local se conserve usando apenas a circulação natural ou forçada das correntes de ar, sem a necessidade de um sistema de ar-condicionado”, exemplifica.

No caso do Santuário Bom Jesus do Matosinhos, o pesquisador ressalta que as alternativas sustentáveis de conservação devem, também, focar na poeira gerada pelas mineradoras da região.

“Na capela, uma das nossas conclusões foi a de que as estratégias de conservação devem ser feitas pensando sempre no fato de que o ar que circula na região, em alguns meses do ano, apresenta elevado nível de sujeira e poluição oriundas da atividade mineradora. Esse é um dos grandes problemas que os métodos de conservação naquele local devem combater”, explica.

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Tese: Métricas de preservação e simulações computacionais como ferramentas diagnósticas para a conservação de coleções: um estudo de caso no Sítio Patrimônio Mundial de Congonhas, Minas Gerais, Brasil
Autor: Willi de Barros Gonçalves
Orientador: Luiz Antônio Cruz Souza

Para entender Bergman (ou começar)

Carolina Carmini

Poucos diretores imprimem sua marca e transformam suas películas em obras de arte. Trabalhos capazes de tocam a quem assiste de maneira tão profunda e irreversível que alteram sua percepção da própria vida. Ingmar Bergman é um desses exemplos. Suas obras estão repletas de poesia e são de extrema complexidade. Mas não fuja. Assistir os filmes de Bergman é uma experiência pessoal, única e uma oportunidade para conhecer intimamente o diretor.

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© Ingmar Bergman, Ficher Nilsson, (1952).

Ingmar Bergman (1918 — 2007) é um dos maiores cineastas da história. Sua produção foi extensa, mais de cinquenta filmes e roteiros – entre os anos de 1946 a 2003 – intercalados por uma série de trabalhos para televisão, sem contar peças de teatro. Bergman faz parte da geração de cineastas que surgiram após à II Guerra Mundial, que despontaram mundialmente com seus filmes de narrativas mais complexas, explorando ao máximo a linguagem cinematográfica. Histórias um pouco diferentes das que dominavam as telas do mundo – com exceções, brilhantes, logicamente – histórias que fugiam das conclusões previsíveis e finais palatáveis. É neste período que surgem o neorrealismo italiano, a Nouvelle Vague, o cinema novo, entre outros movimentos.

02© Ingmar Bergman, Sjostrom, (1957).

A densidade do pensamento de Bergman vem da própria cultura e sociedade nórdica. Não é possível compreender sua produção sem pensar na tradição teatral sueca e nórdica em geral, de Henrik Ibsen (1828-1906), Søren Kierkegaarg (1813-1855) e August Strindberg (1849-1912). A produção de uma sociedade avançada, no aspecto material, permitiu a concentração incisiva nos problemas mais angustiantes e existenciais do homem moderno.

03© Ingmar Bergman, Ekman, (1957).

O que atrai em sua obra é o modo como Bergman trabalha com temáticas delicadas e de forte carga existencial: a solidão, a religião (resultado de sua criação religiosa), a morte, o erotismo com toda sua violência e impotência, a racionalidade mesclada nos mais diversos absurdos. Na atualidade, seus filmes causam estranheza e são por vezes difíceis de compreender – e ainda permanecem extremamente atuais.

De seus filmes saíram atores consagrados que conquistaram o mundo, como Max von Sydow, Bibi Andersson e Liv Ullmann. Como técnica, temos oflashback, ferramenta essencial em suas narrativas e que se tornou uma característica em seus filmes, assim como a interação do ator diretamente com a câmara, como se estivesse dialogando ou olhando para o espectador. Elementos e pessoas que ajudaram Bergman a construir seu cinema.

04© Ingmar Bergman, Sjunde Inseglet, (1957).

Sétimo Selo (1956), filme que representa o auge da genialidade do diretor, foi baseado numa peça de teatro escrita pelo próprio Bergman. O filme demonstrou alguns dualismos vividos por Ingmar, em torno das crenças religiosas herdadas do pai, um pregador luterano autoritário. A questão da fé e as consequências existenciais do enfrentamento de fé e filosofia são reflexões que Bergman extraiu do pensamento de Kierkegaard e desenvolveu através da torturante e angustiante dúvida e da fé em Deus, questão essencial da existência humana.

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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=EjmZgry5CA8]

Esteticamente, o grande trunfo foi realizar o filme em branco e preto – como outros filmes seus do período – ainda que na época já houvesse filmes coloridos. Uma escolha perfeita para a atmosfera de desespero e desolação da Idade Média, que potencializou as cenas da queima da bruxa e das pessoas flageladas.

05© Ingmar Bergman, “O Sétimo Selo”, o jogo de xadrez entre a morte e o cavaleiro, (1957).

Já em Morangos Silvestres (1957), Bergman entra no mundo da subjetividade para traduzir a jornada para a compreensão do sofrimento e a busca pela reconciliação com seu passado e presente. Vemos um dia na vida de Isak Borg em um road movie existencial, onde a memória, o onírico e o real se entrelaçam e evidenciam a angústia do personagem e a sua tentativa de se reconstruir a si mesmo e suas relações.

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06© Ingmar Bergman, poster do filme “Persona”, (1966).

Em Persona (1966), Bergman trabalha questões existenciais, a metáfora do cinema e do teatro, e a própria realidade por meio de cenas de puro simbolismo. Os tons cinza ajudam a criar a atmosfera de frieza e isolamento das personagens.

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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=XZsU_ACYSAA]

A personagem principal, Elisabeth, é uma famosa atriz que durante a apresentação da peça Electra toma consciência da mentira em que vive e decide não mais mentir – e para isso cala-se. Por isso, o som e o silencio são instrumentos utilizados para acentuar o suspense ou a dramaticidade de cada cena e criar o ritmo da película. O título do filme remete ao teatro (o termopersona provém da máscara usada nas tragédias gregas).

07© Ingmar Bergman, “Persona”, as atrizes Bibi Andersson e Liv Ullmann, amante e parceira de Bergman em diversas produções, (1966).

08© Ingmar Bergman, “Gritos e Susurros”, (1972).

Em Gritos e sussurros (1972), a questão exaltada é a impossibilidade de separar a dor física da dor mental, vendo a mente e o corpo como um elemento único. A dor da personagem de Agnes existe. Perpassa seu ser, nasce e morre nas relações familiares com sua mãe no passado e suas duas irmãs no presente. Irmãs que também sofrem, mas que, diferentemente de Agnes, não percebem de onde pode vir o alivio para a dor incessante: o amor e o afeto. Apenas Anna, a governanta – menosprezada pelas irmãs – é capaz de dar alívio físico e mental a Agnes.

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Karin, uma das irmãs, chega ao ponto de automutilar-se para evitar o contato do marido. Enquanto Marie é indiferente à tentativa de suicídio do marido quando este descobre que foi traído por ela. Nenhuma das irmãs é má – Bergman não trabalha com bem versus mal -, são apenas impotentes diante da dor própria e alheia. A própria cor vermelha, onipresente no filme, é a visão que possui da alma humana.

09© Ingmar Bergman, “Gritos e Susurros”, a mutilação de Karin, (1972).

Estes são apenas quatro filmes de sua extensão produção, mas o suficiente para perceber a complexidade e profundidade da alma de Bergman, e principalmente como sua obra é atemporal e capaz de tocar a todos.

A arte como processo de autoconhecimento

Em dose dupla, exposições na Biblioteca Central e na biblioteca do colégio Técnico (Coltec) da UFMG, ambas no campus Pampulha, mostram as experiências afetivas de crianças e adolescentes com as artes visuais e a autoimagem. Frutos dos projetos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) em Artes Visuais, em parceria com o Centro Pedagógico e o Colégio Técnico da UFMG, as exposições Do continente chamado: EU e Arte postal e suas poéticas são um convite ao deleite e à autorreflexão. A entrada é gratuita.

 Do continente chamado: EU

Retratos e autorretratos, um mundo de autodescoberta, cores, imaginação. Tudo isso e muito mais pode ser conferido até o dia 21 de novembro na exposição “Do continente chamado: EU”, no segundo andar da Biblioteca Central da UFMG.

A mostra é resultado do projeto “Retratos e Autorretratos” e busca trabalhar a relação de crianças do Centro Pedagógico com a autoimagem, auxiliando no crescimento e construção de uma identidade. Segundo a professora de artes visuais do CP, Marilza Dutra, a exposição visa justamente dar visibilidade ao trabalho dos alunos, além de proporcionar um momento de deleite aos visitantes. “Uma exposição é a melhor forma de mostramos a produção artística e o conhecimento das crianças acerca da arte. Se, por meio desse incentivo, formarmos artistas, ficaremos felizes”.

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A aluna do curso de Química da UFMG, Rayane Ellen Fernandes Silva, elogiou a iniciativa: “É interessante porque desperta um olhar crítico e deixa o ambiente da biblioteca mais harmonioso, quebra a rotina nossa da correria dos estudos”.

Arte postal e suas poéticas

Traçar um caminho, por meio dos cartões e das poesias, e assim encontrar um destino para os postais. Por meio dessa perspectiva foi feita a montagem da exposição “Arte Postal e Suas Poéticas”, fruto do projeto “Relatos de Experiência”, do PIBID Artes Visuais, da Faculdade de Educação da UFMG, em parceria com o Colégio Técnico.

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O objetivo do trabalho foi conscientizar os alunos do Coltec a fazerem uma reflexão sobre a imagem e identidade, o olhar fotográfico, a mescla das diferentes artes visuais com fotografia e  literatura. Além disso, buscou-se uma reflexão acerca dos cartões postais, mostrando que, além de serem correspondências trocadas pelo correio, são uma alternativa aos meio tradicionais de expressão da arte.

A produção dos cartões postais expostos foi feita pelos próprios estudantes do Coltec, levando em conta essas reflexões e a experiência estética da fotografia. A montagem da exposição dos trabalhos foi realizada pelas alunas integrantes do projeto “Biblioteca Viva” e pela bibliotecária Cláudia Grossi.

 “Nessa mostra, o trabalho artístico é dos alunos, e isso deu um toque ou um sabor

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diferente. Foi como abrir mais uma porta e mostrar à comunidade um pouco de cada um envolvido, suas expressões, sentimentos e o olhar pessoal através do click”, enfatiza Cláudia.

Confira mais fotografias no Facebook da Biblioteca!

Fotos e texto:

Carla Pedrosa – Jornalista / Coordenadora da Divisão de Comunicação da Biblioteca Universitária

ACS | Sistema de Bibliotecas UFMG
(31)3409-5521
comunicacao@bu.ufmg.br
www.bu.ufmg.br

Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG