Série de fotos mostra a imensidão e a beleza de casas de ópera vazias
Interessado pela fotografia de grandes dimensões, o fotógrafo David Leventi encontrou um lugar perfeito para fazer crescer esse amor: as casas de ópera. Imponentes, monumentais, ainda pra mais vazias, elas contêm uma magia que nos faz sentir parte do espetáculo. A série Opera contém algumas das mais famosas casas do mundo.
Leventi começou a criar esta série em 2007 e o primeiro nome da lista foi o Ateneu Romeno, em Bucareste, Romênia. O fotógrafo estava documentando a história da sua família no país e recebeu autorização para fotografar a casa vazia – foi “inspiradora, com tantos detalhes ornamentais. Estando sozinho dentro de uma sala enorme, havia um poder que emanava do espaço”.
Leventi nunca mais parou. E a verdade é que também nós podemos imaginar o que guardam as paredes de cada uma destas majestosas salas. O fotógrafo usa uma câmera 8×10 Arca-Swiss, captando a maior parte das imagens bem no centro do palco, observando a casa da perspetiva de um ator. Para iluminar as imagens, Leventi utiliza apenas os lustres existentes nas casas.
Romanian Athenaeum, Bucareste, Romênia, 2007
Metropolitan Opera, Nova York, Estados Unidos, 2008
Hungarian State Opera House, Budapeste, Hungria, 2008
Artista Paulo Nazareth abre mostra com instalação e vídeos, no Bairro Veneza, em Ribeirão das Neves
Artista está com trabalho no pavilhão principal na Bienal de Veneza, na Itália
Depois de ir a pé aos EUA para participar da Art Basel Miami e da presença em Veneza, Paulo Nazareth se prepara para participar,em setembro, da Bienal de Lyon
A 55ª Bienal de Veneza começou em 1º de junho, na Itália, e vai até 24 de novembro. Um evento paralelo da mostra vai ser aberto quarta-feira, às 10h, em uma outra Veneza: o bairro com o nome da cidade italiana, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ação do artista plástico mineiro Paulo Nazareth, que apresenta versão menor do mesmo trabalho que está mostrando na Itália. A exposição fica aberta no mesmo período da bienal: até 24 de novembro, de segunda a sexta, das 10h às 18h.
Paulo Nazareth tem 36 anos, nasceu em Governador Valadares e vive em Belo Horizonte. Tem garantido lugar e prestígio em mostras internacionais com performances rumorosas e fotos com textos questionadores, de encontros ocorridos durante andanças pelo mundo – valendo-se de todos os meios, percorrendo grandes distâncias a pé. Em alguns casos, o percurso vai do Brasil até o local das exposições para as quais é convidado. Correu o mundo imagem do mineiro, diante de uma Kombi, vendendo bananas na feira Art Basel Miami (EUA). Para a Bienal de Lyon (França), que será aberta em setembro, Paulo Nazareth leva ‘Caderno de África’, resultado de perambulações pelo continente africano.
“Existe a Veneza do glamour, do imaginário, onde é realizada a Bienal, a maior, a mais antiga, referência do lugar da arte, onde ‘todos’ querem ir. É a Veneza da fotografia, do consumo. Estou fazendo exposição em outra Veneza, que não está neste lugar do objeto de desejo, que pouca gente conhece e às vezes tem até medo dela”, observa Paulo, sentado na cozinha da casa do irmão, no Bairro Palmital, em Santa Luzia, onde mora. Cruzar um trecho da favela até o local da exposição é parte do projeto.
“A nossa pequena Veneza é parecida com o Palmital: bem viva, com gente na rua fazendo a vida acontecer”, acrescenta. Credita a fama de violento dos dois locais ao sensacionalismo do jornalismo policial. “Coisas da mídia”, lamenta. O trabalho que vai apresentar chama-se ‘Todos os santos da minha mãe’. É reunião de produtos que têm nomes de santo, desde filtro São João até pãozinho San Carlo e correntes São Rafael, exemplifica. “É trabalho sobre disseminação de santos como produtos, no lugar de comércio”, observa.
Vai estar ainda no ponto de cultura mantido pelo artista no Bairro Veneza o vídeo ‘Aprendi a rezar em guarani e kaiowá para o mundo não se acabar’. Trata-se de registro de noite passada com índios de Mato Grosso do Sul, numa quinta-feira, “um bom dia para rezar, já que da tarde até o amanhecer estão abertos os portões dos 14 mundos que, para eles, formam o universo”. O “além do material”, explica, é questão importante para o artista. Como a questão da promessa. E o Paulo considera que algumas obras são ex-votos.
Na feira Paulo Nazareth vive desde os 15 anos no Bairro Palmital. “Já morei no Mangabeiras”, brinca, referindo-se a período alojado em sauna de mansão que estava em reforma. Residiu ainda na zona rural de Curvelo (MG) e na favela do Cafezal. “Já fiz de tudo: fui jardineiro, padeiro, agente de saúde e bonequeiro”, conta o artista. Foi fazendo bonecos e vendendo publicações e imagens avulsas, em feira de domingo no Bairro Palmital, que conseguiu manter e comprar o material necessário durante o curso de belas-artes.
O material gráfico, explica, são gravuras e parte importante de sua obra. Com relação ao preço dos trabalhos, conta que é muito variado – “a partir de R$ 0,10 ou de acordo com o bolso de quem se interessa”. Os letreiros que ele apresenta das fotos, assim como as havaianas que usa para caminhar, “são mais caros”. O artista se formou em 2005, em desenho e gravura, na Escola de Belas-Artes da UFMG. Estudou entalhe em madeira com mestre Orlando (1944-2003), e, até o fim do ano, deve realizar mostra com trabalhos próprios e de seu mestre.
As andanças pelo mundo, ao sabor do inesperado, deixa às vezes a família preocupada. “Mando notícias”, observa. “Minha mãe é devota de todos os santos, o que ameniza a preocupação dela, faz com que eu sinta os santos e almas me protegerem e seguir bem”, garante. Foi a devoção da mãe uma das fontes para o trabalho que está nas duas Venezas. O artista não foi a Veneza, na Europa, porque é promessa dele só ir à Europa depois de passar pela África. A mãe, Ana Gonçalves Silva, viajou na sexta-feira, com uma amiga, para representar o filho na Itália.
Paulo Nazareth
• Exposição
Instalação, vídeo e gravuras. Rua Nossa Senhora do Rosário, 36, Bairro Veneza, Ribeirão das Neves. De segunda a sexta, das 10h às 18h. Até 24 de novembro. Ônibus: 6260. Informações e visitas guiadas: (31) 8777-8490 (com Júlio).
• Livro
‘Paulo Nazareth, arte contemporânea/LTDA’, Editora Cobogó. Edição bilíngue (português/inglês), com mais de 150 imagens e textos de Kiki Mazzucchelli, Maria Angélica Melendi, Hélio Alvarenga Nunes, Walter Chinchilla, Julio Calel, Edgar Calel, Pedro Calel, Janaina Melo e do próprio Paulo Nazareth.
• Internet
artecomtemporanealtda.com.br (com links para outros blogs).
Três perguntas para… Paulo Nazareth, artista plástico
Você vê influência do Bairro Palmital nos seus trabalhos?
Se não morasse no Palmital minha arte seria outra. Morar aqui é uma opção. O local é criação da Cohab. Mas criaram conjuntos habitacionais com moradias tão precárias, que são piores do que as das favelas. Então, a gente tem que favelizar para melhorar. O gato coloca as patas onde há carência de serviços.
O que você tem visto em suas andanças pelo mundo?
Que as pessoas que menos têm são as que mais abraçam o outro, que têm menos medo do outro, que acolhem. Chamam você para entrar em casa, puxam cadeira, oferecem café, dividem o mundo dela, têm curiosidade em conhecer você. Meu trabalho são imagens desses encontros com várias culturas diferentes. Às vezes, penso que sou um criador de casos afetivos, que levo para contar para outros lá na frente, ou que vão parar nas minhas gravuras e panfletos.
Como você vê o seu trabalho?
Fui aluno de mestre Orlando, fiz entalhe em madeira e pedra. Comecei a fazer uma carranca, mas nunca a terminei. Fiquei pensando: o que faço são carrancas. Não aquela cara, aquele objeto em madeira, mas, de alguma forma, carrancas. Carrancas, dizem, são para afastar os maus espíritos, o olho- grande, quando você vai abrindo caminhos. Dizem que, por isso, carranca tem que ser feia, mas, às vezes, a gente erra e elas não ficam tão feias assim.
Palavra dos curadores
“Paulo é um dos artistas mais complexos e inesperados que surgiu nesta geração. Cria uma economia paralela, vendendo suas obras à comunidade, e também uma realidade paralela, com trabalhos de longa duração.” Hans Ulrich Obrist
“Paulo Nazareth está reinventando a performance. Essas caminhadas de longa duração produzem obras de arte sobre contextos sociais e as pessoas que ele encontra. É um artista imprevisível e ao mesmo tempo incrível.” Gunnar Kvaran
Novas pesquisas do Museu Van Gogh apontam que despigmentação pode ter alterado cores de alguns dos quadros mais famosos do pintor.
A imagem do quadro O Quarto, de Vincent Van Gogh, é uma que os apaixonados por arte sabem de cor: a cama amarelada contrastando com as paredes azuis e tristes.
Aparentemente, porém, essa não era a aparência original da obra, nem a forma como Van Gogh a concebeu. Um estudo de oito anos sendo conduzido pelo Museu Van Gogh, em parceria com a Agência Holandesa de Patrimônio Cultural e a Shell (sim, do petróleo) está provando que nem todos os mitos sobre o pintor são reais.
Assim como quando o suicídio de Van Gogh foi questionado, fica enfraquecida a imagem de pintor desequilibrado, impulsivo, que simplesmente jogava tinta às pressas na tela para criar suas poderosas imagens.
Utilizando um raio-X fluorescente e um microscópio de elétrons, os pesquisadores conseguiram ver as linhas-guias e esboços que o artista traçava antes de começar a pintar. Ficou claro que ele fazia um uso minucioso de técnicas de perspectiva e profundidade, e tinha grande preocupação com as proporções dos objetos.
Em outras palavras, Van Gogh era um artista muito mais metódico do que a imagem popular faz acreditar, e ele compunha seus quadros com cuidado e de forma bastante consciente.
O que mais muda, porém, é o uso de cores nos quadros de Van Gogh.
O vermelho sumiu
Uma descoberta surpreendente do estudo diz respeito às mudanças nas cores dos quadros, que podem ter sofrido com a degradação de alguns pigmentos.
Na virada do século XX, época de Van Gogh, estava apenas começando a venda de pigmentos prontos (até então, os artistas misturavam seus materiais todos no estúdio). O problema é que a indústria incipiente ainda não sabia como esses pigmentos se comportariam com o passar dos meses e dos anos.
Resultado: alguns tons – no caso de Van Gogh, notadamente os tons de vermelho – foram sumindo.
Assim, no caso do famoso quadro O quarto, o artista teria originalmente pintado as paredes de um tom violeta. Conforme o pigmento vermelho foi sumindo, sobrou apenas o azul que foi misturado para originar o tom.
O mais interessante é que a mudança de cor alterou totalmente a atmosfera da obra. A combinação de amarelo com lilás é mais suave, dando uma sensação mais acolhedora ao ambiente.
“[A combinação de cores original] não é tão contrastante quanto a que conhecemos”, explica Marije Vallekoop, chefe de pesquisa e apresentação do Museu Van Gogh. “Era algo que ele queria expressar na pintura – tranquilidade e relaxamento”.
Outras obras também tiveram mudanças curiosas. Algumas pinturas de flores, frutos e árvores, por exemplo, mudaram totalmente: botões de flor que eram cor de rosa viraram brancos, levando pesquisadores a acreditarem que eram outras espécies de plantas.
Um cientista aprendeu a manipular gradientes químicos para criar estruturas microscópicas semelhantes a flores.
Wim L Noorduin, acadêmico da Escola de Enganharia e Ciências Aplicadas (SEAS, na sigla em inglês) em Harvard, descobriu que conseguia controlar o comportamento de minúsculos cristais para criar estruturas específicas. Segundo a SEAS, a equipe de Noorduin desenvolveu os cristais em placas de vidro e lâminas de metal.
“Ao longo de pelo menos 200 anos, as pessoas vêm se questionando como formas complexas conseguem evoluir na natureza”, declara Noorduin. “Este trabalho ajuda a demonstrar o que é possível (fazer) apenas com mudanças químicas e ambientais.”
Ainda segundo a SEAS, Noorduin e sua equipe dissolvem cloreto de bário (um sal) e silicato de sódio em um béquer de água. O dióxido de carbono do ar naturalmente se dissolve na água, dando início a uma reação que deriva em cristais de carbonato de bário.
O processo químico também baixa o pH da solução ao redor dos cristais, o que, por sua vez, reage com o silicato de sódio dissolvido.
Essa segunda reação adiciona uma camada de sílica às estruturas, usa o ácido da solução e permite a continuidade da formação de cristais de carbonato de bário.
O boletim semanal de cultura da BBC, Arte em Revista, apresenta vídeo sobre mostra na Open Gallery em Londres. O artista David Bowie está sendo “reinterpretado” por diversos artistas plásticos na exposição.
O vídeo apresenta também tema de exposição na capital americana, a artista minimalista Ellsworth Kelly é homenageada por seus 90 anos.
Outra atração cultural mostrada no vídeo é o circo UniverSoul, que está passando por 300 cidades americanas com seus ritmos do hip hop e talentos da cultura afro-americana em suas performances.
Também em destaque são as obras restauradas de Picasso, Matisse, Chagall, Miro e Le Corbusier no Museu de arte bizantina em Atenas.
Agricultores usam campos de arroz para criar obras de arte
A arte pode tomar várias formas e essa é mais uma prova: os arrozais são, afinal, terreno fértil para ‘pintar’ imagens de grandes dimensões. No Japão essas obras são já famosas e atraem milhares de turistas.
Usando espécies de arroz em tons de amarelo, branco, verde (mais ou menos brilhante) e preto, todas colocadas de forma minuciosa na posição correta, os agricultores deambulam entre temas que vão desde samurais ou personagens de anime até figuras como Napoleão Bonaparte ou Mona Lisa.
Inakadate, na província de Aomori, é o local mais famoso pelas obras de seus trabalhadores. Ao ver as imagens, dá até pena de saber que o arroz vai ser colhido.
A Coleção Itaú de Fotografia Brasileira tem obras pertencentes ao Acervo Banco Itaú, criado há quase um século e que hoje conta com mais de 12 mil itens, entre pinturas, gravuras, esculturas, fotografias, instalações e peças das coleções Itaú Numismática e Brasiliana Itaú. Esse importante conjunto, gerenciado pelo Itaú Cultural, cobre toda a história da arte brasileira, com peças referenciais de cada movimento e estilo.
Em 2012, a mostra passou por Paris, Rio de Janeiro e São Paulo. Para a exposição no Palácio das Artes, o curador Eder Chiodetto, na busca por uma nova abordagem, manteve um núcleo de artistas das exposições anteriores, mas acrescentou novos trabalhos. A exposição aborda a fotografia modernista experimental, principalmente entre os anos 1940 e 1960. As fotos dos dois períodos são postas lado a lado, para provocar a comparação entre questões conceituais e estéticas do período modernista e como elas reverberam na produção contemporânea.
Exposição Coleção Itaú de Fotografia Brasileira
CURADORIA: Eder Chiodetto
DATA: 22 junho a 25 de agosto de 2013
HORÁRIO: Terça a sábado das 9H30 às 21H; domingo das 16H às 21H
LOCAL: Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Palácio das Artes (Endereço: Avenida Afonso Pena, 1537 Centro, Belo Horizonte – MG)
O FETO – Festival Estudantil de Teatro chega à sua 13ª edição, reafirmando seu caráter nacional e sendo um espaço para diálogos, possibilidades e propostas da produção teatral estudantil feita hoje no país. Junto a espetáculos de diferentes linguagens cênicas – seja com textos próprios ou de terceiros, inéditos ou não – o FETO 2013 reunirá atividades formativas, intercâmbios culturais e encontros com profissionais das artes cênicas.
Neste ano, o festival pretende trabalhar como um de seus eixos conceituais a trajetória do teatro estudantil no Brasil, passando pela própria história do FETO. Neste exercício – nem um pouco saudosista – de olhar para o passado, busca-se suscitar discussões sobre o presente e vislumbrar caminhos para o futuro.
Viabilizada pelo Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 da Funarte, a Biblioteca 104, primeira biblioteca pública de Belo Horizonte com acervo especializado em artes visuais, abre as portas ao público no sábado, 01 de junho às 10h no CentoeQuatro. A data será marcada por um lançamento coletivo de livros de artistas mineiros e um debate sobre a produção de livro de artista.
A Biblioteca 104 está instalada no CentoeQuatro e é mais uma opção dentro do espaço que busca promover a convivência, a abertura dos sentidos e o compartilhamento de experiências gerando oportunidades de re!exão. A proposta da biblioteca é oferecer, em pleno centro da cidade (local de fácil acesso), um acervo especializado de livros, períodicos e catálogos a artistas, estudantes, pesquisadores e visitantes.
Formado entre os meses de fevereiro e abril deste ano, o acervo da Biblioteca 104 é composto por cerca de 1.500 volumes com edições atualizadas. Os títulos de fotografia, desenho, gravura, cinema e pintura variam entre teóricos e visuais e servem como suporte aos programas educativos que acontecem no CentoeQuatro.
A Biblioteca 104 funcionará de terça a sexta, das 14h às 19h e aos sábados das 9h às 13h e não abrirá aos feriados. As consultas deverão ser feitas no local, pois não será permitido o empréstimo das publicações. A biblioteca está está equipada com computadores com acesso à internet para pesquisas complementares.
-19.863204-43.959736
Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG
Interessado pela fotografia de grandes dimensões, o fotógrafo David Leventi encontrou um lugar perfeito para fazer crescer esse amor: as casas de ópera. Imponentes, monumentais, ainda pra mais vazias, elas contêm uma magia que nos faz sentir parte do espetáculo. A série Opera contém algumas das mais famosas casas do mundo.