Arte do anticotidiano

Pesquisa desenvolvida na Belas-Artes usa tecnologia para produção compartilhada que interfere no espaço urbano

Itamar Rigueira Jr.

 

A atriz Érica Rabelo em cena do vídeo sobre Lugares invisíveis: cidade como jogo

A atriz Érica Rabelo em cena do vídeo sobre Lugares invisíveis: cidade como jogo

As exposições que reúnem projetos aliando arte e tecnologia se multiplicam, e com elas experiências fascinantes. Mas há quem se decepcione com boa parte do que encontra – e não são apenas os puristas, defensores das formas artísticas tradicionais. O designer de interação Koji Pereira, que acaba de concluir seu mestrado no Programa de Pós-graduação em Artes na Escola de Belas-Artes, considera que essa união se desenvolve quase sempre muito rapidamente, e cede ao fascínio fácil exercido por tudo que é novo. “Em muitos casos o que se faz é simplesmente explorar as possibilidades da tecnologia, sem provocar a participação do público”, critica Koji.

Em sua pesquisa, que gerou duas experiências artísticas, ele parte de estudos em torno da intervenção urbana e da cultura hacker. A proposta de arte que intervém na cidade critica a faceta mecanizada da vida cotidiana e uma visão funcionalista do espaço urbano, na linha conceitual de Henri Lefebvre e de Guy Debord e sua teoria das derivas (procedimentos que estudam as ações do ambiente na emoção e na psique das pessoas).

O trabalho Lugares invisíveis convida as pessoas a utilizar um aplicativo para celular e a gravar mensagem em áudio associada a determinado local. O objetivo, segundo Koji Pereira, é que os usuários “experimentem a cidade como um jogo, traçando percursos que oferecem histórias, memórias, comentários a respeito de prédios, árvores, monumentos”. Ele defende que o artista use a tecnologia para criar um processo compartilhado, atuando como um agenciador, permitindo que outras pessoas coproduzam a obra e confiram significado a ela.

Para a obra Lugares invisíveis (www.lugaresinvisiveis.com), Koji elaborou os mecanismos de interação e contou com participação do desenvolvedor Cláudio Fernando Pinto, que trabalha na produção de aplicativos. A primeira versão foi feita para o sistema Android, e agora a dupla adapta o aplicativo para Iphone.

O pesquisador considera os resultados mais que satisfatórios. “Divulgamos o trabalho com anúncios no Google, no Facebook e em peças para celular, e já foram feitas diversas gravações, principalmente na Europa e no Oriente Médio, além do Brasil”, conta Koji Pereira, ressaltando que as participações são anônimas, o que elimina questões relacionadas à privacidade.

Código aberto

O projeto para celular tem código-fonte aberto, ou seja, qualquer pessoa ou instituição pode copiar ou recriar o sistema, seja qual for o objetivo. A única condição é que sejam mantidos os códigos disponíveis para novas recriações. “Ainda há muito que aprender sobre arte e tecnologia, por isso é importante saber lidar com a ideia de compartilhamento”, afirma Koji Pereira.

No outro trabalho que compõe a dissertação, Vídeo interface 1, Koji criou uma caixa de eucatex com um netbook e uma webcam. O usuário introduz, por exemplo, um objeto ou a própria mão e produz movimento, e o software grava arquivo de vídeo que imediatamente passa a ser transmitido em looping (a tela de netbook fica visível).

O vídeo é substituído assim que outra sequência de imagens é gravada. O protótipo, já exibido na mostra Interarte, no Rio de Janeiro, foi produzido quando o pesquisador frequentou a disciplina Arquitetura como Interface, com apoio da equipe do Lagear, laboratório da Escola de Arquitetura que estuda as relações desse campo com as novas mídias.

Na visão do professor da Escola de Belas-Artes Carlos Henrique Falci, orientador da dissertação, a pesquisa tem o mérito de propor, para o celular e para os sistemas de geolocalização, aplicação menos funcional e mais poética, fazendo também com que as pessoas usem a tecnologia como motivação para sair de casa e conhecer a cidade. Além disso, acredita ele, esse gênero de trabalho tem potencial para ampliar as relações da Escola de Belas-Artes com outras áreas, como a Arquitetura e a História. “Isso mostra que a arte não está apenas nos lugares autorizados, como museus e galerias, e que interfere na paisagem urbana e na vida social”, salienta.

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Dissertação: Relações entre a cultura hacker e a intervenção urbana
Autor: Koji Pereira
Orientador: Carlos Henrique Falci
Programa: Pós-graduação em Artes
Defesa: 3 de agosto

Museu do Prado coloca toda a obra de Goya na internet

Instituição colocou na rede imagens em alta qualidade e informações sobre mais de mil obras e 122 cartas manuscritas
17 de setembro de 2012 | 16h 05

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O Museu do Prado colocou na internet à disposição do público nesta segunda-feira, 17, todo o catálogo da obra do famoso pintor Francisco de Goya, dentro de uma seção exclusiva do site da pinacoteca de Madri (http://www.museodelprado.es/goya-en-el-prado).

Em um comunicado, o museu e seu patrocinador, a Telefónica, assinalaram que colocaram na rede imagens de alta qualidade e informações sobre as “mais de mil obras e sobre as 122 cartas manuscritas guardadas no Prado”.

O Prado abriga a maior coleção de pinturas de Goya do mundo, abrangendo mais da metade de toda a obra conhecida do autor de La Maja Desnuda.

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Sugestão de leitura disponível na biblioteca da Escola de Belas Artes

GOYA, Francisco; GOYA, Francisco. Tout l’oeuvre peint de Goya. Paris: Flammarion, c1976. 144p. (Les Classiques de l’Art)

CHABRUN, Jean-François; GOYA, Francisco. Goya. London: Thames and Hudson, c1965. 289p. (The World of Art Library)

DELACROIX, Constable, Goya. 2. ed. São Paulo: Nova cultural, 1991. 76 p. (Os grandes artistas. Romantismo e impressionismo.)

DIETERICH, Anton; GOYA, Francisco. Goya : dibujos. Barcelona: Gustavo Gili, 1980. 229p. (Coleccion Comunicacion Visual. Serie Grafica)

FORMAGGIO, Dino; GOYA, Francisco. Goya. Paris: Larousse, 1960. 1v. (Les Plus Grands Peintres)

GOMEZ DE LA SERNA, Ramon. Don Francisco de Goya y Lucientes. Buenos Aires, Editorial Poseidón, s.r.l. [1942] 95 p. (Biblioteca argentina de arte [1])

GOYA, Francisco. Francisco Goya (1746-1828).. São Paulo: Abril Cultural, 1977 32p. (Mestres da Pintura)

GOYA, Francisco; FOLHA DE S. PAULO (JORNAL). Goya. Barueri, SP: Editorial Sol 90, 2007. 96 p. (Coleção Folha grandes mestres da pintura ; 5)

GOYA, Francisco; GOYA, Francisco. Tout l’oeuvre peint de Goya. Paris: Flammarion, c1976. 144p. (Les Classiques de l’Art)

GOYA, Francisco; LACASA, Pablo Rico. Goya: [gravuras]. Bahia: MAM, [19–?] [32] p.

GOYA, Francisco; OLIVEIRA, Leônidas José de; CARVALHO, Tereza Bruzzi de. Os caprichos de Goya. [Belo Horizonte: PBH; Instituto Cervantes, 2011]. 42 folhetos

GOYA, Francisco; SALAS, Javier de. Los proverbios de Goya. Barcelona: Editorial G. Gili, [1967] viii p., 22p. de lams. : il.

HUGHES, Robert; MAGALHÃES, Tuca. Goya. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 497 p.

LAFUENTE FERRARI, Enrique.; GOYA, Francisco. Goya, drawings. [S.l.]: Silex, c1980. 262 p.

LEWES, Henry; MULLINS, Edwin; ANGEL, Robert. El Greco to Goya. Northbrook, Ill.: The Roland Collections of Films and Video on Art, c1974 1 video-cassete (28 min.) : son., color. (The National Gallery. A private view; n. 9)

LORENTE, Jesus-Pedro. Melhor da arte neoclassica y Goya. Lisboa: G & Z Edições, 1998 47 p. (O mehor da; n.23)

OSTROWER, Fayga. Goya : artista revolucionario e humanista. São Paulo: Imaginario, 1997. 79 p. (Biblioteca do imaginario)

PEREZ SANCHES, Alfonso E.; GALLEGO, Julian FUNDACION JUAN MARCH. Goya: the complete etchings and lithographs. Munich; New York, USA: Prestel, c1995. 263 p.

SERULLAZ, Maurice; GOYA, Francisco. Goya : retratos. Barcelona: Gustavo Gili, [19-]. 1v. (Coleccion Minia; 21)

VALLENTIN, Antonina; GOYA, Francisco. Goya. Lisboa: [19-]. 332p. (Colecção Vida e Cultura)

WIGHT, Frederick S; GOYA, Francisco. Goya : (1746-1828). Barcelona: Timun mas, 1961 1v.

WIGHT, Frederick S; GOYA, Francisco. Goya : (1746-1828). Paris: Flamarion, c1955. 1v. (Le Grand Art en Livre de Poche)

Ambientes urbanos inspiram nova exposição no Espaço TIM UFMG do Conhecimento

Exposição Filhos de Quem III ficará em cartaz até 8 de outubro com entrada gratuita

Leituras do espaço urbano e suas interações sociais compõem a exposição Filhos de Quem III, que será inaugurada nesta quarta-feira (19), às 19h, no Espaço TIM UFMG do Conhecimento, no Circuito Cultural Praça da Liberdade. Em sua terceira edição, a mostra é formada por quatro propostas idealizadas em sala de aula por estudantes de diferentes disciplinas dos cursos de Design da Escola de Arquitetura da UFMG.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Expografia do espaço, Verona Segantini, o tema urbano é o eixo que articula essas vertentes. “As obras fazem referência ao modo como as pessoas vivem na cidade e suas articulações com o mundo contemporâneo. Expressa a relação com tempo e espaço, ou seja, como nossa sensibilidade é construída nesse ambiente”, explica. As peças foram construídas com materiais próprios da cidade, explorando também os conceitos de efêmero e descartável.

A seção Senta que lá vem história é o resultado de uma disciplina que trabalhou com o verbo “sentar”. Modelos clássicos de cadeiras e bancos de praças públicas foram reproduzidos com madeira, papelão, metal e fibras. “Os trabalhos trazem tanto o espaço arquitetônico quanto o espaço público de convivência. A ideia era que os alunos fizessem peças que se aproximassem ao máximo de produtos originais construídos no princípio e meados do século XX”, conta a professora Márcia Luiza França, idealizadora do projeto Filhos de Quem.

Esculturas de papelão retratam, em diversos aspectos, o processo evolutivo dos seres humanos. “Os alunos pesquisaram formas e situações relacionadas com a história da existência do homem e suas conquistas tecnológicas, de modo a escolherem entre as descobertas algo que pudesse se tornar sensível enquanto objeto escultórico”, relata o professor do Departamento de Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo, Fernando José da Silva.

Para esse conjunto, chamado Papelo, papeleira, papeluda, despapelada, os autores buscaram referências em filmes, elementos históricos, quadrinhos, instrumentos musicais e até em jogos. Alice no País das Maravilhas, por exemplo, foi escolhido como um dos temas porque remete à criatividade do imaginário infantil. Já a Torre Eiffel faz referência à Exposição Universal francesa, de 1889.

A escadaria do Espaço TIM UFMG também é suporte para a mostra e será transformada em uma ladeira de azulejos. “A instalação Lá vem o design subindo a ladeira chama atenção para o design de superfície, que trabalha o aspecto comunicativo da superfície”, conta Márcia. “Nessa vertente, os visitantes vão poder interagir com as peças, brincando com as cores e formatos e montando novas composições”, completa.

A exposição se completa com a seção Deu Lag!. Considerando a forte presença de jogos no mundo contemporâneo, a disciplina Introdução ao Design teve como proposta a produção de jogos feitos em papelão. A interação permite que o público experimente melhor o que é o Design, conhecendo sua história.

Filhos de Quem III ocupará o segundo e o quinto andar do Espaço TIM UFMG do Conhecimento e ficará exposta, do dia 19 de setembro a 8 de outubro, com entrada gratuita. O museu funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Às quintas-feiras, o horário se estende até 21h.

Para mais informações, acesse o site espacodoconhecimento.org.br.

Moda em tela grande

Publicado no Jornal OTEMPO em 09/09/2012

MARIANA LAGE

Moda e cinema são duas áreas que andam de braços dados, desde, pelo menos, a invenção das imagens em movimento. Se as relações entre tais universos permaneceram durante o século XX, entre a serventia e a inspiração, como explica o professor Júlio Pessoa, nos últimos anos, elas se unem a favor de um olhar estético mais autoral. Trata-se dos fashion films, curtas-metragens que se inspiram na moda para desenvolver suas criações. Uma relação tão frutífera que tem alimentado o surgimento de festivais específicos de cinema e moda ao redor do mundo. Além, claro, de avant-première exclusivíssima, como é típico de ambos os universos.

Fashion films são as novas vedetes do momento entre criadores de ambos os universos criativos: moda e cinema

Na primeira seman de setembro, por exemplo, a Miu Miu apresentou, durante o Festival de Veneza, o quarto curta da série “Women’s Tales”. Produzidos em parceria com cineastas como Lucrecia Martel, Zoe Cassevetes, Giada Colagrande e Massy Tadjedin, eles contam com elenco exclusivo de mulheres e exploram o amor pela grife jovem de Miuccia Prada. Até então inédito, o quarto dos minifilmes fashion, o “It’s Getting Late”, pode ser visto no YouTube.

A novidade maior de tudo isso é que Belo Horizonte mergulha na onda mundial de produções cinematográficas com pegada high fashion e exibe, a partir de quarta-feira, dia 12, até o dia 30 deste mês, a mostra “Moda em Movimento”, composta por seis fashion films, produzidos por realizadores da capital mineira.

Idealizada pelo produtor Camilo Belchior, pelo coordenador dos cursos de cinema e de moda da UNA, Júlio Pessoa, pelo designer Gustavo Greco e pela editora deste caderno, a mostra acontecerá em cabines interativas distribuídas pelos corredores do BH Shopping e integrará o lançamento de coleção do mall. Em cena, curtas de Erik Ricco e Julia Lego, Márcio Rodrigues, Paulo Raic, Weber Pádua e dos coletivos Binóculo e Chágelado.

Para Camilo, trata-se, sem dúvida, de um movimento precursor. “É uma percepção comum a todos nós que a moda está evoluindo, está deixando de estar no trabalho tradicional do catálogo e migrando para um suporte de imagens e movimento”, aposta.

Júlio Pessoa ressalta a característica principal desse tipo de produção. “Apesar de fazer parte das estratégias de comunicação de uma marca, não se trata simplesmente de uma divulgação das coleções, publicidade. Os fashion films têm uma verve criativa particular”, destaca. Áreas que sempre andaram próximas, por pertencerem a universos criativos que enfocam processos identitários, moda e cinema surgem em formas mais autorais nos curtas de moda, acredita Júlio.

Para a professora de moda e jornalismo Carla Mendonça, trata-se de uma relação de simbiose. “É bem difícil imaginar a disseminação da moda sem a ajuda do cinema. Mas, enquanto exercício estético, o fashion film é uma possibilidade da internet”, defende, apontando a participação das novas mídias na no desenvolvimento desse tipo de produção.

Em tempo, para o fim do ano, entre os dias 11 e 12 de dezembro, está prevista a realização do São Paulo Fashion Film Festival (SPFFF), organizado pelo top fotógrafo Jacques Dequeker. BH saiu na frente!

EXPOSIÇÃO HORIZONTES de Tales Bedeschi

A Galeria de Arte da Copasa recebe a exposição “Horizontes” do gravador Tales Bedeschi. Promovendo um diálogo entre as xilogravuras e fotografias de intervenções urbanas, o artista fala sobre as mudanças ocorridas na paisagem, tendo a cidade como protagonista.

A relação entre a presença e a ausência poética, que permeada pelo artista, possibilita inúmeras interpretações. Ao mostrar imagens de prédios que tomaram o lugar antes ocupado pelas montanhas e pelo céu, Bodeschi representa o ritmo das mutações visuais ocorridas comumente na metrópole. Podendo também, ocorrer o caminho inverso, em outras figuras, quando o céu e as montanhas vão recuperando seu espaço, utopicamente, remetendo a um passado remoto, antes da interferência humana.

Bedeschi propõem uma exposição, que pela primeira vez, terá os trabalhos em xilogravuras e as fotografias tiradas de suas intervenções urbanas. Trata-se de uma proposta de um artista que tanto representa a paisagem da cidade, em gravuras, assim como modela a própria paisagem com intervenções urbanas. “É uma experiência que eu estou testando, colocar em um mesmo ambiente, na Galeria, trabalhos de naturezas diferentes”. O artista ainda comenta que para os dois tipos de trabalho são necessárias estratégias de ações diferentes. “Nas intervenções você atua diretamente no espaço público, interrompendo o fluxo comum de uma pessoa, que se depara com algo inusitado. Já nas xilogravuras é necessária a estrutura de uma galeria. Para o artista, a galeria não é o único, mas é um dos locais de trabalho que tem uma ambientação que propõe a quem visita um recolhimento. “Algumas reflexões são possíveis por meio do estado contemplativo, explica.

Sobre o artista

Tales Bedeschi é mestrando da Escola de Belas Artes da UFMG e atua no curso de Licenciatura em Dança. Na mesma instituição também se graduou em Gravura e em Licenciatura em Artes Visuais. Sua trajetória como arte/educador vem desde 2005. Participou de exposições no Brasil, Cuba, Estados Unidos e Uruguai e atua frente a coletivos de artistas como o Kaza Vazia e o PIA (Programa de Interferência Ambiental).

Serviço

Exposição Horizontes

Período e horário para visitação: 13/9/2012 a 07/10/2012, das 8h às 19h, inclusive aos sábados e domingos.

Local: Galeria de Arte Copasa – Rua Mar de Espanha, 525 – Santo Antônio

Blog do artista : http://talesbedeschi.blogspot.com.br/

Video – Bienal de São Paulo propõe a reunião de diferentes linguagens poéticas

Programa Starte, fala sobre a 30ª edição da Bienal Internacional de São Paulo.

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Visite também o site oficial da 30ª Bienal de São Paulo : a Iminência das Poéticas, que está acontecendo desde o dia 07 de setembro até 09  de dezembro no Parque do Ibirapuera, Pavilhão da Bienal – São Paulo.

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No site da Fundação Bienal de São Paulo estão disponíveis os catálogos das Bienais anteriores até a 28ª! Deleitem-se!

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Veja o especial que o Estadão fez sobre a 30ª Bienal

http://topicos.estadao.com.br/bienal-de-artes-de-sao-paulo

GREVE na UFMG

Os servidores técnico-administrativos da UFMG estão em greve por tempo indeterminado.

Diante desse fato, a biblioteca da Escola de Belas Artes está com suas atividades paralisadas no presente momento, inclusive no que diz respeito à atualização do blog Bibliobelas.

Para maiores informações sobre a greve, acesse o link: http://www.sindifes.org.br/sindifes/noticia.php?id=1416

Contamos com a compreensão de todos.

Equipe do blog Bibliobelas

Construindo e desconstruindo a modernidade

A artista visual Cristina Ribas, vencedora do Prêmio de Arte Contemporânea, realizado pela Funarte no ano passado, traz a Belo Horizonte a exposição “Protótipos/Cortado”.

São imagens que compõem uma instalação com foco na construção e a destruição no âmbito urbano, na qual o público também pode redefinir o que foi feito, seja com obras da própria artista ou de acervo pessoal.

“Esse tipo de recomposição começou quando convidei outros artistas para darem suas opiniões. Era um acervo que eu tinha de fotos e imagens que ainda não haviam sido aproveitadas. A intenção é discutir o impacto econômico e social que o progresso tem nas grandes cidades”, explica a artista, que conversa hoje (às 17h) com o público na Funarte, local da exposição.

Debate. Artista plástica pretende discutir os efeitos econômicos e sociais nas metrópoles

A mostra fica aberta de segunda a sexta, mas é nas quintas e sextas que uma monitora estará disponível para conduzir o espectador a dar sua contribuição. “Não há melhor maneira de debater sobre esse crescimento desordenado do que com o público, que sofre e conhece as consequências disso”, define Ribas.

Dois filmes que têm a ver com a temática serão exibidos durante a exposição. O primeiro é “As Mãos Sobre a Cidade” (1963), cuja sessão será no dia 16, às 19h. O longa de Francesco Rosi conta a história de um empreiteiro responsável por um desabamento que deixa grande saldo de mortos e feridos. Já o documentário “Berlim Babylon” (2001), de Hubertus Siegert, que será exibido no dia 23, no mesmo horário, fala da reconstrução da capital alemã após a queda do muro de Berlim. “Queria trazer outro tipo de linguagem que falasse sobre o mesmo tema”, conta a artista.

Agenda
Exposição “Protótipos/ Cortado”, de Cristina Ribas
Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta, 3213-3084)
De 9 de maio a 7 de junho. Segunda a Sexta, de 10h às 18h; Realização das colagens às quintas e sextas, das 14h às 18h
Entrada franca

Estilista Valentino Garavani lança museu virtual com suas coleções – artigo e vídeo

Aplicativo do museu pode ser baixado na internet  e usa tecnologia 3D para mostrar a história de seu trabalho

 São Paulo – Pela primeira vez, um estilista de fama internacional abre seus desenhos e criações na internet. Valentino Garavani, em parceria com Giancarlo Giammetti, lançou hoje o “Valentino Garavani Virtual Museum”, um aplicativo online que traz os melhores trabalhos feitos durante seus 50 anos de carreira.


O museu demorou mais de dois anos para ficar pronto e não contou com patrocinadores, a não ser o próprio estilista e Giammetti. Já disponível online, o espaço virtual mostra os detalhes de mais de 300 vestidos, que podem ser vistos em 360 graus. Isso é possível porque as galerias foram projetadas com tecnologia 3D, em que o usuário pode “caminhar” pelos corredores e ver tudo como se estivesse em um espaço físico real.

Além dos vestidos, há ainda 95 vídeos e mais de 5.000 fotos, desenhos, documentos e campanhas publicitárias, tudo acompanhado com explicações e o histórico dos modelos. Para aproximar ainda mais o internauta da realidade, os espaços são decorados pela arquitetura romana. Se fosse instalado em um prédio real, o “Valentino Garavani Virtual Museum” teria cerca de 10.000 metros quadrados.

Na coletiva de imprensa realizada para o lançamento do museu, Valentino, aposentado desde 2008, disse que, apesar de precisar de ajuda até mesmo para ligar um aparelho de DVD, pouco a pouco, mudou seu pensamento e começou a ficar fascinado pelo mundo virtual. Hoje, reconhece que esse museu pode ser uma ligação mais simples e rápida com as pessoas.

Ele ainda deixou um recado para quem se interessa e estuda moda. “Eu sei que há muitos estudantes de moda nos assistindo agora e eu espero que vocês gostem do museu, como eu gosto agora”. O aplicativo é gratuito e pode ser baixado no site do estilista.

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Reportagens transmitidas pela TV fechada

Valentino completa 50 anos de carreira e lança museu virtual de moda

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Valentino completa 80 anos nesta sexta-feira (11-05-2012)

Pelas tragédias e vivências de um mito da arte – Tributo a Frida Kahlo

RENATO VIEIRA

Um dos grandes nomes da arte contemporânea, a pintora mexicana Frida Kahlo continua servindo de inspiração quase 60 anos após sua morte. Em “Tributo a Frida Kahlo”, exposição que começa hoje, 22 obras de 19 artistas do Grupo Maison de Arte têm como base não só as características visuais presentes em seu trabalho, mas também em sua vida atribulada.

Tributo a Kahlo de Maria Eugênia Simões

Os autorretratos, o folclore de seu país e a vivacidade nas cores são traços marcantes nas pinturas de Kahlo. “Suas obras continuam causando impacto por serem viscerais. Ela retratou suas angústias como ninguém”, sintetiza Matheus Gontijo, curador da mostra junto ao artista plástico Glauco Moraes.

Nascida em 1907, Kahlo contraiu poliomielite aos seis anos e aos 18 sofreu um acidente, no qual o ônibus onde estava chocou-se com um bonde. Um ferro atravessou seu corpo, lhe causando diversas fraturas, e o fato foi um gatilho para que ela começasse a pintar. “Essa questão trágica norteou todo o seu trabalho e demos ênfase a isso na exposição”, explica Gontijo.

Outro ponto central da vida e da obra de Kahlo está nos seus relacionamentos amorosos, especialmente os dois casamentos com o também pintor Diego Rivera. Segundo o curador, o convívio dos dois era marcado pela vaidade mútua. “Havia uma espécie de disputa entre eles. Mas ela conseguiu retratar essa relação nas suas pinturas com muita leveza”, recorda o curador.

Ele ainda aponta outra característica que fez com que a artista se tornasse uma espécie de mito do séc. XX. “Ela é a única pintora no mundo que conseguiu prestígio fazendo autorretratos. Todos conhecem sua obra através de suas feições”, conclui Gontijo.

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Exposição “Tributo à Frida Kahlo”, do Grupo Maison de Arte
De  8 de maio a 4 de junho de 2012; diariamente das 12h às 24h
Casa dos Contos (rua Rio Grande do Norte, 1065, Savassi)
Entrada Franca

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Obras sobre Frida Kahlo na Biblioteca da Escola de Belas Artes:

EGGERT, Edla (Org). [Re]leituras de Frida Kahlo: por uma ética estética da diversidade machucada. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. 184 p.

GOMES, Maria Márcia Franco. Um diário como corpo simbólico : uma leitura da obra O diário de Frida Kahlo: um auto-retrato íntimo. 2011. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

HERRERA, Hayden. Frida Kahlo. New York, USA: Rizzoli International Publications, c1992. [24]p. (Rizzoli art series)

JAMIS, Rauda. Frida Kahlo.. São Paulo: Martins Fontes, 1987. 281p. (Coleçao Uma Mulher)

KAHLO, Frida; LOWE, Sarah M. O diario de Frida Kahlo: um auto-retrato intimo. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1996. 295p.

KAHLO, Frida; ZAMORA, Martha. Cartas apaixonadas de Frida Kahlo. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. 158p.

KETTENMANN, Andrea; KAHLO, Frida. Frida Kahlo 1907-1954: leid und leidenschaft. Koln: Benedikt Taschen, c1992 96 p.

LE CLEZIO, J. M. G. Diego e Frida. 2. ed. Rio de Janeiro: São Paulo: Record, 238 p. ISBN 9788501087782.

ORTIZ MONASTERIO, Pablo MUSEO FRIDA KAHLO. Frida Kahlo: suas fotos. São Paulo: Cosac & Naify, 2010. 518p.

PENUELA CANIZAL, Eduardo; RODRIGUEZ, Juan Manuel López; RAMÍREZ, Francisco Gerardo Toledo. La inquietante ambigüedad de la imagen: tres ensayos. México: Universidad Autonoma Metropolitana, 2004. 122 p.

ZAMORA, Martha; KAHLO, Frida. Frida Kahlo : the brush of anguish. San Francisco: Chronicle Books, c1990. 143p.

Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG