Giorgio de Chirico assume como universo simbólico de sua busca artística a cidade e seus cenários arquitetônicos, entre os quais coloca, de maneira ponderada e erudita, figuras, imagens, esboços e objetos quase como elementos alógenos que, justapostos, aludem ao enigma da modernidade.
Para de Chirico, a modernidade é precisamente um novo classicismo; é desejo de um mundo novo, onde se possa agir livremente e livremente se deixar dominar por sentimentos humaníssimos, pelo medo, pela coragem; um mundo onde a liberdade de agere et pati [agir e sofrer] sublime a percepção opaca e desordenada do espaço em visões límpidas e lacônicas.
A ideia de uma humanidade renovada, de um “homem novo”, que naqueles anos ia transformando a concepção do mundo, aplicando às artes uma insólita matriz interpretativa – na poesia, por exemplo, com Guillaume Apollinaire; na música, com Alfredo Casella; na cenografia, com Adolphe Appia; e na arquitetura, com Le Corbusier –, se confronta em de Chirico com uma única e pálida certeza: o sedimento da cultura na história e na civilização, o único que não se possa recusar, se consolida essencialmente na arquitetura, porque ela representa para o indivíduo a dimensão civil, exprimindo-se com maior evidência na praça urbana.
Esta de fato define o lugar ideal – seja ele foro, templo, pórtico, torre, sala – em que, segundo de Chirico, nos apropriamos da modernidade, seguros de uma consciência nova, ou seja, de sermos capazes de procurar respostas não só com a razão e seus ordenamentos regulados, mas também com a sensibilidade e com a poesia, entendida como poiesis, isto é, ato criativo.
Entretanto, a enigmática modernidade de de Chirico, na qual certamente se percebe um eco nietzschiano, não delineia um mundo ideal, abstrato, metafísico, de verdades absolutas, mas substancia o fulcro de uma investigação artística que escancara ao nosso olhar a visão de uma realidade cíclica, mutável e ainda assim constante, como que suspensa no tempo dos eternos retornos, propondo-a como fundamento de um conhecimento comum.
O espaço urbano, indagado e examinado ao longo de toda sua obra, dos anos de juventude ao retorno final aos temas da metafísica, se manterá como território por excelência do enigma, da dúvida e do assíduo interrogar-se humano, argumento que serve de trânsito da arte do passado, investigada na reatualização, entre outros, de Dürer e Rubens, dois de seus muitos mestres, à arte moderna, abrindo novas perspectivas de pesquisa.
A visão do mundo de de Chirico, em que a vivência pessoal é indissociável da construção do espaço urbano, torna sua experiência artística ainda hoje muito atual e próxima de nossa sensibilidade.
De fato, isenta como é das sugestões psicanalíticas próprias do surrealismo, ela propõe o confronto com a eloquência nítida de lugares arquetípicos, sólidos, definidos, restituindo assim ao sujeito aquela centralidade que, transmitida pela tradição clássica, é herdada pelas novas vanguardas, e também está na base de experiências mais próximas ao nosso tempo, como a dos situacionistas; com efeito, eles identificam justamente na cidade o pressuposto de uma reforma do sentir comum, que tenha como fundamento a inventividade do sujeito ativo.
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Para mais textos desse pintor, acesse o catálogo online da exposição ocorrida de 20 de março a 20 de maio de 2012 na Casa Fiat de Cultura e de 31 de maio a 12 de agosto de 2012 no Museu de Arte Moderna Assis Chateaubriand / MASP!
Os desenhos hiper-realistas à lápis de cor : Pedras, água, flores: os elementos naturais em fantásticos desenhos hiper-realistas.
Rejane Borges
O material é simples: lápis de cor e papel. O resultado é mais do que simples, é uma explosão colorida de efeitos hiper-realistas. Uma combinação fantástica de cores e luzes, faz do trabalho de artista italiana Ester Roi um belíssimo exemplo da famosa técnica. Seu desenho é caracterizado por cores intensas e muito brilho, contento um elemento principal: a água. A delicadeza de sua técnica é tanta que nos é quase possível ouvir a água correr veloz pelas rochas desenhadas, ou apenas apreciar sua serenidade enquanto leito de uma flor.
Sem dúvidas, Ester tem um talento extraordinário que merece nossa apreciação. Atualmente, a artista mora no sul da Califórnia, nos Estados Unidos.
Desenhos hiper-realistas feitos com caneta esferográfica : com uma boa dose de paciência, outra de persistência e mais um pouco de amor a arte, nasceu a fascinante obra hiper-realista de samuel silva.
Rafaela Werdan
O artista Português mostra ao mundo que uma Bic não é somente uma simples esferográfica feita para anotações, com aquela desconfortável ponta grossa, com prazo de validade curto, e com uma possibilidade criativa pequena . Ele apresenta sua incrível coleção de desenhos com enorme qualidade técnica feitos somente com caneta esferográfica de variadas cores.
Samuel Silva, é um advogado Português, de 29 anos que não se denomina artista de maneira nenhuma e não sente-se muito á vontade com o título. Diz desenhar somente nas horas vagas, como um Hobby.
Desenha desde os seus dois anos de idade e optou desde cedo por compor suas obras hiper-realistas com canetas esferográficas diversas, desenvolvendo assim seu próprio estilo de desenho. Dedica até 50 horas para finalizar cada obra, mas garante ser amador.
Expôs seu trabalho pela primeira vez no site DeviantART, alcançando uma enorme popularidade. Sua página contém centenas de comentários elogiosos, o que chamou atenção de editores do jornal mailonline que dedicaram uma página inteira do jornal falando positivamente sobre o artista.
Samuel utiliza uma técnica de pontilhado em cruz com sobreposição de camadas para conferir a ilusão de cores e profundidade ao desenho, mas diz que essa modalidade não é a única que se aventura, é apenas mais uma que está tentando dominar, pois já tem prática com giz, lápis, lápis de cor, pastel, óleo e acrílico.
Tem uma enorme admiração por felinos e disse que um de seus grandes objetivos era conseguir desenhar um perfeitamente com a esferográfica. Acho que a foto a seguir nos diz bem se ele conseguiu né?
Sobre o ato de desenhar o artista diz:
“A única coisa que me faz continuar é o meu amor pelo que faço e a ambição de ir mais longe e mais longe. Estou feliz por estar aqui, quero aprender muito, ver um monte, e desfrutar ao máximo o que outros colegas artistas tem para compartilhar.”
Samuel é mais um artista a nos mostrar que a cada dia a arte torna-se mais livre, como reflexo da vida humana. Novas formas de pintar surgem a todo momento; novos estilos; novas visões… Mas a arte tradicional continua a se reinventar e a surpreender o próprio tempo, que grato, não a perece, só a faz ficar mais viva dentro de sua conhecida realidade.
O artista Steve Mills mostra seu talento com incríveis pinturas hiper-realistas. Ele criou várias séries com tinta a óleo, que valoriza os pequenos detalhes, colocando seu nome entre os grandes do hiper-realismo.
Apesar de fazer parte de uma nova categoria de artista que surgiu no século XIX, o louco solitário, Van Gogh não foi o único. As mudanças do século XIX resultaram em uma nova perspectiva do indivíduo em relação à sociedade. Para os artistas os novos tempos resultaram em percepção desesperadora e vazia da realidade, onde o que anteriormente era concreto e absoluto desmoronou. Deus morreu, a esperança no homem esmorece, a razão domina e tudo o que resta, para o indivíduo artista é o mundo dos sentimentos, o mundo da expressão.
“O que sou eu aos olhos da maioria das pessoas? Uma não entidade, ou um homem excêntrico e desagradável – alguém que não tem e nunca terá posição na vida, em suma, o menor dos menores. Muito bem, mesmo que isso fosse verdade, devo querer que o meu trabalho mostre o que vai no coração de um homem excêntrico e desse joão-ninguém.” –Carta de Vincent ao irmão Théo (21 de julho de 1882). Pelo trecho da carta destinada ao irmão fica claro que Vincent van Gogh se sentia deslocado na sociedade e tinha necessidade de inserir-se de alguma forma nela.
Os felizes proprietários de “van goghs” fazem discursos decorados sobre os motivos que o levaram a cortar sua orelha ou dados sobre sua vida, palavras colocadas de forma determinante a entender a obra e a vida do artista. Muitas foram as coisas que Vincent tentou fazer e em todas procurou adquirir conhecimento. Tudo o que tentou proporcionou uma experiência que o auxiliou mais tarde: vendedor de artigos de arte, professor e até mesmo pastor foram os caminhos que tentou trilhar e, no momento em que descobriu que a arte seria sua profissão, esperou ser reconhecido através desta tanto por sua família como pela sociedade.
O pintor holandês foi influenciado por Hals, Rembrandt, Seurat e pelo japonismo. Primogênito de uma família tradicional de origem calvinista, acabou por suicidar-se (teoria já posta em cheque na atualidade). Em sua busca por estabelecer-se na sociedade passou por diversas profissões: de pastor radical, fiel aos princípios da Bíblia, a pintor da natureza, amante do cachimbo, do absinto, das prostitutas. Deus foi substituído pela arte. Van Gogh assimilava em sua técnica as questões estéticas dos movimentos artísticos que surgiram no período, adaptando-os ao seu estilo. Suas investigaçõesartísticas resultaram em uma imensa obra que influenciou de forma profunda a arte do século XX.
Sempre ansiou por estabelecer relações pessoais duradouras com a família, amigos, com pessoas em seu entorno. Porém, apenas seu irmão Théo se manteve do seu lado ao longo de sua vida atribulada. De sua grande produção epistolar (cerca de 800 cartas), a primeira e a última foram destinadas ao irmão. Com ele mantinha uma relação intensa – com desentendimentos, apoio mútuo, grande intimidade. Muito mais que irmãos, Vincent e Théo eram complementares.
Meses antes da realização do retrato acima, em 1889, Vincent esteve mergulhado em meio uma crise de loucura, uma das muitas que se tornaram recorrentes após o conhecido episódio da orelha cortada, tão marcante para o reconhecimento do artista na cultura popular. Pouco conhecido pelo grande publico, esse foi um de seus últimos auto-retratos e também o único no qual o pintor se representou com sua orelha amputada. Além disso, o rosto apresenta aparência de cansaço. O retrato foi pintado em camadas grossas de tons cor de terra, não há cores fortes e vivas e há diferenças no uso da luz – como se o autor tivesse perdido suas esperanças. Esse retrato não tem mais o otimismo dos primeiros autos-retratos. Enfraquecido, com a barba por fazer, extenuado pela longa caminhada que se tornou sua existência, talvez esperasse apoio e atenção materna, que ansiava desde o começo das crises, mas que há muito não tinha. Encontrava-se perto do fim de sua trágica existência.
Entre os anos de 1880 e 1885, Vincent procurou desenvolver sua técnica. Como não tinha condições financeiras e nem vontade de entrar em uma academia, iniciou seus desenhos baseados em cópias de obras famosas e manuais de desenho que seu irmão lhe enviava. Théo indicou o jovem pintor Anton van Rappard, de quem Vincent ficou amigo, em Bruxelas. Vincent aprendeu com ele conceitos básicos de pintura, como a perspectiva. Apesar das insistências constantes de seus pais para que conseguisse um emprego estável, o jovem holandês dedicou-se a uma última empreitada: tornar-se pintor. Nos dez anos em que pintou, Van Gogh produziu cerca de 800 quadros, além dos desenhos e águas fortes.
Após a morte de Théo, a esposa deste, Johanna van Gogh, tornou-se detentora de toda a obra de seu cunhado Vincent. Em meio a esta herança, estavam a primeira carta escrita pelo pintor em 1875 e a última encontrada em seu bolso em 1890, no dia de seu suicídio, ambas destinadas a Théo. A jovem viúva e mãe administrava seu tempo entre o trabalho, os cuidados com o filho e a catalogação da obra plástica e escrita de seu cunhado. No inicio do século XIX, esses escritos pessoais que abarcavam os diários, as autobiografias e até mesmo biografias que faziam sucesso entre o público, criando um verdadeiro mercado de “vidas” que passaram a ser públicas, ganhou força principalmente pela crescente ideia de que o conhecimento sobre a vida do autor auxiliaria o entendimento da obra deste. Os próprios intelectuais valorizam sua produção guardando-a ou doando-a a instituições. Como médicos e alienistas acreditavam que escrever ajudava a tratar ou amenizar os distúrbios mentais dos indivíduos, preservavam toda essa produção de seus pacientes para estudos dos casos e/ou publicação deste material.
O diálogo travado entre Vincent e seu irmão Théo estava além do comunicativo; as cartas eram repletas de informações íntimas compartilhadas apenas com o irmão, incluindo seus medos e temores sobre o futuro devidoà progressão de sua doença. Algumas vezes, informações triviais sobre o dia-a-dia poderiam parecer banais, mas é nesse ato de escrever sobre si que o homem moderno se constróis e descobre quem é: através das linhas deixadas no papel, principalmente quando esse homem está num dado isolamento, conseqüência de seu afastamento da sociedade tradicional burguesa. Suas cartas revelam um homem e um artista que busca aceitação, mas não se enquadrava nos padrões do seu tempo e do seu meio. Um ser deslocado.
Toda a correspondência de Van Gogh é uma forma de auto-expressão, juntamente com suas obras. Quando não estava pintando freneticamente, Vincent escrevia. O conteúdo da correspondência de Van Gogh revela seu processo criativo. Vincent comentava como suas telas e cores iam surgindo, descrevendo-as e analisando-as. Ele enviava a Théo os esboços das obras que estava pintando, dando ricos detalhes sobre o tema e a origem da ideia e cores usadas. Através da extensa correspondência percebemos a recriação da realidade que Vincent realiza em suas obras, uma reorganização que transformava o que se via no que se sentia, através das cores. Por meio do ato de escrever para o irmão, o artista iniciava o processo de concretizar o que captava do mundo exterior. Era ali que os sentimentos de Vincent e a realidade que o cercava encontravam uma unicidade. Nas cartas é possível constatar como Vincent era detalhista e minucioso – é possível visualizar a produção de sua obra.
Nunca um artista deixou tanto material sobre seu processo criativo, sua perspectiva sobre o futuro e suas idéias sobre a arte quanto Van Gogh. Como vemos, não é um documento neutro. Permite compreender o artista deste período: o artista que não está nos meios acadêmicos, o indivíduo do século XIX, cada vez mais isolado em um mundo onde as relações interpessoais sofreram grandes transformações. Os conflitos constantes o fizeram se afastar cada vez mais da família e apegar-se a uma espiritualidade exarcebada, talvez sua última tentativa de aproximar-se do pai. Porém, o patriarca da família Van Gogh faleceu antes do fim dos conflitos e o pintor substituiu Deus pela natureza, que dominou suas telas a partir de Arles.
Contudo, a esperança nunca abandonou sua vida. Quando se mudou para Paris buscava conhecimentos, diálogos e mudanças. Encontrou um mundo em ebulição social, econômica e cultural. Em Arles buscava o mundo japonês que havia conhecido na cidade-luz e também construir uma comunidade de artistas que estivessem preocupados realmente com a arte. O oposto da comunidade de artistas que encontrou em Paris, mais preocupados com a vida boêmia regada a mulheres e álcool e que apenas discutia, sem realmente realizar algo. Como é sabido, seus planos falharam. Desde esse momento, a solidão tomou conta de sua vida de artista, ao mesmo tempo que sua arte se desenvolveu. Cores fortes e vivas, formas dinâmicas invadem seus quadros – e seus problemas de saúde mental também se desenvolvem.
O final da história é conhecido por todos. Alguns consideram o suicídio do artista seu último grito de loucura, outros o encaram como uma tentativa final de se tornar um mártir da arte em uma vida que há muito já se caracterizava pela abnegação. De uma maneira própria, Vincent Van Gogh era um artista ligado a seu tempo e percebeu os indícios de mudanças que outros indivíduos da sociedade apenas acompanhavam. Tradição e modernidade estão presentes em sua vida pessoal e em suas obras: a solidão do homem que buscou atender suas necessidades próprias, assim como a necessidade de sentir-se inserido em algum lugar na sociedade.
Consulte também, na biblioteca da Escola de Belas Artes, alguns livros sobre este artista!
HARRIS, Nathaniel.; GOGH, Vincent van. A arte de Van Gogh.. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1982. 80p.
HULSKER, Jan. The complete Van Gogh : paintings. Drawings. Sketches. New York, USA: Harrison House/Harry N. Abrams, 1984. 498p.
GOGH, Vincent van; MARCUSSI, Garibaldo. Figure di Van Gogh. [S.l.]: Studio Editoriale D’arte Perna, c1965. [4] p; 16 pranchas (Le Meraviglie del Collezionista; v.2)
ARTAUD, Antonin; GULLAR, Ferreira. Van Gogh: O suicida da sociedade. 2 ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2007. 101p.
SPENCE, David. Van Gogh: arte & emoção. São Paulo: Melhoramentos, 1998. 31 p. (Grandes artistas)
CABANNE, Pierre. Van Gogh.. [Lisboa]: Verbo, 1971. 301p. (Grandes Artistas)
STONE, Irving. A vida tragica de Van Gogh. Lisboa: Livros do Brasil, c[19-]. 476p. (Coleção Dois Mundos)
PERRUCHOT, Henri. La vie de Vincent Van Gogh. Paris: Hachette, c1957. 394p.
MEIER-GRAEFE, Julius. Vincent Van Gogh : la novela de un buscador de Dios. Buenos Aires: Poseidon, 1945 441p.
WALTHER, Ingo F; GOGH, Vincent van; METZGER, Rainer. Vincent van Gogh : the complete paintings. Koln; Benedikkt Taschen, c1993. 2v.
METZGER, Rainer. Vincent van Gogh: 1830-1890. Köln: Taschen, c2008. 256 p.
Artista Paulo Nazareth abre mostra com instalação e vídeos, no Bairro Veneza, em Ribeirão das Neves
Artista está com trabalho no pavilhão principal na Bienal de Veneza, na Itália
Depois de ir a pé aos EUA para participar da Art Basel Miami e da presença em Veneza, Paulo Nazareth se prepara para participar,em setembro, da Bienal de Lyon
A 55ª Bienal de Veneza começou em 1º de junho, na Itália, e vai até 24 de novembro. Um evento paralelo da mostra vai ser aberto quarta-feira, às 10h, em uma outra Veneza: o bairro com o nome da cidade italiana, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ação do artista plástico mineiro Paulo Nazareth, que apresenta versão menor do mesmo trabalho que está mostrando na Itália. A exposição fica aberta no mesmo período da bienal: até 24 de novembro, de segunda a sexta, das 10h às 18h.
Paulo Nazareth tem 36 anos, nasceu em Governador Valadares e vive em Belo Horizonte. Tem garantido lugar e prestígio em mostras internacionais com performances rumorosas e fotos com textos questionadores, de encontros ocorridos durante andanças pelo mundo – valendo-se de todos os meios, percorrendo grandes distâncias a pé. Em alguns casos, o percurso vai do Brasil até o local das exposições para as quais é convidado. Correu o mundo imagem do mineiro, diante de uma Kombi, vendendo bananas na feira Art Basel Miami (EUA). Para a Bienal de Lyon (França), que será aberta em setembro, Paulo Nazareth leva ‘Caderno de África’, resultado de perambulações pelo continente africano.
“Existe a Veneza do glamour, do imaginário, onde é realizada a Bienal, a maior, a mais antiga, referência do lugar da arte, onde ‘todos’ querem ir. É a Veneza da fotografia, do consumo. Estou fazendo exposição em outra Veneza, que não está neste lugar do objeto de desejo, que pouca gente conhece e às vezes tem até medo dela”, observa Paulo, sentado na cozinha da casa do irmão, no Bairro Palmital, em Santa Luzia, onde mora. Cruzar um trecho da favela até o local da exposição é parte do projeto.
“A nossa pequena Veneza é parecida com o Palmital: bem viva, com gente na rua fazendo a vida acontecer”, acrescenta. Credita a fama de violento dos dois locais ao sensacionalismo do jornalismo policial. “Coisas da mídia”, lamenta. O trabalho que vai apresentar chama-se ‘Todos os santos da minha mãe’. É reunião de produtos que têm nomes de santo, desde filtro São João até pãozinho San Carlo e correntes São Rafael, exemplifica. “É trabalho sobre disseminação de santos como produtos, no lugar de comércio”, observa.
Vai estar ainda no ponto de cultura mantido pelo artista no Bairro Veneza o vídeo ‘Aprendi a rezar em guarani e kaiowá para o mundo não se acabar’. Trata-se de registro de noite passada com índios de Mato Grosso do Sul, numa quinta-feira, “um bom dia para rezar, já que da tarde até o amanhecer estão abertos os portões dos 14 mundos que, para eles, formam o universo”. O “além do material”, explica, é questão importante para o artista. Como a questão da promessa. E o Paulo considera que algumas obras são ex-votos.
Na feira Paulo Nazareth vive desde os 15 anos no Bairro Palmital. “Já morei no Mangabeiras”, brinca, referindo-se a período alojado em sauna de mansão que estava em reforma. Residiu ainda na zona rural de Curvelo (MG) e na favela do Cafezal. “Já fiz de tudo: fui jardineiro, padeiro, agente de saúde e bonequeiro”, conta o artista. Foi fazendo bonecos e vendendo publicações e imagens avulsas, em feira de domingo no Bairro Palmital, que conseguiu manter e comprar o material necessário durante o curso de belas-artes.
O material gráfico, explica, são gravuras e parte importante de sua obra. Com relação ao preço dos trabalhos, conta que é muito variado – “a partir de R$ 0,10 ou de acordo com o bolso de quem se interessa”. Os letreiros que ele apresenta das fotos, assim como as havaianas que usa para caminhar, “são mais caros”. O artista se formou em 2005, em desenho e gravura, na Escola de Belas-Artes da UFMG. Estudou entalhe em madeira com mestre Orlando (1944-2003), e, até o fim do ano, deve realizar mostra com trabalhos próprios e de seu mestre.
As andanças pelo mundo, ao sabor do inesperado, deixa às vezes a família preocupada. “Mando notícias”, observa. “Minha mãe é devota de todos os santos, o que ameniza a preocupação dela, faz com que eu sinta os santos e almas me protegerem e seguir bem”, garante. Foi a devoção da mãe uma das fontes para o trabalho que está nas duas Venezas. O artista não foi a Veneza, na Europa, porque é promessa dele só ir à Europa depois de passar pela África. A mãe, Ana Gonçalves Silva, viajou na sexta-feira, com uma amiga, para representar o filho na Itália.
Paulo Nazareth
• Exposição
Instalação, vídeo e gravuras. Rua Nossa Senhora do Rosário, 36, Bairro Veneza, Ribeirão das Neves. De segunda a sexta, das 10h às 18h. Até 24 de novembro. Ônibus: 6260. Informações e visitas guiadas: (31) 8777-8490 (com Júlio).
• Livro
‘Paulo Nazareth, arte contemporânea/LTDA’, Editora Cobogó. Edição bilíngue (português/inglês), com mais de 150 imagens e textos de Kiki Mazzucchelli, Maria Angélica Melendi, Hélio Alvarenga Nunes, Walter Chinchilla, Julio Calel, Edgar Calel, Pedro Calel, Janaina Melo e do próprio Paulo Nazareth.
• Internet
artecomtemporanealtda.com.br (com links para outros blogs).
Três perguntas para… Paulo Nazareth, artista plástico
Você vê influência do Bairro Palmital nos seus trabalhos?
Se não morasse no Palmital minha arte seria outra. Morar aqui é uma opção. O local é criação da Cohab. Mas criaram conjuntos habitacionais com moradias tão precárias, que são piores do que as das favelas. Então, a gente tem que favelizar para melhorar. O gato coloca as patas onde há carência de serviços.
O que você tem visto em suas andanças pelo mundo?
Que as pessoas que menos têm são as que mais abraçam o outro, que têm menos medo do outro, que acolhem. Chamam você para entrar em casa, puxam cadeira, oferecem café, dividem o mundo dela, têm curiosidade em conhecer você. Meu trabalho são imagens desses encontros com várias culturas diferentes. Às vezes, penso que sou um criador de casos afetivos, que levo para contar para outros lá na frente, ou que vão parar nas minhas gravuras e panfletos.
Como você vê o seu trabalho?
Fui aluno de mestre Orlando, fiz entalhe em madeira e pedra. Comecei a fazer uma carranca, mas nunca a terminei. Fiquei pensando: o que faço são carrancas. Não aquela cara, aquele objeto em madeira, mas, de alguma forma, carrancas. Carrancas, dizem, são para afastar os maus espíritos, o olho- grande, quando você vai abrindo caminhos. Dizem que, por isso, carranca tem que ser feia, mas, às vezes, a gente erra e elas não ficam tão feias assim.
Palavra dos curadores
“Paulo é um dos artistas mais complexos e inesperados que surgiu nesta geração. Cria uma economia paralela, vendendo suas obras à comunidade, e também uma realidade paralela, com trabalhos de longa duração.” Hans Ulrich Obrist
“Paulo Nazareth está reinventando a performance. Essas caminhadas de longa duração produzem obras de arte sobre contextos sociais e as pessoas que ele encontra. É um artista imprevisível e ao mesmo tempo incrível.” Gunnar Kvaran
O Beijo poder ser considera a obra ocidental de maior sucesso: em todo o tipo de produtos que se possa imaginar já estamparam afigura do casal se beijando. No entanto, o sucesso pode ser o maior problema da obra, que tem sua imagem desgastada pela mídia. Contudo, O Beijo ainda é uma obra repleta de mistérios para todos.
Gustav Klimt (1862-1918) e seus amigos haviam rompido com a Secessão de Arte de Viena, e organizaram a Kunstschau em maio de 1908, onde O Beijo foi exposto pela primeira vez ao público. Apesar das críticas a exposição, a obra foi imediatamente adquirida pela coleção nacional austríaca. Klimt já era o mais celebre pintor vienense e a cidade nesse período era prospera e cosmopolita e capital do Império Austro-Húngaro.
Na cena, casal se encontra a beira de uma cama formada por flores e atrás dos amantes apenas um vazio salpicado em ouro. O mundo deles não é o nosso, é o mundo de fantasia e da intimidade. O Beijo é uma pintura intensamente erótica e apaixonante. A obra é o maior exemplo da fixação pelo sexo que Klimt possuía, pois a imagem do casal unido é gera um elemento fálico. Contudo, o momento eternizado pelo pintor é o mais terno e o romântico de uma relação amorosa, o beijo.
Os corpos do casal estão separados por estampas distintas, mas funde-se em uma única massa: é um momento de plenitude. E a conjunção sexual entre os amantes. Viena no período era um centro de estudos da sexualidade e sociedade – Sigmund Freud e outros profissionais iriam elaborar teoria que revolucionariam a sociedade. A roupa do homem é coberta de formas retangulares, escolhidas como símbolo da masculinidade. Enquanto, as imagens arredondadas, curvas e floridas, do vestido são compreendias como elementos da feminilidade.
O homem vestido com uma luxuosa capa coberta de elementos em ouro, com suas duas mãos ele segura o rosto da mulher para beija-la. A jovem de cabelos ruivos é um dos seus exemplos da fixação por mulheres de madeixas vermelhas.
A figura masculina está em uma posição que impõe o movimento ao corpo feminino, ao segurar seu rosto para beija-la, enquanto a mulher se encontra ajoelhada, como demonstra seus pés. No entanto, um detalhe muda a interpretação e reforça a atração e fascinação de Klimt para o feminino. É o fato que em quase todas as suas obras, o rosto do homem está visível. Mesmo com sua presença imponente nas obras, seu rosto está escondido, mergulhado no corpo feminino.
As flores e arbustos que formam uma cama na pintura são os únicos elementos que parecem ligar os amantes ao mundo real. O próprio artista cultivava flores e outras plantas, usando-as constantemente como elemento em suas obras. E demonstrava o conhecimento do significado simbólico de cada uma delas. Como as plantas douradas do quadro que contornam os pés da mulher são conhecidas como erva de Parnasso, um antigo símbolo da fertilidade.
Sobre o casal, muitos especialistas afirmam que seria praticamente um retrato de Klimt com Emilie Flöge,(Viena, 1874 – Viena 1952) – eterna companheira e musa do artista – como amantes. Mas, Klimt não deseja representar uma mulher em especial e sim todas livres sexualmente.
O Beijo não foi à única tela com esse tema. A ideia do beijo e do enlace de um casal também fascinava o pintor vienense. Em Amor de 1895, o casal quase chega ao enlace, mas impedido pela inveja e a cólera, lembrando como o amor pode ser efêmero e passível de intervenções externas. Em 1902 realizou-se uma grande exposição dedicada a Beethoven e o pintor realizou um magnifico friso interpretando a Nona Sinfonia com elementos eróticos. O importante lembrar que o clímax da obra é exatamente um beijo – como elemento de felicidade e liberdade plena. E em 1904, foi a vez dos frisos do Palácio Stoclet, na cidade de Bruxelas, receber uma versão do enlace de Klimt.
Essa foi a última obra do Período Dourado de Klimt e o maior representante da técnica e capacidade criativa do artista. A paixão pelo dourado vem desde infância com seu pai ouvires, com quem aprendeu a trabalhar com o ouro, mas foi após uma viagem a cidade de Ravenna na Itália que seu interesse intensificou-se. Lá ele conheceu os mosaicos bizantinos da Igreja de San Vitale repletos de trabalhos em dourado, que iriam inspira-lo por muitos anos.
A tela passou por diversas mudanças. A cama de flores foi terminada posteriormente e as flores na alça do vestido foram acrescentadas mais tarde e os pés foram alongados. O vestido ficou mais justo, deixando seu corpo mais delineado e conferindo uma silhueta mais sensual.
Alguns críticos de arte, não veem a pintura como uma representação romântica. Afinal, apenas o homem está beijando. As mãos da mulher parecem tentar afasta-lo, enquanto ele a segura com as duas mãos sem ela entregar-se. Outros estudiosos, vão além e conjecturam que a mulher esteja morta e sua cabeça decapitada, devido ao posicionamento no quadro. Porém, a idealização da imagem é livre para todos que se apaixonam por esta obra-prima de Klimt.
Sobre O Beijo
Título original: Der Kuss
Ano: 1907-1908
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 1,80m x 1,80m
Coleção: Galerie Belvedere, Viena, Áustria
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Klimt e a eterna atração pelo feminino
Carolina Carmini
Este ano comemoram-se 150 anos do nascimento de Gustav Klimt (1862-1918), um dos grandes artistas europeus e um dos percursores da vanguarda vienense. Sua vida foi tão intensa quanto sua obra, e em ambas a paixão pelas mulheres – em seu intimo e despidas de vestes e valores morais – foi seu guia. Nuas, vestidas, deitadas, em movimento ou em momentos íntimos – poucos artistas estiveram tão envolvidos com o universo feminino.
Gustav Klimt viveu em Viena em um momento de efervescência. Durante o século XIX, a cidade se urbanizou; novas ideias a invadiam e atraiam intelectuais de diversas localidades. Um cenário intenso que permitiu muitas alterações no conhecimento científico, na sociedade e na arte. Antes de Klimt, a pintura praticada na cidade era provinciana e a maioria das obras eram retratos da elite vienense. O artista traz uma percepção do espirito humano, um estilo pictórico e decorativo, que vai influenciar o art nouveau. Suas obras são caracterizadas como pertencendo ao simbolismo, e dialogam com a arte japonesa e africana, o que resultou em uma pintura peculiar e muito própria.
Foi nesse período que Klimt e mais dezoito artistas dissidentes da Associação dos Artistas Vienensesa criaram a Secessão Vienense, uma crítica à liberdade de criação tolhida pelas academias. Os membros da Secessão foram influenciados pelo movimento Arts and Crafts, da Inglaterra. O grupo buscava resgatar as qualidades do fazer artesanal contra a mecanização, integrando-o com a arte e arquitetura. O afresco Beethoven Frieze é um dos grandes exemplos desse período.
Ao deixar a Secessão, a obra de Klimt passou a ter um caráter mais pessoal. Assim, as mulheres tornaram-se o foco de atenção, uma verdadeira obsessão do pintor – que soube como retratá-las diante do novo século. Klimt utilizou-se das curvas femininas e do olhar evocativo das mulheres, sempre colocadas como figuras centrais, como verdadeiras armadilhas de sedução para o observador. A nudez é sempre crua, e as mulheres não são objetos passiveis para o prazer, mas para excitar com o seu próprio prazer. E o nu frontal, mostrando até mesmo os pelos pubianos, rompeu totalmente com o conservadorismo tanto da sociedade quanto das artes.
A obra de Klimt possui um equilíbrio e um diálogo único entre o refinamento sensível e decorativo e a morbidez de sua figuras, que pendem para o simbolismo. Os ornamentos aparentam ser simbólicos em diversos momentos, criando ritmos nos elementos de cinzas e pérolas pálidos e dourado e prata vívidos. A ornamentação foi o caminho escolhido pelo artista para criar uma atmosfera de sonho, onde as figuras não estão ligadas a nenhum tempo ou local, repleta de alegorias que estimulam a imaginação.
As joias, parte desta ornamentação, são de uma delicadeza e cuidado que atraem o olhar. Assim como as vestimentas. Em 2008, John Galliano apresentou em um desfile da Dior uma coleção totalmente inspirada nos vestidos usados pelas mulheres de Klimt em suas obras. O artista fez parte do Movimento pela Reforma do Vestuário, que pregava um novo tipo de vestimenta para as mulheres – assim como uma reforma nas regras de comportamento. Os vestidos tinham inspiração nas túnicas africanas de cortes largos e com tecidos de estampagem étnicos.
Outro elemento recorrente nas pinturas de Klimt são as ruivas. Influenciado pelos pré-rafaelitas, que popularizaram a imagem da mulher ruiva, nas obras do artista as madeixas vermelhas ganham o status de sedução e feminilidade.
Klimt realizou cerca de 3.000 desenhos eróticos, muitas vezes com cenas de sexo explícito – a maioria publicada após a sua morte. Além dos desenhos, muitas de suas pinturas trazem uma carga de intenso erotismo. O ato sexual é revisto através dos personagens clássicos da mitologia grega. A vida também é vista através da passagem do tempo e do sexo. Outra questão explorada por Klimt é o amor entre as mulheres, como na obra As Amigas. E quando o homem se faz presente nas pinturas, é como voyeur ou como complemento.
Klimt sentia-se atraído pela mitologia, principalmente pelas sereias – que eram vistas pelo artista como um símbolo ambíguo da feminilidade e perversidade da mulher. Em Água Agitada, as sereias são mulheres de extrema sensualidade, com seus corpos nus de formas sinuosas como se acompanhassem o movimento da água. Um verdadeiro simbolismo erótico. Muitas das mulheres retratadas pelo artista possuem corpos de uma incrível leveza, como se estivessem flutuando no ar ou na água, sem direção ou orientação.
Já em Judith I, o artista traz uma inovadora versão do mito. Ícone da mulher fatal capaz de submeter qualquer homem aos seus desejos, na obra de Klimt ela aparece sem disfarçar o prazer da dominação – como um prazer sexual – ao segurar a cabeça do general assírio por cuja morte foi responsável. Repleta de ouro – com um fundo em que Klimt buscou reproduzir os relevos assírios do palácio de Nínive – Judith aparece com a roupa transparente e os seios nus. Seus cabelos negros contrastam com os trabalhos em dourados. Uma feminilidade agressiva, onde a mulher tem o pleno poder, mas ainda é repleta de sensualidade.
No final da vida, Klimt abandonou o dourados e as cores fortes e passou a utilizar os tons pastel. Uma viagem à França também fez com que se encantasse pelo impressionismo e com isso alterasse suas pinceladas. Mas seu olhar permaneceu eternamente atraído pelas mulheres.
Resultado de um trabalho iniciado em 2006, a exposição “Avestruz – Só Tenho Rascunhos”, da multiartista Paola Rettore, será aberta hoje e permanece em cartaz no Memorial Minas Gerais Vale até abril.
Mistura de muitas linguagens, realizadas por vários artistas convidados, a exposição tem fotografias de Eugênio Sávio e Weber Pádua, esculturas e figurinos de Marciano Mansur, vídeos de Marcelo Kraiser, poemas e ainda performances de Paola.
O foco da exposição está em sete personas construídas como roupas-armaduras, identificadas como Banho, Contempla, Esmalte, Sofia, 50’, Convidada e Palestrante.
Em 2011 e 2012, a artista levou esses figurinos à rua, em intervenções urbanas que deram origem ao livro-objeto homônimo à exposição, que teve tiragem de 200 cópias.
A intenção de Paola é buscar, no limite do exagero, ironia e provocação, um questionamento sobre as relações de poder. O nome da exposição sugere algo desengonçado e engraçado.
“Vejo esta exposição como um trabalho político, mas extremamente poético. As pessoas podem ver e se divertir, mas vão perceber que existem outras camadas, em níveis mais profundos”, afirmou a artista.
A mostra reúne todas as etapas do trabalho e expõe parte do processo criativo de seus artistas. “Ela foi construída de uma maneira muito bonita. Cada peça mostra a potência artística do seu criador”, analisa Paola.
Vestida como uma das personagens, a artista fará performances ao vivo, ao meio-dia, em 17 de março e 14 e 21 de abril. “No feriado, vai ser uma diversão. Vou levar a Sofia (uma das personas), que vai distribuir diplomas às pessoas”.
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O QUê. Exposição “Avestruz – Só Tenho Rascunhos”, da multiartista Paola Rettore
Quando. De 06 de março a 30 de abril, às terças, quartas, sextas e sábados, das 10h às 17h30; às quintas, das 10h às 21h30 e domingos, das 10h às 15h30. Onde. Memorial Minas Gerais Vale (praça da Liberdade). Quanto. Entrada franca
Consulte também as obras disponíveis na Escola de Belas Artes sobre Edward Hopper:
RENNER, Rolf Gunter.; HOPPER, Edward. Edward Hopper, 1882-1967: transformações do real. Koln: Benedikt Taschen, c1992. 96p.
KRANZFELDER, Ivo; HOPPER, Edward. Edward Hopper 1882-1967: visão da realidade. Koln: Taschen, c1996 200p. ISBN 3822890286 (broch.).
MARLING, Karal Ann; HOPPER, Edward. Edward Hopper. New York, USA: Rizzoli International Publications, 1992. [24]p. (Rizzoli Art Series)
HOPPER, Whistler, Sargent. 2. ed. . São Paulo: Nova Cultural, 1991. 76 p. (Os Grandes Artistas Modernos) DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA DA ESCOLA DE ARQUITETURA
Também disponível no youtube, vídeo em inglês com palestra sobre o artista :