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Encontro com a arte nacional

DANIEL TOLEDO
Produção de Cildo Meireles, como "Desvio Para o Vermelho", servirá de inspiração para a produção dos visitantes do instituto
Produção de Cildo Meireles, como “Desvio Para o Vermelho”, servirá de inspiração para a produção dos visitantes do instituto
Publicado no Jornal OTEMPO em 08/01/2013
Embalado pelas férias de verão, o Inhotim preparou uma programação especial para os próximos dois meses. Além do amplo acervo artístico e botânico da instituição, uma série de atividades foram desenvolvidas para destacar a obra de dois grandes artistas brasileiros cujos trabalhos têm destaque no museu. Enquanto janeiro será completamente dedicado à produção de Cildo Meireles, fevereiro, mês do Carnaval, chamará atenção para o trabalho de Helio Oiticica.Ainda que haja atividades voltadas aos mais diversos públicos, as crianças têm destaque especial dentro da programação de férias, conforme destaca Morgana Rissinger, coordenadora de programação cultural da instituição. “Entendemos essa temporada como o início de uma ideia que queremos desenvolver: uma colônia de férias no Inhotim. Nosso objetivo, provavelmente já no próximo ano, quando os hoteis estarão prontos, é que haja espaço para um acampamento onde as crianças possam passar dias e até semanas por aqui”, adianta.

Nessa temporada, conta ela, a ideia é que os pequenos façam visitas guiadas seguidas de oficinas nas quais vão se preparar como mini-guias do museu. “Após um dia inteiro na colônia de férias, passando por oficinas e outras atividades, as crianças se tornarão mediadoras do contato entre seus pais e o acervo do Inhotim”, explica Morgana, sobre atividade realizada durante todas as sextas, sábados e domingos de janeiro.

Também nos fins de semana deste mês, acrescenta, será realizada a oficina Bonecos de Papel, inspirada na obra “Camelô”, de Cildo Meireles, que pertence à seção do acervo do museu que, ao menos neste momento, não está em exposição. “Em meio a uma obra de cunho claramente político, esse trabalho abre espaço para uma abordagem lúdica e de grande apelo infantil. Trata-se de um kit para montagem de um pequeno boneco movido a motor”, descreve.

A ideia de converter visitantes em criadores, aliás, é um dos principais motes da programação de verão, que oferecerá ao público a oportunidade de trabalhar com materiais semelhantes aos usados por Cildo em algumas de suas criações.

“Nesses espaços, chamados de ‘Estações’, disponibilizamos ao visitante uma grande variedade de materiais que podem se converter em pequenas criações. No caso do Cildo, nossa proposta inicial é apresentar alguns trabalhos do artista e estimular a realização de intervenções políticas em objetos banais, como ele mesmo fez sobre cédulas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola. Em fevereiro, por outro lado, vamos abrir espaço para a produção dos famosos parangolés do Hélio Oiticica”, avisa.

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Diversão aliada a conhecimento
Pinturas rupestres inspiram oficina infantil no Espaço TIM UFMG
Pinturas rupestres inspiram oficina infantil no Espaço TIM UFMG

A partir de amanhã, o Espaço TIM UFMG do Conhecimento também oferecerá ao público infantil uma série de atividades que aliam diversão e conhecimento. Entre os destaques da programação, está a oficina Jogos de Tabuleiro Modernos, voltada a crianças com mais de 10 anos e com inscrições abertas a partir de hoje.

Controlar epidemias, salvar cidades infectadas e lutar pela segurança de reinos inteiros são algumas das missões a ser enfrentadas pelos participantes das oficinas, marcadas para os dias 17 e 18 de janeiro.

Além de brincar em um ambiente descontraído, conta Débora D’Ávila, coordenadora de Ações Educativas do espaço, os jovens vão conhecer um pouco mais sobre a profissão do game designer e as atuações de pesquisa e conhecimento da área.

Nos dias 23 e 25 de janeiro, por outro lado, será oferecida aos pequenos com idade entre 7 e 10 anos a oficina Pintando o Sete com a Arte Rupestre. Usando pigmentos naturais, as crianças serão convidadas a pintar sobre pedras de São Tomé, tendo como referências tanto os milenares trabalhos rupestres como o grafite dos dias atuais.(DT)

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"Sweeney Todd" é um dos filmes incluídos na mostra do cineasta
“Sweeney Todd” é um dos filmes incluídos na mostra do cineasta

Cinema

As aventuras de Tim Burton

Na próxima semana, é o Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, Rua da Bahia, 1.201, centro) que abre suas portas para uma programação bastante diferente das exposições que costuma abrigar. Trata-se de uma mostra gratuita de filmes do excêntrico diretor Tim Burton, que se estende de 17 a 31 de janeiro, com sessões às quintas, às 19h, e sábados, às 15h.

Reunindo cinco longa-metragens do cineasta, a mostra inclui trabalhos de diferentes momentos de sua carreira. Escolhido para abrir a mostra, “Edward Mãos de Tesoura”, de 1990, remonta aos seus primeiros trabalhos e traz os jovens Johhny Depp e Winona Rider em seus papeis principais.

Completam a lista quatro trabalhos mais recentes de Burton: “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999), “Peixe grande e suas histórias maravilhosas” (2003), “A Noiva-Cadáver” (2005) e “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (2007), passeando por obras de drama, aventura e até mesmo animação.

Entre a sociologia e a estética

MARCELO MIRANDA

Publicado no Jornal OTEMPO em 24/10/2011
Drama. Cena de ´Os Inquilinos´, filme de Sergio Bianchi que será exibido na mostra

Em sua sexta edição, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul iniciou seu “braço” mineiro a partir do dia 24-11-2011, no Cine Humberto Mauro. Até o início de dezembro, o evento terá passado por todas as capitais do país, mais Brasília.

Na programação, 47 filmes de dez países sul-americanos se revezam até o dia 31. É raro, hoje – ou inexistente -, outro evento cultural que se espalhe de forma tão ampla. Trata-se da conjugação de forças da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira (vinculada ao MinC), patrocínio da Petrobras e produções locais (por aqui, fica a cargo da Pimenta Filmes).

Conforme afirma o curador, Francisco César Filho, “a mostra cumpre relevante papel no mapeamento e exibição de uma produção que, infelizmente, desfruta de parca circulação no território brasileiro”. Estão representados na seleção trabalhos da Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Argentina e Venezuela – além do Brasil.

Para a versão 2011, o curador procurou manter o olhar de outros anos: equilibrar uma certa noção necessariamente sociológica do evento (já que ele é muito claramente aberto à discussão sobre inclusão e questões relativas aos direitos humanos, evidentemente) com um viés de exigência estética que faça os filmes dialogarem com a tradição do cinema em si.

“A arte cinematográfica como opção de linguagem se orienta por obras que priorizam, além da temática, também a criação audiovisual e o apuro técnico”, afirma o curador. “Dessa forma, títulos ficcionais, renomados diretores e atores admirados fazem parte de uma programação que busca atingir também o imaginário do público”.

Daí que o espectador curioso poderá se deparar com obras fortes, como os brasileiros “Os Inquilinos”, de Sergio Bianchi, e “Céu sem Eternidade”, de Eliane Caffé, ou o argentino “Confissões”, de Gualberto Ferrari. Ou mesmo com uma inusitada animação colombiana, “Pequenas Vozes”, de Oscar Andrade e Jairo Eduardo Carrillo, que retrata crianças removidas de suas casas por conta de conflitos armados em seus países.

Um outro destaque de bastante relevância, também brasileiro, é o documentário “Diário de uma Busca”, de Flávia Castro, inédito no circuito de Belo Horizonte (ainda que tenha estreado em outras cidades). Premiado em Gramado no ano passado, segue a investigação da diretora sobre o passado de seu pai, militante político nos anos 1960.

Programação
As sessões da Mostra Cinema e Direitos Humanos ocorrem no Cine Humberto Mauro (av. Afonso Pena, 1.537) de hoje a 31/10.

Filmes e horários em www.cinedireitoshumanos.org.br

Inclusão

Filmes têm legendas e audiodescrição

Como elemento integrante de sua própria lógica, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul exibe todos os filmes com legendas especiais para deficientes auditivos e audiodescrição a quem é portador de deficiência visual. A entrada é sempre gratuita.

Animação. ´Pequenas Vozes´, desenho produzido na Colômbia sobre crianças fora de suas casas

A programação inclui curtas e longas-metragens, em programas montados de forma que os filmes dialoguem e atraiam mais gente.

“É um marco inegável de sua vocação democrática na difusão dos diversos direitos do homem”, registra o curador, Francisco César Filho, no site oficial da mostra. (MM)

Curtas produzidos por alunos e ex-alunos da EBA são exibidos em mostra internacional

quinta-feira, 6 de outubro de 2011, às 12h01

Quatro curtas de alunos e ex-alunos da Escola de Belas-Artes participam da 9ª edição da Mostra Udigrudi Mundial de Animação (Mumia), que acontece até 12 de outubro no Cine Humberto Mauro. Veja a programação no blog da mostra.

O Céu no andar de baixo, de Leonardo Cata Preta, narra a história de Francisco, que registra fatos importantes de sua vida tirando fotografias do céu. Borboleta, de Karla Oliveira, conta o primeiro encontro de uma menina com uma borboleta.

Breves instantes, de Mirian Rolim, trabalha com a ideia da efemeridade barroca através dos tapetes de serragem confeccionados para festas religiosas em Ouro Preto. O professor do Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema (FTC) da Escola de Belas-Artes (EBA) Simon Brethé apresenta sua obra Concerto.

A Mumia, que divulga a produção audiovisual de animação, exibe este ano curtas-metragens regionais, nacionais e internacionais. Além do Palácio das Artes, outros pontos de BH, como o Centro de Cultura Belo Horizonte, a Casa do Baile, o Cineclube Joaquim Pedro de Andrade, o Cineclube Sabotage e Cineclube Uma Tela no Meu Bairro, recebem a mostra.