Aline Motta
Escravos de Jó
São Paulo, edição da artista, 2016
20cm x 20cm
26 páginas em papel vegetal e papel jornal
1 página com texto crítico
Capa em papel Arjowiggins Color Plus
100 ex
O livro de artista é impresso em papel vegetal e papel jornal. As páginas em papel vegetal criam sobreposições, em que uma página acumula o conteúdo da página anterior e soma-se à página seguinte. No jogo “Escravos de jó”, os objetos são passados de um a outro, assim como o folhear de cada página é dado a partir da impregnação da página anterior com a seguinte.
O tamanho de letra pequeno se remete à tipografia de jornais do Rio de Janeiro datados entre 1820 e 1890 que continham anúncios de escravos fugidos. Os ícones presentes no trabalho, que foram retirados diretamente destes jornais, destacavam os anúncios. A estética de representação dos ícones indica a criação de um imaginário do negro, com todos os elementos estereotipados e preconceitos arraigados. A descrição dos anúncios continha muito claramente o grupo de procedência dos escravos que fugiam, informação que foi devidamente apagada de nossa memória, de modo contínuo e proposital.
A forma quadrada da publicação, juntamente com as formas em círculo, entram como uma cosmovisão de tempo contínuo, oralidade e comunidade. É um jogo sem hierarquias e horizontal, onde todos estão no mesmo nível.
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