Ziraldo (1932). Flicts
Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1969
português
capa dura
23,5 x 28 cm
Publicado em Julho de 1969 pela Editora Expressão de Cultura, a primeira edição do livro foi incluída na 1ª Exposição Nacional de Livro de Artista, organizada por Paulo Bruscky e Daniel Santiago em Recife em 1983, no Festival de Inverno da Unicap.
O livro de Ziraldo conta a história de Flicts, uma cor diferente que não se encaixa aparentemente em lugar algum. Onde quer que vá, Flicts é rejeitado por ser considerado uma cor sem graça e triste. Pois “não tinha a força do Vermelho, não tinha a imensidão do Amarelo, nem a paz que tem o Azul”. Na primavera, no arco-íris, nas bandeiras dos países, nenhum lugar se encaixa o pobre Flicts. Até que um dia, Flicts se cansa de tentar encaixar-se e desaparece. Uma grande descoberta acontece.
“O mundo não é uma coleção de objetos naturais, com suas formas respectivas, testemunhadas pela evidência ou pela ciência; o mundo são cores. A vida não é uma série de funções da substância organizada, desde a mais humilde até à de maior requinte; a vida são cores.
Tudo é cor… … Aprendo isso, tão tarde! com Ziraldo. Ou mais propriamente com Flicts… Quem é Flicts?
Flicts é a iluminação — afinal, brotou a palavra — mais fascinante de um achado: a cor, muito além do fenômeno visual, é estado de ser, e é a própria imagem. Desprende-se da faculdade de simbolizar, e revela-se aquilo em torno do qual os símbolos circulam, voejam, volitam, esvoaçam — fly, flit, fling — no desejo de encarnar-se. Mas para que símbolos, se captamos o coração da cor? Ziraldo realizou a façanha, em seu livro.”
Carlos Drummond de Andrade