vinte e cinco
Rafael RG
Ikrek
São Paulo, 2014
impresso em Pantone 186u sobre papel Pólen.
15,5 cm x 23 cm
128 p.
300 unidades, numeradas; formato (fechado)
Rafael RG traz duas fontes para construção de seus trabalhos: uma documental e outra afetiva. A interação entre esses dois locais resulta em obras que quase sempre se aproximam de uma ficção. Isso acontece pelo uso de documentos garimpados em arquivos institucionais ou pessoais somado a narrativas que sempre envolvem sua pessoa ou um alter ego.
Ao reunir memórias suas e de agentes seminais do campo das artes para sua formação (Ivo Mesquita, Paulo Monteiro e Rochelle Costi), além de documentos que remetem às informações compiladas, Rafael RG constrói um registro verídico de situações que perpassam os 25 anos de cada um desses personagens e deixa em aberto – ou em branco – o que se passou, o que se passa, e o que se passará depois dessa idade que considera crucial, em virtude da frase legada pelo poeta colombiano Andrés Caicedo: Es uma vergüenza vivir más de 25 años en este mundo.
As entrevistas, realizadas num intervalo de tempo de quase dois anos, não buscam um ponto final nas histórias contadas; por essa razão, talvez, terminem de forma abrupta. As falas de Rafael RG emergem de um fundo tingido da mesma cor dessas informações recolhidas – o roxo dos relatos, documentos e memórias –, e têm tipografia em corpo 25, prendendo sua fala às suas fontes e a esse número, que também domina a paginação do livro. Ao final, a carta àquele que lhe inspirou a obra parece livrá-lo do algarismo, das memórias e da vergonha da idade, resultando em páginas a serem preenchidas.