Tarsila e o Brasil dos Modernistas – Exposição e catálogo online

Exposição na Casa Fiat de Cultura é prorrogada até 22 de junho.


Em 1924, ano dos mais férteis da carreira de Tarsila do Amaral, ela esteve, com o “bando” dos modernistas, em visita às cidades históricas de Minas Gerais. Muitos relatos dessa viagem ficaram registrados, como o de Pedro Nava em seu memorial e o de Carlos Drummond de Andrade, que se encontrou com os membros da “caravana paulista” no Grande Hotel de Belo Horizonte, onde hoje se situa o Conjunto Arcangelo Maletta, na esquina da Rua da Bahia com a Avenida Augusto de Lima.

Essa viagem marcou a obra de Tarsila, como bem assinala o rico texto da curadora da exposição, Regina Teixeira de Barros.

A exposição nos faz pensar sobre a riqueza do imaginário que se construiu e que continua a ser construído sobre o nosso país, e não só o Brasil dos modernistas, ao longo dos 87 anos transcorridos desde aquela viagem.

Retrato de Tarsila do Amaral
Retrato de Tarsila do Amaral (Photo credit: Wikipedia)

Tarsila volta a Minas, agora como figura central dessa mostra de grandes artistas, tão diferentes entre si e, ao mesmo tempo, igualmente empenhados na descoberta de um olhar para o Brasil, que é um e é tantos.

José Eduardo de Lima Pereira
Diretor Presidente

A exposição

A exposição Tarsila e o Brasil dos modernistas reúne um conjunto de obras que apresentam visões singulares de paisagens, tradições e tipos brasileiros. Tendo como ponto de partida a obra de Tarsila do Amaral (1886- 1973), os trabalhos selecionados procuram traçar um panorama de tentativas de representação visual de um país territorialmente vasto e culturalmente heterogêneo como o Brasil. Esses trabalhos se reportam ao tempo e ao espaço onde foram produzidos e ao entendimento que nossos artistas modernos tiveram da realidade à sua volta.

Além de Tarsila, figuram na exposição outros artistas que discutiram uma possível representação da identidade brasileira de forma bastante explícita e constante ao longo de suas trajetórias, como Di Cavalcanti e Candido Portinari. Estão inclusas também obras de artistas que se detiveram no tema em determinados períodos de suas carreiras, como Cícero Dias, Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret. A mostra apresenta ainda um terceiro grupo de artistas cujo conjunto da obra não é necessariamente identificado à criação de uma imagem iconográfica do e para o Brasil, mas que produziu trabalhos pontuais que tangenciam o tema, seja pela inclusão de um contexto geográfico facilmente reconhecível, seja pela curiosidade investigativa de hábitos e tradições locais. Entre esses, encontram-se Alberto da Veiga Guignard, Ismael Nery, Oswaldo Goeldi e Flávio de Carvalho.

Tarsila e o Brasil dos modernistas não pretende transformar estes últimos em artistas comprometidos com a produção de cunho nacionalista nem menosprezar a história da arte hegemônica, mas aproximar trabalhos específicos que, interpretados sob certos ângulos, podem vir a ampliar o debate em torno das representações visuais simbólicas do país, tornando-o tão complexo quanto a teia cultural em que está inserido.

É importante explicitar que esse recorte não tem intenção de examinar a produção dos modernistas do ponto de vista de estilo, mas de traçar relações temáticas a fim de tornar claras as semelhanças e/ou diferenças em termos de opções de figuração de cunho metafórico. O agrupamento de trabalhos por tema facilita a análise da contribuição modernista para o debate em torno da produção simbólica de um imaginário social na medida em que os temas se repetem com bastante frequência, ainda que sob formas diversificadas.

Regina Teixeira de Barros
Curadora da exposição

Maiores informações sobre a exposição e visitação, acessar o site da Casa Fiat de Cultura.

Consulte também o catálodo da exposição!

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Veja também sobre a exposição “Percurso afetivo – Tarsila” ocorrida em setembro e outubro de 2008 no Museu Oscar Niemewer e retrada em seu  periódico. Exposição também ocorrida no CCBB no Rio de Janeiro em 2012

MON em revista - Tarsila

Exposição também ocorrida no CCBB no Rio de Janeiro em 2012 :

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=tLtf9JNkqco]

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E não deixe também de consultar na Biblioteca da Escola de Belas Artes, obras disponíveis sobre Tarsila do Amaral.

Segue alguns exemplos:

AMARAL, Aracy A; SALZSTEIN, Sônia. Tarsila: anos 20. São Paulo: SESI, 1997 157 p.

AMARAL, Tarsila do; SATURNI, Maria Eugênia. Tarsila: catálogo raisonné Tarsila do Amaral = Catalogue raisonné. [São Paulo]: Base 7 Projetos Culturais, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008. 3 v. + 1 CD-ROM (4 3/4 in.)

 AMARAL, Tarsila do; AMARAL, Aracy A. Tarsila cronista. São Paulo: EDUSP, 2001. 241p.

 AMARAL, Tarsila do; AMARAL, Aracy A. Tarsila do Amaral. [S.I.]: Fundação Finambras, [19–] 62p.

 GOTLIB, Nadia Batella. Tarsila do Amaral: a modernista. 2. ed. rev. São Paulo: Ed. SENAC, 2000. 213p.

 AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo.   3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Ed. 34: EDUSP, 2003. 509 p.    ISBN 8573262664 (broch.).

 5  MESTRES  brasileiros : pintores construtivistas ; Tarsila, Volpi, Dacosta, Ferrari, Valentim.     Rio de Janeiro: Kosmos, 1977. 174p.

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