Obra tem coedição da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria com a Seppir, da Presidência da República
Resultado de uma herança que remonta à época colonial, a influência da cultura africana está presente nas cores e nos desenhos estampados no vestuário dos brasileiros. O tema é abordado, de forma inédita, no livro “O africano que existe em nós, brasileiros”, de autoria da designer de moda Julia Vidal, lançado nesta semana, no Rio de Janeiro.
A obra tem coedição da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República.
Descendente de africanos, indígenas e europeus, Julia Vidal, graduada em comunicação visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), buscou no livro documentar a origem estética da identidade brasileira e mostrar como ela se materializou na moda.
“Busquei identificar formas e ritos que fazem parte do nosso cotidiano, a fim de identificar sua origem, se africana, indígena ou portuguesa. O resultado dessa mistura é uno, é brasileiro”, conta Julia
Segundo ela, a história da moda no Brasil, como um todo, ainda é pouco registrada em livros, e a contribuição africana menos ainda. “Tive dificuldades de encontrar fontes bibliográficas. Pesquisei em livros sobre simbologia, máscaras, ourivesaria”, admite a autora, que começou a atuar na moda em 2005, quando criou a grife afro-brasileira Balaco.
Enquanto fazia as pesquisas para o livro, Julia concebeu dez coleções, retratadas na obra, em que ela destaca a contribuição das diferentes etnias africanas que vieram para o Brasil na condição de escravos.
“Os africanos começaram a produzir sua própria roupa, a partir de matérias-primas locais, e com o tempo essa passa a ser a roupa não só do escravo, mas também a do colono”, explica. Ela ressalta, porém, que os trajes que constituem a identidade da moda afro-brasileira variam de acordo com a região.
“Isto está relacionado com a origem étnica dos africanos trazidos para o Brasil. Na Bahia, por exemplo, a maior força da cultura iorubá se tornou a grande referência no vestuário, mas as nossas roupas são muito diferentes das africanas da mesma etnia. Aqui não temos aquelas mangas volumosas, as formas de amarrar os turbantes são diferentes”, explica a autora.
Embora focado na moda, ‘O africano que existe em nós, brasileiros’ aborda também as heranças étnicas na música, na culinária e na arte. As religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, também são tema da publicação.
lguma vez você já imaginou como seria o cruzamento de um macaco com um gato? Ou de um hipopótamo com um ouriço? Certamente surreal, mas bem divertido. Essa brincadeira já faz parte da rotina da artista Sarah DeRemer, que usa suas habilidades em Photoshop para criar imagens de animais híbridos, misturando fotografias de duas espécies totalmente diferentes.
Sarah começou com a ideia para melhorar suas habilidades em Photoshop – e as imagens são uma prova de que ela alcançou seu objetivo. Para a artista, que gosta de criar misturas surpreendentes, mesclando imagens de animais ferozes com outros inofensivos, criar este tipo de híbrido é uma diversão. Para nós, meros observadores, é um enorme prazer.
Atualmente Sarah publica suas criações em sua página do Facebook e cria até algumas imagens por solicitação dos fãs. Confira o impressionante trabalho da artista:
Google Play disponibiliza mais de 3 milhões de títulos entre obras nacionais e internacionais para download gratuito. Os livros podem ser baixados em tablets e smartphones que funcionem com sistema Android.
O Google Play, loja online mantida pela Google para distribuições de aplicativos, jogos, filmes, música e livros, mantém uma coleção com mais de 3 milhões de livros grátis que podem ser baixados em smartphones e tablets que funcionem com o sistema operacional Android.
Entre a lista de autores disponibilizados pela plataforma encontram-se Machado de Assis, Eça de Queirós, Gil Vicente, Camões e Camilo Castelo Branco. Além deles, o usuário também poderá encontrar traduções de Shakespeare, Júlio Verne e também dos irmãos Grimm, bem como obras importadas.
Para os usuários interessados que não possuem um dispositivo com sistema Android, existe a possibilidade de ler os livros adquiridos pela internet.
Enquanto que muitos ilustradores colocam suas artes dentro de livros, Mike Stilkey prefere usá-los como tela. Chamadas por ele de “esculturas de livros”, as peças são formadas por diversos livros usados, que foram resgatados dos lixos de bibliotecas – por estarem velhos, duplicados ou desatualizados. Ao unir essas peças, ele tem a seu dispor uma bela tela, a qual preenche com sua arte.
Mike Stilkey cria belíssimos retratos de pessoas e animais antropomórficos, que tocam instrumentos musicais e se vestem com roupas “de gente”. As lombadas dos livros, com suas diferentes cores e inscrições, funcionam como um fundo perfeito para a pintura.
A professora Maria do Céu, ex-professora residente do IEAT (2012 e 2013), convida para participarem do Seminário Comer Imagens, do Grupo de Pesquisa sobre o Desenho e a Palavra.
O Seminário acontece entre os dias 23 e 24 de outubro. (vide programação no cartaz abaixo).
Com curadoria de Ronaldo Fraga, exposição apresenta processo de restauro da obra “Civilização Mineira” e coleção de moda inspirada no maior pintor modernista brasileiro Da poesia do céu de Brodósqui à delicadeza das andorinhas. Das brincadeiras de infância aos retirantes nordestinos. Candido Portinari buscou inspiração nas mais simples formas e foi capaz de inspirar gerações com sua arte e originalidade. É um pouco desse universo que a exposição Recosturando Portinari na Casa Fiat de Cultura apresenta ao público, entre 26 de agosto e 26 de outubro, no Circuito Cultural Praça da Liberdade. Com curadoria do estilista e designer Ronaldo Fraga, a mostra apresenta os bastidores da recuperação de uma obra de arte – por meio do processo de restauro do quadro “Civilização Mineira” (1959) – e faz o visitante entrar no mundo de Portinari sob um olhar sensível e criativo.
Maior quadro de Cândido Portinari em Minas Gerais, Civilização Mineira ganha os holofotes da exposição. Representando a mudança da capital mineira, de Ouro Preto para Belo Horizonte, em 1897, e a evolução da sociedade local, o painel, de 2,34m X 8,14m, passou por restauração no último ano, quando foram descobertos uma intensa ocorrência de cupins e o esbranquiçamento de partes da obra – provocado pelo branco feito de titânio. Instalações e ambientes sensoriais foram idealizados por Ronaldo Fraga para contar as etapas dessa restauração – de forma lúdica e interativa –, fazendo com que o público se sinta parte do quadro e do passo a passo da recuperação de uma obra de um dos principais representantes do modernismo no Brasil. O Making of e a representação de um ateliê de restauro, além de uma visão sobre a vida e a obra do mestre modernista, poderão ser apreciados pelo público nesse mergulho portinaresco.
Esse minucioso processo de restauração aproxima-se do complexo trabalho de criação de um artista. Por isso, lado a lado ao processo de restauro, será apresentada a obra de Portinari como fonte de inspiração para uma criação de moda, a coleção O Caderno Secreto de Candido Portinari. O pintor é fonte inesgotável de inspiração para diferentes vetores da cultura brasileira, e, pela primeira vez, é transposto para a moda. Sob a ótica de Ronaldo Fraga, detalhes, traços, formas e cores características de Portinari ganham releitura na moda, deixando as telas para ganhar as ruas. Balões de São João, pipas e azulejos transformam-se em verdadeiros legados contemporâneos da arte de Portinari. Os visitantes vão conferir o making of da criação do estilista (croquis e pesquisa) e concepções inéditas, tendo como ponto de partida a obra Civilização Mineira.
Para o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, realizar essa exposição de forma tão lúdica é a maneira ideal de fazer com que o público conheça Portinari e Ronaldo Fraga em sua essência. “O olhar sensível de Ronaldo Fraga tem muito do menino que ele foi e sempre será. Ao ‘recosturar’ Portinari, ele busca um companheiro de brincadeiras infantis no menino de Brodósqui. Gente grande que não tem coragem de pôr pra fora a criança que ainda é não devia ter permissão para visitar esse trabalho, essa deliciosa recostura que faz pensar e que diverte. Como tudo o mais que Ronaldo Fraga faz”, ressalta o presidente.
Para Ronaldo Fraga, Recosturando Portinari é uma oportunidade de cada vez mais pessoas conhecerem o trabalho desse artista que tanto representou o Brasil em suas telas. “É uma forma de fazer com que as novas gerações se familiarizem com essa arte, com o processo de criação e o universo inspiracional de Candido Portinari. É a perpetuação de um legado que deve ser múltiplas vezes preservado e apreciado”, explica o curador.
Quatro salas compõem a mostra, que utiliza as mais diversas linguagens, possibilitando que o público se envolva de forma interativa com o quadro Civilização Mineira e com o mundo de Portinari. Na primeira delas, inconfidentes mineiros dão as boas vindas aos visitantes, numa instalação com os elementos do quadro. Na sequência, espantalhos – figuras tão recorrentes na obra do pintor – relembram momentos marcantes da vida de Portinari e destaques de sua obra, enquanto ao lado, serão revelados os bastidores do ateliê de restauro do quadro Civilização Mineira. Num outro ambiente, os aromas da infância de Portinari ganham vida, proporcionando uma experiência multissensorial. Com chão coberto de grãos de café e sob balões de São João, Ronaldo Fraga leva para o mundo da moda cores, formas e visões desse importante nome do modernismo brasileiro.
A exposição é uma realização da Casa Fiat de Cultura, em parceria com a Associação de Amigos do Museu Mineiro, com patrocínio da Fiat Automóveis, parceria institucional da Associação Pró-Produção das Artes (APPA), apoio cultural do Café Três Corações e produção da Paralelo 3.
Candido Portinari
De origem humilde, Portinari ganhou o mundo pintando o que via e o que sentia. Suas pinceladas suaves foram capazes de descrever o sofrimento, a dor e a alegria de um povo da forma mais singela e marcante, assinando seu estilo único na história da arte. Considerado por historiadores, críticos e colecionadores de arte – assim como por grande parte do público –como um dos maiores nomes da pintura brasileira do século XX, ele é um dos principais representantes do modernismo no Brasil. Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903, na fazenda de café Santa Rosa, no povoado de Brodósqui, em São Paulo. Foi o segundo dos 12 filhos dos imigrantes italianos Baptista Portinari e Dominga Torquato. Se as escolas tradicionais não o atraíram – cursou até o terceiro ano primário –, aos poucos, as artes começaram a povoar seu imaginário. Começou a pintar aos nove anos e, um ano depois, já chamava atenção com o desenho “Retrato de Carlos Gomes”, feito para homenagear a Banda de Música Carlos Gomes, na qual o pai tocava bombardino.
A vocação para as artes levou-o ao Rio de Janeiro. Aos 15 anos, mudou-se para a então capital do Brasil para estudar no Liceu de Artes e Ofícios. Em 1922, fez a primeira participação em uma exposição, quando ganhou menção honrosa com um retrato possivelmente inspirado no amigo Ezequiel Fonseca Filho. Em 1928, ganhou, com o quadro “Retrato de Olegário Mariano”, na Exposição Geral de Belas Artes, o Prêmio de Viagem à Europa. Em seguida, foi estudar na França, em Paris. A distância, ao perceber como os grandes artistas sintetizavam a cultura de origem nas próprias obras, pôde enxergar melhor sua terra e tomar a decisão que marcaria sua trajetória: pintar sua gente. Assim tornou-se Portinari.
Em Paris, o artista conheceu a uruguaia Maria Victoria Martinelli, de 19 anos. Um ano depois, o casal voltou ao país e, para sobreviver, Portinari passou a pintar intensamente. Em 1934, começou a lecionar pintura mural e de cavalete no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, no Rio, e deu início à criação de painéis públicos. Seu único filho, João Candido, nasceu em 1939, quando pintava os painéis “Jangadas do Nordeste”, “Cena Gaúcha” e “Noite de São João” para o Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de Nova York. Em Minas Gerais, em 1944, foi marcante a inauguração da Pampulha, em Belo Horizonte, onde criou algumas das mais significativas obras. O então prefeito Juscelino Kubitschek pediu a Oscar Niemeyer, autor do projeto da Igreja de São Francisco de Assis, que fosse decorada por Portinari com azulejos na parte externa e pintura mural no interior.
Após a participação na “I Bienal de São Paulo”, foi convidado pelo Governo Brasileiro a criar dois painéis intitulados “Guerra e Paz” para a sede das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Três anos depois, foi internado com hemorragia intestinal. Diagnóstico: sintoma causado pelo uso de tintas contendo metais pesados, como chumbo, cádmio e prata. A doença se agravou, e, por determinação médica, parou de pintar. De volta ao ofício, em 1955, participou da III Bienal de São Paulo, com os estudos para o painel, e foi eleito pelo International Fine Arts Council, de Nova York, o “melhor pintor do ano”. Concluiu “Guerra e Paz” em 1956: “Foi o melhor trabalho que já fiz: dedico-o à humanidade”. Em 1962, em 6 de fevereiro, morreu vítima de complicações pela intoxicação das tintas que o consagraram. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio. Porém, seu legado como um dos principais nomes da pintura brasileira do século 20, graças ao trabalho do filho João Candido, à frente do Projeto Portinari, continua para as novas gerações.
O quadro Civilização Mineira
“Civilização Mineira” (1959) é o maior quadro de Cândido Portinari em Minas Gerais, com a medida de 2,34m x 8,14m, composto por 12 chapas de madeira compensada, que se encontra instalado no hall de entrada da Casa Fiat de Cultura. Obra de Candido Portinari, que representa a mudança da capital mineira, de Ouro Preto para Belo Horizonte, em 1897, “Civilização Mineira” foi produzido em têmpera sobre madeira, em 1959, no Rio de Janeiro, para decorar a sede do Banco do Estado de Minas Gerais (antigo Banco Agrícola Hipotecário de Minas Gerais). O projeto foi executado entre fevereiro e abril do mesmo ano da encomenda, o que demonstra a concentração com que o pintor trabalhava, e foi inaugurado juntamente à nova sede do banco, em maio de 1960.
No início de 1967, o Banco Agrícola Hipotecário de Minas Gerais, então proprietário da obra, foi transformado, pela fusão com o Banco Mineiro da Produção, no Banco do Estado de Minas Gerais, BEMGE. Nessa ocasião, o quadro de Portinari foi transferido para Belo Horizonte e instalado na sede da nova instituição financeira, na Praça Sete de Setembro, onde permaneceu até outubro do mesmo ano, oportunidade em que foi transferido ao Palácio dos Despachos, para a inauguração do edifício, que seria a sede administrativa do Governo do Estado de Minas Gerais, na capital. Desde então, encontra-se instalado no hall de entrada do edifício. O quadro Civilização Mineira, de Candido Portinari, é obra caracteristicamente modernista, sem abrir mão de fundamentos da pintura clássica, claramente dominados pelo pintor. A pintura se caracteriza por tons pastel e pela representação das paisagens urbanas, perpassada por linhas diagonais e faixas tonais, que criam arestas e remetem ao cubismo de uso recorrente do artista. A técnica pictórica, aparentemente, é mista e contrasta tinta rala. A composição da obra é dividida ao meio por duas seções: do lado esquerdo, a cidade de Ouro Preto é representada por um conjunto de casario, igrejas e telhados, e, do lado direito, está a moderna Belo Horizonte, com seus edifícios, fiação elétrica – criando ritmos poéticos, com andorinhas pousadas sobre os fios – e construções.
Restauro
O projeto de recuperação da obra de Portinari foi uma iniciativa da Casa Fiat de Cultura, em parceria com Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) e Ministério da Cultura, com patrocínio da Fiat Automóveis, e marcou a primeira atividade da Casa Fiat de Cultura no Circuito Cultural Praça da Liberdade.
Por representar a memória histórica de Minas Gerais, o quadro Civilização Mineira é um especial exemplar dentro do conjunto de obras de Portinari existente em Belo Horizonte. Sua importância é reconhecida por meio da proteção legal do Estado e do Município. O monumento é propriedade do Estado e está sob a guarda do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG, sendo ainda tombado, pelo Município de Belo Horizonte, como patrimônio cultural do conjunto urbano da Praça da Liberdade. O quadro passou por restauro há 11 anos, mas, devido a manchas e degradações ocasionais, percebeu-se a necessidade de um novo processo. Foi realizado um trabalho de pesquisa e análise, com o objetivo de coletar o maior número possível de informações acerca do artista, da técnica e dos materiais que utilizava, assim como sobre a iconografia do painel, os estudos estilístico-formais, o contexto histórico em que foi produzido e o estado de conservação da obra, após mais de 50 anos de exposição no prédio em que se encontra.
Os maiores percalços encontrados pela equipe de restauro foram referentes à intensa ocorrência de cupins e ao esbranquiçamento de partes da obra, provocado pelo branco de titânio. Dentre as iniciativas de investigação, realizaram-se estudos químicos dos materiais pictóricos – por meio de análises não destrutivas por fluorescência de raios- X – em diversos pontos da obra, com o intuito de determinar a paleta de cores da obra e os locais de retirada de amostras. Cada ponto foi medido e fotografado para observação mais precisa da informação. Posteriormente, seguiu-se ao diagnóstico e à documentação científica por imagem, com uso de fotografias por luz visível e fluorescência de ultravioleta.
A imagem por luz visível, captada por câmera fotográfica tradicional, é um registro da pintura em seu estado atual e real e possibilitou a geração de imagens em alta resolução da obra, tanto em “fatias” quanto integral. Aplicou-se o gerenciamento de cores, técnica que permite manter a consistência dos tons e faz com que a imagem digital apresente tonalidades mais próximas da imagem original.
Já a fluorescência em ultravioleta é uma imagem diagnóstica, que permite aos restauradores analisar a camada pictórica e o estado de conservação dos vernizes superficiais. Com este tipo de fotografia, foi possível verificar se houve repintura, além de diferenciar tons e cores originais daqueles aplicados por intervenções anteriores e saber, com exatidão, o local em que foi feita a operação. Dessa forma, conseguiu-se dar nova vida ao quadro, com as cores e beleza que Portinari idealizou tantas décadas atrás.
Arte na moda
O que Van Gogh, Mondrian, Matisse, Monet, Poliakoff, Picasso, Braque, Frida Kahlo, Degas, Dalí e Escher teriam em comum? Além de serem grandes nomes das artes plásticas, todos foram inspiração, alguns mais de uma vez, para estilistas. Foram fonte de beleza para a criação no mundo da moda, que cada vez mais se torna uma extensão artística de outras expressões, indo das telas para as ruas e popularizando a arte. Recentemente, foi a vez de Ronaldo Fraga buscar inspiração nas telas, na vida e na obra de Candido Portinari, artista que despertou a vontade de encher as ruas com suas cores, formas e pinceladas.
Apaixonado pela cultura brasileira, e sempre empenhado em fazer moda como um vetor cultural, não é a primeira vez que Fraga buscou em artistas brasileiros o fio condutor para fazer sua própria arte. Carlos Drummond de Andrade, Mario de Andrade, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e Nara Leão, por exemplo, já figuraram em suas criações e mostraram ao mundo a riqueza cultural do Brasil. Os desenhos que Portinari fazia ainda pequeno, a chegada do circo em sua cidade, as noites de São João, pipas soltas pelo ar e espantalhos coloridos nas plantações de café aparecem em belos bordados em fios soltos ou estampados de maneira gráfica e colorida. “Vou pintar a minha gente com aquela cor e aquelas roupas. Com seus pés grandes e descalços, suas mazelas e suas festas”, disse Portinari certa vez. Ronaldo Fraga capta essa vontade do grande pintor de se fazer ver as belezas de um povo que sempre arrumou maneiras de sorrir.
Programa Educativo
O Programa Educativo é peça fundamental no trabalho de valorização e ampliação do conhecimento proporcionado pela Casa Fiat de Cultura a seu público. Para cada exposição, são idealizados uma temática e um conceito a serem trabalhados em visitas orientadas, oficinas, programação paralela, assessoria ao professor e outras atividades. Na mostra Recosturando Portinari, o Programa Educativo, que conta com concepção da educadora Rachel Vianna e coordenação da educadora Manuela Tolentino, aborda a vida e obra de Portinari e seu legado inspirador nas artes. Segundo Rachel Vianna, os educadores vão envolver os visitantes com repetições visuais, que transitam tanto nos quadros de Portinari quanto nas estampas da moda. “Será possível perceber os ritmos, formas, superfícies e cores característicos desse grande mestre do modernismo. O artista criava ritmos visuais por meio da repetição, do movimento no espaço em sua composição. Isso também é muito comum na moda. As artes se misturam”, explica.
Uma equipe de educadores multidisciplinares está à disposição para atender todos os públicos: crianças, jovens, adultos, estudantes das redes pública e privada e grupos como associações e ONGs, dentre outros. O Programa é um dos diferenciais com suas visitas orientadas e um motivo a mais para conhecer a exposição Recosturando Portinari na Casa Fiat de Cultura.
O agendamento para grupos, escolas e assessoria ao professor poderá ser feito pelo telefone (31) 3289-8910 ou pelo e-mail agendamento2@casafiat.com.br. Além das visitas de grupos e instituições, o Programa Educativo oferece visitas temáticas ao público e às famílias nos fins de semana, sem necessidade de agendamento. Toda a programação tem entrada gratuita.
SERVIÇO
Recosturando Portinari Casa Fiat de Cultura
De 26 de agosto a 26 de outubro de 2014
Visitação: 3ª a 6ª das 10h às 21h | sábados, domingos e feriados das 10h às 18h
Entrada gratuita
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG.
Telefone: (31) 3289-8900 www.casafiatdecultura.com.br casafiat@casafiat.com.br
facebook.com.br/casafiatdecultura
Instagram:@casafiatdecultura Informações para a imprensa: Personal Press Polliane Eliziário – polliane.eliziario@personalpress.jor.br – (31) 9788-3029
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Cosulte também na Biblioteca da Escola de Belas Artes, os livros sobre este artista, sobre Moda e Ronaldo Fraga :
DAMM, Flavio.; PORTINARI, Cândido. Um Candido pintor Portinari. 1. ed. [S.l.]: Expressão e Cultura, 1971. 1v.
PORTINARI, Candido. Candido Portinari. São Paulo: Aleksander B. Landau, c1972. 1v.
PORTINARI, Cândido; PENNA, Christina Scarabôtolo Gabaglia; PORTINARI, João Candido.; PROJETO PORTINARI. Candido Portinari: catálogo raisonné = catalogue raisonné. Rio de Janeiro: Projeto Portinari, 2004. 5 v.
PORTINARI, Cândido; BARDI, P. M. Cem obras primas de Portinari. [São Paulo]: Museu de Arte de São Paulo ‘Assis Chateaubriand’, 1970. [72] p.
QUEIROZ, João Rodolfo; BOTELHO, Reinaldo. Ronaldo Fraga. São Paulo: Cosac & Naify, 2007. 149 p. (Coleção Moda brasileira.)
POLLINI, Denise; ALFONSO, José Luis Hernández. Moda no Brasil: criadores contemporâneos e memórias. São Paulo: MAB, FAAP, 2012. 173 P. + 1 DVD.
O 23º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – ANPAP — será realizado em Belo Horizonte, entre 15 e 19 de setembro 2014. Terá uma organização multiforme, compreendendo Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação e de Graduação, Conferências Nacionais e Internacionais, Comitês, Simpósios e Seções de Iniciação Científica. A coordenação do encontro tem a coordenação da Professora e Pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG Lúcia Pimentel. Veja toda a programação no site: http://www.anpap.org.br/23encontro.html.
A exposição “Na Superfície | Trabalhos sobre Papel” será realizada em paralelo ao evento, na Galeria da Escola Guignard, com abertura prevista para o dia 16 de setembro de 2014, às 21 horas— após a palestra do Filósofo e Historiador Francisco Jarauta — seguindo até 30 de Setembro. Para este encontro, o Comitê de Poéticas Visuais da ANPAP realizará a exposição com alguns artistas pesquisadores em artes plásticas, membros do PPGArtes da UFMG e da Escola Guignard.
A mostra terá como ponto de referência o suporte papel: desde o desenho, ao projeto, mas também a fotografia, a gravura, a escrita, o livro e etc. A nossa atenção se voltará aos trabalhos que utilizam este suporte de fina espessura, mas de utilização polivalente; pois em sua singularidade o papel apresenta-se também como multiplicidade, assim como são suas maneiras de acolher a imagem em suas várias formas e toda a sua profundidade. Já escutamos: nada mais simples do que um pedaço de papel. Algo simples, mas passível de receber o primeiro traço gestual, que ordena semelhanças e dessemelhanças materiais, assim como as coisas desconhecidas e invisíveis. Assim é o papel, esse flexível material — lugar para fixar constelações de qualidades – dispondo sua superfície para nossas invenções e possibilidades.
Abaixo o catálogo . A curadoria está a cargo de Patricia Franca-Huchet, Mário Azevedo (da EBA/UFMG) e Marco Túlio Rezende(da EG/UEMG).
Clique na imagem para abrir o catálogo.
Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG