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1ª Semana de Arte Moderna em Belo Horizonte

1ª Semana de Arte Moderna em Belo Horizonte_2015
De 24 de fevereiro a 1º de março acontece a 1ª Semana de Arte Moderna em Belo Horizonte. Realizada pela Fundação Municipal de Cultura, por meio da Casa Kubitschek, o objetivo do evento é refletir sobre o movimento modernista brasileiro, dando enfoque especial às suas manifestações em Minas Gerais.
Ao longo do evento serão realizadas palestras, oficinas, intervenções nas exposições, espaços interativos e visitas temáticas. As inscrições para as palestras devem ser realizadas por meio do telefone (31) 3277-1586 ou pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br. Haverá emissão de certificado online para os participantes das palestras.
De acordo com André Mascarenhas, gestor da Casa Kubitschek, a realização desta atividade foi uma proposta do setor educativo tendo em vista a comemoração da semana de arte moderna de 1922 em São Paulo.
Casa Kubitschek_Belo Horizonte_2015
“A Casa Kubitschek é um espaço voltado para pensar o modernismo e suas várias formas de manifestações e modos de viver, pensamos que esta iniciativa servirá para refletir e debater sobre tal movimento em Belo Horizonte e Minas Gerais”, explica Mascarenhas.
A Casa Kubitschek foi projetada em 1943 para ser residência de fim de semana do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek. A construção segue o mesmo estilo do Iate Tênis Clube, com telhado em asa-de-borboleta e planos inclinados, configurando tipologia característica da arquitetura modernista da década de 1950.
Com jardins e pomar de Burle Marx, a casa se mantém até hoje com o projeto original, uma vez que as reformas realizadas tiveram assistência direta do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto original.Abaixo, confira a programação completa:
Terça-feira (24/02)
10h às 12h : Abertura: Palestra com o Prof. Dr. Rodrigo Vivas Andrade (UFMG)
Tema: “Os salões de Arte Moderna em Belo Horizonte – de 1936 a 1944“. 
14h: Palestra com a Profª Dra. Regina Helena Alves da Silva (UFMG).
Tema: O modernismo no Brasil e em Belo Horizonte.
15h30h: Oficina de Caricatura.
Obs.: A Casa disponibilizará o material necessário.
Quarta-feira (25/02)
19h30: Cine Kubitschek – exibição do filme Macunaíma nos jardins da Casa.
Quinta-feira (26/02)
15h: Palestra-concerto com o Prof. Dr. Loque Arcanjo (UniBH).
Tema: Heitor Villa Lobos.
18h: Sarau Livre no Jardim
Sexta-feira (27/02)
10h: Palestra com a Profa. Dra. Alexandra Nascimento (UniBH).
Tema: O Modernismo na arquitetura. 
15h: Palestra com a Profa. Dra. Eneida Maria de Souza (UFMG).
Tema: “Modernidades tardias no Brasil“.
Sábado (28/02)
Às 11h, 14h e 15h30: Visita temática deve ser requisitada pelo visitante junto à recepção)
Domingo (01/03)
15h: Visita temática deve ser requisitada pelo visitante junto à recepção)
Publicado originalmente em Café com Notícias.

Eduardo Relero: a ilusão nas ruas da cidade

Marisa Antunes

Eduardo Relero é, actualmente, um dos principais nomes da arte urbana: das suas mãos e imaginação nascem os esboços das figuras anamórficas que ganham e dão vida às superfícies mais improváveis: pavimentos e ruas.

A anamorfose é a representação de figuras que, quando observadas frontalmente parecem distorcidas ou indecifráveis, tornando-se perceptíveis quando vistas de um ângulo específico.

Eduardo começou a pintar retratos aos 21 anos, no seu país de origem: a Argentina. Depois viajou durante algum tempo: Peru, Chile e Argentina – sempre sem deixar de desenhar e pintar. Em 1990, quis visitar Roma e ver de perto a arte que sempre admirou. Foi lá que teve contacto com artistas que decoravam as ruas com desenhos copiados dos grandes clássicos: os “Madonnari”. De regresso à Argentina, estudou Belas Artes, filosofia e arquitectura porque não acreditava que pudesse desenvolver o seu trabalho apenas com as pinturas de rua.

Criou um blog, mudou-se para Sevilha e começou a decorar os pavimentos espanhóis, quase sempre sem licença – que é quase impossível de obter na Europa. Com estes desenhos foi alimentando o seu blog e, a partir daí, tudo foi acontecendo naturalmente.

Eduardo aprendeu sozinho a desenhar a três dimensões, socorrendo-se das suas noções de geometria e dos seus conhecimentos de arquitectura. Gosta de dar um toque satírico e critico às suas representações. As suas figuras humanas têm, geralmente, um tom dramático.

Utiliza pigmentos secos, água e um pouco de cola e, de vez em quando, dá-lhes um toque de pastel. Os seus desenhos têm 4×8 metros e os maiores chegam a atingir os 12 metros. Normalmente, demoram cerca de dois dias e meio a três dia a concluir, consoante a complexidade. Eduardo faz esboços previamente e, uma vez iniciado o desenho no pavimento, está sujeito à imprevisibilidade das condições atmosféricas. Confessa que ainda se sente bastante o peso do estereótipo de que um artista ambulante é, geralmente, um pedinte. Estar a trabalhar na rua é estar exposto a todo o tipo de pessoas: Eduardo aponta como maior dificuldade a distracção causada pelos curiosos que param para observar, falar e opinar sobre o trabalho.

Confessa que o carácter efémero das suas obras não o preocupa: nada se compara à sensação de libertação que advém da materialização das suas ideias. Conheça-as melhor no site de Eduardo Relero.

Sobre a autora: marisa antunes apaixona-se por tudo e pelos nadas e passa a vida a sonhar acordada. Tem uma assumida tentação pelo abismo e pelas quedas livres – sem rede – e acredita que tudo é possível.