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Mostra no MAP reúne obras de artistas selecionados pelo Bolsa Pampulha

Clarisse Souza

Obras foram produzidas por bolsistas vindos de várias partes do país. A partir deste domingo, o público poderá conferir o resultado de cinco meses de trabalho no Museu de Arte da Pampulha

Obras produzidas pelos artistas incluem desenhos, pinturas, instalações, vídeos e intervenções urbanas
Obras produzidas pelos artistas incluem desenhos, pinturas, instalações, vídeos e intervenções urbanas

O Museu de Arte da Pampulha (MAP) abre espaço a partir deste domingo para uma mostra formada por trabalhos de 10 artistas que participam do Programa Bolsa Pampulha. Depois de um trabalho de pesquisa que começou em setembro do ano passado em Belo Horizonte, os contemplados pelo projeto vão poder usar o espaço da Fundação Municipal de Cultura (FMC) para exibir obras de várias linguagens em uma exposição com entrada gratuita.

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Além de cinco mineiros, foram selecionados artistas de São Paulo, Rio e Paraná

O programa, que já está em sua quinta edição, é realizado pela Associação de Amigos do Museu de Arte da Pampulha em parceria com a FMC, da Prefeitura de Belo Horizonte. O projeto seleciona artistas de todo o país interessados em desenvolver projetos de criação em artes visuais.  Dessa vez, foram escolhidos cinco pessoas de Minas Gerais, três de São Paulo, uma do Rio de Janeiro e uma do Paraná. Os selecionados tiveram de viver em Belo Horizonte durante cinco meses, período em que conviveram com outros artistas locais, participaram de encontros e se envolveram com os moradores da cidade nos centros culturais de BH.

Nesta última fase do projeto, os 10 selecionados vão ocupar diversos espaços do Museu de Arte da Pampulha. Quem visitar o espaço cultural até 26 de outubro vai encontrar desenhos, pinturas, instalações, vídeos e intervenções urbanas espalhadas pelo salão nobre, mezanino, sala multiuso e área externa do MAP. “É um conjunto de artistas bem variado e seus trabalhos são feitos em muitas linguagens. Mas podemos dizer que eles têm em comum a crítica social, que é recorrente na maioria eles. No entanto, são questões que permeiam os trabalhos de forma muito poética”, avalia a artista plástica e uma das curadoras da exposição Eliza Campos.

A mostra coletiva fica em exposição de terça a domingo, de 9h às 18h30 e é aberta para o público de todas as idades.

A curadoria da exposição é de Agnaldo Farias, Elisa Campos, Marta Ruiz e Ricardo Resende.

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Consulte na Biblioteca da Escola de Belas Artes os catálogos de edições anteriores do Bolsa Pampulha: 

BOLSA Pampulha : 27 Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Museu de Arte da Pampulha, 2004. 188 p.

BOLSA Pampulha 2005-2006: 28 Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Museu de Arte da Pampulha, 2007. 108 p.

BOLSA Pampulha 2007-2008: 29 Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Museu de Arte da Pampulha, 2007. 195 p. + 1 DVD.

BOLSA Pampulha 2010/2011: 4ª edição : 30 Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Museu de Arte da Pampulha, 2011. 201 p.

Os novos habitantes do museu

Artes visuais.Com curadoria de Ana Paula Cohen, dez jovens artistas apresentam criações realizadas durante o Bolsa Pampulha

Publicado no Jornal OTEMPO em 30/06/2011

DANIEL TOLEDO

É como um programa de formação e estímulo à produção artística que a curadora Ana Paula Cohen compreende o Bolsa Pampulha, iniciativa criada em 2003. Diante do encerramento de sua quarta edição, chega a hora de mostrar ao público as criações produzidas ao longo de um ano de muito trabalho e intenso diálogo.

“Trata-se de um programa singular no Brasil, que dá ao artista a possibilidade de dialogar com profissionais experientes e produzir seus próprios trabalhos sem ter que se ocupar com outras cosias”, descreve Ana Paula, que, além de fazer a curadoria da exposição, integrou o painel de seleção dos artistas e a comissão de acompanhamento do processo de criação.

“Mais do que pensar em resultados imediatos, é importante perceber que, daqui a três ou cinco anos, os artistas que participaram da bolsa terão uma formação muito mais consolidada do que aqueles que não tiveram uma oportunidade como essa”, defende, em meio à montagem de uma ampla exposição que deve ocupar todos os ambientes do Museu de Arte da Pampulha.

Contudo, na visão de Ana Paula, ainda que os trabalhos realizados por Ana Moravi, Clara Ianni, C. L. Salvaro, Daniel Murgel, Douglas Pego, Joacélio Batista, Rodrigo Cass, Rodrigo Freitas, Shima e Vicente Pessôa ocupem o museu ao mesmo tempo, a exposição não deve ser tratada como uma mostra coletiva.

“Tentei pensar nessa exposição como dez individuais simultâneas. E o que fizemos, juntos, foi habitar os espaços do museu”, esclarece a curadora, ressaltando ainda a ausência de recortes temáticos ou estéticos.

“Esse tipo de classificação me parece insuficiente para pensar os trabalhos, pois é muito comum que um mesmo artista transite entre diferentes mídias”, afirma.

Para facilitar a fruição do público sobre o trabalho individual de cada artista, definiu-se que a exposição incorporaria também trabalhos realizados por eles em períodos anteriores à Bolsa Pampulha.

“Todos estão representados por um grupo que varia entre duas e cinco obras, ao mesmo tempo preservadas em sua integridade e convivendo nos espaços do edifício”, analisa, sem desconsiderar a possibilidade de que o público crie, entre os trabalhos, suas próprias relações.

Além de incorporar os mineiros Ana Moravi, Douglas Pego, Joacélio Batista e Vicente Pessôa, o programa trouxe a Belo Horizonte o carioca Daniel Murgel, o paranaense C.L. Salvaro e os paulistas Clara Ianni, Rodrigo Cass, Rodrigo Freitas e Shima.

Este último, autor de uma das performances que abrem a exposição, inspirou-se justamente na condição de “estrangeiro” para a criação dos trabalhos realizados ao longo do último ano.

“São obras que têm muito a ver com o cotidiano da cidade e a tentativa de me encontrar nesse espaço”, comenta o artista, que prepara ainda uma série de ações para realizar durante a exposição. “Quero romper a ideia do museu como um depósito de obras”, sintetiza. (DT)

Agenda
O que. Mostra coletiva dos artistas contemplados pelo Bolsa Pampulha 2010/2011

Quando. Terça a domingo, das 9h às 19h. Até 11 de setembro

Onde. Museu de Arte da Pampulha (av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha)

Quanto. Entrada gratuita

Programação

Hoje, das 20h às 23h
Abertura da exposição, com performances de Douglas Pego (20h) e Shima (21h
Sábado, às 15h
Churrasco no terreno anexo ao Museu, próximo à obra de Daniel Murgel

9/6, das 11h às 16h
Conferência Sobre a Formação do Artista no Brasil: Bolsa Pampulha e Outros Programas

Conheça um pouco mais sobre o Bolsa Pampulha através dos Catálogos de Exposição de 2003-2004 e 2005-2006 disponíveis na Biblioteca da Escola de Belas Artes da UFMG!!!