ARTE E MUNDO APÓS A CRISE DAS UTOPIAS

ARTE E MUNDO APÓS A CRISE DAS UTOPIAS, assim mesmo, em CAIXA ALTA e sem notas de rodapé

Fabio Morais e Daniela Castro
Editora par(ent)esis, Florianópolis, SC, 2010
36 p.
1000 exemplares

Esse texto foi escrito em 2009 para II Concurso Mário Pedrosa de Ensaios sobre Arte e Cultura Contemporâneas, pela Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, que tinha como tema o título: Arte e Mundo após a Crise das Utopias. Não foi selecionado, mas nesse mesmo ano participou da exposição El mal de escritura: un proyecto sobre texto e imaginación especulativa, no Centro de Estudos e Documentação do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA), entre 20 novembro de 2009 à 25 de abril de 2010. No final de 2010 pude publicar e fazer circular aqui no Brasil. Segue abaixo a Introdução:

“Para escrever sobre ARTE E MUNDO APÓS A CRISE DAS UTOPIAS, usou-se o recurso de tentar entender cada palavra e como cada uma se relaciona com as outras. Onde se contaminam, se traem, se contradizem, se explicam, se amparam. Como lidar com palavras significa fatalmente escorregar na ficção, estratégias do campo literário foram adotadas em detrimento de estratégias formais do campo dissertativo. Esta escolha não significa que se alcançou a literatura, mas sim uma dissertação que se socorre na ficção, pois acha nela a generosidade da liberdade da forma como guia.

Aqui, tudo foi escrito a quatro mãos, por dois cérebros e duas paixões. Provavelmente porque o enunciado proposto já antevê a dupla (ARTE e MUNDO) e a UTOPIA sempre quis o outro, e talvez não possa abrir mão desse querer.

O texto é dividido por capítulos que aparentemente o estruturam. Porém, o efeito é o de um craquelamento do discurso. Não é uma ode ao caos. Muito pelo contrário: apenas uma desconfiança de que mosaicos ou caleidoscópios produzam imagens organizadíssimas e ressignificantes do figurativo. Há bastante tempo que, para se entender o mínimo possível, agarra-se às palavras, uma a uma, para que elas fatiem tudo em micro pedaços digeríveis. Mesmo elas sendo o cúmulo da abstração. Mesmo elas tendo a bile fraca.”

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