Entre a sociologia e a estética

MARCELO MIRANDA

Publicado no Jornal OTEMPO em 24/10/2011
Drama. Cena de ´Os Inquilinos´, filme de Sergio Bianchi que será exibido na mostra

Em sua sexta edição, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul iniciou seu “braço” mineiro a partir do dia 24-11-2011, no Cine Humberto Mauro. Até o início de dezembro, o evento terá passado por todas as capitais do país, mais Brasília.

Na programação, 47 filmes de dez países sul-americanos se revezam até o dia 31. É raro, hoje – ou inexistente -, outro evento cultural que se espalhe de forma tão ampla. Trata-se da conjugação de forças da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira (vinculada ao MinC), patrocínio da Petrobras e produções locais (por aqui, fica a cargo da Pimenta Filmes).

Conforme afirma o curador, Francisco César Filho, “a mostra cumpre relevante papel no mapeamento e exibição de uma produção que, infelizmente, desfruta de parca circulação no território brasileiro”. Estão representados na seleção trabalhos da Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Argentina e Venezuela – além do Brasil.

Para a versão 2011, o curador procurou manter o olhar de outros anos: equilibrar uma certa noção necessariamente sociológica do evento (já que ele é muito claramente aberto à discussão sobre inclusão e questões relativas aos direitos humanos, evidentemente) com um viés de exigência estética que faça os filmes dialogarem com a tradição do cinema em si.

“A arte cinematográfica como opção de linguagem se orienta por obras que priorizam, além da temática, também a criação audiovisual e o apuro técnico”, afirma o curador. “Dessa forma, títulos ficcionais, renomados diretores e atores admirados fazem parte de uma programação que busca atingir também o imaginário do público”.

Daí que o espectador curioso poderá se deparar com obras fortes, como os brasileiros “Os Inquilinos”, de Sergio Bianchi, e “Céu sem Eternidade”, de Eliane Caffé, ou o argentino “Confissões”, de Gualberto Ferrari. Ou mesmo com uma inusitada animação colombiana, “Pequenas Vozes”, de Oscar Andrade e Jairo Eduardo Carrillo, que retrata crianças removidas de suas casas por conta de conflitos armados em seus países.

Um outro destaque de bastante relevância, também brasileiro, é o documentário “Diário de uma Busca”, de Flávia Castro, inédito no circuito de Belo Horizonte (ainda que tenha estreado em outras cidades). Premiado em Gramado no ano passado, segue a investigação da diretora sobre o passado de seu pai, militante político nos anos 1960.

Programação
As sessões da Mostra Cinema e Direitos Humanos ocorrem no Cine Humberto Mauro (av. Afonso Pena, 1.537) de hoje a 31/10.

Filmes e horários em www.cinedireitoshumanos.org.br

Inclusão

Filmes têm legendas e audiodescrição

Como elemento integrante de sua própria lógica, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul exibe todos os filmes com legendas especiais para deficientes auditivos e audiodescrição a quem é portador de deficiência visual. A entrada é sempre gratuita.

Animação. ´Pequenas Vozes´, desenho produzido na Colômbia sobre crianças fora de suas casas

A programação inclui curtas e longas-metragens, em programas montados de forma que os filmes dialoguem e atraiam mais gente.

“É um marco inegável de sua vocação democrática na difusão dos diversos direitos do homem”, registra o curador, Francisco César Filho, no site oficial da mostra. (MM)

Teatro Universitário comemora 59 anos com espetáculos, workshops e oficinas

Em comemoração aos 59 anos do Teatro Universitário (TU), a Escola de Belas-Artes recebe, no mês de outubro, diversos espetáculos, workshops e oficinas, promovidos pelo Centro de Documentação do Teatro Universitário (CPD/TU).
Em comemoração aos 59 anos do Teatro Universitário (TU), a Escola de Belas-Artes recebe, no mês de outubro, diversos espetáculos, workshops e oficinas, promovidos pelo Centro de Documentação do Teatro Universitário (CPD/TU).

Nesta segunda, dia 17, às 17h, o professor de Educação Física Gregório Hernández apresentou seu projeto de mestrado, em andamento, que tem como foco o ator e a rua. Formado pelo TU, o estudo de Hernández parte da antropologia ecológica e de performance para unir os dois campos de sua atuação. Hoje, dia 19, quarta, Fernando Linhares discute A máscara como segunda natureza do ator: o treinamento do ator como uma técnica em ação.

No dia 25, terça, das 14h às 17h, o Instituto Universitário Nacional Del Arte, de Buenos Aires, apresenta o espetáculo El cadáver de um recuerdo enterrado vivo. A peça conta a história de uma empresa de alumínio que, após a morte de sua proprietária, vive um surto de depressão entre os funcionários. As entradas serão distribuídas uma hora antes no local.

Na quarta, 26, haverá bate-papo com o ator, pesquisador e professor Renato Ferracini sobre O corpo na arte. As atividades vão até o dia 30 e acontecem na sala Otávio Cardoso da EBA. Veja aprogramação completa.
Nesta segunda, dia 17, às 17h, o professor de Educação Física Gregório Hernández vai apresentar seu projeto de mestrado, em andamento, que tem como foco o ator e a rua. Formado pelo TU, o estudo de Hernández parte da antropologia ecológica e de performance para unir os dois campos de sua atuação. No dia 19, quarta, Fernando Linhares discute A máscara como segunda natureza do ator: o treinamento do ator como uma técnica em ação.

No dia 25, terça, das 14h às 17h, o Instituto Universitário Nacional Del Arte, de Buenos Aires, apresenta o espetáculo El cadáver de um recuerdo enterrado vivo. A peça conta a história de uma empresa de alumínio que, após a morte de sua proprietária, vive um surto de depressão entre os funcionários. As entradas serão distribuídas uma hora antes no local.

Na quarta, 26, haverá bate-papo com o ator, pesquisador e professor Renato Ferracini sobre O corpo na arte. As atividades vão até o dia 30 e acontecem na sala Otávio Cardoso da EBA. Veja aprogramaçãocompleta.

Curtas produzidos por alunos e ex-alunos da EBA são exibidos em mostra internacional

quinta-feira, 6 de outubro de 2011, às 12h01

Quatro curtas de alunos e ex-alunos da Escola de Belas-Artes participam da 9ª edição da Mostra Udigrudi Mundial de Animação (Mumia), que acontece até 12 de outubro no Cine Humberto Mauro. Veja a programação no blog da mostra.

O Céu no andar de baixo, de Leonardo Cata Preta, narra a história de Francisco, que registra fatos importantes de sua vida tirando fotografias do céu. Borboleta, de Karla Oliveira, conta o primeiro encontro de uma menina com uma borboleta.

Breves instantes, de Mirian Rolim, trabalha com a ideia da efemeridade barroca através dos tapetes de serragem confeccionados para festas religiosas em Ouro Preto. O professor do Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema (FTC) da Escola de Belas-Artes (EBA) Simon Brethé apresenta sua obra Concerto.

A Mumia, que divulga a produção audiovisual de animação, exibe este ano curtas-metragens regionais, nacionais e internacionais. Além do Palácio das Artes, outros pontos de BH, como o Centro de Cultura Belo Horizonte, a Casa do Baile, o Cineclube Joaquim Pedro de Andrade, o Cineclube Sabotage e Cineclube Uma Tela no Meu Bairro, recebem a mostra.

Moda : A formação e a direção criativa

TARCISIO D´ALMEIDA

Publicado no Jornal OTEMPO em 02/10/2011

Todas as carreiras têm suas definições, especificidades e destinações. E a moda ainda contempla uma outra noção de pertencimento: a de integrar o que os pensadores da atualidade definem como “indústria criativa”. Ela forma profissionais produtores de bens artísticos e estéticos, mas têm também forte apelo de mercado.

 O primeiro autor a observar essa relação da moda com a produção de mercadorias, além de ideais estéticos, foi o filósofo alemão Walter Benjamin. “A moda é filha dileta do capitalismo”, disse no final do século XIX, em Paris, ao produzir as reflexões que integram o livro “Passagens”. Foi ele quem enxergou o que muitos atualmente tentam explicar como duelo entre criação e mercado. Duelo este que, por sinal, direcionou a moda para uma viela em que as regras ditatoriais do mercado esmagam a liberdade autônoma e criativa. Sim, a moda não foge desse embate, pois é uma área que mescla as duas vertentes. Mas sempre penso (e defendo) que é possível ser conceitual. O verdadeiro criador de moda precisa ter assinatura, precisa ser autoral.

 Dito isso, podemos pensar especificamente sobre o aspecto criativo e sobre o profissional que se forma em moda. A própria definição do adjetivo para o profissional que atua na área tem se alterado na evolução histórica em decorrência direta de novas percepções sobre a indústria criativa da moda. Na época de criação da alta costura, nos anos 1860, era atribuído ao profissional o adjetivo de “costureiro”. Entramos no século XX e, a partir dos 1960, começa-se a nomear os criadores visionários do prêt-à-porter como “estilistas”. Por uma forte influência da língua inglesa e pelas maneiras de se interpretar o desenvolvimento do design no final do século XX, chama-se os criadores como “designers de moda”.

 E, recentemente, em plenos anos 2000, testemunhamos uma nova atribuição para quem cria e produz moda: a de “diretor criativo” e “diretor de estilo”. A papisa francesa do ensino de moda, Marie Rucki, sentenciou recentemente que “acabou a era das grandes estrelas da moda; a direção criativa é o grande futuro da moda”. É importante pensarmos sobre essa nomenclatura, pois ela é reflexo direto de uma nova compreensão das multiplicidades do campo. Para a primeira adjetivação, a de “diretor criativo”, compreende-se toda a configuração de uma nova realidade que contempla, além da noção de estilismo, a ideia de o profissional estar pronto para as adversidades e exigências que a carreira exige. Alguém com formação completa em direções conceituais de estilo, de imagem, de produção, dentre outras.

 Já a definição de “diretor de estilo” contempla, hegemonicamente, o profissional que concebe propostas conceituais de estilos de moda. O importante aqui é entendermos que a nova realidade da moda centra-se na questão da criação e como todos a interpretarão. De maneira que o passaporte para o sucesso no mercado que anda saturado de profissionais sem formação forte é o que costumo afirmar como olhar além das fronteiras da obviedade. É preciso enxergar onde não se vê e perceber que as novas sensibilidades demandam estratégias que devem ser, simultaneamente, criativa e mercadológica. Afinal de contas, moda deve ser sempre um exercício estético para a humanidade que a consome simbólica e mercadologicamente.

 Tarcisio D´Almeida é professor e pesquisador do curso Design de Moda da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br

Em destaque, LIVRO:

O livro de Zénon Piéters

Patricia Franca-Huchet, artista e professora da Escola de Belas Artes da UFMG, apresenta sua obra intitulada  “O livro de Zénon Piéters”. Trata-se de um livro de artista.

Zénon Piéters, heterônimo da artista, é um fotógrafo melancólico amador e livreiro que “possui o olhar do pintor, percebe que a realidade das coisas podem ser intensamente apreendidas através de uma transposição sensorial e espiritual sobre a frontalidade (o papel da fotografia e a tela da pintura)”, segundo a própria artista.

A autora escreve um pouco sobre o livro:

“Este livro é um trabalho que envolve um canteiro literário, a figura do heterônimo, uma longa pesquisa, apresentações de imagens, a ficção e a invenção de si mesmo. Não me sinto a autora, mas a compiladora — ou a sonhadora — de uma obra imaginária que é o relêvo de diversos horizontes que afloraram como imagens e textos. (…)

A pintura é uma articulação entre algo cerebral e a matéria e isso é de uma grande sensualidade. Esse tecido entre algo psíquico que atravessa a matéria e que vai surgir na superfície do quadro é um ponto muito avançado, muito sofisticado. Poder-se-ia apontar uma grande força que se encontra no justo desequilíbrio. Zénon parece procurá-lo: o justo desequilíbrio que é a essência de nossa capacidade de ser, ter e estar presente. (…)

A mise-en-scène e a teatralidade da imagem fotográfica e pictural é o que interessa-lhe [Zénon] em seu modo psíquico e mental de lidar com a imagem. É constante leitor de poesia e literatura; isso ajudou-lhe a trabalhar com a realidade. Essa dimensão, nós a encontramos particularmente em sua ambição de prolongar a pintura na imagem fotográfica e lhe dar uma espessura de sentido, até mesmo simbólica — em uma iconografia no presente — mas não sem constatar o quão impossível é o movimento de doação da pintura à câmara escura. Zénon acredita que fazemos passos falsos quando julgamos poder esquecer a grande tradição da arte. Nada de rupturas para Zénon que crê no movimento de abertura oferecido pelos limites dela no tempo. (…)”

Acesse: O espectador fotógrafo: Zénon Piéters

Flertes entre moda e arquitetura

Nascido nos anos 20, o art déco trouxe ares de modernidade para as ornamentações arquitetônicas de BH. Muitas décadas depois é a vez do traçado figurar como uma das macrotendências para o verão 2012

Publicado no Jornal OTEMPO em 04/09/2011

MARIANA LAGE

A cada nova estação, estilistas e suas equipes vão em busca de inspiração em diferentes épocas do passado. Referências se proliferam a cada seis meses alimentando o público com pitadas de estilos que habitaram as cabeças de artistas e fizeram história, desde os tempos mais remotos (Grécia e Roma antigos) e imemoriais (arte rupestre) ao pretérito mais recente, como o século XX e suas vanguardas artísticas.

Este verão parece ser a vez de resgatar um pouco do estilo arquitetônico das décadas de 1930 a 1950, que influenciaram fachadas de prédios e palacetes ao longo de toda a paisagem belo-horizontina, além de outras cidades como Rio de Janeiro, Nova York, Miami e Paris. As linhas modernistas do art déco saem das construções e estruturam coleções de primavera/verão 2012 de marcas brasileiras como Barbara Bela, Patachou, Acquastudio e Priscilla Darolt.

Segundo o arquiteto e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Leonardo Castriota, a arquitetura predominante desse período recebia originariamente o nome de estilo moderno. “O termo veio da Exposição Internacional de Artes Decorativas de Paris (de 1925) e foi o primeiro estilo que procurou fazer a aproximação entre arte e indústria”. O traço principal do déco está no viés extremamente moderno e, segundo Castriota, pode ser identificado com mais clareza na ornamentação, essencialmente geométrica. “O déco cria uma nova linguagem ornamental e trabalha muito com a ideia de industrialização”. Uma modernidade imaginada que exalava tanto no estilo quanto na mentalidade daqueles que viveram esses anos entre 1930 e 1950, evidenciados no seriado norte-americano Flash Gordon e no frenesi aristocrático com os primeiros dirigíveis.

“Hoje, o moderno ficou muito associado ao estilo à lá Niemeyer. Para se ter uma ideia dessas diferenças de direções, existem duas igrejas em Belo Horizonte do mesmo período, os anos 40. Uma é a Igreja de São Francisco de Assis, de Oscar Niemeyer, na Pampulha, e a São Francisco de Chagas, no Carlos Prates”, exemplifica. “O estilo déco não é a concepção de modernidade que prevaleceu e durante muito tempo foi considerada arquitetura de segunda. Inclusive, ocorreu na cidade um processo de demolição massiva. Contudo, a partir dos anos 90, o estilo voltou a ser valorizado e os exemplares, recuperados”, complementa.

Inspiração para todos os gostos e estilos

Para a elaboração de sua nova coleção, a estilista Juliana Bocchese, da Bárbara Bela, iniciou a pesquisa a partir da busca de novos tecidos. “Estava doida para mudar a cara da coleção e acabei descobrindo o organza plissado”, explica. Como o tecido é bastante geométrico e dá um caimento mais solto no corpo, explica a estilista, a influência do estilo art déco veio como uma etapa natural no processo criativo. “As coisas surgiram naturalmente e até por forças da contingência”, conta. A partir dos geometrismos e da silhueta mais livre, foi apenas uma questão de tempo para Juliana rememorar a época em que as mulheres se libertaram dos espartilhos e as roupas perderam a rigidez.

Na coleção de Priscilla Darolt, o déco surgiu através do resgate dos loucos anos 20 e do visual da dançarina Josephine Baker. Com cores mais fechadas, como preto-fosco, cinza e amarelo-claro, as construções da coleção vem em formas simples, retas e alongadas.

Já a grife Patachou escolheu o edifício Biarritz, da capital carioca, para desenvolver sua proposta. Construído na década de 40, o prédio alia o glamour do art déco francês ao tropicalismo da praia do Flamengo. Mais colorido do que as formas arquitetônicas vistas por aqui, o Biarritz traz também o mesmo rigor geométrico e a suntuosidade nos materiais como metais nobres, mármore e madeira de lei. Na coleção, tais materiais aparecem na forma de sedas, cetim, renda e tecidos com piquê e casa de abelha, dando textura e relevo às estampas.

Destacada por especialistas como uma coleção cubista, a Acquastudio apostou no forte geometrismo e em peças estruturadas. Trapézio e losangos surgiram também em tecidos mais esvoaçantes. Contudo, as formas mais curvas do déco ficaram de fora. Na época do desfile, Glória Kalil considerou que a estilista da marca, Esther Bauman, errou a mão e não fez jus as formas harmoniosas do período áureo moderno. (ML)

Reconheça o estilo nas ruas

Quer conhecer pessoalmente as linhas que caracterizam o estilo art déco? Faça um tour pela cidade!

Cine Brasil (Praça Sete)
Construído em 1931, o prédio se apresenta como um transatlântico atracado na praça. Com suas linhas e curvas futuristas, o Cine Theatro foi precursor dos primeiros arranha-céus na cidade.

Pirulito (Praça Sete)
O obelisco em Homenagem ao Centenário da Independência foi inaugurado em 1924 e faz parte do conjunto de prédios com ares modernistas na Avenida Afonso Pena.

Edifício Acaiaca (Avenida Afonso Pena, 867)
Inaugurado em 1943, o edifício traz dois rostos indígenas com traços astecas, outra influência forte no estilo art déco. Lá já foi um grande centro comercial de BH.

Edifício Sulamérica e Sulacap
Concluídos em 1947, as construções faziam um “jogo urbanístico” com o Viaduto de Santa Tereza. Hoje, a visão foi comprometida por inúmeras descaracterizações.

Viaduto Santa Tereza (Região Central)
De 1929, o viaduto foi projetado pelo engenheiro modernista Emílio Baumgart.

Ed. Chagas Dória (Rua Sapucaí, 571)
Atual Fundação Municipal de Cultura, o prédio foi construído nos anos 30 e tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado em 1988.

Prefeitura Municipal (Avenida Afonso Pena, 1212)
Com projeto de Luís Signorelli, a construção da prefeitura foi realizada em 1935.

Palacete Dantas (Praça da Liberdade, 317)
De 1916, o palacete já abrigou durante anos a Secretaria de Estado de Cultura.

Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244)
A sede social do clube foi inaugurada em 1939.

Colégio Izabela Hendrix (Rua Espírito Santo, 2055)
Na entrada do edifício, há a inscrição do ano em que foi concluído: 1940. Elementos art decó estão presentes na sua fachada e internamente.

Palacete Jeha (Avenida Brasil, 1433)
De 1934, a construção é um dos exemplares mais bem conservados do estilo déco remanescentes na cidade. Hoje, abriga um escritório de advocacia.

“A RESTAURAÇÃO é apenas o último passo”

Entrevista com Antônio Agamellotti

Sgamellotti: não se faz conservação só com recursos científicos
Sgamellotti: não se faz conservação só com recursos científicos (foto Foca Lisboa)

Há seis anos a comunidade europeia montou infraestrutura física e de especialistas para conservação de seu patrimônio cultural considerada única no mundo. Reunindo 21 instituições, o consórcio, conhecido como Eu-ARTECH, conta com o original Molab, ou Mobile Laboratory, sediado na Universidade de Perugia, na Itália, e, há algum tempo, parceiro da UFMG. Recentemente, o grupo italiano manifestou interesse em formalizar acordos no Brasil, especialmente com a Universidade, ancorado em trabalhos com a Escola de Belas-Artes, que abriga núcleo de reconhecida competência na área. “Queremos dar continuidade aos projetos e promover intercâmbio de professores e alunos”, disse o químico e professor Antonio Sgamellotti, um dos mais respeitados cientistas em conservação da Europa. No início do mês, abriu sua agenda de trabalho no Brasil para receber a reportagem do BOLETIM para a qual concedeu a entrevista que se segue.

Por que investir em um laboratório móvel?

O Molab é a única infraestrutura europeia de conservação do patrimônio cultural que funciona de forma inversa à tradicional. Ou seja, com instrumentos originais portáteis para análise não destrutiva da obra de arte: ela é que vai até o usuário. Isso ocorre porque algumas obras não podem ser movidas no trabalho de conservação, como os grandes monumentos ou afrescos. Há artefatos que são tirados do lugar, mas não é bom movê-los, por dois motivos: Primeiro, por razão ética. Qualquer movimentação causa-lhes um estresse considerável e devemos proporcionar menos traumas possíveis à sua estrutura. O segundo tem motivação econômica: o alto custo dos seguros.

Quando menciona que o Molab possui instrumentos únicos isso significa que há um desenvolvimento específico da indústria para ele? Descreva essa dinâmica de inovação tecnológica definida pela necessidade de conservação.

Há instrumentos produzidos pela indústria para determinados objetivos e depois nós os adaptamos para o uso nos bens culturais. Outros equipamentos são desenvolvidos academicamente e depois sua tecnologia é transferida para a indústria. Em alguns casos, são protótipos únicos, mas, em outros, acabam comercializados com a indústria.

Os estudos do Molab parecem se apoiar numa abordagem mais técnico-científica. No Brasil, no entanto, predomina uma análise mais histórica dos objetos artísticos…

Isso não é apenas no Brasil. Diria que, inicialmente, a história da arte é a história das ideias. Mas, aos poucos, está sobressaindo a visão de que o conhecimento do percurso do artista também traz contribuições, e elas são, naturalmente, interdisciplinares e requerem os cientistas, os conservadores, os restauradores e os historiadores da arte. Creio que o Brasil deva ter o papel de guiar os países da América Latina nesse processo de integração dos aspectos científicos e os histórico-artísticos e de conservação. E, mais particularmente, a UFMG, pela competência que já desenvolveu, tem todas as possibilidades de se tornar o centro de coordenação desse processo. Porém, a interação da ciência com aspectos histórico-artísticos tem como contexto o estágio de desenvolvimento de cada país. O Brasil passa por um desenvolvimento inacreditável e isso é ótimo. Mas quando ocorre de modo súbito e veloz apresenta algum risco: o de perder, durante o processo de modernização, o contato com a realidade histórica, com a identidade do patrimônio – e isso é como perder ou negligenciar a identidade de um país. Creio que o Brasil, por sua dimensão e pela capacidade que possui, não pode permitir que os erros cometidos na Europa aqui se repitam.

Ainda sobre o papel da ciência para a arte e considerando a experiência do Molab: é ela que lidera hoje o aporte de novos conhecimentos a essa área?

A ciência possui importância e autonomia, mas está inserida em certo contexto sociocultural e por isso precisamos de sociólogos, de filósofos e de pensadores nesse processo. Se quisermos conservar o patrimônio não poderemos fazê-lo apenas com recursos científicos. Isso simplesmente não faria sentido. Diria que, para fazer conservação do patrimônio, é necessário educar – não apenas a população, mas, antes, promover treinamento para formar especialistas a par dos problemas e em condições de intervir. Podemos contribuir neste aspecto, mas também queremos receber outros conhecimentos, que podem ser problemas que ocorrem em um clima e em uma realidade diferentes.

As condições ambientais têm imposto algum tipo de desafio para a preservação de patrimônio?

Naturalmente preservar o patrimônio significa preservá-lo em seu meio natural, levando em conta os problemas ambientais. Esta contextualização consiste em restaurá-lo e resguardá-lo por meio do conhecimento, de uma conservação preventiva e de uma manutenção programada. Isto é, tentar prevenir o que pode produzir danos, pois a restauração é apenas o último passo. Levo em consideração que ambiente não é apenas o atmosférico, mas também o social.

O Projeto Portinari criou ponte de trabalho entre a Universidade de Perugia e a UFMG. Essa parceria gerou alguma nova descoberta?

Sobre a obra de Portinari, discutimos problemas diversos, como os relacionados à utilização do pigmento anatásio [óxido de titânio]. Parece que o fenômeno de degradação provocado pelo seu uso está ocorrendo em algumas obras de Portinari.

Ana Maria Vieira

http://www.ufmg.br/boletim/bol1748/6.shtml

Sobre entidades e congressos de moda

A criação da Sociedade Brasileira de Estudos em Moda plantou as sementes para grupos de pesquisas que tenham como objetivo central discutir a moda e suas interrelações

Publicado no Jornal OTEMPO em 21/08/2011

TARCISIO D´ALMEIDA

Toda comunidade que reúne um certo número de indivíduos interessados no mesmo assunto – mesmo que sob prismas de abordagens variadas – torna-se de extrema valia para consolidar como válido um objeto de estudo na esfera acadêmica. E é exatamente esse princípio que justifica, por exemplo, a existência de entidades como The British Costume Association, da Grã-Bretanha, Costume Society of America, dos EUA, e The International Association of Costume, do Japão. No Brasil, temos o registro pioneiro da criação, em 1998, da Sociedade Brasileira de Estudos em Moda (SBEM), no Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (UESC), que reuniu professores, pesquisadores e profissionais do setor em discussões e formulação de estratégias para congregar interessados na produção de reflexões acerca da moda e, essencialmente, na constituição de uma comunidade intelectual sobre o assunto no Brasil.

O resultado da criação da SBEM plantou as sementes para grupos de pesquisas e reuniões que tinham como objetivo central discutir a moda e suas interrelações. De certa forma, podemos dizer que a contribuição dos primeiros fóruns de discussão promovidos pela SBEM resultou em outros descendentes espalhados por todo o país. Paralelas à SBEM, duas outras entidades começaram a se constituir no país, a saber: a Associação dos Estilistas do Brasil (Abest) e o Colóquio de Moda. Há ainda a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que tem sua natureza de fundação ligada aos empresários do setor.

Quando foi fundada, em 2003, a Abest tinha apenas cinco membros e seu objetivo central era constituir a noção de fortalecimento e promoção do design e da moda brasileiros, ou seja, o DNA dos criadores nacionais. Atualmente, a entidade conta com 56 membros entre estilistas e marcas e exporta para 48 países. Na vertente acadêmica, foi instituído, em 2005, o Colóquio de Moda, pensado a partir da ideia de reuniões anuais que congregassem professores, pesquisadores e profissionais da moda de todo o território nacional. A primeira edição foi sediada no Centro Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto (SP), e contou com a participação de 16 instituições de ensino, procedentes de nove Estados. Foram apresentados 77 trabalhados, durante os três dias do evento.

No ano passado, a sexta edição do Colóquio de Moda registrou alguns números e conquistas que justificam sua existência e consequente crescimento. Sediado na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, teve apoio da Fapesp, contou com as apresentações de 294 trabalhos selecionados, espalhados em 15 Grupos de Trabalhos (GTs), que abordaram e mapearam a diversidade da moda e das áreas multidisciplinares correlatas. Contou ainda com a presença de representantes de eventos e de escolas internacionais. O total de inscritos chegou ao número de 978 pessoas, superado pela edição de 2008, na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS). Outra novidade, também lançada no ano passado, foi a criação da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Moda, como uma espécie de dissidente da SBEM.

Na edição deste ano, o VII Colóquio de Moda acontecerá entre os dias 11 e 14 de setembro, em Maringá (PR). Com realização da RedeModa, Rede de Ensino Superior de Moda do Paraná – um pool entre a UEL, UEM, UTFPR, Cesumar e Unipa -, foram selecionados 316 trabalhos, divididos entre as categorias de artigos e comunicações orais em dez GTs e pôsteres científicos de alunos de graduação. Nesses anos de eventos, o colóquio ocupou um espaço importante no Brasil como maior congresso científico de moda, estabelecendo intercâmbio entre estudantes e pesquisadores de inúmeros programas de graduação e pós-graduação em moda. A edição ibero-americana do colóquio já foi anunciada para 2012. Além disso, haverá ainda o I Encontro Nacional de Pesquisa em Moda, de 25 a 28 de outubro, na UFG.

Tarcisio D´Almeida é professor e pesquisador do curso design de moda da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br

Ronaldo de Noronha contesta autoritarismo de quem determina o que é (ou não) arte

“É preciso desarmar e desmascarar a autoridade no campo da arte no que ela tem de autoritário, e apoiá-la no que tem de competência e recursos, como pesquisas e reflexões que devem ser acessíveis a todos.” A frase do pesquisador Ronaldo de Noronha, professor da Fafich, resume o que ele chama de “pregação” em favor da democratização do acesso à arte. Ele vai expor sobre o tema neste sábado, em palestra no Espaço TIM UFMG do Conhecimento.

A posição do professor do Departamento de Sociologia e Antropologia fica clara já a partir da pergunta que dá título à apresentação. Ronaldo de Noronha surpreende ao lançar a provocação “Quando é arte?”. Ele explica que a forma mais esperada não deve ser usada. “Não é o caso de perguntar ‘O que é arte?’. Não se trata de pensar em qualidades que uma obra deve ter para ser considerada artística. Faz mais sentido saber quando isso foi atribuído, e por quem”, ele diz.

Isso tem a ver com os processos – perfeitamente identificáveis e analisáveis, segundo Noronha – de atribuição de qualidade artística a determinados objetos. “Do mesmo modo que se concede o status de arte a uma obra, ele pode ser negado em outra época, por outras pessoas”, lembra o pesquisador, que reflete sobre o assunto pelo menos desde que publicou, na revista Teoria e Sociedade (dos departamentos de Ciência Política e Sociologia e Antropologia da Fafich), no final dos anos 1990, o artigo A formação dos gostos: a sociologia dos juízos estéticos.

Experiência da arte
E por que é importante questionar “quando é arte”? Ronaldo de Noronha afirma que o objetivo é despertar o interesse das pessoas pelo assunto. Afinal, ele ressalta, as diferentes artes podem não ser aquilo que humanidade fez de mais importante, mas certamente foi o que ela fez de melhor. Além disso, segundo ele, “se compreendermos bem no que consiste o fenômeno artístico, seremos mais capazes de experimentar a arte de modo mais rico”.

Ele garante reconhecer o papel fundamental dos artistas e produtores de arte, mas prefere se colocar do ponto de vista de quem vive a arte – o leitor, o ouvinte, o espectador. “Poucos se lembram que a obra de arte só existe quando alguém interage com ela”, diz Noronha. “Se imaginarmos uma livraria que contenha todos os textos já escritos acerca de obras e autores, vamos constatar ali que os especialistas se dedicaram a interpretar e estabelecer conceitos sobre os trabalhos como resultado da produção dos artistas. No entanto, tem sido deixado na obscuridade, como um problema menor, aqueles a quem se destina a obra e o que eles fazem com ela”, completa o professor de sociologia da arte e da cultura.

Mas o pesquisador da UFMG não chega ao ponto de se sentir sozinho em sua “pregação”. Segundo ele, tem havido investimento crescente, a partir dos anos 1960 e 70, nos estudos da “leitura”, ou seja, da atividade de recepção artística, sobretudo relacionada à literatura, mas também ao cinema e às artes plásticas. A sociologia, por exemplo, tem tratado do assunto ao pensar nas condições para compreensão da obra, a chamada competência cultural.

Censo cultural
De acordo com Ronaldo de Noronha, que foi crítico de cinema por cerca de 20 anos em jornal diário de Belo Horizonte, seria “magnífico” para o Brasil se fossem realizadas pesquisas nos moldes do que se faz na França. “Os franceses promovem constantemente uma espécie de censo das práticas culturais, e recolhem dados sobre quem vai aonde e que grupos fazem o quê quando se trata de consumir cultura”, diz ele. “Essa informação é usada por gestores para elaboração de políticas públicas de fomento – entre nós, seria importante criar oportunidades para a população desprovida de recursos – e por grupos artísticos para buscar novos espaços e financiamentos.”

A opinião de Noronha sobre os gestores públicos de cultura no Brasil é positiva. Ele acha que, com poucos recursos além daqueles gerados por leis de incentivo, em geral tem se feito muito nessa área, incluindo um esforço de democratização. E informação suplementar sobre hábitos e preferências seria muito bem-vinda. “Pesquisas rigorosas nessa área são boas quando desmascaram certas coisas que são tidas como verdade, como a visão de que as classes populares não se interessam por arte”, dispara.

Segundo o pesquisador, esse tipo de visão “elitista” ignora que todos gostam de arte – apenas ela é definida de modos diferentes. Ele lembra que, quando apareceu o jazz, os eruditos entendiam a música como barulho. Processos análogos se deram com o rock e o samba. “Quem vai me impedir de achar que histórias em quadrinhos, séries de TV e Tropa de elite 2 são obras de arte?”, provoca mais uma vez. A propósito, ele cita dissertação defendida recentemente na Fafich por Júnia Torres, que estudou os rappers. “Acadêmicos nos Estados Unidos têm feito novas leituras do rap e encontram nas letras qualidades da poesia canônica da língua inglesa. E também não é por isso que a poesia do rap deve ser considerada arte”, salienta Ronaldo de Noronha.

Disponível em http://www.ufmg.br/online/arquivos/020674.shtml

Um pouco mais sobre os aspectos teóricos do conceito de arte, não deixe de consultar a obra “O que é arte” de Jorge Coli e também Arte e o que eu e voce chamamos arte:   801 definições sobre arte e o sistema da arte, de  Frederico Morais, disponíveis na Biblioteca da EBA e na Biblioteca da FAFICH.

Conversações – Mostra de livros de artista na Biblioteca Universitária da UFMG

A partir de um conjunto de livros de artista de alunos, ex-alunos e professores da Escola de Belas Artes, pertencentes à coleção especial de livros de artista, foram escolhidos livros do mesmo acervo que pudessem de alguma forma fazer uma conversa, seja por semelhanças formais, temáticas ou até mesmo uma aproximação que acontece pelos títulos das obras.

Assim, os livros Neomonumentos, de Mario Azevedo e Brancusi no ar, de Marina Camargo, se aproximam pelas referências à escultura; o amor e o erotismo são tema dos livros de Paola Rettore e Marcelo Kraiser, Letícia Weidusthadt, Amir Brito Cador e Paulo Bruscky; alguns livros são autoreferentes, têm o livro ou a realização do livro como tema, caso de Iluminuras, de Marco Antonio Mota e Júlio Martins, que conversa com os livros de Mateo López, de Marilá Dardot e Fabio Morais.

O formato também pode ser um critério de aproximação, como o uso de jornal tablóide por Mabe Bethônico e Matheus Rocha Pitta; o uso de legendas como forma de alterar a percepção das imagens, presente em Night Visit to the Library, de Amir Brito Cadôr e nos livros de Michel Zózimo e Fernanda Gassen; o título aproxima os livros e também os projetos artísticos a que se referem, como no caso dos Lotes vagos, de Breno Silva e Louise Ganz, em relação ao Guia de Terrenos Baldios de São Paulo, de Lara Almarcegui.

Algumas vezes, os projetos só têm existência (ou são possíveis apenas) nas páginas do livro, como o Catálogo de projetos & realizáveis, de Paulo Nazareth, em conversa com os Corredores para Abutres, de Regina Silveira, e as invenções de Paulo Bruscky. Por fim, destacam-se livros que se aproximam por questionarem a noção de autoria da obra: os artistas que fizeram os livros atribuem a obra a uma outra pessoa que não existe: é o caso de Lucia Rosas, Duda Miranda e Marcelo do Campo, personagens conceituais, com biografia e curriculo próprios.

A coleção especial de livros de artista é a única no país a fazer parte de uma biblioteca universitária. Formada em novembro de 2009 por iniciativa dos professores Maria do Carmo Freitas Veneroso e Amir Brito Cadôr, a coleção conta com mais de 180 títulos, de artistas brasileiros e estrangeiros. Com o intuito de aproximar a comunidade e os livros que pertencem à coleção especial de livros de artista, a Biblioteca Universitária, em parceria com a biblioteca da Escola de Belas Artes, realiza uma mostra de livros de artista a partir do dia 24 de agosto de 2011. Participam da mostra os alunos e ex-alunos (graduação e pós-graduação) Louise Ganz, Marco Antonio Mota, Paola Rettore e Paulo Nazareth, e os professores Amir Brito Cador, Mabe Bethônico, Marcelo Kraiser e Mario Azevedo. Com curadoria do professor Amir Brito Cadôr, os livros podem ser vistos até o dia 4 de novembro no Setor de Livros Raros, no 4º andar da BU, no campus Pampulha da UFMG. O curador fará uma palestra, aberta ao público, no dia 21 de setembro, às 17h no mesmo local da mostra.

Realização:

Biblioteca Universitária

Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras

Biblioteca da Escola de Belas Artes – Coleção Livros de Artista

Informações e visitas orientadas:

Divisão de Coleçoes Especiais e Obras Raras – Telefone 31 3409-4615, e-mail: colesp@bu.ufmg.br.

Site da coleção:  http://seminariolivrodeartista.wordpress.com/

Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG