Arquivo da tag: Arte – Eventos

GOLD: Espetáculo de formatura do Teatro Universitário

“Um tempo é uma terra fértil, potente, amorosa, bela
Um tempo de uma terra violentada, judiada, explorada, comercializada
Um tempo de denúncio, caos, desistência e abandono
Um tempo de des-esperança
Um reflexão: cultivar ou destruir?”

É sobre esses tempos que GOLD vem tratar; sobre as contradições dos(as) viventes nessa terra-mãe. É sobre “sem roça não dá”, sobre “de quem é a culpa?”, sobre “haverá futuro possível?, é sobre vida e morte do/no chão que habitamos. É sobre o gold (ouro) que tudo compra (!?) ou o ouro que tudo pode purificar (!?). Por fim, é sobre desmatar ou plantar águas, destruir ou semear. É sobre decidir: preservar ou desistir.”

Espetáculo de formatura do T.U. com elenco composto por 4 atuantes, trata-se do espaço-tempo: daquilo que nos deixaram, daquilo que está em nossas mãos e daquilo que temos a dar enquanto habitantes da terra-mãe, potente, feminina, cujas imprudentes exploração e destruição avançam.

Com texto construído coletivamente, a partir das inquietações dos atuantes, da direção e da dramaturgia, o espetáculo aponta dicotomias urgentes: preservar, ou destruir? Semear, ou desmatar? É oito, ou oitenta: se não for agora, nunca mais será.

Formandes do Teatro Universitário

???? Quando: 10 a 27 de março, de quinta a domingo
????Horários: 20h
????Classificação: 16 anos
Onde: Funarte (MG) — Rua Januária, nº 68, Centro, Belo Horizonte
????Entrada franca: retirada de ingressos uma hora antes. Vagas limitadas (sujeito a lotação)

???? Máscara + Teste ou comprovante de vacina com duas doses

Olhar revisitado – Exposição no saguão da reitoria da UFMG

Em exposição comemorativa dos 90 anos, que será aberta nesta semana, obras do acervo artístico da UFMG dialogam com produções de artistas convidados

Ewerton Martins Ribeiro

Os peixeiros (1970), de Inimá de Paula, pertence à coleção Amigas da Cultura
Os peixeiros (1970), de Inimá de Paula, pertence à coleção Amigas da Cultura

Nas suas nove décadas de história, a UFMG reuniu um importante e heterogêneo acervo de obras de arte, resultado principalmente da doação de mecenas e de artistas. Parte desse conjunto está exposta em diferentes prédios dos campi; outra parte, sob a guarda direta da Diretoria de Ação Cultural (DAC). Para oferecer acesso e ajudar a conferir significado para esse universo artístico, a DAC planeja a organização de exposições temáticas com as obras.

Uma dessas exposições será aberta nesta quarta-feira, 3 de maio, às 18h, no saguão da Reitoria, integrando as comemorações dos 90 anos da Universidade. Olhar revisitado: reencontros e novas afetividades reúne 32 obras – entre pinturas, esculturas, fotografias e desenhos – e propõe que a comunidade acadêmica e os próprios artistas revejam esse acervo. A mostra poderá ser visitada das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, até 16 de agosto.

Rodrigo Vivas, professor da Escola de Belas Artes e coordenador da exposição, explica que a seleção das peças foi realizada por duas vias. Pela perspectiva Reencontros, artistas que já possuem obras no acervo da Universidade – como Jarbas Juarez, Andrea Lanna, Hélio Siqueira, Maria Helena Andrés, Carlos Wolney e Liliane Dardot – foram convidados a trazer novas produções, de forma a estabelecer diálogos sincrônicos ou diacrônicos, congruentes ou contraditórios entre as obras. “Imagine uma artista que tenha doado uma obra sua para a Universidade na década de 1970, como Yara Tupynambá. Desde então, ela teve pouco ou mesmo nenhum contato com essa produção. A ideia, então, foi convidar esses artistas a voltar a conversar com essas obras, por meio de trabalhos mais contemporâneos”, explica Rodrigo Vivas.

Pela perspectiva Novas afetividades, artistas contemporâneos que não possuem obras no catálogo da UFMG foram convidados a estabelecer diálogos entre produções suas e as obras do acervo produzidas por artistas que já morreram. “Estamos falando de nomes como Inimá de Paula, Guignard, Celso Renato e o alemão Friedrich Hagedorn, de quem possuímos nove aquarelas do século 19. Com a exposição, estamos colocando a obra desses grandes nomes para ‘conversar’ com artistas contemporâneos como Mário Azevedo, Domingos Mazzilli, Leandro Gabriel, Daniel Moreira, Paulo Miranda, Sérgio Vaz e Paulo Baptista”, enumera Fabrício Fernandino, professor da Escola de Belas Artes que divide com Rodrigo Vivas a curadoria da exposição.

Para a professora Leda Maria Martins, diretora de Ação Cultural da UFMG, o conceito proposto pelos curadores resultou em uma mostra que alia fruição estética e reflexão. “Esta é uma exposição que prima pelo diálogo, pela troca de experiências, por potencializar o olhar do espectador em relação às temporalidades que atravessam e que são atravessadas pela mostra”, salienta. “Ela reitera a ideia de ‘dádiva’, de presente, de compartilhamento que atravessa toda a programação de comemoração dos 90 anos da Universidade.”

De fato, esses “presentes” começaram a ser oferecidos ainda em setembro do ano passado, com o início das comemorações. Na ocasião, foi montada a exposição D. Quixote – Portinari e Drummond: releituras de Cervantes, em que foram apresentados 21 painéis com desenhos de Candido Portinari e glosas de Carlos Drummond de Andrade. Em setembro deste ano, após o término da temporada de Olhar revisitado, nova exposição será montada para o encerramento das comemorações.

Em trânsito

O Acervo Artístico UFMG (AAUFMG) alcançou valor cultural imensurável no transcorrer da história da instituição – em especial, nas últimas décadas, em virtude da chegada de importantes obras. Conforme inventário de 2010, que está documentado no livro Acervo artístico da UFMG (Editora C/Arte, 2011), essa coleção reúne em torno de 1.500 obras, distribuídas por mais de 30 unidades. “A partir desse primeiro levantamento, o desejo que ganhou forma nos últimos anos foi o de dar à sociedade acesso periódico a esse acervo”, diz Rodrigo Vivas. Em razão disso, a UFMG vem desenvolvendo intenso trabalho organizacional para favorecer esse acesso.

“Uma equipe multidisciplinar está ­realizando a documentação científica das imagens, sua catalogação e a implantação de um sistema de informação que vai possibilitar a consulta das obras por meio de banco de dados”, explica Letícia Julião, professora do curso de Museologia da Escola de Ciência da Informação e coordenadora do Acervo Artístico UFMG. A expectativa é de que 70% do acervo esteja inventariado e disponível para consulta interna até o fim do ano. Para 2018, a meta é concluir o inventário e disponibilizar na internet o acesso à base de dados. “O que se propõe é implantar uma curadoria digital do acervo, combinada à curadoria convencional”, explica Letícia. Segundo ela, esse sistema vai favorecer o controle da documentação, da conservação e da movimentação do acervo.

Há dois grupos de obras submetidas ao AAUFMG: o lotado na Reserva Técnica da DAC – sob a tutela direta dessa Diretoria – e o Acervo Operacional, que contém as obras sob a administração de outras unidades e que serão objeto de uma política de gestão compartilhada.

Política de extroversão

Paralelamente, também está sendo concebida uma política de extroversão para todo o AAUFMG. “Nosso acervo apresenta vocação para o diálogo com outras coleções. Nesse sentido, a proposta é incentivar a mobilidade das nossas obras, por meio de empréstimos para exposições, e desenvolver um programa de mostras que enfatize as conexões do AAUFMG com outros acervos artísticos, universitários ou não”, informa Letícia Julião.

Leda Maria Martins explica que essa política busca viabilizar a montagem de exposições com as obras até mesmo no exterior. “Temos obras que despertam grande interesse de galerias do Brasil e de outros países, como a pintura Morrem tantos homens e eu aqui tão só, da artista Teresinha Soares. No ano passado, conseguimos que fosse exposta na galeria Tate, em Londres. Depois de retornar ao Brasil, nós a enviamos ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). Com o trabalho que estamos realizando, será possível promover mais trânsitos como esse”, prevê Leda. De acordo com Letícia Julião, a UFMG projeta, ainda, “abrir a Reserva Técnica do acervo à visitação monitorada, como ocorre em alguns museus, inclusive universitários”.

Acervo artístico da UFMG / Editora C/Arte

Impulso, de Maria Helena Andrés (década de 1970), integra a coleção Amigas da Cultura
Impulso, de Maria Helena Andrés (década de 1970), integra a coleção Amigas da Cultura

Painel barroco (1967), de Sara Ávila
Painel barroco (1967), de Sara Ávila, dialoga com a escultura de Leandro Gabriel, de 2016 (detalhe abaixo)

Escultura de Leandro Gabriel, de 2016

Foca Lisboa/UFMG

1ª Semana de Arte Moderna em Belo Horizonte

1ª Semana de Arte Moderna em Belo Horizonte_2015
De 24 de fevereiro a 1º de março acontece a 1ª Semana de Arte Moderna em Belo Horizonte. Realizada pela Fundação Municipal de Cultura, por meio da Casa Kubitschek, o objetivo do evento é refletir sobre o movimento modernista brasileiro, dando enfoque especial às suas manifestações em Minas Gerais.
Ao longo do evento serão realizadas palestras, oficinas, intervenções nas exposições, espaços interativos e visitas temáticas. As inscrições para as palestras devem ser realizadas por meio do telefone (31) 3277-1586 ou pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br. Haverá emissão de certificado online para os participantes das palestras.
De acordo com André Mascarenhas, gestor da Casa Kubitschek, a realização desta atividade foi uma proposta do setor educativo tendo em vista a comemoração da semana de arte moderna de 1922 em São Paulo.
Casa Kubitschek_Belo Horizonte_2015
“A Casa Kubitschek é um espaço voltado para pensar o modernismo e suas várias formas de manifestações e modos de viver, pensamos que esta iniciativa servirá para refletir e debater sobre tal movimento em Belo Horizonte e Minas Gerais”, explica Mascarenhas.
A Casa Kubitschek foi projetada em 1943 para ser residência de fim de semana do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek. A construção segue o mesmo estilo do Iate Tênis Clube, com telhado em asa-de-borboleta e planos inclinados, configurando tipologia característica da arquitetura modernista da década de 1950.
Com jardins e pomar de Burle Marx, a casa se mantém até hoje com o projeto original, uma vez que as reformas realizadas tiveram assistência direta do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto original.Abaixo, confira a programação completa:
Terça-feira (24/02)
10h às 12h : Abertura: Palestra com o Prof. Dr. Rodrigo Vivas Andrade (UFMG)
Tema: “Os salões de Arte Moderna em Belo Horizonte – de 1936 a 1944“. 
14h: Palestra com a Profª Dra. Regina Helena Alves da Silva (UFMG).
Tema: O modernismo no Brasil e em Belo Horizonte.
15h30h: Oficina de Caricatura.
Obs.: A Casa disponibilizará o material necessário.
Quarta-feira (25/02)
19h30: Cine Kubitschek – exibição do filme Macunaíma nos jardins da Casa.
Quinta-feira (26/02)
15h: Palestra-concerto com o Prof. Dr. Loque Arcanjo (UniBH).
Tema: Heitor Villa Lobos.
18h: Sarau Livre no Jardim
Sexta-feira (27/02)
10h: Palestra com a Profa. Dra. Alexandra Nascimento (UniBH).
Tema: O Modernismo na arquitetura. 
15h: Palestra com a Profa. Dra. Eneida Maria de Souza (UFMG).
Tema: “Modernidades tardias no Brasil“.
Sábado (28/02)
Às 11h, 14h e 15h30: Visita temática deve ser requisitada pelo visitante junto à recepção)
Domingo (01/03)
15h: Visita temática deve ser requisitada pelo visitante junto à recepção)
Publicado originalmente em Café com Notícias.

Exposição “Na Superfície | Trabalhos sobre Papel”

O 23º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – ANPAP — será realizado em Belo Horizonte, entre 15 e 19 de setembro 2014. Terá uma organização multiforme, compreendendo Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação e de Graduação, Conferências Nacionais e Internacionais, Comitês, Simpósios e Seções de Iniciação Científica. A coordenação do encontro tem a coordenação da Professora e Pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG Lúcia Pimentel.  Veja toda a programação no site: http://www.anpap.org.br/23encontro.html.

 A exposição “Na Superfície | Trabalhos sobre Papel” será realizada em paralelo ao evento, na Galeria da Escola Guignard, com abertura prevista para o dia 16 de setembro de 2014, às 21 horas— após a palestra do Filósofo e Historiador Francisco Jarauta — seguindo até 30 de Setembro. Para este encontro, o Comitê de Poéticas Visuais da ANPAP realizará a exposição com alguns artistas pesquisadores em artes plásticas, membros do PPGArtes da UFMG e da Escola Guignard.

A mostra terá como ponto de referência o suporte papel: desde o desenho, ao projeto, mas também a fotografia, a gravura, a escrita, o livro e etc. A nossa atenção se voltará aos trabalhos que utilizam este suporte de fina espessura, mas de utilização polivalente; pois em sua singularidade o papel apresenta-se também como multiplicidade, assim como são suas maneiras de acolher a imagem em suas várias formas e toda a sua profundidade. Já escutamos: nada mais simples do que um pedaço de papel. Algo simples, mas passível de receber o primeiro traço gestual, que ordena semelhanças e dessemelhanças materiais, assim como as coisas desconhecidas e invisíveis. Assim é o papel, esse flexível material — lugar para fixar constelações de qualidades – dispondo sua superfície para nossas invenções e possibilidades.

 Abaixo o catálogo . A curadoria está a cargo de Patricia Franca-Huchet, Mário Azevedo (da EBA/UFMG) e Marco Túlio Rezende (da EG/UEMG).

Clique na imagem para abrir o catálogo.

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Encontro com a arte nacional

DANIEL TOLEDO

Produção de Cildo Meireles, como "Desvio Para o Vermelho", servirá de inspiração para a produção dos visitantes do instituto
Produção de Cildo Meireles, como “Desvio Para o Vermelho”, servirá de inspiração para a produção dos visitantes do instituto

Publicado no Jornal OTEMPO em 08/01/2013
Embalado pelas férias de verão, o Inhotim preparou uma programação especial para os próximos dois meses. Além do amplo acervo artístico e botânico da instituição, uma série de atividades foram desenvolvidas para destacar a obra de dois grandes artistas brasileiros cujos trabalhos têm destaque no museu. Enquanto janeiro será completamente dedicado à produção de Cildo Meireles, fevereiro, mês do Carnaval, chamará atenção para o trabalho de Helio Oiticica.Ainda que haja atividades voltadas aos mais diversos públicos, as crianças têm destaque especial dentro da programação de férias, conforme destaca Morgana Rissinger, coordenadora de programação cultural da instituição. “Entendemos essa temporada como o início de uma ideia que queremos desenvolver: uma colônia de férias no Inhotim. Nosso objetivo, provavelmente já no próximo ano, quando os hoteis estarão prontos, é que haja espaço para um acampamento onde as crianças possam passar dias e até semanas por aqui”, adianta.

Nessa temporada, conta ela, a ideia é que os pequenos façam visitas guiadas seguidas de oficinas nas quais vão se preparar como mini-guias do museu. “Após um dia inteiro na colônia de férias, passando por oficinas e outras atividades, as crianças se tornarão mediadoras do contato entre seus pais e o acervo do Inhotim”, explica Morgana, sobre atividade realizada durante todas as sextas, sábados e domingos de janeiro.

Também nos fins de semana deste mês, acrescenta, será realizada a oficina Bonecos de Papel, inspirada na obra “Camelô”, de Cildo Meireles, que pertence à seção do acervo do museu que, ao menos neste momento, não está em exposição. “Em meio a uma obra de cunho claramente político, esse trabalho abre espaço para uma abordagem lúdica e de grande apelo infantil. Trata-se de um kit para montagem de um pequeno boneco movido a motor”, descreve.

A ideia de converter visitantes em criadores, aliás, é um dos principais motes da programação de verão, que oferecerá ao público a oportunidade de trabalhar com materiais semelhantes aos usados por Cildo em algumas de suas criações.

“Nesses espaços, chamados de ‘Estações’, disponibilizamos ao visitante uma grande variedade de materiais que podem se converter em pequenas criações. No caso do Cildo, nossa proposta inicial é apresentar alguns trabalhos do artista e estimular a realização de intervenções políticas em objetos banais, como ele mesmo fez sobre cédulas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola. Em fevereiro, por outro lado, vamos abrir espaço para a produção dos famosos parangolés do Hélio Oiticica”, avisa.

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Diversão aliada a conhecimento

Pinturas rupestres inspiram oficina infantil no Espaço TIM UFMG
Pinturas rupestres inspiram oficina infantil no Espaço TIM UFMG

A partir de amanhã, o Espaço TIM UFMG do Conhecimento também oferecerá ao público infantil uma série de atividades que aliam diversão e conhecimento. Entre os destaques da programação, está a oficina Jogos de Tabuleiro Modernos, voltada a crianças com mais de 10 anos e com inscrições abertas a partir de hoje.

Controlar epidemias, salvar cidades infectadas e lutar pela segurança de reinos inteiros são algumas das missões a ser enfrentadas pelos participantes das oficinas, marcadas para os dias 17 e 18 de janeiro.

Além de brincar em um ambiente descontraído, conta Débora D’Ávila, coordenadora de Ações Educativas do espaço, os jovens vão conhecer um pouco mais sobre a profissão do game designer e as atuações de pesquisa e conhecimento da área.

Nos dias 23 e 25 de janeiro, por outro lado, será oferecida aos pequenos com idade entre 7 e 10 anos a oficina Pintando o Sete com a Arte Rupestre. Usando pigmentos naturais, as crianças serão convidadas a pintar sobre pedras de São Tomé, tendo como referências tanto os milenares trabalhos rupestres como o grafite dos dias atuais.(DT)

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"Sweeney Todd" é um dos filmes incluídos na mostra do cineasta
“Sweeney Todd” é um dos filmes incluídos na mostra do cineasta

Cinema

As aventuras de Tim Burton

Na próxima semana, é o Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, Rua da Bahia, 1.201, centro) que abre suas portas para uma programação bastante diferente das exposições que costuma abrigar. Trata-se de uma mostra gratuita de filmes do excêntrico diretor Tim Burton, que se estende de 17 a 31 de janeiro, com sessões às quintas, às 19h, e sábados, às 15h.

Reunindo cinco longa-metragens do cineasta, a mostra inclui trabalhos de diferentes momentos de sua carreira. Escolhido para abrir a mostra, “Edward Mãos de Tesoura”, de 1990, remonta aos seus primeiros trabalhos e traz os jovens Johhny Depp e Winona Rider em seus papeis principais.

Completam a lista quatro trabalhos mais recentes de Burton: “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999), “Peixe grande e suas histórias maravilhosas” (2003), “A Noiva-Cadáver” (2005) e “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (2007), passeando por obras de drama, aventura e até mesmo animação.

Semana de Arte Moderna de 1922 – 90 anos (artigos e documentários)

Marta Berard.

O ‘grito de guerra’ da Semana de Arte Moderna completa 90 anos

São Paulo, 12 fev (EFE).- A ruptura com o academicismo nas artes plásticas e a substituição do hendecassílabo pelo verso livre foram algumas das bandeiras da Semana de Arte Moderna, evento cultural realizado em São Paulo e que propiciou a renovação cultural do modernismo brasileiro.

‘Foi um grito de guerra’, disse à Agência Efe o professor e decorador assistente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Denis Molino, para ilustrar o significado que teve a Semana como revolução na cultura brasileira, evendo que nesta segunda-feira completa 90 anos.

A Semana de Arte Moderna foi um acontecimento realizado nas noites dos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no magnífico Teatro Municipal de São Paulo, transformado no palco de conferências, recitais de música e poemas, na qual participou um grupo de artistas que se rebelavam contra a forma fixa e os cânones estéticos do século XIX, imperantes na arte do Brasil.

Ficam para a lembrança daquele vibrante acontecimento os assobios e vaias com as quais foram recebidas algumas das conferências e a ousadia do compositor Heitor Villa-Lobos, que surgiu em cena usando chinelos de dedo.

Denis explicou que a Semana foi um evento ‘paulista’ porque naquele momento a cidade ‘tinha essa abertura e era muito mais espontânea’ que o Rio de Janeiro, naquela época capital brasileira e onde ficava a Academia de Belas Artes, guardiã da técnica, do apego à norma, da obra bem definida e de contornos acabados.

‘A ideia de transformação radical é mais propícia a São Paulo’, disse Denis, acrescentando que dali foi ganhando espaço no Brasil.

A importância de São Paulo como crisol brasileiro foi recentemente reconhecida pela presidente Dilma Rousseff, que no dia 25 de janeiro recebeu a medalha de honra da cidade e pronunciou um discurso no qual disse que a cidade foi o motor do progresso econômico do país e o berço do modernismo cultural.

A Semana é considerada como a semente da qual brotou o Modernismo brasileiro, embora seus principais expoentes, Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcantti e Manuel Bandeira, já tinham escrito vários capítulos de ruptura na década anterior, que serviriam para narrar a novela da mudança cultural.

Inspirados em um espírito iconoclasta, os modernistas brasileiros bebem das vanguardas europeias como o Dadaísmo, o Futurismo e o Cubismo, mas com uma releitura tropical, em busca de um relato propriamente brasileiro e da construção de identidade.

Denis, que também dá cursos de História da Arte no Masp, explicou que enquanto na Europa já se tinha produzido um processo de ‘destruição da ordem’, o Brasil tinha essa necessidade de afundar na originalidade, na liberdade artística, na ruptura dos cânones.

Na sua opinião, esse movimento, que se manifestou em diferentes disciplinas artísticas, como pintura e música, teve especial impacto na literatura, onde aconteceu a separação da escola poética do Parnasianismo, baseada na estrutura métrica e na beleza formal, que gozava de ampla influência entre os poetas brasileiros.

Nos primeiros compassos do Modernismo brasileiro – que se articularam em torno do Manifesto Antropófago, escrito por Oswald de Andrade em 1928 no primeiro número da ‘Revista da Antropofagia’ – a proposta é fagocitar (digerir) a cultura estrangeira, mas revesti-la de elementos nacionais.

‘As pinturas de Tarsila, autora do famoso ‘Abaporu’, por exemplo, remetem ao Cubismo, mas com um discurso autóctone, com cores tropicais e a temática de fundo do interior rural brasileiro’, segundo Denis.

Para o especialista, a Semana de Arte Moderna e o Modernismo tiveram seu impacto até os anos 60, mas a partir dos 70 se pulveriza a mensagem desse período de euforia, que, nas palavras de Mário de Andrade, constituiu ‘a maior orgia intelectual que a história artística registrou’. EFE

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ARTIGOS

Revista Continuum : “Saga Modernista completa 90 anos”. 

Petrônio Souza : Modernista por BH

Marilia Andres Ribeiro : O modernismo brasileiro: arte e política

Luciano Monteiro : O movimento modernista e a construção de uma identidade nacional sob a égide do Estado Novo

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Assista ao documentário produzido pela Globo News sobre a Semana de Arte Moderna de 22:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=tJKYZdGU4rA]

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Especial da TV Cultura sobre a Semana de Arte Moderna de 22

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=LdO_ebONK9I]

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E veja como foi a exposição Tarsila e o Brasil dos Modernistas na Casa Fiat de Cultura.

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Consulte também as obras do acervo da Belas Artes:

ALAMBERT, Francisco. A Semana de 22 : a aventura modernista no Brasil. São Paulo: Scipione, 1992. 104p. (Historia em aberto)

AMARAL, Aracy A. Artes plásticas na semana de 22. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Ed. 34, 1998. 335p.

BOAVENTURA, Maria Eugenia. 22 por 22: a Semana de Arte Moderna vista pelos seus contemporâneos. São Paulo: EDUSP, c2000. 461 p.

BULHÕES, Maria Amelia; KERN, Maria Lucia Bastos. A Semana de 22 e a emergência da modernidade no Brasil. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura, 1992. 61 p.

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