Expressividade corporal, leveza nos movimentos, força no olhar, variações de poses, etc. Definitivamente, a vida de um (a) modelo não é fácil. Dessa maneira, não me arrisco em dizer que a fotografia de moda é um dos segmentos mais complexos. Vale ressaltar que esse grau de complexidade gira em torno basicamente da pré-produção. Mas, qual é o melhor caminho? PLANEJAMENTO. Essa, sem dúvidas, é a palavra de ordem que irá definir (ou não) o sucesso do seu trabalho.
Quem será o maquiador? E o stylist? A locação já foi definida? Estúdio ou externa? Como vocês puderam perceber existem muitos questionamentos a ser desvendados. Por isso, iremos abordar de forma prática, todos os elementos vitais que compõem uma fotografia essencialmente de moda. Hoje, vamos retratar um tema muito recorrente na vida de um fotógrafo. Como deixar uma pessoa naturalmente bela diante da nossa lente?
Primeiramente, precisamos diferenciar uma modelo profissional de uma modelo que está começando na área (também chamada de “new face”). Além dessas duas “classes”, temos uma terceira que chamamos carinhosamente de “modelos-amigas”. Quem nunca fotografou uma prima, uma irmã, uma vizinha etc? Essa diferenciação é de suma importância, visto que a sua amiga não tem a mesma experiência e/ou vivência técnica que a Gisele Bündchen, por exemplo. Confira algumas dicas:
1- Converse bastante com a sua modelo. Mostre referências de outros profissionais e explique (de forma objetiva) a proposta do ensaio. 2- Não cobre expressões (faciais e/ou corporais) exageradas. Lembre-se: “A naturalidade vem sempre em primeiro plano”. 3- Ensine poses e procure explorar ângulos que favoreçam fisicamente a sua modelo. 4- Incentive-a com palavras de apoio e mostre certa satisfação durante o andamento do ensaio. Evite frases, tais como: “Essa pose não ficou legal” ou “Temos pouco tempo para terminar”. 5- Não use relógio. Parece simples, mas esse ato diminui a ansiedade de ambas as partes. 6- Saiba ouvir e esteja disponível para sugestões. 7- Sensualidade é diferente de vulgaridade. Muito cuidado ao explorar detalhes de cunho pessoal. 8- Mostre uma prévia do ensaio para a sua modelo. Discuta novas composições e ressalte os pontos a serem melhorados. A propósito, parabenize-a por seu empenho.
Como vocês puderam perceber o trabalho do fotógrafo ultrapassa os limites do clique. Nós somos responsáveis por uma avaliação completa do projeto. Além disso, precisamos estar atentos para as seguintes questões:
1- Busque a ajuda de profissionais capacitados e, se possível, monte uma equipe. A função do maquiador, por exemplo, é extremamente valiosa para o sucesso de uma fotografia de beleza. Mostre-se atento para as novidades do mercado e nunca interfira no trabalho do seu parceiro. 2- “Tempo é dinheiro”. Dessa forma, monte um cronograma de ações e estude as prioridades para a conclusão do determinado ensaio. 3- Abuse da criatividade e fuja dos clichês. Existem inúmeros programas que são verdadeiras fontes de inspiração. Indico o ANTM (America’s Next Top Model). O reality show mostra a trajetória de novas modelos e, sobretudo, o making of de super produções. 4- Procure trabalhar mais de uma vez com a mesma modelo. Esse fato gera uma maior cumplicidade e, consequentemente, as fotos ficarão com um ar mais natural. 5- Invista em locações. Uma imagem conta uma história e, por isso, procure eternizar o momento da melhor forma possível. 6- Não transforme a sua modelo em um robô. Muito cuidado com o excesso de photoshop. Afinal de contas, “menos é sempre mais”.
Outro dia ouvi a seguinte pergunta: “Por que você é fotógrafo?” Respondi com uma frase que de tão presunçosa pareceu a mim mesmo um pouco absurda: “Por que é a profissão mais importante do mundo”. Parei para pensar um pouco no que havia dito e concluí que não estava tão errado e que de fato se não era a mais importante, com certeza estaria no “top 10” das atividades fundamentais para a existência da humanidade.
A fotografia é um meio de expressão que pode ser usada de variadas formas, no jornalismo comunica as notícias, nas revistas de fofoca mostra a vida de celebridades, nos anúncios faz todo o trabalho de encantamento para a venda e ainda a vemos em relatórios, sites, palestras, livros e tantos outros meios com finalidades diversas.
A televisão e o cinema só existem graças aos avanços técnicos que deram origem à fotografia, a web 2.0 só é tão interessante pois temos vídeos e fotos bonitas e coloridas, se fosse apenas texto eu queria ver tanta gente conectada esse tempo todo.
Indo mais longe, nós só temos idéia de como fomos quando crianças pois vimos fotos, e também só sabemos como eram nossos pais mais jovens pelo mesmo motivo. Nossa história foi contada por fotos, é nossa memória.
Imagine agora uma vida sem fotografia, sem registros de criança nem as fotos que denunciaram o horror das guerras ou a fome na África. Os anúncios seriam como os velhos cartazes feitos por Lautrec. Televisão e internet? Esqueça, elas não teriam nascido.
Podem levantar a bandeira e dizer que haveria ilustração, tipografia e tudo mais, de fato. Mas o diferencial da fotografia, quando comparada a outras formas de construção de imagem é o fato dela ser realista por natureza, as coisas precisam existir na frente da câmera para serem retratadas, interpretamos uma fotografia como algo real, se o produto é bonito na foto, assim nos parece a realidade, se uma empresa parece bem organizada e produtiva na foto, assim é a impressão que teremos dela.
“Prefiro ver o mundo com os olhos da minha alma.”
Rogério Felício
Mas mesmo com toda a importância, seja como documento histórico ou como meio de comunicação social que independe do verbo, a fotografia é muito maltratada. Não há cultura visual em nosso país, não entendemos que uma boa fotografia vale mais do que milhões de palavras.
Somos analfabetos fotográficos, achamos que foto serve apenas para enfeitar um site, um catálogo ou a sala de estar. Nunca vi um manual de identidade visual que contemplasse orientações sobre o estilo fotográfico a ser usado por uma empresa, preocupam-se com o logotipo que ocupará menos de 10% da página e esquecem de pensar no que irão dizer com aquela foto que ocupará os outros 90%.
No final a fotografia é como o ar em nossos pulmões, é tão presente e fundamental, que só iremos notar sua absoluta importância quando estivermos sem ela, rodeados apenas por essas fotografias genéricas de bancos de imagem free, será como estarmos rodeados por ar poluído e tóxico, ficaremos doentes, cansados e deprimidos. Aí quem sabe compreendamos a falta que fazem as boas fotografias, feitas de forma responsável por bons profissionais, gente que estuda e pesquisa, assim como na medicina, na engenharia, na arquitetura e nas outras poucas profissões que podem rivalizar em importância com a fotografia.
A Fundação Clóvis Salgado, em parceria com o Instituto Itaú Cultural, abre ao público até o dia 25 de setembro, a exposição 1911 – 2011 – Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú. O material inédito é composto por 178 obras produzidas nos últimos cem anos no Brasil, que ficam expostas nas galerias do Palácio das Artes e no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, concentrando um importante acervo da arte moderna e contemporânea produzida no País. Após Belo Horizonte, a mostra irá para o Rio de Janeiro, onde fica em cartaz no Paço Imperial.
Entre os 139 artistas, com obras selecionadas para a exposição, estão nomes como Guignard, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral, Flávio Carvalho, Hélio Oiticica, Victor Brecheret, Bruno Giorgi, Maria Martis, Lígia Pape e Amílcar de Castro. Os objetos expostos compreendem vídeos, pinturas, fotografias, desenhos e gravuras, que estão dispostos em seis módulos, que tanto podem ser compreendidos isoladamente, como, se seguidos de ponta a ponta, traçam com definição o caminho percorrido pela arte brasileira desde as primeiras décadas do século passado até hoje.
O primeiro módulo A Marca Humana, traz a primeira modernidade brasileira ainda amplamente representacional. Em seguida, Irrealismos, com 18 peças, apresenta registros de composições que remetem a si mesmas entre o sonho incontrolado e o imaginário construído. Modos de Abstração, o próximo módulo, apresenta 52 obras, com seis esculturas entre elas e mergulha nos anos 50 quando, em decorrência da I Bienal de São Paulo (1951), a arte brasileira passou a se concentrar em temas interiores, livres de uma referência imediata ao mundo exterior – transitando gradualmente do figurativismo para a abstração. Os concretos dominaram a cena, seguidos dos neoconcretos, abstracionistas informais ou expressionistas e começaram um diálogo em pé de igualdade com a arte internacional.
O quarto módulo, Contestação Pop, é composto por 13 obras que trazem a arte pop inspirada na releitura de imagens de outros meios como os quadrinhos, a fotografia de jornal, as embalagens dos produtos comerciais e objetos da cultura de massa. Em Na Linha da Ideia, módulo dividido em seis subgrupos: Arte e Anti-arte, O Juízo Jocoso, Palavra Imagem, A Arte como Arte, Pintura Pós Pintura, Não Objetos e Anti Forma, o público encontra um total de 56 peças que correspondem a um vasto e aberto período da arte identificado como pós-moderno.
Por fim, o grupo Outros Modos, Outras Mídias reúne obras em diversos suportes e cujas propostas são as mais distintas – desde a ação sobre o próprio corpo à contemplação poética e à interação com a obra, permitida pelas experimentações digitais.
A exposição 1911 – 2011 – Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú tem curadoria de Teixeira Coelho e projeto expográfico de Daniela Thomas e Felipe Tassara.
>> Clique e conheça Daniela Thomas e Felipe Tassara (63 Kb).pdf.
Serviço
Evento: Exposição 1911 – 2011 – Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú Data: 05 de julho a 25 de setembro Horário: de terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h Local: Galerias Alberto da Veiga Guignard, Arlinda Corrêa Lima, Genesco Murta e Centro de Arte Contemporânea e Fotografia Entrada franca
Informações: (31) 3236-7400
Assim como Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Jimmy Hendrix, o talento de Amy Winehouse ultrapassa as regras de gravadora e mercado. Ela era o que a sua essência constituiu como um ser criativo e avesso às regras
O mundo da música está de luto. Mas, também, o da moda está. A fatídica morte, também aos 27 anos, da cantora britânica Amy Winehouse, no dia 23 de julho último, em Londres, posicionou-a no time dos bons intérpretes que traduzem os anseios e desejos de uma geração. Assim como Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Jimmy Hendrix, o talento de Amy Winehouse ultrapassa as regras de gravadora e mercado. Ela era o que a sua essência constituiu como um ser criativo e avesso às regras. Mais valia o alternativo do que o mainstream para ela. Por isso mesmo, podemos considerar seu estilo extremamente marcante não somente para o universo da música, mas também para o da moda; estabelecendo sinergias entre música e moda. Aliás, em uma era em que o conceito de tendência anda esvaziado e pulverizado, encontramos em Amy a força e a importância da presença do estilo; sim, este que é único, que se constitui como uma marca, uma assinatura individual de cada um de nós numa era de sociedade globalizada e sem fronteiras.
O que nos faz pensar que o estilo de Amy vai além de uma moda específica? Uma possível resposta talvez esteja na plena consciência de seu estilo e como ele se confirmou em suas idealizações constitutivas de sua imagética e veia artística. Sim, pois em Amy havia a mescla dos tempos: a vontade nostálgica, mas muito bem dosada e costurada, com o despojado do viver contemporâneo. A construção da imagem da estrela Amy existe fundamentada em dois princípios-características essenciais: a beleza e a moda, ambas demarcadas pelas atitudes retrôs e que estão intimamente relacionadas às releituras pela moda atualmente. Para a primeira, ela resgatou a presença constante do delineador nos olhos e a estrutura do cabelo colmeia; já para a moda, podemos confirmar em Amy o desejo do retorno à silhueta dos looks comportados das décadas de 1950 e 60, mas com outra leitura, e que dialogavam com as tatuagens da artista.
Ela não seguiu nenhuma tendência. Pelo contrário, o seu estilo virou tendência em jovens de todo o planeta. Criou-se, portanto, a estética do jeito de cantar e se vestir à la Amy, que abriu caminho, direta ou indiretamente, para outras artistas, tais como Duffy e Adele. Assim como Amy, elas adotaram como fonte de inspiração em seus visuais as belezas dos 50 e 60 nas construções de seus estilos. Esse mergulho no passado é também presente na musicalidade da artista, que mesclou jazz e ‘neo-soul’ com rock. O que a distancia, por exemplo, das concepções musicais de Madonna, Björk, Lady Gaga e Rihanna, outras artistas da música que são também ícones da moda. Talvez, o mais apropriado seria pensarmos em Amy como um autêntico ícone de estilo. A partir daí, poderíamos compreendê-la também como um ícone da moda.
Mas, assim como Madonna, Victoria Beckham e Kate Moss, Amy Winehouse também teve suas incursões mais diretas com a moda. Criou uma linha para a marca do clássico streetwear britânico Fred Perry. Colaborou com duas coleções, a última delas para a primavera/verão 2011, e desenvolveu mais três, as quais deverão ser lançadas postumamente. O fundamento central é a inclinação pelo retrô, que pautava o olhar e o cuidado da artista com as criações.
Mas a sinergia entre estilo e moda ocorreu naturalmente, com influências em coleções, em editoriais e campanhas de moda em revistas como a “Vogue Paris”, de fevereiro de 2008, que dedicou um editorial, clicado por Peter Lindbergue, com a modelo brasileira Isabeli Fontana produzida como Amy Winehouse. Outro exemplo da forte marca e influência de Amy na moda aconteceu com a campanha da coleção de joias da Chanel, no mesmo ano, que teve a top Coco Rocha em looks sóbrios da Chanel, mas com o forte apelo das joias e da atitude da artista, via a concepção de beleza da campanha. Este mesmo conceito de beleza com a maquiagem e cabelos à la Amy inspiraram o desfile de dezembro de 2007 da Chanel.
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Tarcisio D’Almeida é professor e pesquisador do curso Design de Moda da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). Email: tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br. Ele divide este espaço com Susanna Kahls e Jack Bianchi.
Mostra é vencedora do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea
Publicado em 12 de julho de 2011 no site da Funarte
Contemplada com Prêmio Funarte de Arte Contemporânea Ocupação dos Espaços da Funarte, a mostra “Transfigurações – 20 aos pedaços”, do artista plástico Francisco de Almeida, será inaugurada na galeria de artes daFunarte MG, dia 14 de julho, quinta-feira, às 20h.
Francisco de Almeida é um artista de alegorias. Suas gravuras, espécie de cartas enigmáticas sobre o medo e o conhecimento arquetípico, desafiam regras e normas gráficas, e têm sempre grandes formatos. Depois da experiência da gravura “Os Quatro Elementos I – O Dia e A Noite”, que levou nove meses para ficar pronta, Francisco realiza sua terceira obra em formato similar. O estirão de 20m x 1,50m – a maior xilogravura do mundo – foi apresentada na exposição “Absurdo”, da 7ª Bienal do MERCOSUL.
A exposição “Transfigurações – 20 aos pedaços” foi também premiada por meio do 1º Edital de Incentivo às Artes para Pessoas com Deficiência, da Secretaria de Cultura do estado do Ceará. Resultantes da grande matriz composta de diversas matrizes móveis, as 10 gravuras que compõem a mostra são partes da obra apresentada na Bienal do MERCOSUL. Elas receberam também colagens e outras impressões por transferência.
Impressas aos “pedaços”, as xilogravuras guardam o sabor da surpresa também para o artista que, só tem uma visão do conjunto, quando, uma vez o trabalho concluído, o rolo de vinte metros do papel impresso é desenrolado com a ajuda de um dispositivo de catracas de bicicleta e a gravura é, enfim, estendida num espaço generoso que lhe permita, inclusive, uma apresentação panorâmica.
Com carreira de mais de 17 anos, tendo sua primeira premiação em 1993, no 44º Salão de Abril, Francisco de Almeida já teve suas obras expostas em Madri, no Centro Dragão do Mar, e no MAM-SP. Elenasceu em Crateús, Ceará, em 1962. Xilogravador, aos 15 anos, transferiu-se para Fortaleza, onde estudou xilogravura com Sebastião de Paula, e pintura nas oficinas do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, nos anos 1990. Antes, trabalhou como desenhista técnico, na área de arquitetura. Filho de Manuel Almeida Sobrinho, mestre ourives e fotógrafo da cidade de Crateús no sertão dos Inhamuns cearense, e de Terezinha Rodrigues de Almeida, modista e bordadeira, Francisco de Almeida cresceu entre a alquimia do ouro e dos sais de prata e linhas e riscos de bordados – vivência incorporada ao pensamento e ao trabalho do artista. Com diversas exposições realizadas e participação em importantes mostras coletivas, foi merecedor de prêmios no Salão de Abril, Salão CDL de Artes Plásticas, e Talentos Teleceará, entre outros. Sua obra está representada em coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.
Resultado da quarta edição do programa de residência artística Bolsa Pampulha, a exposição “Bolsa Pampulha 2010/ 2011”, com curadoria de Ana Paula Cohen, segue em cartaz até o início de setembro.
Mas, se na ocasião do seu surgimento, em 2002, o programa criado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte era o único espaço de residência artística da cidade, o que se vê agora é uma situação bem diferente.
Os programas de residência criados nos últimos três anos pelo Marginalia + Lab, o JA.CA e o Ceia mostram que o modelo, consolidado entre as décadas de 80 e 90 nos principais polos de artes visuais do mundo, vem ganhando cada vez mais força como modo de apoiar a formação e a criação artística local.
Ainda que guardem singularidades, os quatro programas têm em comum a ideia de selecionar jovens artistas, sejam locais ou vindos de outras cidades e países, para realizarem seus trabalhos em Belo Horizonte.
Ao longo do período de residência, os artistas compartilham estúdios de criação, recebem acompanhamento crítico e, por fim, apresentam seus trabalhos ao público da cidade. Além disso, todos os programas oferecem aos artistas uma verba que lhes permite desenvolver, em condições próximas ao ideal, suas investigações artísticas.
“São programas que, em certo sentido, desoneram o artista do peso de compromissos cotidianos. Tendo essa parte resolvida, eles ficam totalmente disponíveis para detonar sua potência e investir suas energias na dimensão inventiva”, sintetiza Marcos Hill, coordenador da Residência Ceia e integrante das comissões de seleção e acompanhamento da edição mais recente do Bolsa Pampulha.
“Ainda que tenhamos na cidade duas escolas de arte bastante razoáveis, há uma certa carência no campo do aperfeiçoamento. Nesse sentido, o formato de residência parece muito interessante e generoso, contribuindo, de fato, para o desenvolvimento e o aprofundamento do trabalho dos artistas da cidade”, completa Hill.
intercâmbio. Na visão de André Mintz, coordenador do Marginalia + Lab, deve-se considerar também que a vinda de artistas de outros Estados e países tem considerável relevância para o desenvolvimento do campo das artes visuais na cidade.
“Trata-se, realmente, de uma rua de mão-dupla. Tanto os artistas de fora como os criadores locais acabam tendo contato com outras pessoas, trabalhos e propostas artísticas. Assim, mesmo os programas que optam por artistas de fora da cidade têm um impacto direto sobre a cena local”, analisa.
A ideia de deslocamento, aliás, é outro ponto caro aos programas de residência artística. “Uma residência que envolve deslocamento desperta e chama a atenção dos artistas para coisas que não pertencem à sua rotina diária”, aponta a diretora do JA.CA, Francisca Caporali para, em seguida, destacar que a instituição, situada no bairro Jardim Canadá, demanda deslocamento até mesmo dos artistas de Belo Horizonte.
E, para além do intercâmbio natural de informações e experiências, tanto Francisca quanto Hill e Mintz veem com bom olhos a ideia de que os projetos desenvolvidos pelos artistas sejam contaminados pelo contexto em que se dá a residência.
“É interessante que os artistas e seus projetos tenham abertura para o que está por vir. Ou seja, faz mais sentido quando os trabalhos não são apenas execuções, mas correspondem, de fato, a experimentações”, pontua Mintz.
Exposição Em cartaz no Museu de Arte da Pampulha até o dia 11 de setembro, “Bolsa Pampulha 2010/2011” pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 19h.
A Fundação Clóvis Salgado recebe a exposição Marina Nazareth_PAISAGEM, que reúne pinturas, desenhos transparências e animações. As obras recentes da artista plástica Marina Nazareth, que possui obras permanentes em museus de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ficam expostas de 05 de julho a 28 de agosto no Espaço Mari’Stella Tristão do Palácio das Artes.
Com curadoria de Marconi Drummond, são ao todo 12 pinturas, 15 desenhos (feitos em 2002) e animações de desenhos recentes. As animações, trabalho realizado por Fábio Batista, serão projetadas em uma das paredes da Galeria e compõem ainda a mostra cinco álbuns com desenhos feitos em transparências, da série Instruções para voar, último trabalho da artista.
Durante a abertura da exposição, a Nazareth também lança o livro Marina Nazareth_Fortuna Crítica, de autoria de Maria Eugênia Dias de Oliveira, que reúne 180 textos críticos de escritores, jornalistas, críticos de arte, constituindo um interessante painel das mudanças das mídias nos últimos 40 anos.
Bacharel em Direito pela UFMG e pós-graduada em “Realidade Nacional e Desenvolvimento” pelo Centro de Pesquisa João XXIII, no Rio de Janeiro, Marina Nazareth deu início a suas atividades como artista plástica em 1965, ressaltando em sua formação os estudos teóricos e práticos com Fayga Ostrower entre 1966 e 1970. Realizou mais de 30 exposições individuais no Brasil e no exterior, com destaque para as exposições: 1974 – Museu de Arte Moderna do Paraná – Curitiba; 1979 – Abreu Gallery – New York; 1987 – Mostra Itinerante – Paço Imperial – RJ, MASP – SP; e Palácio das Artes – BH; 1995 – Espaço Cultural dos Correios – RJ; 2001 – Museu Nacional de Belas Artes – RJ; 2007 – Palácio das Artes – BH. A artista participou, ainda, de inúmeros salões de arte nacionais e exposições coletivas, destacando as pesquisas históricas de Marcio Sampaio sobre a Paisagem Mineira, o Desenho Mineiro e a Litografia Brasileira.
Possui obras em exposição permanente no Museu de Arte de São Paulo – MASP, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Museu de Arte Contemporânea de Brasília, Centro Cultural dos Correios – Rio de Janeiro, Museu de Arte da Pampulha – BH, na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais e na Fundação Clóvis Salgado. Serviço Evento: Exposição Marina Nazareth_PAISAGEM Data: 05 de julho a 28 de agosto Horário: terça a sábado das 9h30 às 21h; domingo das 16h às 21h Local: Espaço Mari’Stella Tristão Entrada franca Informações: (31) 3236-7400
Obras sobre a artistas estão disponíveis no acervo da UFMG! Consulte-as!
NAZARETH, Marina. Marina Nazareth: levantamento da obra, 1965/1985. [S.I.]: [s.n.], 1987]. [40] p.
NAZARETH, Marina; SAMPAIO, Marcio; GALERIA DE ARTE VILLA RISO. [Marina Nazareth: pinturas recentes] Rio de Janeiro: [s. n.], 1985. [16] p.
CORRÊA, José de Anchieta. Marina Nazareth. Belo Horizonte: C/Arte, 1999. 153 p.
Mais um tema emblemático para o universo da moda: o da interrelação, mas, antes desta, o reconhecimento da moda como uma prática/expressão artística ou simplesmente como mais uma arte. Esse embate que divide a comunidade de teóricos e criadores em dois blocos, o dos que a idolatram e enxergam na moda um passaporte para o processo do “fazer artístico”; e o outro, que responde pela atitude de vituperar a moda dotada do traço de arte. Esse embate, no entanto, data de um longo tempo. No início do século XX, a estilista Coco Chanel exercia um diálogo muito íntimo e direto com vários artistas e estabeleceu parcerias com o coreógrafo Serguei Diaghilev, o pintor Pablo Picasso, o dramaturgo Jean Cocteau e o poeta Pierre Reverdy.
lsa Schiaparelli foi outra estilista que frequentou, basicamente, os mesmos ambientes da sociedade da época. O pintor Gustav Klimt, fiel adepto de túnicas de linho, criou o Grupo Klimt, que contou com a participação da sua esposa, Emilie Flöge, musa inspiradora e dona de uma butique; desenvolveram algumas criações de moda.
O que nos faz racionar as seguintes possibilidades de combinatórias: moda na arte, arte na moda; arte e moda, moda e arte; moda artística. Mas, seria possível falarmos também em arte fashionista? De certa forma, não seria apropriado considerarmos as incursões de Klimt com suas criações e estampas de tecidos, que também aparecem em suas pinturas, como categorizações para o adjetivarmos como estilista. Na verdade, temos um exemplo de colaboração entre os campos. Outra contribuição advém da pop art de Andy Warhol, nos anos 1960, que provocou e questionou a própria noção de arte e também dialogou com a moda, além da publicidade. A obra “Prada Valuemeal”(1998), do artista Tom Sachs, propôs o questionamento do valor de marcas da moda como Prada, Chanel e Hermès em relação às embalagens de comidas fast-foods. As propostas conceituais registradas com as contribuições da wearable art da artista Lucy Orta convidam as pessoas a se engajarem e participarem de suas criações.
Independentemente do posicionamento, se ora entendemos a palavra “moda” como influenciadora da arte ou vice-versa, o relevante é refletirmos sobre a verve artística do ato de “fazer moda”. Algo que a liberte e propicie voos criativos. O que podemos perceber no processo criativo de Alexander McQueen, por exemplo. Posicionando-nos dessa maneira, conseguimos afastar um pouco a mera destinação mercadológica e capitalista à qual a moda está fadada a se direcionar e que está afetando seu universo criativo. Mas uma pergunta precisa ser respondida: por que a moda reivindica o status de arte para si? É sabido que, somente a partir dos anos 1980 (mesmo tendo registros de peças em acervos de museus que datam de antes desse período), a moda adquiriu o status de arte, ou seja, quando recebeu a “chancela” de renomados museus espalhados por todo o mundo (Metropolitan Museum, Victorian & Albert Museum, Musée de la Mode et du Textile são alguns deles), os quais a interpretam e acolhem suas criações como bens artísticos.
No campo do pensamento, já temos um certo número de autores que tentaram compreender essa sinergia – ou ausência dela – entre a moda e a arte. A filósofa Gilda de Mello e Souza, pioneira dos estudos de moda no Brasil e expert em estética, ao tratar da moda como arte, nos ensina que “como qualquer artista, o criador de modas inscreve-se dentro do mundo das Formas. E, portanto, dentro da Arte.” Outros autores são Aillen Ribeiro, Florence Müller, Valérie de Givry, Cacilda Teixeira da Costa e Alice Mackrell, dentre outros. E é exatamente o princípio das construções de formas que molda os desejos estéticos da moda, ou seja, libertando-a das amarras de mercado.
Tarcisio D´Almeida é professor e pesquisador do curso Design de Moda da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG).
Alunos de todos os cursos de graduação podem se inscrever a partir de hoje (segunda, 18) no projeto Ateliê Aberto, do Centro Cultural UFMG. O objetivo é estimular a pesquisa em artes visuais. As inscrições estarão abertas até 19 de agosto
Serão selecionadas até três propostas individuais a serem desenvolvidas em regime de residência artística, no ateliê do Centro Cultural, entre setembro deste ano e junho de 2012, com bolsa mensal de R$ 500. Poderão participar da seleção estudantes regularmente matriculados na graduação da Universidade.
Cada proponente poderá concorrer com apenas uma proposta, a ser encaminhada pelos Correios ou entregue em mãos na secretaria do Centro Cultural UFMG (avenida Santos Dumont, 174, CEP 30111-040, Belo Horizonte/MG), das 10 às 17h. Além da proposta de pesquisa, os concorrentes deverão apresentar, , um portfólio de produção artística relevante e currículo com ênfase nas atividades pertinentes à proposta.
O edital está disponível no site da instituição. Outras informações pelo telefone 3409-8291.
Não é de hoje que moda e artes plásticas se inspiram mutuamente. O diálogo entre elas mudou muito com o tempo, mas sempre existiu. Mostro aqui exemplos de roupas que prestaram óbvias homenagens a grandes mestres da pintura, da gravura e da escultura nos últimos 75 anos.
Após o tigre de Kenzo, a face de um animal na frente de um suéter parece ter perdido a graça, certo? Não na passarela italiana, onde muitas faces de animais puderam ser vistos em estampas. Antonio Marras trouxe o lobo, de forma espelhada, acompanhado por adornos ou simplesmente com a face estampada. Mas não foi só o que chamou a atenção.
Na segunda imagem, se pensarmos que A. Marras concretizou aquilo que Ennio Morlotti, em Fiori, 1956, pintou abstratamente, ai sim, podemos perceber uma correlação.
Blocos de cores formando desenhos geométricos (e criando um bonito efeito nas saias com pregas e não só). É o que pode ser visto na coleção de Bottega Veneta. Com o desejo de levar energia e segurança para as mulheres, a maison trouxe o construtivismo para a passarela.
Como movimento que deu origem ao construtivismo, também pode-se mencionar aqui a influência do abstracionismo geométrico de Alberto Moretti – o pintor – não só na estampa do casaco como também em dois vestidos mais, sendo que em um deles tem como base as cores preta e verde.
Duas cores diferentes de couro foram recortadas em formas geométricas irregulares e costuradas no vestido preto de comprimento médio, criando assim um efeito similar ao das cores e formas integradas da obra deVladimir Lebedev, Relief, 1920. Eis o construtivismo russo.
A marca propõe uma mulher com muitas referências, uma mulher que coleciona trajes étnicos e os veste, sortida e inteligentemente. Se o nomadismo e a boemia explicam bem a coleção de Etro, Gustav Klimt também! O alto teor de informação de moda contida em suas obras sempre será fonte para decodificações e interpretações. Nesta coleção, as criações do pintor serviram de base para a riqueza de detalhes dos tecidos nobres.
Aqui se requer um pouco mais atenção. Repararam no desenho em relevo do vestido (ou seria saia e blusa?) em veludo devorê ? Agora, vejam como se assemelha ao desenho contido no canto superior direito de Friso de Beethoven, 1902. Além disso, o padrão de cores da saia na pintura se repete na estampa do casaco.
Na segunda, tanto a modelo quando a mulher em Portrait of Friederike Maria Beer, 1916 vestem macacão (ou seria calça e blusa?) com estampas semelhantes, mas com um detalhe: o que eram ondulações na pintura se tornaram estampa paisley na coleção.
Aquilo que subitamente se pode atribuir como inspiração para a coleção de Gabriele Colangelo é a série Black Watercolours de Joachim Bandau (1, 2), que reúne duas caracteristicas do pintor e escultor: o minimalismo e o foco na interseção das formas geométricas. As aquarelas em tons de cinzas dos retângulos transparentes foram sobrepostas em um modo que sugere movimento. Colangelo revisitou essas referências e as decodificou em sua coleção em duas formas: em estampa (como podemos ver no vestido da primeira imagem); e em painéis de tecido sobrepostos que vão gradativamente do branco ao preto, passando por escalas de cinza, assim como no outfit da segunda imagem.
Ainda que sem Jil Sander, a coleção de inverno masculina da marca conseguiu se tornar mais interessante na medida em que usou uma textura com padrão semelhante ao do pontilhismo (pontos de cor pura são aplicados em padrões de modo a formar uma imagem) para conferir um ar despojado à alfaiataria minimalista, que é inerente à maison. Esta mesma textura, criada através de semiesferas em relevo, foi incorporada na coleção feminina, atribuindo criatividade e sensorialismo ao conceito minimalista. Como exemplo da técnica do pontilhismo (também chamado divisionismo), selecionei a obra de George Seurat, Modelo de Costas, 1887.
Christopher Farr lançou uma exibição chamada Editions: Contemporary Rugs for Collectors, reunindo tapetes com desenhos de artistas conhecidos. Dentre eles, a artista têxtil e gravurista Anni Albers. Muitas vezes, ela começou seus projetos de tecelagem com esboços, em alguns deles explorou a construção horizontal e vertical, utilizando cor, forma, proporção e ritmo como em Study Rug, inicialmente concebido como uma decoração de parede em 1926. A padronagem do agora tapete parece ter sido aproveitada na coleção de Marco De Vicenzo, que trabalha sobretudo com o decorativismo gráfico das linhas, além dos quadrados e circulos, seja em tecidos leves, perfurados ou mais rigorosos. A saia plissada com fundo de textura em furta cor é um exemplo disto.
Eis uma coleção capaz de transformar tendências da moda em algo alternativo, único, arquitetônico. Entre volumes amplos, babados exagerados, jogo de contradições (o que parece firme e denso, na verdade é macio e leve), plumagem e o artesanato intrínseco à marca, a coleção de Marni renova com a arte. É transportada para as estampas das peças simples, como a túnica acima, a técnica do artista contemporâneo Magnus (von) Plessen, conhecido pelo seu figurativismo abstrato, que consiste em adicionar ou remover camadas de tinta para revelar as formas da figura. Obra: Magnus Plessen, Paare, 2006.
Os tecidos brocados com cores metalizadas em roupas oversized são por si só uma injeção de arte ao tendencismo na coleção de MSGM. Além de Björk, a coleção se inspirou no pintor Gergard Richter, mais especificamente em sua fase overpainting. As estampas sugerem que borrões de tinta foram jogados em cima de um retrato propositalmente, conferindo-lhes uma espécie de abstração misteriosa. Não se trata mais de photoprint, mas de um “photopainting” na estampa. É este o estilo fotografia-pintura de G. Richter, é este o estilo que confere mais arte à coleção. Na primeira foto temos, Piz Rosatsch, 1992; na segunda, temos Firenze, 2000.
Com uma atmosfera de Alemanha nos anos 70, a coleção de Prada evoca Rainer Werner Fassbinder e Pina Bausch, para transformar os modelos em personagens intensos que enfrentam seus problemas mais íntimos para encontrarem a si mesmos. Neste contexto, entra um pintor capaz de se olhar frente às coisas do mundo: Giacomo Balla, que também foi convidado por Sergei Diaghilev para se tornar cenógrafo e figurinista. As estampas dos vestidos e dos casacos refletem o estudo de Balla sobre o caráter técnico-científico acerca da decomposição da cor e da luz, sobre a dinâmica do movimento e da velocidade.
É latente a sugestão de movimento e velocidade na estampa do vestido de seda, assemelhando-se a obraVelocidade de um Automóvel, 1912.
Quanto a nós, espectadores, estamos a espreitar a coleção de Prada como os jornalistas diante de toda a dinâmica do drama vivido e vestido pela protagonista de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant (1972).
Sportmax resolveu fazer um novo experimento. Se na coleção passada a maison trabalhou com as formas geométricas, desta vez resolveu se liberar de restrições, incorporando um desejo de extravagância ao DNA simplificado. E isso foi encontrado no expressionismo abstrato através do qual, o artista recusa qualquer forma de realismo, de pintura figurativa para explorar a forma abstrata. Dentre todos os artistas, a maison olha especificamente para um dos Irascíveis: Jackson Pollock e seu o dripping fortemente gestual. Ele não pintava lançando a cor sobre a tela em posição normal, em cima de um cavalete, mas deitando grandes rolos no chão e gotejando a tinta em cima. Esse sistema de trabalho se chama dripping e é isso que podemos ver em variados modos nas estampas das roupas com efeito de gotejamento e rabiscos:
Segundo informações, a pintura nesta última imagem é inspirada em Pollock, feita por outro pintor. De qualquer forma, guarda particular semelhança com a saia em organza.
BRANDSTATTER, Christian. Klimt e a moda. São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 79p. : (Universo da moda)
COSTA, Cacilda Teixeira da. Roupa de artista: o vestuário na obra de arte. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, EDUSP, 2009. 312 p.
GIVRY, Valérie de.. Art & mode: l’inspiration artistique des créateurs de mode. Paris: Regard, 1998. [22] p. of plates .
MÜLLER, Florence. Arte e moda. São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 80p. (Universo da moda)
XIMENES, Maria Alice. Moda e arte na reinvenção do corpo feminino do século XIX. 1. ed. Barueri, SP: Estação das Letras e Cores, 2009. 98p. (Estudos da moda)
-19.863204-43.959736
Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG