Novos Artistas Mineiros na Funarte MG

Universo feminino está presente em dois dos três espetáculos, que serão apresentados com entrada franca

"De Perfumes e Sonhos" Foto: Daniel Protzner

De 1º a 6 de julho, a Funarte MG recebe a Mostra de Trabalhos da Graduação em Teatro da Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A programação é composta pelas peças “Exercício para Pedro e Joaquim”, do formando João Filho; “De Perfumes & Sonhos”, da formanda Fabiana Loyola; e “As Rozas Falam”, de Roza Maria de Oliveira.

No espetáculo “Exercício para Pedro e Joaquim”, João Filho propõe um exercício cênico livre, inspirado na poesia de Manoel de Barros, no qual os personagens, por meio de suas memórias e retornos, constroem seus brinquedos no espaço infinito.

“De Perfumes & Sonhos” propõe uma reflexão sobre o caminho percorrido pelas três integrantes do elenco – uma atriz, uma cantora e uma bailarina –, e destaca a expressão de cada uma em sua área de domínio, em diálogo com a linguagem cênica.  O desafio do trabalho foi encontrar um ponto em comum entre as três artistas e a busca por uma metodologia de ensino, onde os potenciais de cada uma se tornassem integrados e orgânicos. A peça foi baseada no livro “Mulheres que correm com os lobos”, no qual predomina a temática do feminino.

O universo feminino também norteia o espetáculo “As Rozas Falam”. O trabalho propõe uma reflexão sobre a condição das mulheres, por meio de depoimentos que foram transformados em material dramatúrgico. A montagem tem como base a Mímesis Corpórea – metodologia desenvolvida pelo LUME (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp) –, usada como diretriz para a seleção de mulheres e relatos reais, posteriormente teatralizados e aplicados à experimentação cênica a partir de improvisações. A peça foi baseada em uma pesquisa com mulheres sobreviventes de violência física, participantes, principalmente, do Grupo Bem-Me-Quero.

Mostra de Trabalhos da Graduação em Teatro da Escola de Belas Artes (EBA)

“Exercício para Pedro e Joaquim”

1º de julho (sexta), às 19h
2 de julho (sábado), às 18h

Entrada franca (Distribuição de senhas no local uma hora antes do espetáculo)
Classificação: Livre
Duração: 40 minutos
Ficha Técnica
Direção: Joaquim Elias
Dramaturgia: João Filho
Com Francis Severino e João Filho

“De Perfumes & Sonhos”

1º e 2 de julho, (sexta e sábado), às 20h
3 de julho (domingo), às 19h

Entrada franca (Distribuição de senhas no local uma hora antes do espetáculo)
Classificação: 14 anos
Duração: 40 minutos
Ficha Técnica
Direção, coreografia e textos: Rosa Antuña
Com Eliatrice Guichewsky, Fabiana Loyola e Luísa Bahia

“As Rozas Falam”

4, 5 e 6 de julho (segunda, terça e quarta), às 20 horas
Entrada franca (Distribuição de senhas no local uma hora antes do espetáculo)
Classificação: Desaconselhável para menores de 12 anos
Duração: 1h
Ficha Técnica
Direção: Letícia Castilho
Concepção e dramaturgia: Roza Maria, Edna Rodrigues & Letícia Castilho
Com Roza Maria, Edna Rodrigues

Local: Funarte MG
Rua Januária, 68 – Floresta
Belo Horizonte (MG)
(31) 3213-3084

http://www.funarte.gov.br/teatro/novos-artistas-mineiros-na-funarte-mg/

Confira abaixo a programação da mostra

Estilistas: pensadores da moda

Publicado no Jornal OTEMPO em 19/06/2011

TARCÍSIO D´ALMEIDA

A mesma inquietação que me impulsionou para o projeto no qual venho desenvolvendo, desde os anos 1990, uma série de entrevistas com intelectuais que pensam (ou pensaram) sobre a moda talvez sirva como uma possível explicação para o fato de que, mesmo em tímida expansão, estilistas estejam também se preocupando, refletindo e questionando o próprio campo de atuação deles, isto é, a moda sob prismas diversos. O resultado é percebido com a inclusão de profissionais formados em moda – quer seja em estilismo, em desenho de moda ou em design de moda – ou em áreas correlatas que se inserem em programas de pós-graduação de universidades prestigiadas para pesquisar o tema, o que me impulsionou a escrever esta coluna para homenagear tais profissionais que mesclam suas experiências criativas com as verves dos pensadores.

Portanto, temos quatro indícios iniciais: primeiramente, os estilistas autodidatas; em seguida, aqueles que estudaram moda na graduação; os demais com bacharelado em áreas afins; e, por último, os que pesquisaram na pós-graduação. Dito isso, a primeira que me vem à memória como um exemplo de autodidata é a italiana Maria Bianchi Prada, ou simplesmente Miuccia Prada. Muito antes de pensar em atuar no mundo da moda, Miuccia, que herdou do avô os negócios da família, estudou ciência política, foi militante do Partido Comunista italiano e se doutorou, no ano de 1978, também na mesma área, ou seja, distante do brilho e do glamour do mundo da moda. Ou seja, uma cientista política que não estudou moda, mas migrou para tal universo criativo.

Diferentemente dela, quatro nomes brasileiros ilustram outras realidades: a de egressos da área de moda, de comunicação e de artes; quer seja na graduação, quer seja tendo-a como tema de pesquisas na pós-graduação. A paulista Suzana Avelar graduou-se em desenho de moda pela Faculdade Santa Marcelina e, em seguida, obteve os títulos de mestre (com a pesquisa “A Comunicação da Moda na Era da Globalização”, em 2000) e de doutora em comunicação e semiótica (com a tese “Moda: entre Arte e Cultura”, em 2005), ambas pela PUC-SP.

Atualmente, é professora do curso têxtil e moda da USP. Com ela, temos o hibridismo de criadora e pesquisadora que, mesmo não atuando diretamente na indústria criativa da moda, tem contribuído com a mesma na academia.

O estilista carioca Mario Queiroz, que recentemente decidiu trocar a moda masculina pela feminina, graduou-se em comunicação social, jornalismo, pela UFF. Mas, em sua pesquisa de mestrado em comunicação e semiótica (intitulada “O Herói Desmascarado: Análise dos Editoriais de Moda da Arena Homme Plus”), defendida em 2008 na PUC-SP, onde está atualmente realizando o doutorado “A Imagem do Homem: Moda e Mídia na Construção do Masculino”, decidiu olhar academicamente para sua realidade profissional, isto é, a moda masculina e a transportou para a academia, na qual tem pesquisado a relação do homem com sua imagem e sua moda. É também professor do IED São Paulo.

Outros estilistas pensadores são os mineiros Gustavo Lins e Angélica Oliveira Adverse. Ele é arquiteto pela UFMG; autodidata único a desfilar na Semana de Moda Alta Costura de Paris; defendeu mestrado em 1989 na Universidade da Catalunha (Espanha) e é professor da Escola Nacional Superior de Artes Decorativas de Paris.

Ela, que sempre se questionou sobre a essência de sua formação, é a única brasileira vencedora das etapas nacional e internacional da extinta premiação Smirnoff International Fashion Awards; especialista em filosofia e, no início deste mês, defendeu seu mestrado em artes (com o título “Moda, Moderna Medida do Tempo”, a partir de frase homônima do filósofo Walter Benjamin), ambas titulações pela UFMG; além de ser professora da universidade Fumec.

Tarcísio D´Almeida é professor e pesquisador do curso design de moda da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). Ele divide este espaço com Susanna Kahls e Jack Bianchi. (tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br)

Módulo do Festival de Inverno em Tiradentes vai reforçar ações no campus avançado

 O Festival de Inverno da UFMG volta a Tiradentes. Entre os dias 8 e 10 de julho, a cidade recebe o primeiro módulo da 43° edição, com o tema Existências não reais. Em 2011, o Festival acontece entre 8 de julho e 7 de agosto, e percorre outras quatro cidades: Cataguases, Diamantina, Belo Horizonte e Brumadinho.

Tiradentes foi escolhida, segundo o coordenador do módulo, Rodrigo Minelli, para reforçar as ações do Campus Avançado da UFMG na cidade, que tem como objetivo tornar as ações da Universidade ali menos efêmeras. Dessa forma, a programação foi pensada de modo a valorizar a cultura de Tiradentes, dar espaço aos artistas locais e movimentar o cenário cultural.

Durante os três dias de Festival vão se apresentar vários grupos de artes cênicas e música da cidade, como Ressonare, Orquestra Ramalho, Grupo Aprendizes de Violão, Cia. Teatral ManiCômicos. Haverá também show de Titane e Hudson Lacerda, com canções de Elomar.

As oficinas, por sua vez, foram planejadas de forma a estabelecer o diálogo com o espaço urbano, uma vez que um dos objetivos do Festival é promover essa interação. No total serão quatro atividades e somente a oficina Trekking Fotográfico necessita de inscrição prévia, que deve ser feita na Secretaria do Festival, localizada no Centro de Estudos (rua Direita, 158, Centro).

A programação é gratuita e ocupa vários espaços de Tiradentes, como o Largo das Forras, o adro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, o Centro Cultural Yves Alves, entre outros.

“Espalhamento”

A 43° edição do Festival de Inverno da UFMG acontece de 8 de julho a 7 de agosto, e além de Cataguases, quatro cidades recebem a programação do Festival: Tiradentes, Belo Horizonte, Brumadinho e Diamantina. “Nosso objetivo é que o evento funcione como uma teia de ações que se irradie pelo estado”, explica Maurício Campomori, diretor de Ação Cultural da Universidade, sobre a multiplicidade de temas e destinos idealizados para a 43ª edição do Festival.

Ele relembra que, na década de 1970, o evento chegou a ocorrer simultaneamente em 14 cidades. Nos anos seguintes, ele alternou movimentos de expansão e introspecção temática ou espacial em sua trajetória. “Isso é típico dos artistas e de seus espaços de produção. O Festival vive o mesmo processo sem artificialismo, pois funciona como um corpo vivo, pulsante”, analisa o professor.

A proposta de retomar a tradição de “espalhamento” foi apresentada pelo pró-reitor de Extensão da UFMG, João Antônio de Paula. “Não se trata de buscar a tradição por si mesma, mas construir maior abrangência, procurando novo significado para o evento. Encontramos esse caminho nas cidades onde a UFMG tem situação consolidada ou vínculos institucionais expressivos, como Tiradentes e Brumadinho, por meio da Fundação Rodrigo de Mello Franco e do Instituto Inhotim”, esclarece Campomori.

PROGRAMAÇÃO*
8 a 10 de julho

Dia 08/07 – Sexta-feira
18h – Abertura Oficial Grupo Aprendizes do Violão
Idealizado em 2004 pelo prefeito Sr. Nílzio Barbosa e sempre com “renovação” das crianças, o Grupo Aprendizes de Violão, unidos pela amizade, apresenta ao público um lado mais intimista da música popular com belíssimas releituras.
Local: Centro Cultural Yves Alves

19h30 – Grupo Entrevista (Lendas de Tiradentes) Caminhada Poética até a Câmara

20h –Ressoando por Tiradentes – Quinteto Ressonare
Ressonare é um grupo de cordas que atua desde 2008 em Minas Gerais. Dentre várias apresentações possuem em seu portfólio trabalhos com intuito de disseminar a cultura pela histórica Tiradentes e região, como o espetáculo “Uma Noite de Ópera” realizado com grande público em 2009. Quatro de seus cinco integrantes são estudantes de música na UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei).
Local: Varanda da Câmara

Dia 09/07 – Sábado

20h – Titane e Hudson Lacerda
A cantora Titane e o violonista Hudson Lacerda dedicam-se ao repertório de Elomar. Celebram o encontro do erudito com o popular ao optar por um formato acústico que remete tanto à sofisticação camerística quanto à simplicidade de um recital de música popular, destacando a arquitetura dos arranjos intrínsecos às composições e valorizando a imponência da voz em estado bruto.
Local: Centro Cultural Yves Alves

Dia 10/07 – Domingo

11h30 – Grupo Manicômios Dom de Andar
Espetáculo criado especialmente para a rua e concebido a partir de uma intensa pesquisa feita em oito cidades do Campo das Vertentes. A diversidade cultural de Minas Gerais é retratada por caminhos de religiosidade, estórias, paisagens, personagens. Lirismo e muito humor tecem a trama desta estória que se inspira também em obra de Fernando Sabino.
Local: Largo Forras

18h – Orquestra Ramalho
A Orquestra Ramalho, fundada em 1860, executará peças sacras de compositores mineiros dos Séculos XVIII e XIX, assim também como outras peças de compositores estrangeiros, que fazem parte do seu repertório usual, apresentado nas tradicionais celebrações religiosas da cidade.
Local: Igreja Matriz Santo Antônio

AULAS ABERTAS E OFICINAS

DANÇA DE SALÃO
Proporcionar ao público contato com passos e estilos de alguns dos diversos gêneros da dança de salão.
Coreógrafo: Jomar Mesquita (BH) – professor, coreógrafo e bailarino, dirige a Associação Cultural Mimulus, a Mimulus Cia. de Dança e a Mimulus Escola de Dança desde 1990, desenvolvendo extenso trabalho de pesquisa das danças a dois em seus países de origem. Professor convidado em curso de pós-graduação na Faculdade Metropolitana de Curitiba – Famec. Formação em Pedagogia do Movimento para o Ensino de Dança, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.
Público-alvo: interessados no tema
Vagas: atividade aberta
Período: 9 e 10 de julho
Horário: 16h30 às 18h
Local: Largo das Forras

HISTÓRIA E ESTÓRIAS
Estudo histórico e sob a perspectiva da tradição oral da “contação de histórias”
Professora: Sônia Queiroz (UFMG) – doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-São Paulo, onde defendeu, em 2000, tese sobre as edições brasileiras de narrativas de tradição oral, desenvolveu em 2007, em estágio pós-doutoral na UNEB-Salvador, com a supervisão de Yeda Pessoa de Castro, pesquisa sobre a presença banto na tradição oral de Minas Gerais. Mestre em Estudos Lingüísticos pela UFMG, onde se graduou em Letras em 1975, defendeu em 1985 dissertação sobre remanescente de língua africana em Minas Gerais. É professora da Faculdade de Letras da UFMG desde 1983, atuando hoje na área de Edição (graduação) e Estudos Literários (pós-graduação), com experiência também na área de Texto em língua portuguesa. Na pesquisa, no ensino e na extensão, atua principalmente nos seguintes temas: oralidade e escrita, poesia, conto, canto, transcriação, memória e cultura afro-brasileira. Suas publicações mais relevantes são os livros Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga (Editora UFMG, 1998) e Na captura da voz: as edições da narrativa oral no Brasil (este publicado em coautoria com Maria Inês de Almeida). É diretora do Centro Cultural UFMG.
Público-alvo: interessados no tema
Vagas: atividade aberta
Período: 9 e 10 de julho
Horário: 10h às 12h
Local: adro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – Rua Direita, s/nº, Centro

TREKKING FOTOGRÁFICO
A oficina propõe uma caminhada pela Serra São José, durante a qual serão abordados os seguintes temas: sentidos de leitura, primeiro plano, diagonais, referência, polarização, balanço de branco manual, longa exposição em cachoeira, entre outros. A Serra de São José é uma área de preservação ambiental e refúgio da vida silvestre de libélulas, com altitudes que variam entre 840m e 1430m do nível do mar; é uma região de cerrado com resquícios de Mata Atlântica e antigas regiões de mineração de ouro de superfície.
Professor: Wladimir Loyola (Tiradentes/MG) – mineiro, proprietário e administrador da operadora Tiradentesbrasil www.tiradentesbrasil.com operadora de ecoturismo e agência de comunicação responsável pelo site hospedeiro www.programeseudia.com.br de Tiradentes MG e região e pelo guia Programe seu Dia, entre outros trabalhos de publicidade e propaganda relacionados ao setor. Condutor especializado em Turismo de Aventura (trekkings, cavalgadas, downhill, escalada em rocha e rapel), designer gráfico e fotógrafo documentarista para pessoas, arquitetura, corporativo e turismo. Entre seus trabalhos, destaca-se a foto que rendeu o primeiro lugar da Região Sudeste à arquiteta Raquel Heinisch para o concurso Arquitetando Docol de metais sanitários/2007.
Público-alvo: amantes e profissionais em fotografia e que gostem de viver a vida leve, com idade a partir de 15 anos.
Vagas: 10
Período: 9 ou 10 de julho
Horário: 9h às 13h30
Material do aluno: roupas leves, calça tactel, chapéu ou boné, tênis ou bota, meia grossa, protetor solar, repelente, lanche, água e câmera fotográfica profissional ou amadora
Inscrição prévia: Secretaria do Festival – Centro de Estudos, Rua Direita, 158, Centro
Local de saída: Rua Henrique Diniz, 119 – Centro

VISITAS GUIADAS
Visitas às obras de restauração do Museu da Casa do Padre Toledo. Trata-se de um dos mais representativos exemplares da arquitetura colonial brasileira. Foi edificada na segunda metade do século XVIII e pertenceu ao inconfidente Carlos Correia de Toledo e Melo, que foi vigário da Freguesia da Vila de São José, hoje a cidade de Tiradentes. Além de sua importância histórica, o imóvel possui um raro conjunto de forros artisticamente pintados. Os forros estão sendo restaurados pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (CECOR), da Escola de Belas Artes da UFMG.

A visita guiada constará de uma apresentação da história da casa, seus usos diversos e intervenções, e também de informações sobre o inconfidente Padre Toledo. Em seguida, os visitantes poderão apreciar os forros restaurados, os que estão em processo de intervenção e os ambientes do imóvel.
Responsável: Luiz Cruz (Tiradentes/MG) – natural de Tiradentes, onde vive e trabalha, é professor, formado em Letras e pós-graduado em Administração de Unidades de Conservação. Cursou disciplinas do mestrado da UFSJ, na área de Memória e Identidade Cultural. Estudou artes na Fundação de Arte de Ouro Preto e na Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro. Participou de exposições individuais de pintura, gravura e fotografias em MG, RJ, SP, PE, PR, RS, DF. Foi professor de Educação Patrimonial dos festivais de inverno da UFSJ e de Entre Rios de Minas.
Público-alvo: interessados no tema
Vagas: 20 em cada horário
Período: 9 e 10 de julho
Horário: 10h e 16h (dia 9) e 10h (dia 10)
Local de encontro para a visita: Centro de Estudos – Rua Direita, 158, Centro

* Programação sujeita a alterações.

Serviço
43º Festival de Inverno da UFMG – 8 de julho a 7 de agosto
Tiradentes: Existências não reais – 8 a 10 de julho
Cataguases : Avizinhamentos – 14 a 24 de julho
Diamantina: Radioplastia – 17 a 29 de julho
Belo Horizonte/Instituto Inhotim (Brumadinho): Cidades: arte, cultura, conhecimento – 25 de julho a 7 agosto

Mais informações: www.ufmg.br/festival.

Acompanhe também através do @festivalufmg e do facebook.com/festivaufmg

(Assessoria de Imprensa do Festival de Inverno da UFMG)

Festival deve aprofundar formato acadêmico e estreitar alianças com Diamantina, avaliam coordenadores, no encerramento do evento

Com o fechamento da edição 2009 do Festival de Inverno, nesta quinta-feira, 30, o que ela deixa como legado para a história do evento? As oficinas e eventos se propuseram a estimular ações transformadoras, ainda que em formato mais enxuto que nos anos anteriores. Mas o que a coordenação do Festival acredita ter sido mais significativo foi a realização do seminário Perspectivas da cultura em um cenário de transformações – que abriu a primeira semana do evento. “Na medida em que nos dispomos a repensar o que fazemos, houve a consciência que o formato ainda funciona”, diz o curador geral, Fabrício Fernandino.

O seminário, que contou com a participação dos fundadores, professores e artistas que passaram pelo Festival, definiu diretrizes para sua sustentabilidade nos próximos anos. As propostas serão apresentadas à Reitoria e aos candidatos à direção da Universidade (no segundo semestre a UFMG realiza consulta à comunidade para o cargo a reitor). A ideia é que o seu planejamento seja preparado a longo prazo – de quatro em quatro anos, por exemplo. O coordenador geral, Maurício Campomori, argumenta que o Festival deva extrapolar a condição de evento e entrar na categoria de projeto acadêmico da Universidade. “O seminário, como experiência pedagógica, apontou possibilidades de transformação e caminhos de ensino, com uma formação mais complexa que a escola”, diz.

“É uma questão de priorização e vontade política. Não significa dizer que tenha deixado de ser prioridade, mas é preciso aprofundar esse compromisso”, pontua Campomori. Ele e Fabrício Fernandino acreditam que o Festival, proposto como projeto acadêmico, abrirá maiores oportunidades de participação e parcerias com os ministérios da Cultura e da Educação – facilitando, na sequência, a obtenção de recursos, cerne da redução das atividades neste ano.

Parcerias
E sim, o Festival continua em Diamantina. Pelo menos esse é o desejo da coordenação e da atual administração municipal. O novo prefeito da cidade, Padre Gê, assegurou que destinará mais recursos para aquele que é o principal evento cultural da cidade. Parceiras com instituições regionais, que a coordenação pretende ampliar, já começaram a funcionar neste ano. Nessa linha, o Museu do Diamante, ligado ao Ministério da Cultura, ofereceu três oficinas gratuitas e deseja estender a parceria nos próximos anos. A Faculdade Fevale também propôs duas oficinas neste Festival. Essas alianças apontam para outro movimento que os participantes do Festival destacaram: reforçar vínculos com a população local, abrindo espaço para atender às suas necessidades.

Disponível em: http://www.ufmg.br/online/arquivos/012592.shtml

Multiplicidade molda a identidade do teatro brasileiro contemporâneo, reflete Mariana Muniz

quarta-feira, 29 de julho de 2009, às 10h03

É difícil definir o teatro brasileiro, mas a multiplicidade de suas manifestações define seu perfil atual. Essa é, sinteticamente, a percepção da professora da Escola de Belas-Artes Mariana Muniz, sobre uma das áreas que mais experimentou a interdisciplinaridade em sua conformação. Coordenadora de Artes Cênicas do 41º Festival de Inverno da UFMG, Muniz, cuja atuação profissional e interesses acadêmicos voltam-se especialmente para o teatro do gesto e a improvisação, destaca, em entrevista, experiências da criação em seu campo.

Como o tema Traduções foi apropriado pelas artes cênicas no Festival?

As artes cênicas são, sem dúvida, o lugar em que a tradução entre as diversas linguagens se dá de uma maneira essencial ao próprio desenvolvimento da arte. Em um espetáculo cênico, convivem várias linguagens, desde a literária, passando pela musical e também a visual. Desde sua origem, a área trabalha em um contexto polifônico, com diversas vozes e artes que se conjugam na construção do espetáculo cênico. Por isso, para o Festival de Inverno não foi difícil pensar em algo nessa linha. Além disso, procurei centrar em um trabalho elaborado nos últimos sete anos, sobre a relação entre o espetáculo e o texto teatral. Esse vínculo possui um percurso histórico de reelaboração e desconstrução desde os movimentos de vanguarda do século XX. No século XXI, já existem grupos que fazem a sua própria dramaturgia, mas também há permanência de escritores e dramaturgos que escrevem em seus escritórios e os dois tipos de texto podem ser levados à cena. Esse foi o foco que gerou as oficinas.

Quais afinidades apontaria haver entre as oficinas?

A dramaturgia e a encenação, ou seja, como essas duas linhas, essas duas pontes técnicas se comunicam em um coletivo criador. Ao mesmo tempo em que o espetáculo vai se construindo, o ator necessariamente precisa elaborar suas escolhas, os meios expressivos para trabalhar. Essas escolhas induzem um percurso dramatúrgico. O foco das oficinas é esse: o ator como criador do material cênico e como ele se articula nessa construção dramatúrgica e cênica do espetáculo ou da performance.

Como você define o teatro brasileiro atual?

A multiplicidade. É muito difícil definir o teatro brasileiro. É normal relacioná-lo aos grandes centros, que são o Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso, há de se pensar que não se tem acesso fácil ao que é produzido longe dessas cidades. O que existe hoje é um teatro múltiplo, até mesmo pelas várias modalidades de criação, como também há experimentações diversas, como a performance e a instalação cênica, por exemplo. Esse teatro múltiplo atende a variados públicos e, de alguma forma, sempre se reinventa. Outra característica muito forte do teatro atual é a presença expressiva dos coletivos teatrais, qualidade do teatro brasileiro e latino-americano. Isso se relaciona com estratégias de sobrevivência de um espetáculo, ou seja, como dar continuidade a um projeto artístico no universo do patrocínio brasileiro. Justamente por essas condições externas, ou seja, não estão ligadas ao processo artístico, mas nele interferem, esse teatro é feito por meio do coletivo. E dentro dessa linha dos coletivos, maneiras, técnicas e procedimentos são descobertos na criação coletivizada. Por isso, o teatro dos coletivos é experimental e múltiplo.

(Assessoria de Imprensa do Festival de Inverno)

Disponível em: http://www.ufmg.br/online/arquivos/012577.shtml

Tarsila e o Brasil dos Modernistas – Exposição e catálogo online

Exposição na Casa Fiat de Cultura é prorrogada até 22 de junho.


Em 1924, ano dos mais férteis da carreira de Tarsila do Amaral, ela esteve, com o “bando” dos modernistas, em visita às cidades históricas de Minas Gerais. Muitos relatos dessa viagem ficaram registrados, como o de Pedro Nava em seu memorial e o de Carlos Drummond de Andrade, que se encontrou com os membros da “caravana paulista” no Grande Hotel de Belo Horizonte, onde hoje se situa o Conjunto Arcangelo Maletta, na esquina da Rua da Bahia com a Avenida Augusto de Lima.

Essa viagem marcou a obra de Tarsila, como bem assinala o rico texto da curadora da exposição, Regina Teixeira de Barros.

A exposição nos faz pensar sobre a riqueza do imaginário que se construiu e que continua a ser construído sobre o nosso país, e não só o Brasil dos modernistas, ao longo dos 87 anos transcorridos desde aquela viagem.

Retrato de Tarsila do Amaral
Retrato de Tarsila do Amaral (Photo credit: Wikipedia)

Tarsila volta a Minas, agora como figura central dessa mostra de grandes artistas, tão diferentes entre si e, ao mesmo tempo, igualmente empenhados na descoberta de um olhar para o Brasil, que é um e é tantos.

José Eduardo de Lima Pereira
Diretor Presidente

A exposição

A exposição Tarsila e o Brasil dos modernistas reúne um conjunto de obras que apresentam visões singulares de paisagens, tradições e tipos brasileiros. Tendo como ponto de partida a obra de Tarsila do Amaral (1886- 1973), os trabalhos selecionados procuram traçar um panorama de tentativas de representação visual de um país territorialmente vasto e culturalmente heterogêneo como o Brasil. Esses trabalhos se reportam ao tempo e ao espaço onde foram produzidos e ao entendimento que nossos artistas modernos tiveram da realidade à sua volta.

Além de Tarsila, figuram na exposição outros artistas que discutiram uma possível representação da identidade brasileira de forma bastante explícita e constante ao longo de suas trajetórias, como Di Cavalcanti e Candido Portinari. Estão inclusas também obras de artistas que se detiveram no tema em determinados períodos de suas carreiras, como Cícero Dias, Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret. A mostra apresenta ainda um terceiro grupo de artistas cujo conjunto da obra não é necessariamente identificado à criação de uma imagem iconográfica do e para o Brasil, mas que produziu trabalhos pontuais que tangenciam o tema, seja pela inclusão de um contexto geográfico facilmente reconhecível, seja pela curiosidade investigativa de hábitos e tradições locais. Entre esses, encontram-se Alberto da Veiga Guignard, Ismael Nery, Oswaldo Goeldi e Flávio de Carvalho.

Tarsila e o Brasil dos modernistas não pretende transformar estes últimos em artistas comprometidos com a produção de cunho nacionalista nem menosprezar a história da arte hegemônica, mas aproximar trabalhos específicos que, interpretados sob certos ângulos, podem vir a ampliar o debate em torno das representações visuais simbólicas do país, tornando-o tão complexo quanto a teia cultural em que está inserido.

É importante explicitar que esse recorte não tem intenção de examinar a produção dos modernistas do ponto de vista de estilo, mas de traçar relações temáticas a fim de tornar claras as semelhanças e/ou diferenças em termos de opções de figuração de cunho metafórico. O agrupamento de trabalhos por tema facilita a análise da contribuição modernista para o debate em torno da produção simbólica de um imaginário social na medida em que os temas se repetem com bastante frequência, ainda que sob formas diversificadas.

Regina Teixeira de Barros
Curadora da exposição

Maiores informações sobre a exposição e visitação, acessar o site da Casa Fiat de Cultura.

Consulte também o catálodo da exposição!

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Veja também sobre a exposição “Percurso afetivo – Tarsila” ocorrida em setembro e outubro de 2008 no Museu Oscar Niemewer e retrada em seu  periódico. Exposição também ocorrida no CCBB no Rio de Janeiro em 2012

MON em revista - Tarsila

Exposição também ocorrida no CCBB no Rio de Janeiro em 2012 :

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=tLtf9JNkqco]

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E não deixe também de consultar na Biblioteca da Escola de Belas Artes, obras disponíveis sobre Tarsila do Amaral.

Segue alguns exemplos:

AMARAL, Aracy A; SALZSTEIN, Sônia. Tarsila: anos 20. São Paulo: SESI, 1997 157 p.

AMARAL, Tarsila do; SATURNI, Maria Eugênia. Tarsila: catálogo raisonné Tarsila do Amaral = Catalogue raisonné. [São Paulo]: Base 7 Projetos Culturais, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008. 3 v. + 1 CD-ROM (4 3/4 in.)

 AMARAL, Tarsila do; AMARAL, Aracy A. Tarsila cronista. São Paulo: EDUSP, 2001. 241p.

 AMARAL, Tarsila do; AMARAL, Aracy A. Tarsila do Amaral. [S.I.]: Fundação Finambras, [19–] 62p.

 GOTLIB, Nadia Batella. Tarsila do Amaral: a modernista. 2. ed. rev. São Paulo: Ed. SENAC, 2000. 213p.

 AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo.   3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Ed. 34: EDUSP, 2003. 509 p.    ISBN 8573262664 (broch.).

 5  MESTRES  brasileiros : pintores construtivistas ; Tarsila, Volpi, Dacosta, Ferrari, Valentim.     Rio de Janeiro: Kosmos, 1977. 174p.

Os novos habitantes do museu

Artes visuais.Com curadoria de Ana Paula Cohen, dez jovens artistas apresentam criações realizadas durante o Bolsa Pampulha

Publicado no Jornal OTEMPO em 30/06/2011

DANIEL TOLEDO

É como um programa de formação e estímulo à produção artística que a curadora Ana Paula Cohen compreende o Bolsa Pampulha, iniciativa criada em 2003. Diante do encerramento de sua quarta edição, chega a hora de mostrar ao público as criações produzidas ao longo de um ano de muito trabalho e intenso diálogo.

“Trata-se de um programa singular no Brasil, que dá ao artista a possibilidade de dialogar com profissionais experientes e produzir seus próprios trabalhos sem ter que se ocupar com outras cosias”, descreve Ana Paula, que, além de fazer a curadoria da exposição, integrou o painel de seleção dos artistas e a comissão de acompanhamento do processo de criação.

“Mais do que pensar em resultados imediatos, é importante perceber que, daqui a três ou cinco anos, os artistas que participaram da bolsa terão uma formação muito mais consolidada do que aqueles que não tiveram uma oportunidade como essa”, defende, em meio à montagem de uma ampla exposição que deve ocupar todos os ambientes do Museu de Arte da Pampulha.

Contudo, na visão de Ana Paula, ainda que os trabalhos realizados por Ana Moravi, Clara Ianni, C. L. Salvaro, Daniel Murgel, Douglas Pego, Joacélio Batista, Rodrigo Cass, Rodrigo Freitas, Shima e Vicente Pessôa ocupem o museu ao mesmo tempo, a exposição não deve ser tratada como uma mostra coletiva.

“Tentei pensar nessa exposição como dez individuais simultâneas. E o que fizemos, juntos, foi habitar os espaços do museu”, esclarece a curadora, ressaltando ainda a ausência de recortes temáticos ou estéticos.

“Esse tipo de classificação me parece insuficiente para pensar os trabalhos, pois é muito comum que um mesmo artista transite entre diferentes mídias”, afirma.

Para facilitar a fruição do público sobre o trabalho individual de cada artista, definiu-se que a exposição incorporaria também trabalhos realizados por eles em períodos anteriores à Bolsa Pampulha.

“Todos estão representados por um grupo que varia entre duas e cinco obras, ao mesmo tempo preservadas em sua integridade e convivendo nos espaços do edifício”, analisa, sem desconsiderar a possibilidade de que o público crie, entre os trabalhos, suas próprias relações.

Além de incorporar os mineiros Ana Moravi, Douglas Pego, Joacélio Batista e Vicente Pessôa, o programa trouxe a Belo Horizonte o carioca Daniel Murgel, o paranaense C.L. Salvaro e os paulistas Clara Ianni, Rodrigo Cass, Rodrigo Freitas e Shima.

Este último, autor de uma das performances que abrem a exposição, inspirou-se justamente na condição de “estrangeiro” para a criação dos trabalhos realizados ao longo do último ano.

“São obras que têm muito a ver com o cotidiano da cidade e a tentativa de me encontrar nesse espaço”, comenta o artista, que prepara ainda uma série de ações para realizar durante a exposição. “Quero romper a ideia do museu como um depósito de obras”, sintetiza. (DT)

Agenda
O que. Mostra coletiva dos artistas contemplados pelo Bolsa Pampulha 2010/2011

Quando. Terça a domingo, das 9h às 19h. Até 11 de setembro

Onde. Museu de Arte da Pampulha (av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha)

Quanto. Entrada gratuita

Programação

Hoje, das 20h às 23h
Abertura da exposição, com performances de Douglas Pego (20h) e Shima (21h
Sábado, às 15h
Churrasco no terreno anexo ao Museu, próximo à obra de Daniel Murgel

9/6, das 11h às 16h
Conferência Sobre a Formação do Artista no Brasil: Bolsa Pampulha e Outros Programas

Conheça um pouco mais sobre o Bolsa Pampulha através dos Catálogos de Exposição de 2003-2004 e 2005-2006 disponíveis na Biblioteca da Escola de Belas Artes da UFMG!!!

Estado de arte

Temporada de festivais de inverno de Minas Gerais promete atrações populares, nomes da cultura erudita, debates e oficinas culturais. Inscrições para oficinas já estão abertas

Eduardo Tristão Girão – EM Cultura

Em duas semanas estará aberta a temporada dos festivais de inverno em Minas Gerais, fazendo com que o mês de julho seja tomado por todo tipo de atividade ligada à arte, de aulas e palestras a grandes shows, envolvendo pelo menos 10 cidades de várias regiões do estado. Em cada programação há uma série de ações gratuitas e abertas ao público e é preciso ficar atento para não perder prazos e ficar de fora das oficinas, pois a maioria das inscrições já está aberta e algumas do Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais terminam hoje.

 Como de costume, a maioria dos festivais conta com duas linhas de atuação: uma mais popular, com shows gratuitos, e outra mais específica, voltada para quem busca conhecimento em oficinas e palestras. Na área do entretenimento, vale destacar a vinda de grandes nomes da música e dança brasileiras, sobretudo, aos festivais de inverno mineiros, como Maria Bethânia, Cia de Dança Deborah Colker, Paula Fernandes, Milton Nascimento, Duo Assad, Elza Soares, Titãs, Dudu Nobre, Uakti e Barbatuques. A temporada começa dia 1º, em Ouro Branco, com Maria Bethânia e seu espetáculo poético Bethânia e as palavras.

 Entre as palestras e oficinas, não faltam oportunidades imperdíveis, tendo como um dos melhores exemplos o Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, que chega a sua 22ª edição, em Juiz de Fora. Lá estarão reunidos, por exemplo, renomados músicos brasileiros de várias regiões para dar cursos e o grupo francês Doulce Mémoire para master classes. Já no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes, o público que comparecer às oficinas terá chance de aprender pessoalmente com o músico Hermeto Pascoal e o grupo teatral Espanca!, entre outros nomes.

“Vínhamos decaindo, cheios de problemas. As dificuldades são muitas, principalmente em termos de financiamento. O jeito é ousar, por isso o festival consegue se manter. O evento muda naturalmente, entra em saturação de tempos em tempos e se renova. Isso porque é e sempre será espaço de encontro”, analisa Fabrício Fernandino, coordenador geral do Festival de Inverno da UFMG, em sua 43ª edição. Este ano, o evento voltou a ter sua duração original, de um mês, e pela primeira vez será realizado de maneira descentralizada, envolvendo Belo Horizonte, Brumadinho, Cataguases, Diamantina e Tiradentes.

 “Zonas de interferência ” é o tema da UFMG este ano. “Ele representa as ações que cada cidade vai irradiar e como elas vão se relacionar. Começaremos em Tiradentes para consolidar a presença da universidade na cidade, onde estamos restaurando o Museu Casa de Padre Toledo. Faremos de Tiradentes um campo avançado da cultura. Em Cataguases o enfoque será em tecnologias multimodais e em Diamantina manteremos as várias áreas da programação, como de costume. Já Belo Horizonte e Brumadinho sediarão mesas-redondas e palestras sobre arte, cultura e conhecimento”, explica ele.

Experimentação

 Em Ouro Preto e Mariana, o festival terá, desta vez, incremento na parte de seminários e oficinas, mas sem deixar os grandes shows de lado. “Reforçamos o nosso Fórum das Artes, pois além dos espetáculos, há um momento importante no evento que é o de discussão e reflexão. Por isso trouxemos vários fóruns para cá, como os de cultura livre, de arte educação e de educação patrimonial. Alguns, como este último, eram iniciativas independentes que trouxemos para dentro do festival”, afirma Geuder Martins de Carvalho, coordenador de programação do festival.

 Alem das cerca de 50 oficinas, o festival nas duas cidades históricas terá shows que certamente vão atrair público grande, como os de Hermeto Pascoal, Milton Nascimento, Paula Fernandes, Paralamas do Sucesso, Orquestra Tabajara, Otto e Dudu Nobre. Vale destacar, ainda, o show de Elomar, artista dono de uma das mais significativas obras da música brasileira e cujas apresentações, atualmente, são raras. “Há pressão por nomes populares na programação do festival, mas é importante trazer também nomes que nem sempre estão na grande mídia, como o de Antônio Nóbrega e Elomar. São todos artistas de alta qualidade”, analisa o coordenador.

Gosto popular

 Ciente de como o evento ganhou destaque no calendário turístico da região, a organização do 24º Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei segue apostando em shows de peso. Durante as duas últimas semanas do mês que vem, o público poderá assistir de graça às apresentações da Cia de Dança Deborah Colker, Seu Jorge, Naná Vasconcelos, Kid Abelha, Capital Inicial, Titãs, Elza Soares, Barbatuques e Jaques Morelenbaum. “Esses grandes espetáculos são a possibilidade de levarmos cultura para todo tipo de público”, diz a coordenadora geral do festival, Telma Resende.

 No entanto, tamanha ênfase na parte de entretenimento não significa o menosprezo das oficinas e palestras. Para ela, trata-se da alma do festival: “Essa parte é importante para nós pelo caráter formativo e a possibilidade de interação com outros projetos de extensão da universidade”. O número de vagas, acrescenta, aumentou de 1.060 para 1.313 do ano passado para cá, permanecendo inalterada a quantidade de oficinas – 60 – englobando várias áreas da arte. Naná, Jaques e Barbatuques estão entre os artistas que ministrarão oficinas.

 Festival de Inverno Universidade Federal de Minas Gerais

De 8 de julho a 7 de agosto

• Inscrições do dia 27 deste mês a 13 de julho

(no caso das oficinas que envolvem seleção, o prazo termina hoje)

• Atrações e oficinas em Belo Horizonte, Brumadinho, Cataguases, Diamantina e Tiradentes

 Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei

De 16 a 30 de julho

• Inscrições do dia 27 deste mês a 1º de julho

• Atrações e oficinas em São João del-Rei e Barroso

  Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes

De 8 a 24 de julho

• Inscrições abertas e disponíveis enquanto houver vagas

• Atrações e oficinas em Ouro Preto e Mariana

 Festival de Inverno de Ouro Branco

De 1º a 10 de julho

• Inscrições até 22 deste mês

• Atrações e oficinas em Ouro Branco e distritos vizinhos

Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga

De 17 a 30 de julho

• Inscrições até dia 16 de julho

• Atrações e oficinas em Juiz de Fora, Prados e Tiradentes

 Disponível em: http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_11/2011/06/17/ficha_teatro/id_sessao=11&id_noticia=40045/ficha_teatro.shtml

Inscrições para oficinas com seleção do Festival de Inverno terminam nesta sexta-feira,17/06

Terminam amanhã, 17 de junho, as inscrições para as oficinas com seleção do 43º Festival de Inverno da UFMG, que acontece de 8 de julho a 7 de agosto nas cidades de Tiradentes, Cataguases, Diamantina, Belo Horizonte e Brumadinho. O registro pode ser feito no site www.cursoseeventos.ufmg.br. As oficinas com inscrição serão realizadas durante os módulos II (Cataguases – 14 a 24 de julho) e III (Diamantina – 17 a 29 de julho) e têm custo de R$ 40 para adultos e R$ 20 para crianças de até 12 anos.

O resultado será divulgado no site e nos postos de atendimento da Fundep às 15h do dia 22 de junho. Após a liberação da lista de aprovados, a matrícula deverá ser efetuada entre 27 de junho e 8 de julho.

As oficinas que não necessitam de processo seletivo receberão matrículas do dia 27 de junho a 13 de julho.

A programação completa e outras informações sobre o 43º Festival de Inverno da UFMG estão disponíveis no site www.ufmg.br/festival. Leia mais sobre o evento no Boletim UFMG.

Estas são as oficinas com seleção:

Módulo II – Cataguases (14 a 24 de julho)

DESENVOLVENDO GAMES COM A UNITY3D
Introdução ao ambiente de desenvolvimento integrado e motor de jogos Unity3D. Ao final do curso espera-se que os participantes estejam aptos a utilizar a Unity3D como ferramenta para realizar experimentações, prototipagem e instalações.

Professor
Alessandro Silva (BH) – bacharel em Ciência da Computação pela PUC MInas e mestre em Computação Gráfica pela UFMG. Destaca-se por ser programador com experiência em radiosidade, raytracing e programação GPU. Em seu portfólio profissional, pode-se citar: Desenvolvimento de uma engine post-processing baseada em linguagem Cg para incluir efeitos como Bloom, motion blur, LUT e distorção aquática no jogo Peixis; utilização da OpenGL para renderizar terrenos e estruturas na NavCon Ltda; é membro fundador do Grupo de Computação Gráfica e Tecnologia de Jogos da UFMG (CGGT); fundador da Ilusis Interactive Graphics; e especialista em programação avançada para as plataformas Linux e Windows.
Público-alvo: programadores, estudantes e interessados em geral, que tenham noções intermediárias de programação em qualquer linguagem (C/C++, Python, Java etc).
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 20
Período: 15 a 23 de julho
Horário: 10h às 13h e 14h às 17h
Material do aluno: embora não seja obrigatório, recomenda-se que o aluno leve notebook, câmeras fotográficas e de vídeo digitais.

INTRODUÇÃO AO PROCESSING
Introdução aos conceitos de programação e ao ambiente de desenvolvimento Processing. Ao final do curso espera-se que os participantes estejam aptos a criar imagens, animações e aplicações interativas para experimentação artística, prototipagem de jogos e instalações.

Professor
Wallace Lages (BH) – Professor do curso de Cinema de Animação e Artes Digitais da UFMG, Wallace é bacharel em Ciência da Computação e mestre em computação gráfica. Acumulou diversas experiências, principalmente no mercado de jogos eletrônicos. É um dos autores do projeto Peixis, vencedor do concurso JogosBR em 2006 e do jogo Freestyle, vencedor do concurso BRGames em 2009. Coautor da instalação multimídia Palavrador Openbook 2.0, exposta na Galeria de Arte Siggraph 2007 e vencedora do prêmio Poesia Digital em Vinarós, Espanha; foi membro do comitê de organização e chair de pôsteres técnicos do VII Simpósio Brasileiro de Games 2008; membro fundador do Grupo de Computação Gráfica e Tecnologia de Jogos da UFMG (CGGT) e fundador da Ilusis Interactive Graphics. Atualmente faz parte da diretoria da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos.
Público-alvo: artistas, programadores, estudantes interessados em geral, com idade a partir de 16 anos.
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 20
Período: 15 a 23 de julho
Horário: 10h às 13h e 14h às 17h
Material do aluno: embora não seja obrigatório, recomenda-se que o aluno leve notebook, câmeras fotográficas e de vídeo digitais.

NARRATIVAS INTERATIVAS E JOGOS POÉTICOS
Produção colaborativa de aplicativos de narrativas interativas (poéticas hipermidiáticas) do roteiro à finalização a partir do software de produção de jogos GamaMaker. O trabalho em equipe vai produzir todo o material (vídeo, áudio, fotografia, desenhos etc.) a partir de visão estética da cidade de Cataguases.

Professor
Francisco Carvalho Marinho (Chico Marinho – UFMG) – professor da Escola de Belas-Artes, no curso de Cinema de Animação e Artes Digitais. Líder do grupo de pesquisa CNPq – 1maginári0: poéticas computacionais. http://1maginari0.blogspot.com/. Pesquisador do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat). Artista digital, ilustrador, chargista (jornais Estado de Minas e Diário da Tarde, 1986-1999). Diretor da Ex Nihil Multimídia (1992-1999). Animador, roteirista, diretor de arte e poeta computacional com premiação e participação em eventos internacionais.
Público-alvo: artistas, vjs e djs, músicos, animadores, designers, estudantes e demais interessados, que tenham conhecimento de ambiente Windows, algum aplicativo de edição de imagens estáticas (GIMP ou outro).
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 10
Período: 15 a 23 de julho
Horário: 10h às 12h e 14h às 17h
Material do aluno: câmeras digitais (de celulares, câmeras digitais simples etc.)

FULLDOME – video para sistemas imersivos
O formato Fulldome compreende uma nova mídia audiovisual digital e imersiva, com a exibição de conteúdos audiovisuais em salas especiais, dotadas de telas hemisféricas. Suas características permitem uma experiência que envolve o espectador em 360º de imagem e cria uma ambiência em três dimensões. A oficina pretende iniciar à produção neste formato, com apresentação de diversas técnicas para produção de conteúdos, da fotografia à arte computacional, com a produção de pequenos vídeos e experimentos.

Professor
André Góes Mintz (UFMG) – bacharel em Comunicação Social pela UFMG, é comunicador visual e artista, com ênfase em vídeo e novas mídias, tendo desenvolvido diversas instalações audiovisuais e interativas. Como membro do fundador do coletivo Marginalia Project, desenvolveu instalações expostas em Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Nanchang, China, além de ter colaborado com instalações expostas em Lima, Peru, e Cidade do México. Em 2008 foi vencedor do Festival Conexões Tecnológicas e em 2009 foi finalista do 8º Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, na categoria Artista em Início de Carreira. Desde 2009 é um dos coordenadores do Marginalia+Lab, laboratório de arte e tecnologia sediado em Belo Horizonte. Em 2010, foi o coordenador geral do Interactivos? ’10 BH, evento internacional de arte e tecnologia realizado em Belo Horizonte. Desde 2010 é assessor de audiovisual do Espaço TIM UFMG do Conhecimento, tendo desenvolvido pesquisas para a produção audiovisual no formato fulldome, alem de sistemas de interação para instalações do museu e pesquisa de formatos e conteúdos para a fachada digital do Espaço.
Público-alvo: profissionais e estudantes das artes e interessados em geral. Não constituem pré-requisitos obrigatórios, mas o aluno poderá ter melhor aproveitamento se possuir conhecimentos básicos de criação e manipulação de imagens digitais (foto e vídeo), modelagem e animação 3D e programação para computação gráfica.
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 15
Período: 15 a 22 de julho
Horário: 10h às 13h e 14h às 18h
Material do aluno: se possuir, é recomendável que o aluno leve seu próprio computador e informe, na ficha de inscrição, suas características e configurações.

Módulo III – Diamantina (17 a 29 de julho de 2011)

Artes Audiovisuais:

CENA E RADIOFONIA: EXPERIÊNCIA E CRIAÇÃO
Oferecer aos participantes a oportunidade de experimentar técnicas e ações relacionadas à linguagem radiofônica, exercitando relações com o som e a palavra, e também a contracenação pela escuta. Ao mesmo tempo, buscar trabalhar com a vocalidade explorando diferentes sonoridades. A oficina quer ainda apropriar elementos como microfones, fones de ouvido e sonoplastias diversas, em práticas que congreguem estudantes avançados e iniciantes em um mesmo período e espaço de aprendizagem.

Professora
Mirna Spritzer (RS) – Atriz, diretora e radialista. Graduada em Artes Cênicas, mestre e doutora em Educação pela UFRGS. Professora e pesquisadora no Departamento de Arte Dramática e programa de pós-graduação em Artes Cênicas da UFRGS, onde desenvolve pesquisa sobre o rádio, o ator e a palavra. Produziu e apresentou o programa Radioteatro na Rádio FM Cultura de Porto Alegre, de 1998 a 2007. Atriz atuante no teatro, televisão, cinema e rádio. É autora dos livros A formação do ator: um diálogo de ações e Bem lembrado, histórias do radioteatro em Porto Alegre.
Público-alvo: estudantes e profissionais de artes cênicas, locutores, radialistas e músicos, além de demais interessados em radiofonia e teatro.
Vagas: 18 para iniciação – matrícula direta / 6 para atualização
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Período: 18 a 23 de julho
Horário: 9h às 14h
Material do aluno: Roupas de trabalho (abrigo, calças soltas, camisetas, tênis, sapatilhas ou pés descalços); caderno ou folhas em branco; lápis. Textos: texto de um parágrafo, retirado de conto ou romance, de autor brasileiro, na primeira pessoa do singular; poesia de autor brasileiro (máximo de dez linhas). Trazer os textos digitados com cópia para a ministrante da oficina. CDs e/ou fitas K7 para gravações.

PRÁTICAS PERFORMATIVAS: CENA E RADIOFONIA EM ANTONIN ARTAUD
A explosão orgânica da voz na famosa emissão radiofônica Para acabar com o juízo de deus (1948), o tema da invenção de uma nova língua (uma língua como corpo e ritmo), bem como a relação entre o teatro glossolálico e a pictografia de Antonin Artaud (os sortilégios, os “desenhos escritos”, os retratos e autorretratos) são, entre outros aspectos, o campo de reflexão e de experimentação na oficina. A partir desses dispositivos teóricos, os participantes inventarão, individualmente ou em grupo, suas próprias práticas performativas: quer seja pela reapropriação da emissão radiofônica ou pela criação de performances em todas as suas acepções. A oficina busca congregar estudantes avançados e iniciantes em um mesmo período e espaço de aprendizagem.

Professor
André Silveira Lage (MG) – Pesquisador e professor, com doutorado em Literatura Francesa pela Université Paris 8 (Antonin Artaud: corps et langage, 2004). É especialista na obra de Artaud e no estudo das relações entre suas poéticas (a literatura, o cinema, o teatro, o desenho). Desenvolve atualmente o pós-doutorado “A pictografia em Antonin Artaud: Teatro e Reinvenção Anatômica”, na Universidade de São Paulo. Performer.
Público-alvo: estudantes e profissionais de artes cênicas e pessoas interessadas no conhecimento da arte de Artaud e sua relação com a radiofonia, com disponibilidade para estudos teóricos e performativos.
Vagas: 8 para iniciação – matrícula direta
16 para atualização
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Período: 18 a 27 de julho
Horário: 9h30 às 13h30
Material do aluno: roupas confortáveis e flexíveis, em cor preta, material para anotações, textos e livros de Antonin Artaud, folhas de papel diversas, três rolos de fita crepe e pincéis atômicos de cores diferentes.

Artes Cênicas:

MÍMICA CORPORAL DRAMÁTICA – THÉATRE L’ANGE FOU (UK)
Ensinar elementos artísticos e técnicos da arte Mímica Corporal Dramática, promover vivências práticas dessa arte em modos de aprendizagem técnica e improvisação cênica, congregar estudantes avançados e iniciantes em um mesmo período e espaço de aprendizagem apoiando-os com supervisão artística mais individualizada.

Professores
Corinne Soum (Inglaterra) – Fundadora e diretora do Théatre L’Ange Fou-International School of Corporeal Mime, ao lado de Steven Wasson, estudou com Étienne Decroux (1898-1991), um dos pilares do teatro ocidental moderno e contemporâneo, tornando-se sua assistente. Decroux criou para ela peças como ‘A mulher pássaro’ e ‘A cadeira da ausência’. Estudou também dança clássica e moderna, graduou-se na École Irene Popard em ginástica e dança contemporânea. Exerce intensa atividade de atuação, direção, conferencista internacional, produzindo artigos a respeito desta arte e sobre a atuação na Mímica Corporal. Ela é professora na International School of Corporeal Mime. http://www.angefou.co.uk/

Alexandre Correa (assistente artístico e tradutor – RS) – Ator graduado em artes cênicas pela UFRGS; estudou clown e bufão com Philipe Gaulier e é formado em Mímica Corporal pela International School of Corporeal Mime, com especialização no ensino dessa arte. Performer, com atuação nos espetáculos ‘Andimironnai-Nuraxia’ (2009, Itália) e ‘Homem Aranha’ (2010, Brasil). É arte-educador e trabalha com crianças e adolescentes em comunidades do estado de São Paulo, incluindo a capital.
Público-alvo: estudantes de artes cênicas e artistas cênicos profissionais com disponibilidade para trabalho corporal, pessoas interessadas em vivenciar na prática a arte da Mímica Corporal com disponibilidade para atividades físicas com esforços básicos, intermediários e avançados.
Vagas: 6 para iniciação – matrícula direta
14 para atualização / Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Período 1: 22 a 23 (workshop preparatório com Alexandre Correa)
Horário: 14h às 19h
Período 2: 25 a 28 (oficina com Corinne Soum)
Horário: dias 25 e 26, das 13h30 às 19h30; dias 27 e 28, das 10h às 12h e das 13h30 às 19h30
Material do aluno: roupas confortáveis, sem estampas, flexíveis e justas para atividades práticas de artes cênicas com ênfase no trabalho físico.

SINAPSE DIGITAL: PRÁTICAS COM TECNOLOGIAS DE INTERAÇÃO DIGITAL APLICADAS À CENA
Fornecer aos participantes bases técnicas, conceituais e estéticas para a aplicação das tecnologias digitais à criação cênica. Todas as combinações são possíveis: a voz controla a luz, o movimento interage com a projeção, a música é alterada pelo deslocamento pelo atuador no espaço. Se antes nossa imaginação era refreada pelas limitações técnicas, hoje precisamos imaginar mais ousadamente para poder fazer uso das possibilidades que a tecnologia oferece. No que estamos chamando de teatro intermídia, os vários equipamentos utilizados modificam-se mutuamente, levando em consideração as alterações promovidas pelo atuador em cena. A oficina busca congregar estudantes avançados e iniciantes em um mesmo período e espaço de aprendizagem.

Professores
Daniel Belquer (RJ) – artista intermídia, compositor e diretor cênico, mestre em artes cênicas pela Uni-Rio. Tem pesquisa focada na tecnologia aplicada à cena, com ênfase nas possibilidades sonoras. Trabalhou como compositor de música original para 86 montagens e dirige seus próprios espetáculos desde 2002.
Jaime Rodrigues (RJ) – profissional multimídia com mais de 14 anos atuando como ator profissional, diretor cênico e desenvolvedor e designer de experiência e interação. Em Belo Horizonte, foi professor de acrobacia solo do projeto Circo de Todo Mundo, da Comunidade Europeia, e deu oficinas de clown e cursos de manipulação e construção de bonecos em diversos festivais.
Público-alvo: Atores, bailarinos, circenses, performers, músicos, diretores, artistas plásticos e estudantes de atividades artísticas em geral.
Vagas: 08 para iniciação – matrícula direta
10 para atualização – Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Período: 18 a 23 de julho
Horário: 9h às 13h e 15h às 19h
Material do aluno: roupas confortáveis e flexíveis para atividades práticas de artes cênicas.

A PERFORMATIVIDADE DOS ESPAÇOS
Desenvolver práticas performativas não convencionais que partam do olhar teatral e avancem para experiências relacionadas ao site-specific, a performance, a instalação e a intervenção urbana, utilizando os recursos dramatúrgicos oferecidos pelo tecido espacial urbano da cidade de Diamantina.

Professor
Emilio García Wehbi (Argentina) – Artista interdisciplinar que trabalha no cruzamento das linguagens cênicas. Fundador do grupo paradigmático de teatro experimental Periférico de los Objetos. Seus espetáculos, óperas, performances, instalações e intervenções urbanas têm sido apresentados na América Latina, Europa e Ásia tais como Aparecido (2010), Aura (2010), Dr. Faustus (2010), Chacales y Árabes (2009), El Matadero. Un Comentario (2009), Dolor Exquisito (2008), Jakob von Gunten (2008), Woyzeck (2006), Bambiland (2005), La Balsa de la Medusa (2005), Lucha Libre (2005), Proyecto Filoctetes (2007-2002). http://emiliogarciawehbi.com.ar/bio/es.php.
Público-alvo: estudantes de artes cênicas, artistas cênicos (diretores, atores, performers) com vivência em processos de criação, encenação e performance.
Vagas: 20
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Período: 21 a 27 de julho
Horário: 9h às 14h
Material do aluno: roupas confortáveis e flexíveis para atividades práticas de artes cênicas, câmeras de foto e vídeo, havendo possibilidade.

Artes Musicais

O JAZZ VOCAL SOLISTA E EM GRUPO VOCAL
Abordagem individual: iniciação e/ou aprofundamento técnico e ao fraseado estilístico da linguagem do jazz. Guia de estudo que pode ser posteriormente aplicado a qualquer outro tema de jazz.
Abordagem de grupo vocal: técnica de canto a partes harmônicas.

Professora
Jacinta Ramos (Portugal) – licenciada em Composição Clássica, realizou mestrado em Jazz Vocal Performance, tendo obtido bolsa total na Manhattan School of Music, em Nova Iorque. Grava para a Blue Note desde 2003 – destaque para o seu segundo álbum, Day dream, com o Quarteto de Greg Osby. Partilhou o palco com grandes nomes do jazz mundial, como Gonzalo Rubalcaba, Jason Moran, Greg Osby e Jane Monheit.
Público-alvo: cantores e instrumentistas interessados em aprender ou aprofundar técnicas vocais de colocação de voz, em interpretação estilística de jazz, e na arte de cantar a partes, que saibam ler uma pauta básica.
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 15
Período: 18 a 29 de julho
Horário: 10h às 12h e 14h às 16h
Material do aluno: três ou quatro temas/standards de jazz para o início da oficina – uma balada, um swing médio, uma bossa nova, um swing rápido.

BATERIA E PERCUSSÃO
Abordar aspectos de interpretação e improvisação nos ritmos da percussão e bateria brasileira, enriquecendo o vocabulário rítmico do aluno e ampliando seus horizontes musicais.

Professor
Márcio Bahia (BH) – natural de Niterói (RJ), atualmente morando em Belo Horizonte, começou como autodidata. Teve suas primeiras aulas em sua cidade natal com o baterista profissional Sérgio Murilo, que lhe ensinou as primeiras noções de técnica e teoria musical. Estudou também percussão erudita na Escola de Música Villa-Lobos (RJ). Ganhou prêmios como membro do Grupo de Percussão dessa mesma escola e como solista em vários eventos interescolares. Foi membro da (Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro) por quatro anos. Logo após sua saída da orquestra ingressou no grupo de Hermeto Pascoal, do qual é integrante até hoje, excursionando pelo Brasil e exterior, por salas de concerto e grandes festivais de jazz. É membro também do Hamilton de Holanda Quinteto. Paralelo ao seu trabalho como instrumentista, atua amplamente na área da educação, ministrando workshops e masterclasses no Brasil e exterior.
Público-alvo: bateristas com conhecimentos básicos de teoria musical.
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 15
Período: 18 a 29 de julho
Horário: 10h às 12h e 14h às 16h.
Material do aluno: um par de baquetas, um par de vassourinhas, um caderno pautado, lápis e borracha.

PRÁTICA DE CONJUNTO
Esclarecer aos músicos qual sua função como instrumentistas em contexto de grupo.

Professor
Enéias Xavier (BH) – o multi-instrumentista natural de Belo Horizonte tem 19 anos de carreira. Trabalhou com músicos e artistas das mais diferentes vertentes como Toninho Horta, Flávio Venturini, João Alexandre, Nelson Ângelo, Diante do Trono, entre outros. Foi convidado pela UFMG para ser professor no curso de extensão. É um dos mestres da Bituca – Universidade de Música Popular. Tem três CDs gravados – Jamba, Peregrino e Novo tempo. Trabalhou por oito anos com o baterista Nenê e o saxofonista do grupo de Hermeto Pascoal, Vinicius Dorin.
Público-alvo: músicos e estudantes de música com conhecimentos básicos de teoria musical.
Seleção: preencher os campos “currículo resumido” e “carta de intenções” do formulário
Vagas: 15
Período: 18 a 29 de julho
Horário: 10h às 12h e 14h às 16h.
Material do aluno: instrumento próprio com cabo P-10 e caderno de música.

(Assessoria de Imprensa da UFMG)

Pensadora da moda no Brasil

TARCISIO D´ALMEIDA

Publicado no Jornal OTEMPO em 29/05/2011

Lendo o discurso que proferiu na cerimônia de outorga do título de professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, no ano de 1999, do qual fui espectador e que a revista “Cult” acaba de publicar (n° 157), percebi o compromisso de escrever estas breves linhas para celebrar a memória e o legado de Gilda de Mello e Souza (1919-2005), nossa primeira pensadora de moda no Brasil.

A moda e sua reflexão intelectual nas arenas acadêmicas brasileiras têm em Gilda seu marco histórico inicial. Seu pioneirismo resultou, no ano de 1950, na defesa da primeira tese de doutorado no país, junto ao Departamento de Sociologia da USP, sob a orientação do antropólogo francês Roger Bastide, intitulada “A Moda no Século XIX” e que teve como objeto de estudo, portanto, a moda da alta costura. Desbravou terrenos e lutou contra preconceitos na academia. O olhar da pesquisadora se debruçou sobre a força estético-criativa da alta-costura, uma vez que, somente dez anos depois, iniciar-se-ia a nova maneira de se criar e produzir desejos no mundo da moda, com o prêt-à-porter.

De maneira que podemos afirmar, com plena certeza, que não houve no Brasil nenhuma pesquisa anterior à de Gilda, ao menos com o rigor do ritual universitário. A oposição a tal afirmação advém da defesa, exatos dois anos antes de Gilda, ou seja, em 1948, do estudo do semiólogo francês Algirdas de Julien Greimas, que submeteu sua tese de doutorado “La Mode en 1830” à Universidade de Paris V, Sorbonne. Mas a pesquisa de Greimas, ainda inédita em língua portuguesa, foi defendida na França e, não, no Brasil.

Coincidentemente, com o intervalo de dois anos, agora mais tarde, a tese de Gilda ganha sua primeira versão impressa pela “Revista do Museu Paulista”, que a publicou na íntegra em 1952. Somente no ano de 1987, ganhou edição em livro, com a adição ao título da expressão “O Espírito das Roupas”, a partir do pensamento proposto pelo escritor Thomas Carlyle, no livro “Sartor Resartus”.

Mas ela não se contentou com seu estudo do doutorado. Em 1995, retomou seu interesse pela moda e publicou, na revista “Novos Estudos Cebrap”, o artigo “Macedo, Alencar, Machado e as Roupas”, sobre a presença e a descrição de vestimentas em personagens nas obras desses três escritores da nossa literatura.

Com Gilda, aprendemos a perceber e pensar as sensibilidades, sutilezas e entrelinhas da moda com outras áreas, como a literatura, a fotografia, as artes plásticas e a estética, por exemplo. Os relatos de costumes observados por escritores no fim do século XIX, os quadros de pintores e as gravuras de moda são ricos e nos ajudam a compreender, através das crônicas e romances das revistas e jornais da época, estilos, comportamentos e atitudes nas constituições das sociedades.

Essas observações estavam muito bem esquadrinhadas quando Gilda se predispôs a pesquisar o tema e direcionou seu olhar intelectual sobre o entendimento da “Moda como Arte”, “O Antagonismo”, entre vestimentas para mulheres e homens, “A Cultura Feminina”, “A Luta das Classes”, “O Mito da Borralheira”, e também sobre “O Gesto, a Atitude, a Roupa” (como títulos para os capítulos de sua tese).

A partir dela, começou a se esboçar o embrião para o que compreendemos, na atualidade, como comunidade de pesquisadores brasileiros de moda. E é graças a ela que atualmente podemos assistir a um crescente interesse pelo consumo intelectual de moda no Brasil, que se expande a cada década, e de uma geração histórica pós-Gilda, com suas produções que versam e aplicam seus instrumentais teóricos na análise e reflexão da moda.

Tarcisio D´Almeida é professor e pesquisador do curso design de moda da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). Ele divide este espaço com Susanna Kahls e Jack Bianchi.

Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG