Amy Winehouse: seu estilo e a moda

Assim como Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Jimmy Hendrix, o talento de Amy Winehouse ultrapassa as regras de gravadora e mercado. Ela era o que a sua essência constituiu como um ser criativo e avesso às regras

Publicado no Jornal OTEMPO em 31/07/2011

TARCÍSIO D´ALMEIDA

O mundo da música está de luto. Mas, também, o da moda está. A fatídica morte, também aos 27 anos, da cantora britânica Amy Winehouse, no dia 23 de julho último, em Londres, posicionou-a no time dos bons intérpretes que traduzem os anseios e desejos de uma geração. Assim como Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Jimmy Hendrix, o talento de Amy Winehouse ultrapassa as regras de gravadora e mercado. Ela era o que a sua essência constituiu como um ser criativo e avesso às regras. Mais valia o alternativo do que o mainstream para ela. Por isso mesmo, podemos considerar seu estilo extremamente marcante não somente para o universo da música, mas também para o da moda; estabelecendo sinergias entre música e moda. Aliás, em uma era em que o conceito de tendência anda esvaziado e pulverizado, encontramos em Amy a força e a importância da presença do estilo; sim, este que é único, que se constitui como uma marca, uma assinatura individual de cada um de nós numa era de sociedade globalizada e sem fronteiras.

O que nos faz pensar que o estilo de Amy vai além de uma moda específica? Uma possível resposta talvez esteja na plena consciência de seu estilo e como ele se confirmou em suas idealizações constitutivas de sua imagética e veia artística. Sim, pois em Amy havia a mescla dos tempos: a vontade nostálgica, mas muito bem dosada e costurada, com o despojado do viver contemporâneo. A construção da imagem da estrela Amy existe fundamentada em dois princípios-características essenciais: a beleza e a moda, ambas demarcadas pelas atitudes retrôs e que estão intimamente relacionadas às releituras pela moda atualmente. Para a primeira, ela resgatou a presença constante do delineador nos olhos e a estrutura do cabelo colmeia; já para a moda, podemos confirmar em Amy o desejo do retorno à silhueta dos looks comportados das décadas de 1950 e 60, mas com outra leitura, e que dialogavam com as tatuagens da artista.

Ela não seguiu nenhuma tendência. Pelo contrário, o seu estilo virou tendência em jovens de todo o planeta. Criou-se, portanto, a estética do jeito de cantar e se vestir à la Amy, que abriu caminho, direta ou indiretamente, para outras artistas, tais como Duffy e Adele. Assim como Amy, elas adotaram como fonte de inspiração em seus visuais as belezas dos 50 e 60 nas construções de seus estilos. Esse mergulho no passado é também presente na musicalidade da artista, que mesclou jazz e ‘neo-soul’ com rock. O que a distancia, por exemplo, das concepções musicais de Madonna, Björk, Lady Gaga e Rihanna, outras artistas da música que são também ícones da moda. Talvez, o mais apropriado seria pensarmos em Amy como um autêntico ícone de estilo. A partir daí, poderíamos compreendê-la também como um ícone da moda.

Mas, assim como Madonna, Victoria Beckham e Kate Moss, Amy Winehouse também teve suas incursões mais diretas com a moda. Criou uma linha para a marca do clássico streetwear britânico Fred Perry. Colaborou com duas coleções, a última delas para a primavera/verão 2011, e desenvolveu mais três, as quais deverão ser lançadas postumamente. O fundamento central é a inclinação pelo retrô, que pautava o olhar e o cuidado da artista com as criações.

Mas a sinergia entre estilo e moda ocorreu naturalmente, com influências em coleções, em editoriais e campanhas de moda em revistas como a “Vogue Paris”, de fevereiro de 2008, que dedicou um editorial, clicado por Peter Lindbergue, com a modelo brasileira Isabeli Fontana produzida como Amy Winehouse. Outro exemplo da forte marca e influência de Amy na moda aconteceu com a campanha da coleção de joias da Chanel, no mesmo ano, que teve a top Coco Rocha em looks sóbrios da Chanel, mas com o forte apelo das joias e da atitude da artista, via a concepção de beleza da campanha. Este mesmo conceito de beleza com a maquiagem e cabelos à la Amy inspiraram o desfile de dezembro de 2007 da Chanel.

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Tarcisio D’Almeida é professor e pesquisador do curso Design de Moda da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). Email: tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br. Ele divide este espaço com Susanna Kahls e Jack Bianchi.

Criador da Maior Xilogravura do Mundo expõe na Funarte MG

Mostra é vencedora do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea

Publicado em 12 de julho de 2011 no site da Funarte

 Contemplada com Prêmio Funarte de Arte Contemporânea Ocupação dos Espaços da Funarte, a mostra “Transfigurações – 20 aos pedaços”, do artista plástico Francisco de Almeida, será inaugurada na galeria de artes da Funarte MG, dia 14 de julho, quinta-feira, às 20h.

Francisco de Almeida é um artista de alegorias. Suas gravuras, espécie de cartas enigmáticas sobre o medo e o conhecimento arquetípico, desafiam regras e normas gráficas, e têm sempre grandes formatos. Depois da experiência da gravura “Os Quatro Elementos I – O Dia e A Noite”, que levou nove meses para ficar pronta, Francisco realiza sua terceira obra em formato similar. O estirão de 20m x 1,50m – a maior xilogravura do mundo –  foi apresentada na exposição “Absurdo”, da 7ª Bienal do MERCOSUL.

A exposição “Transfigurações – 20 aos pedaços” foi também premiada por meio do 1º Edital de Incentivo às Artes para Pessoas com Deficiência, da Secretaria de Cultura do estado do Ceará. Resultantes da grande matriz composta de diversas matrizes móveis, as 10 gravuras que compõem a mostra são partes da obra apresentada na Bienal do MERCOSUL. Elas receberam também colagens e outras impressões por transferência.

Impressas aos “pedaços”, as xilogravuras guardam o sabor da surpresa também para o artista que, só tem uma visão do conjunto, quando, uma vez o trabalho concluído, o rolo de vinte metros do papel impresso é desenrolado com a ajuda de um dispositivo de catracas de bicicleta e a gravura é, enfim, estendida num espaço generoso que lhe permita, inclusive, uma apresentação panorâmica.

Com carreira de mais de 17 anos, tendo sua primeira premiação em 1993, no 44º Salão de Abril, Francisco de Almeida já teve suas obras expostas em Madri, no Centro Dragão do Mar, e no MAM-SP. Ele nasceu em Crateús, Ceará, em 1962. Xilogravador, aos 15 anos, transferiu-se para Fortaleza, onde estudou xilogravura com Sebastião de Paula, e pintura nas oficinas do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, nos anos 1990. Antes, trabalhou como desenhista técnico, na área de arquitetura. Filho de Manuel Almeida Sobrinho, mestre ourives e fotógrafo da cidade de Crateús no sertão dos Inhamuns cearense, e de Terezinha Rodrigues de Almeida, modista e bordadeira, Francisco de Almeida cresceu entre a alquimia do ouro e dos sais de prata e linhas e riscos de bordados – vivência incorporada ao pensamento e ao trabalho do artista. Com diversas exposições realizadas e participação em importantes mostras coletivas, foi merecedor de prêmios no Salão de Abril, Salão CDL de Artes Plásticas, e Talentos Teleceará, entre outros. Sua obra está representada em coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

Serviço

Transfigurações – 20 aos pedaços

Local:
Funarte MG
Rua Januária, 68. Floresta. BH/MG.

Datas e Horários:
de 14 de julho a 14 de setembro de 2011.
De segunda a sexta-feira, das 10h às 18h.

Entrada Franca

Contato:
Francisco de Almeida – (85) 85131962 – 99343162 – 91265139

Tempo de residência artística

Pioneiro no Brasil, programa Bolsa Pampulha completa quatro edições e inspira outras iniciativas em Belo Horizonte
Publicado no Jornal OTEMPO em 31/07/2011
DANIEL TOLEDO

Resultado da quarta edição do programa de residência artística Bolsa Pampulha, a exposição “Bolsa Pampulha 2010/ 2011”, com curadoria de Ana Paula Cohen, segue em cartaz até o início de setembro.

Mas, se na ocasião do seu surgimento, em 2002, o programa criado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte era o único espaço de residência artística da cidade, o que se vê agora é uma situação bem diferente.

Os programas de residência criados nos últimos três anos pelo Marginalia + Lab, o JA.CA e o Ceia mostram que o modelo, consolidado entre as décadas de 80 e 90 nos principais polos de artes visuais do mundo, vem ganhando cada vez mais força como modo de apoiar a formação e a criação artística local.

Ainda que guardem singularidades, os quatro programas têm em comum a ideia de selecionar jovens artistas, sejam locais ou vindos de outras cidades e países, para realizarem seus trabalhos em Belo Horizonte.

Ao longo do período de residência, os artistas compartilham estúdios de criação, recebem acompanhamento crítico e, por fim, apresentam seus trabalhos ao público da cidade. Além disso, todos os programas oferecem aos artistas uma verba que lhes permite desenvolver, em condições próximas ao ideal, suas investigações artísticas.

“São programas que, em certo sentido, desoneram o artista do peso de compromissos cotidianos. Tendo essa parte resolvida, eles ficam totalmente disponíveis para detonar sua potência e investir suas energias na dimensão inventiva”, sintetiza Marcos Hill, coordenador da Residência Ceia e integrante das comissões de seleção e acompanhamento da edição mais recente do Bolsa Pampulha.

“Ainda que tenhamos na cidade duas escolas de arte bastante razoáveis, há uma certa carência no campo do aperfeiçoamento. Nesse sentido, o formato de residência parece muito interessante e generoso, contribuindo, de fato, para o desenvolvimento e o aprofundamento do trabalho dos artistas da cidade”, completa Hill.

intercâmbio. Na visão de André Mintz, coordenador do Marginalia + Lab, deve-se considerar também que a vinda de artistas de outros Estados e países tem considerável relevância para o desenvolvimento do campo das artes visuais na cidade.

“Trata-se, realmente, de uma rua de mão-dupla. Tanto os artistas de fora como os criadores locais acabam tendo contato com outras pessoas, trabalhos e propostas artísticas. Assim, mesmo os programas que optam por artistas de fora da cidade têm um impacto direto sobre a cena local”, analisa.

A ideia de deslocamento, aliás, é outro ponto caro aos programas de residência artística. “Uma residência que envolve deslocamento desperta e chama a atenção dos artistas para coisas que não pertencem à sua rotina diária”, aponta a diretora do JA.CA, Francisca Caporali para, em seguida, destacar que a instituição, situada no bairro Jardim Canadá, demanda deslocamento até mesmo dos artistas de Belo Horizonte.

E, para além do intercâmbio natural de informações e experiências, tanto Francisca quanto Hill e Mintz veem com bom olhos a ideia de que os projetos desenvolvidos pelos artistas sejam contaminados pelo contexto em que se dá a residência.

“É interessante que os artistas e seus projetos tenham abertura para o que está por vir. Ou seja, faz mais sentido quando os trabalhos não são apenas execuções, mas correspondem, de fato, a experimentações”, pontua Mintz.

Exposição
Em cartaz no Museu de Arte da Pampulha até o dia 11 de setembro, “Bolsa Pampulha 2010/2011” pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 19h.

Conheça alguns dos artistas do programa no artigo original.

Conheça o blog da edição 2010-2011 do programa!

Consulte também na Biblioteca da EBA os catálogos das edições 2003-2004 e 2005-2006 do Bolsa Pampulha!

Exposição Marina Nazareth_PAISAGEM | 05 de julho a 28 de agosto

A Fundação Clóvis Salgado recebe a exposição Marina Nazareth_PAISAGEM, que reúne pinturas, desenhos transparências e animações. As obras recentes da artista plástica Marina Nazareth, que possui obras permanentes em museus de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ficam expostas de 05 de julho a 28 de agosto no Espaço Mari’Stella Tristão do Palácio das Artes.

Com curadoria de Marconi Drummond, são ao todo 12 pinturas, 15 desenhos (feitos em 2002) e animações de desenhos recentes. As animações, trabalho realizado por Fábio Batista, serão projetadas em uma das paredes da Galeria e compõem ainda a mostra cinco álbuns com desenhos feitos em transparências, da série Instruções para voar, último trabalho da artista.

Durante a abertura da exposição, a Nazareth também lança o livro Marina Nazareth_Fortuna Crítica, de autoria de Maria Eugênia Dias de Oliveira, que reúne 180 textos críticos de escritores, jornalistas, críticos de arte, constituindo um interessante painel das mudanças das mídias nos últimos 40 anos.

>> Saiba mais sobre o livro, clique aqui (62Kb).pdf.

Sobre Marina Nazareth

Bacharel em Direito pela UFMG e pós-graduada em “Realidade Nacional e Desenvolvimento”  pelo Centro de Pesquisa João XXIII, no Rio de Janeiro, Marina Nazareth deu início a suas atividades como artista plástica em 1965, ressaltando em sua formação os estudos teóricos e práticos com Fayga Ostrower entre 1966 e 1970. Realizou mais de 30 exposições individuais no Brasil e no exterior, com destaque para as exposições: 1974 – Museu de Arte Moderna do Paraná – Curitiba; 1979 – Abreu Gallery – New York; 1987 – Mostra Itinerante – Paço Imperial – RJ, MASP – SP; e Palácio das Artes – BH; 1995 – Espaço Cultural dos Correios – RJ; 2001 – Museu Nacional de Belas Artes – RJ; 2007 – Palácio das Artes – BH. A artista participou, ainda, de inúmeros salões de arte nacionais e exposições coletivas, destacando as pesquisas históricas de Marcio Sampaio sobre a Paisagem Mineira, o Desenho Mineiro e a Litografia Brasileira.

Possui obras em exposição permanente no Museu de Arte de São Paulo – MASP, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Museu de Arte Contemporânea de Brasília, Centro Cultural dos Correios – Rio de Janeiro, Museu de Arte da Pampulha – BH, na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais e na Fundação Clóvis Salgado.

Serviço
Evento:
Exposição Marina Nazareth_PAISAGEM
Data: 05 de julho a 28 de agosto
Horário: terça a sábado das 9h30 às 21h; domingo das 16h às 21h
Local: Espaço Mari’Stella Tristão
Entrada franca
Informações
: (31) 3236-7400

Obras sobre a artistas estão disponíveis no acervo da UFMG! Consulte-as!

NAZARETH, Marina. Marina Nazareth: levantamento da obra, 1965/1985. [S.I.]: [s.n.], 1987]. [40] p.

NAZARETH, Marina; SAMPAIO, Marcio; GALERIA DE ARTE VILLA RISO. [Marina Nazareth: pinturas recentes] Rio de Janeiro: [s. n.], 1985. [16] p.

CORRÊA, José de Anchieta. Marina Nazareth. Belo Horizonte: C/Arte, 1999. 153 p.

Informações sobre a artista e sua obra podem ser encontradas também em seu site: http://www.marinanazareth.com/

Moda e arte, alguns pingos nos “is”

No campo do pensamento, já temos um certo número de autores que tentaram compreender essa sinergia – ou a ausência dela – entre a moda a e arte
Publicado no Jornal OTEMPO em 10/07/2011
TARCISIO D´ALMEIDA

Mais um tema emblemático para o universo da moda: o da interrelação, mas, antes desta, o reconhecimento da moda como uma prática/expressão artística ou simplesmente como mais uma arte. Esse embate que divide a comunidade de teóricos e criadores em dois blocos, o dos que a idolatram e enxergam na moda um passaporte para o processo do “fazer artístico”; e o outro, que responde pela atitude de vituperar a moda dotada do traço de arte. Esse embate, no entanto, data de um longo tempo. No início do século XX, a estilista Coco Chanel exercia um diálogo muito íntimo e direto com vários artistas e estabeleceu parcerias com o coreógrafo Serguei Diaghilev, o pintor Pablo Picasso, o dramaturgo Jean Cocteau e o poeta Pierre Reverdy.

lsa Schiaparelli foi outra estilista que frequentou, basicamente, os mesmos ambientes da sociedade da época. O pintor Gustav Klimt, fiel adepto de túnicas de linho, criou o Grupo Klimt, que contou com a participação da sua esposa, Emilie Flöge, musa inspiradora e dona de uma butique; desenvolveram algumas criações de moda.

O que nos faz racionar as seguintes possibilidades de combinatórias: moda na arte, arte na moda; arte e moda, moda e arte; moda artística. Mas, seria possível falarmos também em arte fashionista? De certa forma, não seria apropriado considerarmos as incursões de Klimt com suas criações e estampas de tecidos, que também aparecem em suas pinturas, como categorizações para o adjetivarmos como estilista. Na verdade, temos um exemplo de colaboração entre os campos. Outra contribuição advém da pop art de Andy Warhol, nos anos 1960, que provocou e questionou a própria noção de arte e também dialogou com a moda, além da publicidade. A obra “Prada Valuemeal”(1998), do artista Tom Sachs, propôs o questionamento do valor de marcas da moda como Prada, Chanel e Hermès em relação às embalagens de comidas fast-foods. As propostas conceituais registradas com as contribuições da wearable art da artista Lucy Orta convidam as pessoas a se engajarem e participarem de suas criações.

Independentemente do posicionamento, se ora entendemos a palavra “moda” como influenciadora da arte ou vice-versa, o relevante é refletirmos sobre a verve artística do ato de “fazer moda”. Algo que a liberte e propicie voos criativos. O que podemos perceber no processo criativo de Alexander McQueen, por exemplo. Posicionando-nos dessa maneira, conseguimos afastar um pouco a mera destinação mercadológica e capitalista à qual a moda está fadada a se direcionar e que está afetando seu universo criativo. Mas uma pergunta precisa ser respondida: por que a moda reivindica o status de arte para si? É sabido que, somente a partir dos anos 1980 (mesmo tendo registros de peças em acervos de museus que datam de antes desse período), a moda adquiriu o status de arte, ou seja, quando recebeu a “chancela” de renomados museus espalhados por todo o mundo (Metropolitan Museum, Victorian & Albert Museum, Musée de la Mode et du Textile são alguns deles), os quais a interpretam e acolhem suas criações como bens artísticos.

No campo do pensamento, já temos um certo número de autores que tentaram compreender essa sinergia – ou ausência dela – entre a moda e a arte. A filósofa Gilda de Mello e Souza, pioneira dos estudos de moda no Brasil e expert em estética, ao tratar da moda como arte, nos ensina que “como qualquer artista, o criador de modas inscreve-se dentro do mundo das Formas. E, portanto, dentro da Arte.” Outros autores são Aillen Ribeiro, Florence Müller, Valérie de Givry, Cacilda Teixeira da Costa e Alice Mackrell, dentre outros. E é exatamente o princípio das construções de formas que molda os desejos estéticos da moda, ou seja, libertando-a das amarras de mercado.

Tarcisio D´Almeida é professor e pesquisador do curso Design de Moda da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG).
tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br

Alunos de graduação podem concorrer a bolsas de residência artística no Centro Cultural

 Alunos de todos os cursos de graduação podem se inscrever a partir de hoje (segunda, 18) no projeto Ateliê Aberto, do Centro Cultural UFMG. O objetivo é estimular a pesquisa em artes visuais. As inscrições estarão abertas até 19 de agosto

Serão selecionadas até três propostas individuais a serem desenvolvidas em regime de residência artística, no ateliê do Centro Cultural, entre setembro deste ano e junho de 2012, com bolsa mensal de R$ 500. Poderão participar da seleção estudantes regularmente matriculados na graduação da Universidade.

Cada proponente poderá concorrer com apenas uma proposta, a ser encaminhada pelos Correios ou entregue em mãos na secretaria do Centro Cultural UFMG (avenida Santos Dumont, 174, CEP 30111-040, Belo Horizonte/MG), das 10 às 17h. Além da proposta de pesquisa, os concorrentes deverão apresentar, , um portfólio de produção artística relevante e currículo com ênfase nas atividades pertinentes à proposta.

O edital está disponível no site da instituição.  Outras informações pelo telefone 3409-8291.

 

Roupas inspiradas nas artes plásticas: moda/arte

Não é de hoje que moda e artes plásticas se inspiram mutuamente. O diálogo entre elas mudou muito com o tempo, mas sempre existiu. Mostro aqui exemplos de roupas que prestaram óbvias homenagens a grandes mestres da pintura, da gravura e da escultura nos últimos 75 anos.

MONDRIAN + SAINT-LAURENT: Neste assunto, o ícone absoluto é a série de vestidos que Yves Saint-Laurent criou em 1965 com base nos quadros de Piet Mondrian. Estas peças fizeram sucesso absoluto, são a cara de uma época, nunca deixaram de encantar e têm lugar de destaque em qualquer enciclopédia de moda que se preze.
MATISSE + SAINT-LAURENT: O estilista que mais prestou homenagens às artes plásticas certamente foi Yves Saint-Laurent. Estes vestidos são estampados com formas e coloridos típicos da obra de Henri Matisse. Os quadros La gerbe e L’escargot, ambos de 1953, estão aqui para provar.
VAN GOGH + SAINT-LAURENT: Os lírios e girassóis de Vincent Van Gogh, pintados no século 19, foram parar nestas jaquetas que Yves Saint-Laurent desenhou em 1988.
MONET + SAINT-LAURENT: Na mesma coleção, Yves Saint-Laurent bebeu do célebre lago de ninféias de Claude Monet.
POLIAKOFF + SAINT-LAURENT: Em 1965, Yves Saint-Laurent transformou em roupa sua admiração pela produção recente de Serge Poliakoff, como os quadros Composição abstrata (1960) e Composição verde, azul e vermelha (1965).
PICASSO + SAINT-LAURENT: Pablo Picasso pintou diversos arlequins ao longo da carreira, que depois inspiraram Yves Saint-Laurent a criar várias peças de destaque em suas coleções.
WESSELMANN + SAINT-LAURENT: As silhuetas básicas e coloridas de Tom Wesselmann deram origem a vestidos ainda mais pop assinados por Yves Saint-Laurent.

BRAQUE + SAINT-LAURENT: Foram muitas as vezes em que Yves Saint-Laurent se rendeu aos pássaros coloridos e instrumentos cubistas de Georges Braque.
ROTHKO + GALLIANO: Por ocasião dos 60 anos da Dior, em 2007, John Galliano criou uma coleção inteira baseada em seus pintores favoritos. Este vestido, por exemplo, remete ao quadro White center, de Mark Rothko, pintado em 1950.
MONET + GALLIANO: Da mesma coleção, saiu este vestido com as cores da tela Vétheuil (1901), de Claude Monet.
DEGAS + GALLIANO: Os tons e texturas que estavam na saia de uma das Bailarinas na coxia, de Edgard Degas, pularam para o busto e os ombros da modelo de John Galliano em 2007.
MONET + KRIEMLER: As pinceladas fluidas das telas impressionistas de Claude Monet voltaram às passarelas em 2009, na coleção criada por Albert Kriemler para a grife Akris.
DALÍ + SCHIAPARELLI: Em 1936, Salvador Dalí criou seu Telefone-lagosta. No ano seguinte, Elsa Schiaparelli estampou em um vestido branco um desenho do mesmo crustáceo, também assinado por Dalí.
DALÍ + SCHIAPARELLI: Assim que Salvador Dalí mostrou ao mundo sua Vênus de Milo com gavetas, em 1936, Elsa Schiaparelli lançou seu casaco-mesa, que fazia um paralelo com a escultura surrealista, só que com bolsos e botões.
WARHOL + UNGARO: Nos anos 90, Emanuel Ungaro criou para a Parallèle sua releitura das flores em cores saturadas de Andy Warhol.
WARHOL + CAMPBELL’S: Nos anos 60, Andy Warhol transformou em arte os rótulos das sopas Campbell’s. E a marca de comida enlatada aproveitou o burburinho para transformar a arte pop de Warhol em roupa. O vestido era 80% celulose e 20% algodão, não podendo ser lavado nem passado. Hoje é item de colecionador.
WARHOL + HOYLE: Em 2008, a onipresente Marilyn Monroe de Andy Warhol se revelou por entre as dobras de um vestido plissado de Hannah Hoyle.
LICHTENSTEIN + SIMPSON: Em 1965, Lee Rudd Simpson criou este vestido com desenho de Roy Lichtenstein, cuja obra contém várias versões pop art do pôr-do-sol.
HARING + CASTELBAJAC: O próprio Keith Haring costumava desenhar suas formas humanas características em jaquetas e calças, criando roupas que hoje valem como obras de arte. Mas a peça acima é de 2002, assinada por Jean-Charles Castelbajac.
MAGRITTE + CASTELBAJAC: O mesmo Jean-Charles Castelbajac emulou a famosa caligrafia de René Magritte neste robe que traz a frase “Je suis toute nue en dessous” (algo como “Não estou usando nada por baixo”). Como não lembrar da ironia histórica da tela La Trahison des images (Ceci n’est pas une pipe), feita por Magritte em 1929?
ESCHER + MCQUEEN: As ilusões inquietantes de M. C. Escher tornaram-se alta costura em 2009, pelas mãos de Alexander McQueen. O estilista desfilou vestidos geniais, cujas estampas mostravam uma típica (e falsificadíssima) padronagem da Givenchy se transformar nos pássaros transmorfos do desenhista holandês.

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Após o tigre de Kenzo, a face de um animal na frente de um suéter  parece ter perdido a graça, certo? Não na passarela italiana, onde muitas faces de animais puderam ser vistos em estampas. Antonio Marras trouxe o lobo, de forma espelhada, acompanhado por adornos ou simplesmente com a face estampada. Mas não foi só o que chamou a atenção.

  1. Na primeira imagem, as figuras geométricas na roupa lembram Composition Proun GBA 4, c. 1923 do pintor suprematista e, dentre outras coisas, arquiteto –  El Lissitzky, o qual criou a instalação Proun Room,1923. Acredito que também poderia ser mencionada aqui a obra do mentor de Lissitzky, Kazimir Malevich,Suprematism (Supremus No. 58), 1916  e a obra de László Moholy-Nagy, Composition from Masters’ Portfolio of the Staatliches Bauhaus (Meistermappe des Staalichen Bauhauses)1923.
  2. Na segunda imagem, se pensarmos que A. Marras concretizou aquilo que Ennio Morlotti, em Fiori, 1956,  pintou abstratamente, ai sim, podemos perceber uma correlação.

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Blocos de cores formando desenhos geométricos (e criando um bonito efeito nas saias com pregas e não só). É o que pode ser visto na coleção de Bottega Veneta. Com o desejo de levar energia e segurança para as mulheres, a maison trouxe o construtivismo para a passarela.

    1. Como movimento que deu origem ao construtivismo, também pode-se mencionar aqui a influência do abstracionismo geométrico de Alberto Moretti – o pintor –  não só na estampa do casaco como também em dois vestidos mais, sendo que em um deles tem como base as cores preta e verde.
    2. Duas cores diferentes de couro foram recortadas em formas geométricas irregulares e costuradas no vestido preto de comprimento médio, criando assim um efeito similar ao das cores e formas integradas da obra deVladimir LebedevRelief, 1920. Eis o construtivismo russo.

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A marca propõe uma mulher com muitas referências, uma mulher que coleciona trajes étnicos e os veste, sortida e inteligentemente. Se o nomadismo e a boemia explicam bem a coleção de Etro, Gustav Klimt também! O alto teor de informação de moda contida em suas obras sempre será fonte para decodificações e interpretações. Nesta coleção, as criações do pintor serviram de base para a riqueza de detalhes dos tecidos nobres.

  1. Aqui se requer um pouco mais atenção. Repararam no desenho em relevo do vestido (ou seria saia e blusa?) em veludo devorê ? Agora, vejam como se assemelha ao desenho contido no canto superior direito de Friso de Beethoven, 1902.  Além disso, o padrão de cores da saia na pintura se repete na estampa do casaco.
  2. Na segunda, tanto a modelo quando a mulher em Portrait of Friederike Maria Beer, 1916 vestem macacão (ou seria calça e blusa?) com estampas semelhantes, mas com um detalhe: o que eram ondulações na pintura se tornaram estampa paisley na coleção.

12976101163_6a3a89234f_b12975955355_4048637808_bAquilo que subitamente se pode atribuir como inspiração para a coleção de Gabriele Colangelo é a série Black Watercolours de Joachim Bandau (1, 2), que reúne duas caracteristicas do pintor e escultor: o minimalismo e o foco na interseção das formas geométricas. As aquarelas em tons de cinzas dos retângulos transparentes foram sobrepostas em um modo que sugere movimento. Colangelo revisitou essas referências e as decodificou em sua coleção em duas formas: em estampa (como podemos ver no vestido da primeira imagem); e em painéis de tecido sobrepostos que vão gradativamente do branco ao preto, passando por escalas de cinza, assim como no outfit da segunda imagem.

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Ainda que sem Jil Sander, a coleção de inverno masculina da marca conseguiu se tornar mais interessante na medida em que usou uma textura com padrão semelhante ao do pontilhismo (pontos de cor pura são aplicados em padrões de modo a formar uma imagem) para conferir um ar despojado à alfaiataria minimalista, que é inerente à maison. Esta mesma textura, criada através de semiesferas em relevo, foi incorporada na coleção feminina, atribuindo criatividade e sensorialismo ao conceito minimalista. Como exemplo da técnica do pontilhismo (também chamado divisionismo), selecionei a obra de George SeuratModelo de Costas, 1887.

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 Christopher Farr lançou uma exibição chamada Editions: Contemporary Rugs for Collectors, reunindo tapetes com desenhos de artistas conhecidos. Dentre eles, a artista têxtil e gravurista Anni Albers. Muitas vezes, ela começou seus projetos de tecelagem com esboços, em alguns deles explorou a construção horizontal e vertical, utilizando cor, forma, proporção e ritmo como em Study Rug, inicialmente concebido como uma decoração de parede em 1926. A padronagem do agora tapete parece ter sido aproveitada na coleção de Marco De Vicenzo, que trabalha sobretudo com o decorativismo gráfico das linhas, além dos quadrados e circulos, seja em tecidos leves, perfurados ou mais rigorosos. A saia plissada com fundo de textura em furta cor é um exemplo disto.

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Eis uma coleção capaz de transformar tendências da moda em algo alternativo, único, arquitetônico. Entre volumes amplos, babados exagerados, jogo de contradições (o que parece firme e denso, na verdade é macio e leve), plumagem e o artesanato intrínseco à marca, a coleção de Marni renova com a arte. É transportada para as estampas das peças simples, como a túnica acima, a técnica do artista contemporâneo Magnus (von) Plessen, conhecido pelo seu figurativismo abstrato, que consiste em adicionar ou remover camadas de tinta para revelar as formas da figura. Obra: Magnus PlessenPaare, 2006.

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Os tecidos brocados com cores metalizadas em roupas oversized são por si só uma injeção de arte ao tendencismo na coleção de MSGM. Além de Björk, a coleção se inspirou no pintor Gergard Richter, mais especificamente em sua fase overpainting. As estampas sugerem que borrões de tinta foram jogados em cima de um retrato propositalmente, conferindo-lhes uma espécie de abstração misteriosa. Não se trata mais de photoprint, mas de um “photopainting” na estampa. É este o estilo fotografia-pintura de G. Richter, é este o estilo que confere mais arte à coleção. Na primeira foto temos, Piz Rosatsch, 1992; na segunda, temos Firenze, 2000.

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Com uma atmosfera de Alemanha nos anos 70, a coleção de Prada evoca Rainer Werner Fassbinder e Pina Bausch, para transformar os modelos em personagens intensos que enfrentam seus problemas mais íntimos para encontrarem a si mesmos. Neste contexto, entra um pintor capaz de se olhar frente às coisas do mundo: Giacomo Balla, que também foi convidado por Sergei Diaghilev para se tornar cenógrafo e figurinista. As estampas dos vestidos e dos casacos refletem o estudo de Balla sobre o caráter técnico-científico acerca da decomposição da cor e da luz, sobre a dinâmica do movimento e da velocidade.

  1. É latente a sugestão de movimento e velocidade na estampa do vestido de seda, assemelhando-se a obraVelocidade de um Automóvel, 1912.
  2. Tanto na estampa do vestido quando em Studio per Mobile Futurista (mobile smontabile), 1920 foram criados padrões geométricos através da interposição de cores (cores presentes em ambos).
Quanto a nós, espectadores, estamos a espreitar a coleção de Prada como os jornalistas diante de toda a dinâmica do drama vivido e vestido pela protagonista de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant (1972).

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 Sportmax resolveu fazer um novo experimento. Se na coleção passada a maison trabalhou com as formas geométricas, desta vez resolveu se liberar de restrições, incorporando um desejo de extravagância ao DNA simplificado. E isso foi encontrado no expressionismo abstrato através do qual, o artista recusa qualquer forma de realismo, de pintura figurativa para explorar a forma abstrata. Dentre todos os artistas, a maison olha especificamente para um dos Irascíveis: Jackson Pollock e seu o dripping fortemente gestual. Ele não pintava lançando a cor sobre a tela em posição normal, em cima de um cavalete, mas deitando grandes rolos no chão e gotejando a tinta em cima. Esse sistema de trabalho se chama dripping e é isso que podemos ver em variados modos nas estampas das roupas com efeito de gotejamento e rabiscos:

  1. Convergence, 1952.
  2. Unknown.
  3. Segundo informações, a pintura nesta última imagem é inspirada em Pollock, feita por outro pintor. De qualquer forma, guarda particular semelhança com a saia em organza.

Disponível em: http://freakshowbusiness.com/2010/04/23/35-roupas-inspiradas-em-quadros-e-esculturas-modaarte/ http://ilpiccolomondodicri.wordpress.com/2014/03/10/moda-arte-semana-de-moda-em-milao/

Sugestões de leitura da Biblioteca da EBA :

 BRANDSTATTER, Christian. Klimt e a moda.    São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 79p. :  (Universo da moda)

 COSTA, Cacilda Teixeira da. Roupa de artista: o vestuário na obra de arte. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, EDUSP, 2009. 312 p.

 GIVRY, Valérie de.. Art & mode: l’inspiration artistique des créateurs de mode. Paris: Regard, 1998. [22] p. of plates .

 MÜLLER, Florence. Arte e moda.  São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 80p.  (Universo da moda)

 XIMENES, Maria Alice. Moda e arte na reinvenção do corpo feminino do século XIX.  1. ed. Barueri, SP: Estação das Letras e Cores, 2009. 98p.  (Estudos da moda)

Galerias em BH

Fique atento nessas férias aos eventos que acontecem nos diversos centros culturais em BH! Confira abaixo a listagem de alguns com seus respectivos endereços e contato!

Agnus Dei
Rua Santa Catarina,1155 Lourdes – CEP 30170-081
Fone: 291-2101

AM Galeria de Arte
Rua Professor Morais, 476 – Loja 5 – Funcionários – CEP 30150-370
Fone: 223-4209 – amarte@prover.com.br

Antiquarium Passos da Cunha

Rua Bernardo Guimarães, 2023 – Lourdes – CEP 30140-082
Fone: 337-1652

Associação Cultural e Escola de Arte Selma Weissmann
Rua Paraíba, 1061- Funcionários – CEP 30130-141
Fone: 261-2956

Buzelim Galeria de Arte
R. Timbiras, 2500 ap2132
Fone:201-8997

Casa dos Contos
Rua Rio Grande do Norte, 1065 – Funcionários – CEP 30130-131
Fone: 261-5853 – Fax: 222-1844

Celma Albuquerque
Rua Antônio Albuquerque, 885 – Funcionários – CEP 30112-011
Fone: 227-6494 – celmalbu@gold.com.br

Centro Cultural Nansen Araújo (Sesiminas)
Rua Álvares Maciel, 59 – Santa Efigênia – CEP 30150-250
Fone: 241-4411 – Fax: 241-1255

Centro Cultural da UFMG
Av. Santos Dumont, 174 – Centro – CEP 30111-040
Fone: 226-4544

Circo Bonfim
Rua José Ildeu Gramiscelli, 365 – Bonfim – CEP 31210-210
Fone: 227-5133 – www.galeriacircobonfim.com.br

CRAV- Centro de Referência Audiovisual

Rua Estêvão Pinto, 602 – Serra – CEP 30220-060
Fone:422-6802

Chromos
Rua Pernambuco, 453 – Loja 2 – Funcionários – CEP 30130-150
Fone/Fax: 261-5161

Dotart
Rua Bernardo Guimarães, 911 – Loja 20 – Funcionários – CEP 30140-081
Fone: 261-3910

Espaço Cultural da Aliança Francesa
Rua Tomé de Souza, 1418 – Funcionários – CEP 30140-131
Fone/Fax: 291-5187

Espaço Cultural do Banco Central do Brasil
Av. Álvares Cabral, 1605 – Santo Agostinho – CEP 30170-001
Fone: 253-7000 – Fax: 253-7041

Espaço Cultural do TJMG

Rua Goiás, 229 – Centro – CEP 30190-030
Fone: 238-1078

Espaço Telas e Artes
Rua Bernado Guimarães, 911-lojas12 e 13 – Funcionários – CEP 30140-081
Fone: 261-4748

Espaço Cultural do Tribunal de Alçada de Minas Gerais

Rua Francisco Sales, 1446 – Santa Efigênia – CEP 30150-221
Fone: 289-2225 – Fax: 289-2520

Galeria de Arte Inimá

Rua Prudente de Morais, 290 – Cidade Jardim – CEP 30380-000
Fone/Fax: 342-3231

Galeria da Biblioteca da PUC

Av. Dom José Gaspar, 500 – Coração Eucarístico – CEP 30535-610
Fone: 319-1239

Galeria do Centro de Cultura da FAFI-BH

Rua Diamantina, 567 – Lagoinha – CEP 31110-320
Fone: 429-7985 – Fax: 429-7991

Galeria do Espaço Cultural da CEMIG
Av. Barbacena, 1200 – Santo Agostinho – CEP 30123-970
Fone: 299-4082 – Fax: 299-3706

Galeria de Arte Sette Et Zucheratto
Rua Dom Joaquim Silvério, 365 – Coração Eucarístico – CEP 30535-620
Fone: 375-7740

Galeria de Arte da Telemar
Av. Afonso Pena, 4001 – Mangabeiras – CEP 30130-008
Fone: 229-2115 – Fax: 229-2294

Galeria Márcia Nascimento
Av. Abílio Machado, 3805 – Serrano – CEP 30830-440
Fone: 447-7338

Galeria Paulo Campos Guimarães
Biblioteca Pública Estadual
Luiz de Bessa

Praça da Liberdade, 21 – CEP 30140-010
Fone: 269-1166 – Fax: 269-1108

Gesto Gráfico
Rua Orange, 43 – São Pedro – CEP 30330-020
Fone: 225-7628

Instituto Moreira Salles
Av. Afonso pena, 737 – Centro – CEP 30130-002
Fone: 219-5281

Itaú Cultural
Rua dos Goitacazes, 29 – Centro – CEP 30190-050
Fone/Fax: 222-8160

Kalil & Lauar Galeria de Arte
Rua Antônio de Albuquerque, 215 – Funcionários – CEP 30112-010
Fone: 224-4165 – www.kl.art.br

Kolams Distribuidora de Arte
Rua Paraíba, 651 – Savassi – CEP 30130-140
Fone: 261-3993 – kolams@rbeep.com.br

Manoel Macedo
Rua Lima Duarte, 158 – Carlos Prates – CEP 30710-470
Fone: 462-0933 – Fax: 411-1012
e Ponteio Lar Shopping -lj243
Fone:286-4099 – mmacedo@prover.com.br

Marchand D’Art
Rua Tomé de Souza, 1081- Funcionários – CEP 30140-131
Fone: 281-4633

Marcus Vieira
Rua Alagoas, 601 – Loja 27 – Savassi – CEP 30130-160
Fone/Fax: 269-8160

MAP- Museu de Arte da Pampulha
Av. Otacílio Negrão de Lima, 16585 – CEP 30361-430
Fone/Fax: 443-4533 – map@pbh.gov.br – www.ciclope.com.br/map

Matiz
Rua Bernardo Guimarães, 1296 – Funcionários – CEP 30140-081
Fone: 222-6534 – Fax: 226-8395

Minas Contemporânea
Rua Alagoas, 989 – lojas 13 e 14 – Funcionários – CEP 30130-160
Fone: 261-5214

Museu Mineiro
Av. João Pinheiro, 342 – Centro – CEP 30130-180
Fone: 269-1168

Ouro Preto Raicri Galeria de Arte
Aeroporto da Pampulha
Fone:491-2985
Aeroporto de Confins
Fone:689-2727

Pace Galeria de Arte
Av. Terra, 274 – Santa Lúcia – CEP 30360-500
Fone: 344-4355 – Fax: 344-4579 – galeriapace@estrelar.net

Palácio das Artes
Av. Afonso Pena, 1537 – Centro – CEP 30130-004
Fone: 237-7333

Palácio dos Leilões
Rua Alagoas, 977 – Funcionários – CEP 30130-160
Fone: 261-6043

Pic Cidade
Rua Cláudio Manoel, 1185 – Funcionários – CEP 30140-100
Te.: 261-6466 – Fax: 261-3488

Portal Auto Shopping
Av. Pedro II, 1900 – Carlos Prates – CEP 30710-010
Fone: 411-6000 – Fax: 411-6077

Prefácio Café e Arte
Rua Sergipe, 1395 – Funcionários – CEP 30130-171
Fone/Fax: 223-1060

Quadrum
Av. Prudente de Morais, 290 loja 12 – Cidade Jardim – CEP 30380-000
Fone/Fax: 296-4866 – quadrum@rbeep.com.br

Regard Galeria de Arte
M.Dirceu, 192 – Fone:292-2530

Rembrandt Galeria de Arte
Afonso Pena, 1901 lj219
Fone:273-4236

Sala Céramo
Rua Albita, 741 – Cruzeiro – CEP 30130-160
Fone: 223-0353

Sala Corpo de Exposições
Av. Bandeirantes, 886 – Mangabeiras – CEP 30315-000
Fone: 221-7701 – Fax: 227-5958 – grupocorpo@metalink.com.br

Solange Pretti
Rua Carolina Figueiredo, 30 – CEP 30220-130
Fone: 221-1605 – Fax: 281-3835

Vetor Arte e Cultura
Espaço Cultural do Servidor
Av. Álvares Cabral, 200 – Centro
Fone: 277-4787

Vitor Braga
Av. Nossa Sra. do Carmo, 1650 – loja 42 – Carmo Sion – CEP 30330-000
Fone: 286-1053


Exposição “O Espectador Fotógrafo”, de Patrícia Franca-Huchet

Desde o dia 29 de junho, a exposição O Espectador Fotógrafo, de Patricia Franca-Huchet, professora do Departamento de Desenho da Escola de Belas Artes da UFMG, pode ser vista no museu Victor Meirelles/Ibram, de Florianópolis (SC).

Todas as imagens da mostra são assinadas por Zénon Piéters, heterônimo da artista, fotógrafo melancólico que fotografa pintura em museus. Segundo o texto de Rosângela Cherem, escrito especificamente para a exposição, Patricia Franca-Huchet afirma “sua poética como a própria imagem multiplicada num espelho, construída por meio de um jogo de refrações e situada numa espécie de profusão labiríntica, onde uma coisa é rebatimento de outra: a artista e o fotógrafo, o fotógrafo e as leituras, as fotografias e as lembranças, o acontecido e o inventado, o vivido e o sonhado, a imagem e a forma, a presença e a ausência, a proximidade e a distância”.

Sobre a artista – Patricia Franca-Huchet (1958) vive e trabalha em Belo Horizonte. É doutora e mestre pela Université de Paris I – Sorbonne. A artista pesquisadora trabalha sobre a imagem focalizando seu interesse pela reconstrução crítica da tradição pictural. Divide as suas atividades artísticas com a prática da exposição, do ensino, da orientação, da pesquisa, da publicação e do evento (comunicações, palestras e apresentações de trabalho diversas no Brasil e em outros países). Coordena o grupo de pesquisa BR-IT: Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo, que se dedica às práticas artísticas cujos propósitos se voltam para o estatuto da imagem com abordagem aberta à história, literatura, psicanálise e antropologia do visual.

Confira o catálogo digital:

Consulte também na biblioteca da EBA os catálogos de outras exposições da artista:

FRANCA-HUCHET, Patrícia. Os quatro temperamentos. Belo Horizonte: Palácio das Artes, 2008. 14 p. Catálogo de exposição, 07 – 27 abr. 2008, 06 jul. – 13 ago. 2004, Galeria Genesco Murta do Palácio das Artes.

PLASTICIDADE. [Belo Horizonte: Espaço Cultural Cemig, 2004] [20] p. + 1 folheto.   Catálogo de exposição, 06 jul. – 13 ago. 2004, Galeria de Arte do Espaço Cultural CEMIG, BH-MG.

Youtube lança site voltado ao cinema brasileiro

O Youtube lançou, nesta quinta-feira, dia 07 de junho, um hot-site voltado exclusivamente para o cinema brasileiro. O canal começa a operar junto com o início do Festival de Cinema de Paulínia.

O endereço vai agregar curtas metragens e longas nacionais, além de notícias sobre festivais de cinema do Brasil inteiro.

O hot site “Cinema” do Youtube junta-se ao Curta Doc e ao Porta Curtas que exibem a produção nacional via internet.

Disponível em: http://revistacatorze.com.br/2011/youtube-lanca-site-voltado-ao-cinema-brasileiro

Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG