Roupas inspiradas nas artes plásticas: moda/arte

Não é de hoje que moda e artes plásticas se inspiram mutuamente. O diálogo entre elas mudou muito com o tempo, mas sempre existiu. Mostro aqui exemplos de roupas que prestaram óbvias homenagens a grandes mestres da pintura, da gravura e da escultura nos últimos 75 anos.

MONDRIAN + SAINT-LAURENT: Neste assunto, o ícone absoluto é a série de vestidos que Yves Saint-Laurent criou em 1965 com base nos quadros de Piet Mondrian. Estas peças fizeram sucesso absoluto, são a cara de uma época, nunca deixaram de encantar e têm lugar de destaque em qualquer enciclopédia de moda que se preze.
MATISSE + SAINT-LAURENT: O estilista que mais prestou homenagens às artes plásticas certamente foi Yves Saint-Laurent. Estes vestidos são estampados com formas e coloridos típicos da obra de Henri Matisse. Os quadros La gerbe e L’escargot, ambos de 1953, estão aqui para provar.
VAN GOGH + SAINT-LAURENT: Os lírios e girassóis de Vincent Van Gogh, pintados no século 19, foram parar nestas jaquetas que Yves Saint-Laurent desenhou em 1988.
MONET + SAINT-LAURENT: Na mesma coleção, Yves Saint-Laurent bebeu do célebre lago de ninféias de Claude Monet.
POLIAKOFF + SAINT-LAURENT: Em 1965, Yves Saint-Laurent transformou em roupa sua admiração pela produção recente de Serge Poliakoff, como os quadros Composição abstrata (1960) e Composição verde, azul e vermelha (1965).
PICASSO + SAINT-LAURENT: Pablo Picasso pintou diversos arlequins ao longo da carreira, que depois inspiraram Yves Saint-Laurent a criar várias peças de destaque em suas coleções.
WESSELMANN + SAINT-LAURENT: As silhuetas básicas e coloridas de Tom Wesselmann deram origem a vestidos ainda mais pop assinados por Yves Saint-Laurent.

BRAQUE + SAINT-LAURENT: Foram muitas as vezes em que Yves Saint-Laurent se rendeu aos pássaros coloridos e instrumentos cubistas de Georges Braque.
ROTHKO + GALLIANO: Por ocasião dos 60 anos da Dior, em 2007, John Galliano criou uma coleção inteira baseada em seus pintores favoritos. Este vestido, por exemplo, remete ao quadro White center, de Mark Rothko, pintado em 1950.
MONET + GALLIANO: Da mesma coleção, saiu este vestido com as cores da tela Vétheuil (1901), de Claude Monet.
DEGAS + GALLIANO: Os tons e texturas que estavam na saia de uma das Bailarinas na coxia, de Edgard Degas, pularam para o busto e os ombros da modelo de John Galliano em 2007.
MONET + KRIEMLER: As pinceladas fluidas das telas impressionistas de Claude Monet voltaram às passarelas em 2009, na coleção criada por Albert Kriemler para a grife Akris.
DALÍ + SCHIAPARELLI: Em 1936, Salvador Dalí criou seu Telefone-lagosta. No ano seguinte, Elsa Schiaparelli estampou em um vestido branco um desenho do mesmo crustáceo, também assinado por Dalí.
DALÍ + SCHIAPARELLI: Assim que Salvador Dalí mostrou ao mundo sua Vênus de Milo com gavetas, em 1936, Elsa Schiaparelli lançou seu casaco-mesa, que fazia um paralelo com a escultura surrealista, só que com bolsos e botões.
WARHOL + UNGARO: Nos anos 90, Emanuel Ungaro criou para a Parallèle sua releitura das flores em cores saturadas de Andy Warhol.
WARHOL + CAMPBELL’S: Nos anos 60, Andy Warhol transformou em arte os rótulos das sopas Campbell’s. E a marca de comida enlatada aproveitou o burburinho para transformar a arte pop de Warhol em roupa. O vestido era 80% celulose e 20% algodão, não podendo ser lavado nem passado. Hoje é item de colecionador.
WARHOL + HOYLE: Em 2008, a onipresente Marilyn Monroe de Andy Warhol se revelou por entre as dobras de um vestido plissado de Hannah Hoyle.
LICHTENSTEIN + SIMPSON: Em 1965, Lee Rudd Simpson criou este vestido com desenho de Roy Lichtenstein, cuja obra contém várias versões pop art do pôr-do-sol.
HARING + CASTELBAJAC: O próprio Keith Haring costumava desenhar suas formas humanas características em jaquetas e calças, criando roupas que hoje valem como obras de arte. Mas a peça acima é de 2002, assinada por Jean-Charles Castelbajac.
MAGRITTE + CASTELBAJAC: O mesmo Jean-Charles Castelbajac emulou a famosa caligrafia de René Magritte neste robe que traz a frase “Je suis toute nue en dessous” (algo como “Não estou usando nada por baixo”). Como não lembrar da ironia histórica da tela La Trahison des images (Ceci n’est pas une pipe), feita por Magritte em 1929?
ESCHER + MCQUEEN: As ilusões inquietantes de M. C. Escher tornaram-se alta costura em 2009, pelas mãos de Alexander McQueen. O estilista desfilou vestidos geniais, cujas estampas mostravam uma típica (e falsificadíssima) padronagem da Givenchy se transformar nos pássaros transmorfos do desenhista holandês.

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Após o tigre de Kenzo, a face de um animal na frente de um suéter  parece ter perdido a graça, certo? Não na passarela italiana, onde muitas faces de animais puderam ser vistos em estampas. Antonio Marras trouxe o lobo, de forma espelhada, acompanhado por adornos ou simplesmente com a face estampada. Mas não foi só o que chamou a atenção.

  1. Na primeira imagem, as figuras geométricas na roupa lembram Composition Proun GBA 4, c. 1923 do pintor suprematista e, dentre outras coisas, arquiteto –  El Lissitzky, o qual criou a instalação Proun Room,1923. Acredito que também poderia ser mencionada aqui a obra do mentor de Lissitzky, Kazimir Malevich,Suprematism (Supremus No. 58), 1916  e a obra de László Moholy-Nagy, Composition from Masters’ Portfolio of the Staatliches Bauhaus (Meistermappe des Staalichen Bauhauses)1923.
  2. Na segunda imagem, se pensarmos que A. Marras concretizou aquilo que Ennio Morlotti, em Fiori, 1956,  pintou abstratamente, ai sim, podemos perceber uma correlação.

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Blocos de cores formando desenhos geométricos (e criando um bonito efeito nas saias com pregas e não só). É o que pode ser visto na coleção de Bottega Veneta. Com o desejo de levar energia e segurança para as mulheres, a maison trouxe o construtivismo para a passarela.

    1. Como movimento que deu origem ao construtivismo, também pode-se mencionar aqui a influência do abstracionismo geométrico de Alberto Moretti – o pintor –  não só na estampa do casaco como também em dois vestidos mais, sendo que em um deles tem como base as cores preta e verde.
    2. Duas cores diferentes de couro foram recortadas em formas geométricas irregulares e costuradas no vestido preto de comprimento médio, criando assim um efeito similar ao das cores e formas integradas da obra deVladimir LebedevRelief, 1920. Eis o construtivismo russo.

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A marca propõe uma mulher com muitas referências, uma mulher que coleciona trajes étnicos e os veste, sortida e inteligentemente. Se o nomadismo e a boemia explicam bem a coleção de Etro, Gustav Klimt também! O alto teor de informação de moda contida em suas obras sempre será fonte para decodificações e interpretações. Nesta coleção, as criações do pintor serviram de base para a riqueza de detalhes dos tecidos nobres.

  1. Aqui se requer um pouco mais atenção. Repararam no desenho em relevo do vestido (ou seria saia e blusa?) em veludo devorê ? Agora, vejam como se assemelha ao desenho contido no canto superior direito de Friso de Beethoven, 1902.  Além disso, o padrão de cores da saia na pintura se repete na estampa do casaco.
  2. Na segunda, tanto a modelo quando a mulher em Portrait of Friederike Maria Beer, 1916 vestem macacão (ou seria calça e blusa?) com estampas semelhantes, mas com um detalhe: o que eram ondulações na pintura se tornaram estampa paisley na coleção.

12976101163_6a3a89234f_b12975955355_4048637808_bAquilo que subitamente se pode atribuir como inspiração para a coleção de Gabriele Colangelo é a série Black Watercolours de Joachim Bandau (1, 2), que reúne duas caracteristicas do pintor e escultor: o minimalismo e o foco na interseção das formas geométricas. As aquarelas em tons de cinzas dos retângulos transparentes foram sobrepostas em um modo que sugere movimento. Colangelo revisitou essas referências e as decodificou em sua coleção em duas formas: em estampa (como podemos ver no vestido da primeira imagem); e em painéis de tecido sobrepostos que vão gradativamente do branco ao preto, passando por escalas de cinza, assim como no outfit da segunda imagem.

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Ainda que sem Jil Sander, a coleção de inverno masculina da marca conseguiu se tornar mais interessante na medida em que usou uma textura com padrão semelhante ao do pontilhismo (pontos de cor pura são aplicados em padrões de modo a formar uma imagem) para conferir um ar despojado à alfaiataria minimalista, que é inerente à maison. Esta mesma textura, criada através de semiesferas em relevo, foi incorporada na coleção feminina, atribuindo criatividade e sensorialismo ao conceito minimalista. Como exemplo da técnica do pontilhismo (também chamado divisionismo), selecionei a obra de George SeuratModelo de Costas, 1887.

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 Christopher Farr lançou uma exibição chamada Editions: Contemporary Rugs for Collectors, reunindo tapetes com desenhos de artistas conhecidos. Dentre eles, a artista têxtil e gravurista Anni Albers. Muitas vezes, ela começou seus projetos de tecelagem com esboços, em alguns deles explorou a construção horizontal e vertical, utilizando cor, forma, proporção e ritmo como em Study Rug, inicialmente concebido como uma decoração de parede em 1926. A padronagem do agora tapete parece ter sido aproveitada na coleção de Marco De Vicenzo, que trabalha sobretudo com o decorativismo gráfico das linhas, além dos quadrados e circulos, seja em tecidos leves, perfurados ou mais rigorosos. A saia plissada com fundo de textura em furta cor é um exemplo disto.

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Eis uma coleção capaz de transformar tendências da moda em algo alternativo, único, arquitetônico. Entre volumes amplos, babados exagerados, jogo de contradições (o que parece firme e denso, na verdade é macio e leve), plumagem e o artesanato intrínseco à marca, a coleção de Marni renova com a arte. É transportada para as estampas das peças simples, como a túnica acima, a técnica do artista contemporâneo Magnus (von) Plessen, conhecido pelo seu figurativismo abstrato, que consiste em adicionar ou remover camadas de tinta para revelar as formas da figura. Obra: Magnus PlessenPaare, 2006.

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Os tecidos brocados com cores metalizadas em roupas oversized são por si só uma injeção de arte ao tendencismo na coleção de MSGM. Além de Björk, a coleção se inspirou no pintor Gergard Richter, mais especificamente em sua fase overpainting. As estampas sugerem que borrões de tinta foram jogados em cima de um retrato propositalmente, conferindo-lhes uma espécie de abstração misteriosa. Não se trata mais de photoprint, mas de um “photopainting” na estampa. É este o estilo fotografia-pintura de G. Richter, é este o estilo que confere mais arte à coleção. Na primeira foto temos, Piz Rosatsch, 1992; na segunda, temos Firenze, 2000.

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Com uma atmosfera de Alemanha nos anos 70, a coleção de Prada evoca Rainer Werner Fassbinder e Pina Bausch, para transformar os modelos em personagens intensos que enfrentam seus problemas mais íntimos para encontrarem a si mesmos. Neste contexto, entra um pintor capaz de se olhar frente às coisas do mundo: Giacomo Balla, que também foi convidado por Sergei Diaghilev para se tornar cenógrafo e figurinista. As estampas dos vestidos e dos casacos refletem o estudo de Balla sobre o caráter técnico-científico acerca da decomposição da cor e da luz, sobre a dinâmica do movimento e da velocidade.

  1. É latente a sugestão de movimento e velocidade na estampa do vestido de seda, assemelhando-se a obraVelocidade de um Automóvel, 1912.
  2. Tanto na estampa do vestido quando em Studio per Mobile Futurista (mobile smontabile), 1920 foram criados padrões geométricos através da interposição de cores (cores presentes em ambos).
Quanto a nós, espectadores, estamos a espreitar a coleção de Prada como os jornalistas diante de toda a dinâmica do drama vivido e vestido pela protagonista de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant (1972).

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 Sportmax resolveu fazer um novo experimento. Se na coleção passada a maison trabalhou com as formas geométricas, desta vez resolveu se liberar de restrições, incorporando um desejo de extravagância ao DNA simplificado. E isso foi encontrado no expressionismo abstrato através do qual, o artista recusa qualquer forma de realismo, de pintura figurativa para explorar a forma abstrata. Dentre todos os artistas, a maison olha especificamente para um dos Irascíveis: Jackson Pollock e seu o dripping fortemente gestual. Ele não pintava lançando a cor sobre a tela em posição normal, em cima de um cavalete, mas deitando grandes rolos no chão e gotejando a tinta em cima. Esse sistema de trabalho se chama dripping e é isso que podemos ver em variados modos nas estampas das roupas com efeito de gotejamento e rabiscos:

  1. Convergence, 1952.
  2. Unknown.
  3. Segundo informações, a pintura nesta última imagem é inspirada em Pollock, feita por outro pintor. De qualquer forma, guarda particular semelhança com a saia em organza.

Disponível em: http://freakshowbusiness.com/2010/04/23/35-roupas-inspiradas-em-quadros-e-esculturas-modaarte/ http://ilpiccolomondodicri.wordpress.com/2014/03/10/moda-arte-semana-de-moda-em-milao/

Sugestões de leitura da Biblioteca da EBA :

 BRANDSTATTER, Christian. Klimt e a moda.    São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 79p. :  (Universo da moda)

 COSTA, Cacilda Teixeira da. Roupa de artista: o vestuário na obra de arte. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, EDUSP, 2009. 312 p.

 GIVRY, Valérie de.. Art & mode: l’inspiration artistique des créateurs de mode. Paris: Regard, 1998. [22] p. of plates .

 MÜLLER, Florence. Arte e moda.  São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 80p.  (Universo da moda)

 XIMENES, Maria Alice. Moda e arte na reinvenção do corpo feminino do século XIX.  1. ed. Barueri, SP: Estação das Letras e Cores, 2009. 98p.  (Estudos da moda)

Galerias em BH

Fique atento nessas férias aos eventos que acontecem nos diversos centros culturais em BH! Confira abaixo a listagem de alguns com seus respectivos endereços e contato!

Agnus Dei
Rua Santa Catarina,1155 Lourdes – CEP 30170-081
Fone: 291-2101

AM Galeria de Arte
Rua Professor Morais, 476 – Loja 5 – Funcionários – CEP 30150-370
Fone: 223-4209 – amarte@prover.com.br

Antiquarium Passos da Cunha

Rua Bernardo Guimarães, 2023 – Lourdes – CEP 30140-082
Fone: 337-1652

Associação Cultural e Escola de Arte Selma Weissmann
Rua Paraíba, 1061- Funcionários – CEP 30130-141
Fone: 261-2956

Buzelim Galeria de Arte
R. Timbiras, 2500 ap2132
Fone:201-8997

Casa dos Contos
Rua Rio Grande do Norte, 1065 – Funcionários – CEP 30130-131
Fone: 261-5853 – Fax: 222-1844

Celma Albuquerque
Rua Antônio Albuquerque, 885 – Funcionários – CEP 30112-011
Fone: 227-6494 – celmalbu@gold.com.br

Centro Cultural Nansen Araújo (Sesiminas)
Rua Álvares Maciel, 59 – Santa Efigênia – CEP 30150-250
Fone: 241-4411 – Fax: 241-1255

Centro Cultural da UFMG
Av. Santos Dumont, 174 – Centro – CEP 30111-040
Fone: 226-4544

Circo Bonfim
Rua José Ildeu Gramiscelli, 365 – Bonfim – CEP 31210-210
Fone: 227-5133 – www.galeriacircobonfim.com.br

CRAV- Centro de Referência Audiovisual

Rua Estêvão Pinto, 602 – Serra – CEP 30220-060
Fone:422-6802

Chromos
Rua Pernambuco, 453 – Loja 2 – Funcionários – CEP 30130-150
Fone/Fax: 261-5161

Dotart
Rua Bernardo Guimarães, 911 – Loja 20 – Funcionários – CEP 30140-081
Fone: 261-3910

Espaço Cultural da Aliança Francesa
Rua Tomé de Souza, 1418 – Funcionários – CEP 30140-131
Fone/Fax: 291-5187

Espaço Cultural do Banco Central do Brasil
Av. Álvares Cabral, 1605 – Santo Agostinho – CEP 30170-001
Fone: 253-7000 – Fax: 253-7041

Espaço Cultural do TJMG

Rua Goiás, 229 – Centro – CEP 30190-030
Fone: 238-1078

Espaço Telas e Artes
Rua Bernado Guimarães, 911-lojas12 e 13 – Funcionários – CEP 30140-081
Fone: 261-4748

Espaço Cultural do Tribunal de Alçada de Minas Gerais

Rua Francisco Sales, 1446 – Santa Efigênia – CEP 30150-221
Fone: 289-2225 – Fax: 289-2520

Galeria de Arte Inimá

Rua Prudente de Morais, 290 – Cidade Jardim – CEP 30380-000
Fone/Fax: 342-3231

Galeria da Biblioteca da PUC

Av. Dom José Gaspar, 500 – Coração Eucarístico – CEP 30535-610
Fone: 319-1239

Galeria do Centro de Cultura da FAFI-BH

Rua Diamantina, 567 – Lagoinha – CEP 31110-320
Fone: 429-7985 – Fax: 429-7991

Galeria do Espaço Cultural da CEMIG
Av. Barbacena, 1200 – Santo Agostinho – CEP 30123-970
Fone: 299-4082 – Fax: 299-3706

Galeria de Arte Sette Et Zucheratto
Rua Dom Joaquim Silvério, 365 – Coração Eucarístico – CEP 30535-620
Fone: 375-7740

Galeria de Arte da Telemar
Av. Afonso Pena, 4001 – Mangabeiras – CEP 30130-008
Fone: 229-2115 – Fax: 229-2294

Galeria Márcia Nascimento
Av. Abílio Machado, 3805 – Serrano – CEP 30830-440
Fone: 447-7338

Galeria Paulo Campos Guimarães
Biblioteca Pública Estadual
Luiz de Bessa

Praça da Liberdade, 21 – CEP 30140-010
Fone: 269-1166 – Fax: 269-1108

Gesto Gráfico
Rua Orange, 43 – São Pedro – CEP 30330-020
Fone: 225-7628

Instituto Moreira Salles
Av. Afonso pena, 737 – Centro – CEP 30130-002
Fone: 219-5281

Itaú Cultural
Rua dos Goitacazes, 29 – Centro – CEP 30190-050
Fone/Fax: 222-8160

Kalil & Lauar Galeria de Arte
Rua Antônio de Albuquerque, 215 – Funcionários – CEP 30112-010
Fone: 224-4165 – www.kl.art.br

Kolams Distribuidora de Arte
Rua Paraíba, 651 – Savassi – CEP 30130-140
Fone: 261-3993 – kolams@rbeep.com.br

Manoel Macedo
Rua Lima Duarte, 158 – Carlos Prates – CEP 30710-470
Fone: 462-0933 – Fax: 411-1012
e Ponteio Lar Shopping -lj243
Fone:286-4099 – mmacedo@prover.com.br

Marchand D’Art
Rua Tomé de Souza, 1081- Funcionários – CEP 30140-131
Fone: 281-4633

Marcus Vieira
Rua Alagoas, 601 – Loja 27 – Savassi – CEP 30130-160
Fone/Fax: 269-8160

MAP- Museu de Arte da Pampulha
Av. Otacílio Negrão de Lima, 16585 – CEP 30361-430
Fone/Fax: 443-4533 – map@pbh.gov.br – www.ciclope.com.br/map

Matiz
Rua Bernardo Guimarães, 1296 – Funcionários – CEP 30140-081
Fone: 222-6534 – Fax: 226-8395

Minas Contemporânea
Rua Alagoas, 989 – lojas 13 e 14 – Funcionários – CEP 30130-160
Fone: 261-5214

Museu Mineiro
Av. João Pinheiro, 342 – Centro – CEP 30130-180
Fone: 269-1168

Ouro Preto Raicri Galeria de Arte
Aeroporto da Pampulha
Fone:491-2985
Aeroporto de Confins
Fone:689-2727

Pace Galeria de Arte
Av. Terra, 274 – Santa Lúcia – CEP 30360-500
Fone: 344-4355 – Fax: 344-4579 – galeriapace@estrelar.net

Palácio das Artes
Av. Afonso Pena, 1537 – Centro – CEP 30130-004
Fone: 237-7333

Palácio dos Leilões
Rua Alagoas, 977 – Funcionários – CEP 30130-160
Fone: 261-6043

Pic Cidade
Rua Cláudio Manoel, 1185 – Funcionários – CEP 30140-100
Te.: 261-6466 – Fax: 261-3488

Portal Auto Shopping
Av. Pedro II, 1900 – Carlos Prates – CEP 30710-010
Fone: 411-6000 – Fax: 411-6077

Prefácio Café e Arte
Rua Sergipe, 1395 – Funcionários – CEP 30130-171
Fone/Fax: 223-1060

Quadrum
Av. Prudente de Morais, 290 loja 12 – Cidade Jardim – CEP 30380-000
Fone/Fax: 296-4866 – quadrum@rbeep.com.br

Regard Galeria de Arte
M.Dirceu, 192 – Fone:292-2530

Rembrandt Galeria de Arte
Afonso Pena, 1901 lj219
Fone:273-4236

Sala Céramo
Rua Albita, 741 – Cruzeiro – CEP 30130-160
Fone: 223-0353

Sala Corpo de Exposições
Av. Bandeirantes, 886 – Mangabeiras – CEP 30315-000
Fone: 221-7701 – Fax: 227-5958 – grupocorpo@metalink.com.br

Solange Pretti
Rua Carolina Figueiredo, 30 – CEP 30220-130
Fone: 221-1605 – Fax: 281-3835

Vetor Arte e Cultura
Espaço Cultural do Servidor
Av. Álvares Cabral, 200 – Centro
Fone: 277-4787

Vitor Braga
Av. Nossa Sra. do Carmo, 1650 – loja 42 – Carmo Sion – CEP 30330-000
Fone: 286-1053


Exposição “O Espectador Fotógrafo”, de Patrícia Franca-Huchet

Desde o dia 29 de junho, a exposição O Espectador Fotógrafo, de Patricia Franca-Huchet, professora do Departamento de Desenho da Escola de Belas Artes da UFMG, pode ser vista no museu Victor Meirelles/Ibram, de Florianópolis (SC).

Todas as imagens da mostra são assinadas por Zénon Piéters, heterônimo da artista, fotógrafo melancólico que fotografa pintura em museus. Segundo o texto de Rosângela Cherem, escrito especificamente para a exposição, Patricia Franca-Huchet afirma “sua poética como a própria imagem multiplicada num espelho, construída por meio de um jogo de refrações e situada numa espécie de profusão labiríntica, onde uma coisa é rebatimento de outra: a artista e o fotógrafo, o fotógrafo e as leituras, as fotografias e as lembranças, o acontecido e o inventado, o vivido e o sonhado, a imagem e a forma, a presença e a ausência, a proximidade e a distância”.

Sobre a artista – Patricia Franca-Huchet (1958) vive e trabalha em Belo Horizonte. É doutora e mestre pela Université de Paris I – Sorbonne. A artista pesquisadora trabalha sobre a imagem focalizando seu interesse pela reconstrução crítica da tradição pictural. Divide as suas atividades artísticas com a prática da exposição, do ensino, da orientação, da pesquisa, da publicação e do evento (comunicações, palestras e apresentações de trabalho diversas no Brasil e em outros países). Coordena o grupo de pesquisa BR-IT: Bureau de estudos sobre a imagem e o tempo, que se dedica às práticas artísticas cujos propósitos se voltam para o estatuto da imagem com abordagem aberta à história, literatura, psicanálise e antropologia do visual.

Confira o catálogo digital:

Consulte também na biblioteca da EBA os catálogos de outras exposições da artista:

FRANCA-HUCHET, Patrícia. Os quatro temperamentos. Belo Horizonte: Palácio das Artes, 2008. 14 p. Catálogo de exposição, 07 – 27 abr. 2008, 06 jul. – 13 ago. 2004, Galeria Genesco Murta do Palácio das Artes.

PLASTICIDADE. [Belo Horizonte: Espaço Cultural Cemig, 2004] [20] p. + 1 folheto.   Catálogo de exposição, 06 jul. – 13 ago. 2004, Galeria de Arte do Espaço Cultural CEMIG, BH-MG.

Youtube lança site voltado ao cinema brasileiro

O Youtube lançou, nesta quinta-feira, dia 07 de junho, um hot-site voltado exclusivamente para o cinema brasileiro. O canal começa a operar junto com o início do Festival de Cinema de Paulínia.

O endereço vai agregar curtas metragens e longas nacionais, além de notícias sobre festivais de cinema do Brasil inteiro.

O hot site “Cinema” do Youtube junta-se ao Curta Doc e ao Porta Curtas que exibem a produção nacional via internet.

Disponível em: http://revistacatorze.com.br/2011/youtube-lanca-site-voltado-ao-cinema-brasileiro

Coletivo Fluxo abre sua sede no Bairro Santa Tereza e oferece a casa a artistas e interessados em trabalhar com cultura

Thaís Pacheco – Estado de Minas 06/07/2011
Diego Hemetrio, Carou Araújo, Amanda Mulinari, Ana Pedrosa e Raphael Rodrigues, no Espaço Fluxo
Era o ano de 2008 quando nove amigos de 20 e poucos anos se reuniram para realizar trabalhos artísticos. Juntos, artistas plásticos, fotógrafos, jornalistas e arquitetos. Em 2009, fizeram um evento na Casa do Estudante, em BH, mostrando várias formas de arte. Foi então que a turma decidiu se organizar em forma de coletivo, e se batizou de Fluxo. No sábado, o Coletivo Fluxo deu um passo ousado: abriu seu próprio espaço, no Bairro de Santa Tereza. Com apoio do Sebrae para consultoria nas áreas de finanças, marketing e logística, o Espaço Fluxo tem como objetivo ser casa de cultura. “Queremos estar sempre acessíveis às pessoas, contribuir. Levar magia para todos. É como se existisse uma barreira enorme entre o trabalho de arte e o público. Queremos romper com isso.”, diz Ana Pedrosa, de 26 anos, artista plástica e uma das integrantes do coletivo.

Ana é responsável pelos núcleos de gestão e artes plásticas do espaço. Ao todo são sete núcleos, incluindo ainda comunicação, vendas (de acessórios artísticos e galeria de arte), gastronomia (com cozinha conceitual), música, foto e vídeo. O espaço é grande e tem muitas possibilidades e ideias. Oficinas, ateliê aberto, debates, workshops, palestras, seminários, mostras de vídeo, festivais, exposições, peças de teatro e apresentações musicais estão nos projetos da casa, que tem quintal, oito quartos, duas salas, três banheiros e cozinha.

CONSUMIR OU PRODUZIR
O que o Fluxo quer é se tornar lugar democrático, onde todos possam entrar e consumir ou produzir. Se você tem um projeto, basta bater na porta e oferecê-lo. Se é artista, já pode participar do ateliê de cerâmica, pintura e serigrafia em andamento. É só chegar e começar a trabalhar. Se você estiver simplesmente passando pela rua, poderá entrar para observar ou almoçar no restaurante (que começa a funcionar em breve).

A intenção do Espaço Fluxo é ser sustentável e abrir eventos ao público a preços simbólicos. Para isso, pretende contar com ajuda financeira do governo e de instituições privadas. Querem, além de se manter, democratizar. “O grande intuito é que o espaço receba projetos de todas as vias. Não queremos que seja apenas para o Fluxo ou só o que desejamos mostrar. Estamos abertos para todos que quiserem chegar e desenvolver”, garante Ana.

Espaço Fluxo
Rua Bueno Brandão, 259, Bairro Santa Tereza, (31) 2535-2676
Depois de fechar as portas no domingo, segunda e terça, hoje o Espaço Fluxo começa sua programação oficial. Até o site oficial ficar pronto, vale acompanhar as novidades no blog: ww.espacofluxo.blogspot.com e no Twitter, www.twitter.com/espacofluxo.

Centro Cultural abre neste fim de semana exposições de alunos da Belas-Artes

A partir de hoje, 1 de julho, o Centro Cultural UFMG apresenta, na Grande Galeria, trabalhos de alunos do curso de Artes Visuais que se formam neste semestre nas habilitações artes gráficas, cinema de animação, escultura, gravura, licenciatura e pintura.

A exposição Formandos 2011/1 tem obras que se relacionam a todas as áreas, com o intuito, segundo a coordenação, de “embaralhar as especializações e acompanhar o caráter multidisciplinar da arte contemporânea”. Alguns trabalhos misturam desenho e animação ou pintura e fotografia.

Na abertura, às 19h, o Centro Cultural será palco de três performances envolvendo escultura, desenho e pintura. Numa delas, o aluno executará um quadro ao vivo. O registro das apresentações também será usado como material da mostra.

Exposição Deriva
Neste sábado, 2 de julho, às 10h, será aberta a terceira exposição Deriva, que poderá ser visitada até 31 deste mês.

A mostra anual reúne obras de alunos da disciplina Artes Visuais no Brasil I, ministrada pelo professor Marcus Hill, da Escola de Belas-Artes da UFMG. As obras serão expostas nas salas Ana Horta e Celso Renato, das 10h às 21h, com entrada gratuita.

Os trabalhos apresentados contemplam as diversas modalidades de artes visuais, entre as quais fotografia, artes gráficas, escultura, pintura, gravuras e arte-educação.

Segundo os organizadores, a escolha do nome deve-se ao fato de a palavra deriva sugerir duas interpretações. A princípio, o termo desvela a relação de algo com sua raiz, com sua origem. Outro sentido possível é o de estar à mercê de uma corrente. O objetivo é mostrar a técnica dos estudantes e também oferecer a eles experiência com o mercado e com exposições de arte, o que inclui a observação e a crítica de seus trabalhos.

O Centro Cultural fica na avenida Santos Dumont, 174, Centro de Belo Horizonte. Informações pelo telefone 3409-8291 ou no site da mostra:

Novos Artistas Mineiros na Funarte MG

Universo feminino está presente em dois dos três espetáculos, que serão apresentados com entrada franca

"De Perfumes e Sonhos" Foto: Daniel Protzner

De 1º a 6 de julho, a Funarte MG recebe a Mostra de Trabalhos da Graduação em Teatro da Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A programação é composta pelas peças “Exercício para Pedro e Joaquim”, do formando João Filho; “De Perfumes & Sonhos”, da formanda Fabiana Loyola; e “As Rozas Falam”, de Roza Maria de Oliveira.

No espetáculo “Exercício para Pedro e Joaquim”, João Filho propõe um exercício cênico livre, inspirado na poesia de Manoel de Barros, no qual os personagens, por meio de suas memórias e retornos, constroem seus brinquedos no espaço infinito.

“De Perfumes & Sonhos” propõe uma reflexão sobre o caminho percorrido pelas três integrantes do elenco – uma atriz, uma cantora e uma bailarina –, e destaca a expressão de cada uma em sua área de domínio, em diálogo com a linguagem cênica.  O desafio do trabalho foi encontrar um ponto em comum entre as três artistas e a busca por uma metodologia de ensino, onde os potenciais de cada uma se tornassem integrados e orgânicos. A peça foi baseada no livro “Mulheres que correm com os lobos”, no qual predomina a temática do feminino.

O universo feminino também norteia o espetáculo “As Rozas Falam”. O trabalho propõe uma reflexão sobre a condição das mulheres, por meio de depoimentos que foram transformados em material dramatúrgico. A montagem tem como base a Mímesis Corpórea – metodologia desenvolvida pelo LUME (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp) –, usada como diretriz para a seleção de mulheres e relatos reais, posteriormente teatralizados e aplicados à experimentação cênica a partir de improvisações. A peça foi baseada em uma pesquisa com mulheres sobreviventes de violência física, participantes, principalmente, do Grupo Bem-Me-Quero.

Mostra de Trabalhos da Graduação em Teatro da Escola de Belas Artes (EBA)

“Exercício para Pedro e Joaquim”

1º de julho (sexta), às 19h
2 de julho (sábado), às 18h

Entrada franca (Distribuição de senhas no local uma hora antes do espetáculo)
Classificação: Livre
Duração: 40 minutos
Ficha Técnica
Direção: Joaquim Elias
Dramaturgia: João Filho
Com Francis Severino e João Filho

“De Perfumes & Sonhos”

1º e 2 de julho, (sexta e sábado), às 20h
3 de julho (domingo), às 19h

Entrada franca (Distribuição de senhas no local uma hora antes do espetáculo)
Classificação: 14 anos
Duração: 40 minutos
Ficha Técnica
Direção, coreografia e textos: Rosa Antuña
Com Eliatrice Guichewsky, Fabiana Loyola e Luísa Bahia

“As Rozas Falam”

4, 5 e 6 de julho (segunda, terça e quarta), às 20 horas
Entrada franca (Distribuição de senhas no local uma hora antes do espetáculo)
Classificação: Desaconselhável para menores de 12 anos
Duração: 1h
Ficha Técnica
Direção: Letícia Castilho
Concepção e dramaturgia: Roza Maria, Edna Rodrigues & Letícia Castilho
Com Roza Maria, Edna Rodrigues

Local: Funarte MG
Rua Januária, 68 – Floresta
Belo Horizonte (MG)
(31) 3213-3084

http://www.funarte.gov.br/teatro/novos-artistas-mineiros-na-funarte-mg/

Confira abaixo a programação da mostra

Estilistas: pensadores da moda

Publicado no Jornal OTEMPO em 19/06/2011

TARCÍSIO D´ALMEIDA

A mesma inquietação que me impulsionou para o projeto no qual venho desenvolvendo, desde os anos 1990, uma série de entrevistas com intelectuais que pensam (ou pensaram) sobre a moda talvez sirva como uma possível explicação para o fato de que, mesmo em tímida expansão, estilistas estejam também se preocupando, refletindo e questionando o próprio campo de atuação deles, isto é, a moda sob prismas diversos. O resultado é percebido com a inclusão de profissionais formados em moda – quer seja em estilismo, em desenho de moda ou em design de moda – ou em áreas correlatas que se inserem em programas de pós-graduação de universidades prestigiadas para pesquisar o tema, o que me impulsionou a escrever esta coluna para homenagear tais profissionais que mesclam suas experiências criativas com as verves dos pensadores.

Portanto, temos quatro indícios iniciais: primeiramente, os estilistas autodidatas; em seguida, aqueles que estudaram moda na graduação; os demais com bacharelado em áreas afins; e, por último, os que pesquisaram na pós-graduação. Dito isso, a primeira que me vem à memória como um exemplo de autodidata é a italiana Maria Bianchi Prada, ou simplesmente Miuccia Prada. Muito antes de pensar em atuar no mundo da moda, Miuccia, que herdou do avô os negócios da família, estudou ciência política, foi militante do Partido Comunista italiano e se doutorou, no ano de 1978, também na mesma área, ou seja, distante do brilho e do glamour do mundo da moda. Ou seja, uma cientista política que não estudou moda, mas migrou para tal universo criativo.

Diferentemente dela, quatro nomes brasileiros ilustram outras realidades: a de egressos da área de moda, de comunicação e de artes; quer seja na graduação, quer seja tendo-a como tema de pesquisas na pós-graduação. A paulista Suzana Avelar graduou-se em desenho de moda pela Faculdade Santa Marcelina e, em seguida, obteve os títulos de mestre (com a pesquisa “A Comunicação da Moda na Era da Globalização”, em 2000) e de doutora em comunicação e semiótica (com a tese “Moda: entre Arte e Cultura”, em 2005), ambas pela PUC-SP.

Atualmente, é professora do curso têxtil e moda da USP. Com ela, temos o hibridismo de criadora e pesquisadora que, mesmo não atuando diretamente na indústria criativa da moda, tem contribuído com a mesma na academia.

O estilista carioca Mario Queiroz, que recentemente decidiu trocar a moda masculina pela feminina, graduou-se em comunicação social, jornalismo, pela UFF. Mas, em sua pesquisa de mestrado em comunicação e semiótica (intitulada “O Herói Desmascarado: Análise dos Editoriais de Moda da Arena Homme Plus”), defendida em 2008 na PUC-SP, onde está atualmente realizando o doutorado “A Imagem do Homem: Moda e Mídia na Construção do Masculino”, decidiu olhar academicamente para sua realidade profissional, isto é, a moda masculina e a transportou para a academia, na qual tem pesquisado a relação do homem com sua imagem e sua moda. É também professor do IED São Paulo.

Outros estilistas pensadores são os mineiros Gustavo Lins e Angélica Oliveira Adverse. Ele é arquiteto pela UFMG; autodidata único a desfilar na Semana de Moda Alta Costura de Paris; defendeu mestrado em 1989 na Universidade da Catalunha (Espanha) e é professor da Escola Nacional Superior de Artes Decorativas de Paris.

Ela, que sempre se questionou sobre a essência de sua formação, é a única brasileira vencedora das etapas nacional e internacional da extinta premiação Smirnoff International Fashion Awards; especialista em filosofia e, no início deste mês, defendeu seu mestrado em artes (com o título “Moda, Moderna Medida do Tempo”, a partir de frase homônima do filósofo Walter Benjamin), ambas titulações pela UFMG; além de ser professora da universidade Fumec.

Tarcísio D´Almeida é professor e pesquisador do curso design de moda da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG). Ele divide este espaço com Susanna Kahls e Jack Bianchi. (tarcisiodalmeida@eba.ufmg.br)

Módulo do Festival de Inverno em Tiradentes vai reforçar ações no campus avançado

 O Festival de Inverno da UFMG volta a Tiradentes. Entre os dias 8 e 10 de julho, a cidade recebe o primeiro módulo da 43° edição, com o tema Existências não reais. Em 2011, o Festival acontece entre 8 de julho e 7 de agosto, e percorre outras quatro cidades: Cataguases, Diamantina, Belo Horizonte e Brumadinho.

Tiradentes foi escolhida, segundo o coordenador do módulo, Rodrigo Minelli, para reforçar as ações do Campus Avançado da UFMG na cidade, que tem como objetivo tornar as ações da Universidade ali menos efêmeras. Dessa forma, a programação foi pensada de modo a valorizar a cultura de Tiradentes, dar espaço aos artistas locais e movimentar o cenário cultural.

Durante os três dias de Festival vão se apresentar vários grupos de artes cênicas e música da cidade, como Ressonare, Orquestra Ramalho, Grupo Aprendizes de Violão, Cia. Teatral ManiCômicos. Haverá também show de Titane e Hudson Lacerda, com canções de Elomar.

As oficinas, por sua vez, foram planejadas de forma a estabelecer o diálogo com o espaço urbano, uma vez que um dos objetivos do Festival é promover essa interação. No total serão quatro atividades e somente a oficina Trekking Fotográfico necessita de inscrição prévia, que deve ser feita na Secretaria do Festival, localizada no Centro de Estudos (rua Direita, 158, Centro).

A programação é gratuita e ocupa vários espaços de Tiradentes, como o Largo das Forras, o adro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, o Centro Cultural Yves Alves, entre outros.

“Espalhamento”

A 43° edição do Festival de Inverno da UFMG acontece de 8 de julho a 7 de agosto, e além de Cataguases, quatro cidades recebem a programação do Festival: Tiradentes, Belo Horizonte, Brumadinho e Diamantina. “Nosso objetivo é que o evento funcione como uma teia de ações que se irradie pelo estado”, explica Maurício Campomori, diretor de Ação Cultural da Universidade, sobre a multiplicidade de temas e destinos idealizados para a 43ª edição do Festival.

Ele relembra que, na década de 1970, o evento chegou a ocorrer simultaneamente em 14 cidades. Nos anos seguintes, ele alternou movimentos de expansão e introspecção temática ou espacial em sua trajetória. “Isso é típico dos artistas e de seus espaços de produção. O Festival vive o mesmo processo sem artificialismo, pois funciona como um corpo vivo, pulsante”, analisa o professor.

A proposta de retomar a tradição de “espalhamento” foi apresentada pelo pró-reitor de Extensão da UFMG, João Antônio de Paula. “Não se trata de buscar a tradição por si mesma, mas construir maior abrangência, procurando novo significado para o evento. Encontramos esse caminho nas cidades onde a UFMG tem situação consolidada ou vínculos institucionais expressivos, como Tiradentes e Brumadinho, por meio da Fundação Rodrigo de Mello Franco e do Instituto Inhotim”, esclarece Campomori.

PROGRAMAÇÃO*
8 a 10 de julho

Dia 08/07 – Sexta-feira
18h – Abertura Oficial Grupo Aprendizes do Violão
Idealizado em 2004 pelo prefeito Sr. Nílzio Barbosa e sempre com “renovação” das crianças, o Grupo Aprendizes de Violão, unidos pela amizade, apresenta ao público um lado mais intimista da música popular com belíssimas releituras.
Local: Centro Cultural Yves Alves

19h30 – Grupo Entrevista (Lendas de Tiradentes) Caminhada Poética até a Câmara

20h –Ressoando por Tiradentes – Quinteto Ressonare
Ressonare é um grupo de cordas que atua desde 2008 em Minas Gerais. Dentre várias apresentações possuem em seu portfólio trabalhos com intuito de disseminar a cultura pela histórica Tiradentes e região, como o espetáculo “Uma Noite de Ópera” realizado com grande público em 2009. Quatro de seus cinco integrantes são estudantes de música na UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei).
Local: Varanda da Câmara

Dia 09/07 – Sábado

20h – Titane e Hudson Lacerda
A cantora Titane e o violonista Hudson Lacerda dedicam-se ao repertório de Elomar. Celebram o encontro do erudito com o popular ao optar por um formato acústico que remete tanto à sofisticação camerística quanto à simplicidade de um recital de música popular, destacando a arquitetura dos arranjos intrínsecos às composições e valorizando a imponência da voz em estado bruto.
Local: Centro Cultural Yves Alves

Dia 10/07 – Domingo

11h30 – Grupo Manicômios Dom de Andar
Espetáculo criado especialmente para a rua e concebido a partir de uma intensa pesquisa feita em oito cidades do Campo das Vertentes. A diversidade cultural de Minas Gerais é retratada por caminhos de religiosidade, estórias, paisagens, personagens. Lirismo e muito humor tecem a trama desta estória que se inspira também em obra de Fernando Sabino.
Local: Largo Forras

18h – Orquestra Ramalho
A Orquestra Ramalho, fundada em 1860, executará peças sacras de compositores mineiros dos Séculos XVIII e XIX, assim também como outras peças de compositores estrangeiros, que fazem parte do seu repertório usual, apresentado nas tradicionais celebrações religiosas da cidade.
Local: Igreja Matriz Santo Antônio

AULAS ABERTAS E OFICINAS

DANÇA DE SALÃO
Proporcionar ao público contato com passos e estilos de alguns dos diversos gêneros da dança de salão.
Coreógrafo: Jomar Mesquita (BH) – professor, coreógrafo e bailarino, dirige a Associação Cultural Mimulus, a Mimulus Cia. de Dança e a Mimulus Escola de Dança desde 1990, desenvolvendo extenso trabalho de pesquisa das danças a dois em seus países de origem. Professor convidado em curso de pós-graduação na Faculdade Metropolitana de Curitiba – Famec. Formação em Pedagogia do Movimento para o Ensino de Dança, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.
Público-alvo: interessados no tema
Vagas: atividade aberta
Período: 9 e 10 de julho
Horário: 16h30 às 18h
Local: Largo das Forras

HISTÓRIA E ESTÓRIAS
Estudo histórico e sob a perspectiva da tradição oral da “contação de histórias”
Professora: Sônia Queiroz (UFMG) – doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-São Paulo, onde defendeu, em 2000, tese sobre as edições brasileiras de narrativas de tradição oral, desenvolveu em 2007, em estágio pós-doutoral na UNEB-Salvador, com a supervisão de Yeda Pessoa de Castro, pesquisa sobre a presença banto na tradição oral de Minas Gerais. Mestre em Estudos Lingüísticos pela UFMG, onde se graduou em Letras em 1975, defendeu em 1985 dissertação sobre remanescente de língua africana em Minas Gerais. É professora da Faculdade de Letras da UFMG desde 1983, atuando hoje na área de Edição (graduação) e Estudos Literários (pós-graduação), com experiência também na área de Texto em língua portuguesa. Na pesquisa, no ensino e na extensão, atua principalmente nos seguintes temas: oralidade e escrita, poesia, conto, canto, transcriação, memória e cultura afro-brasileira. Suas publicações mais relevantes são os livros Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga (Editora UFMG, 1998) e Na captura da voz: as edições da narrativa oral no Brasil (este publicado em coautoria com Maria Inês de Almeida). É diretora do Centro Cultural UFMG.
Público-alvo: interessados no tema
Vagas: atividade aberta
Período: 9 e 10 de julho
Horário: 10h às 12h
Local: adro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – Rua Direita, s/nº, Centro

TREKKING FOTOGRÁFICO
A oficina propõe uma caminhada pela Serra São José, durante a qual serão abordados os seguintes temas: sentidos de leitura, primeiro plano, diagonais, referência, polarização, balanço de branco manual, longa exposição em cachoeira, entre outros. A Serra de São José é uma área de preservação ambiental e refúgio da vida silvestre de libélulas, com altitudes que variam entre 840m e 1430m do nível do mar; é uma região de cerrado com resquícios de Mata Atlântica e antigas regiões de mineração de ouro de superfície.
Professor: Wladimir Loyola (Tiradentes/MG) – mineiro, proprietário e administrador da operadora Tiradentesbrasil www.tiradentesbrasil.com operadora de ecoturismo e agência de comunicação responsável pelo site hospedeiro www.programeseudia.com.br de Tiradentes MG e região e pelo guia Programe seu Dia, entre outros trabalhos de publicidade e propaganda relacionados ao setor. Condutor especializado em Turismo de Aventura (trekkings, cavalgadas, downhill, escalada em rocha e rapel), designer gráfico e fotógrafo documentarista para pessoas, arquitetura, corporativo e turismo. Entre seus trabalhos, destaca-se a foto que rendeu o primeiro lugar da Região Sudeste à arquiteta Raquel Heinisch para o concurso Arquitetando Docol de metais sanitários/2007.
Público-alvo: amantes e profissionais em fotografia e que gostem de viver a vida leve, com idade a partir de 15 anos.
Vagas: 10
Período: 9 ou 10 de julho
Horário: 9h às 13h30
Material do aluno: roupas leves, calça tactel, chapéu ou boné, tênis ou bota, meia grossa, protetor solar, repelente, lanche, água e câmera fotográfica profissional ou amadora
Inscrição prévia: Secretaria do Festival – Centro de Estudos, Rua Direita, 158, Centro
Local de saída: Rua Henrique Diniz, 119 – Centro

VISITAS GUIADAS
Visitas às obras de restauração do Museu da Casa do Padre Toledo. Trata-se de um dos mais representativos exemplares da arquitetura colonial brasileira. Foi edificada na segunda metade do século XVIII e pertenceu ao inconfidente Carlos Correia de Toledo e Melo, que foi vigário da Freguesia da Vila de São José, hoje a cidade de Tiradentes. Além de sua importância histórica, o imóvel possui um raro conjunto de forros artisticamente pintados. Os forros estão sendo restaurados pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (CECOR), da Escola de Belas Artes da UFMG.

A visita guiada constará de uma apresentação da história da casa, seus usos diversos e intervenções, e também de informações sobre o inconfidente Padre Toledo. Em seguida, os visitantes poderão apreciar os forros restaurados, os que estão em processo de intervenção e os ambientes do imóvel.
Responsável: Luiz Cruz (Tiradentes/MG) – natural de Tiradentes, onde vive e trabalha, é professor, formado em Letras e pós-graduado em Administração de Unidades de Conservação. Cursou disciplinas do mestrado da UFSJ, na área de Memória e Identidade Cultural. Estudou artes na Fundação de Arte de Ouro Preto e na Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro. Participou de exposições individuais de pintura, gravura e fotografias em MG, RJ, SP, PE, PR, RS, DF. Foi professor de Educação Patrimonial dos festivais de inverno da UFSJ e de Entre Rios de Minas.
Público-alvo: interessados no tema
Vagas: 20 em cada horário
Período: 9 e 10 de julho
Horário: 10h e 16h (dia 9) e 10h (dia 10)
Local de encontro para a visita: Centro de Estudos – Rua Direita, 158, Centro

* Programação sujeita a alterações.

Serviço
43º Festival de Inverno da UFMG – 8 de julho a 7 de agosto
Tiradentes: Existências não reais – 8 a 10 de julho
Cataguases : Avizinhamentos – 14 a 24 de julho
Diamantina: Radioplastia – 17 a 29 de julho
Belo Horizonte/Instituto Inhotim (Brumadinho): Cidades: arte, cultura, conhecimento – 25 de julho a 7 agosto

Mais informações: www.ufmg.br/festival.

Acompanhe também através do @festivalufmg e do facebook.com/festivaufmg

(Assessoria de Imprensa do Festival de Inverno da UFMG)

Festival deve aprofundar formato acadêmico e estreitar alianças com Diamantina, avaliam coordenadores, no encerramento do evento

Com o fechamento da edição 2009 do Festival de Inverno, nesta quinta-feira, 30, o que ela deixa como legado para a história do evento? As oficinas e eventos se propuseram a estimular ações transformadoras, ainda que em formato mais enxuto que nos anos anteriores. Mas o que a coordenação do Festival acredita ter sido mais significativo foi a realização do seminário Perspectivas da cultura em um cenário de transformações – que abriu a primeira semana do evento. “Na medida em que nos dispomos a repensar o que fazemos, houve a consciência que o formato ainda funciona”, diz o curador geral, Fabrício Fernandino.

O seminário, que contou com a participação dos fundadores, professores e artistas que passaram pelo Festival, definiu diretrizes para sua sustentabilidade nos próximos anos. As propostas serão apresentadas à Reitoria e aos candidatos à direção da Universidade (no segundo semestre a UFMG realiza consulta à comunidade para o cargo a reitor). A ideia é que o seu planejamento seja preparado a longo prazo – de quatro em quatro anos, por exemplo. O coordenador geral, Maurício Campomori, argumenta que o Festival deva extrapolar a condição de evento e entrar na categoria de projeto acadêmico da Universidade. “O seminário, como experiência pedagógica, apontou possibilidades de transformação e caminhos de ensino, com uma formação mais complexa que a escola”, diz.

“É uma questão de priorização e vontade política. Não significa dizer que tenha deixado de ser prioridade, mas é preciso aprofundar esse compromisso”, pontua Campomori. Ele e Fabrício Fernandino acreditam que o Festival, proposto como projeto acadêmico, abrirá maiores oportunidades de participação e parcerias com os ministérios da Cultura e da Educação – facilitando, na sequência, a obtenção de recursos, cerne da redução das atividades neste ano.

Parcerias
E sim, o Festival continua em Diamantina. Pelo menos esse é o desejo da coordenação e da atual administração municipal. O novo prefeito da cidade, Padre Gê, assegurou que destinará mais recursos para aquele que é o principal evento cultural da cidade. Parceiras com instituições regionais, que a coordenação pretende ampliar, já começaram a funcionar neste ano. Nessa linha, o Museu do Diamante, ligado ao Ministério da Cultura, ofereceu três oficinas gratuitas e deseja estender a parceria nos próximos anos. A Faculdade Fevale também propôs duas oficinas neste Festival. Essas alianças apontam para outro movimento que os participantes do Festival destacaram: reforçar vínculos com a população local, abrindo espaço para atender às suas necessidades.

Disponível em: http://www.ufmg.br/online/arquivos/012592.shtml

Biblioteca "Professor Marcello de Vasconcellos Coelho" da Escola de Belas Artes da UFMG