Minha Madrid

Pedro Franz
Minha Madrid
Florianópolis, par(ent)esis, 2019
300 ex.
coordenação editorial: Regina Melim e Gabi Bresola

Minha Madrid é um romance que escrevi como uma exposição. Os capítulos são organizados como os cômodos de um espaço arquitetônico e o texto é dividido em partes que, de forma independente, possuem traços de conto, poesia e registro. Atravessado pelo trabalho de outros artistas, por um vírus de computador e pela minha relação com o desenho, sua escrita parte da leitura de uma postagem de facebook no qual alguém desconhecido descrevia sua alegria pela capital espanhola, dizendo que, se a cidade não existisse, teria que inventá-la para ser feliz. 

publicado pela plataforma part(ent)esis

https://www.pedrofranz.com.br/minhamadrid

Gosto de Deleuze mas prefiro meu pai

Gabi Bresola e Névio Bresola

Gosto de Deleuze mas prefiro meu pai

Florianópolis, editora editora, 2017

Com o subtítulo Glossário de termos filosóficos da Arte Contemporânea em vigor na região Oeste catarinense, este folheto imita o formato de página de dicionário. Impressa no papel Color Plus, frente e verso. Um dos lados reproduz a diagramação em duas colunas com os verbetes “de varde”, “esfrótole”, “verada” e “urcocáne”, com suas respectivas definições. No outro lado, consta a epígrafe do trabalho, uma citação de Deleuze, e abaixo, o link do Soundcloud, endereçando a versão sonora do trabalho.

Gosto de Deleuze, mas prefiro meu pai é o resultado da mediação entre dilemas da estudante Gabi Bresola para: entender a série de conceitos que professores e críticos de arte se apropriaram da filosofia e da sociologia pós-moderna para falar de arte; com a promessa de nunca desconsiderar o conhecimento empírico e todos os conceitos criados por semi-analfabetos, como seu pai.

Da compreensão de que poderia haver alguma equivalência entre os dois meios e os conceitos, e depois da leitura de uma entrevista que Deleuze concedeu a Claire Parnet, em 2005, em que ele diz: “um filósofo não é uma pessoa que contempla e também não é alguém que reflete. Um filósofo é alguém que cria. Só que ele cria um tipo de coisa muito especial, ele cria conceitos. Os conceitos não nascem prontos, não andam pelo céu, não são estrelas, não são contemplados. É preciso criá-los, fabricá-los”, Gabi enxergou seu pai como filósofo de um meio específico, e qual, dificilmente o meio acadêmico compreenderia tão facilmente — assim como incompreende diversas vezes os termos e conceitos filosóficos transportados para descrição de trabalhos de arte. E, portanto, em companhia dele, criou conceitos aproximados e que poderiam ser equivalentes aos da academia. São eles: “de varde”, que equivale ao conceito de “devir”; “esfrótole”, que equivale a ideia de “conjuntura” + “rizoma”; “verada”, ao conceito de “camadas”; e“urcocáne”, do conceito de “sublime”. Após a escrita, Névio e sua filha leram o texto editando as definições conforme a compreensão dele.

Névio, depois dessa proposição, relia diariamente (e orgulhosamente) o texto, sentindo-se como filósofo mesmo. Em um dia aleatório, gravou sua leitura e enviou por Whatsapp para Gabi. A escuta gerou uma versão sonora do trabalho: o áudio foi editado e mixado por Felipe Martins e está disponível no Soundcloud: https://soundcloud.com/gabi-bresola/gosto-do-deleuze-mas-prefiro-meu-pai

Foi exposto na “Sobre os ombros de gigantes”, exposição com curadoria de Raphael Fonseca, na Galeria Nara Roesler, em 2020.

https://www.editoraeditora.com/gosto-de-deleuze