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Ana C. Bahia, Pedro Parrela, Soraia Costa
Habitantes [das águas] de nós mesmos
Belo Horizonte, 2014
Projeto Multiplo
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A proposta do trabalho Habitantes [das águas] de nós mesmos partiu do desejo de trabalhar, usando o livro como suporte, as sutilezas e densidades do corpo humano associadas ao elemento água, que é parte essencial da vida.
A água então é o ponto de partida e o fio condutor para a investigação estética proposta nesse projeto. Fotografias de corpos nela submersos e papéis nela banhados, em uma mistura de pigmentos a formar imagens orgânicas (técnica de marmorização), bem como o uso de suportes que remetem à sua natureza translúcida, norteiam as escolhas estéticas formais. Já para nortear a proposta conceitual, buscou-se nos ensinamentos do professor indiano de yoga B.K.S. Iyengar, o entendimento das várias dimensões do corpo, denominadas por ele: corpo físico, corpo energético, corpo mental, corpo intelectual e corpo espiritual.
Os suportes – papéis e outros materiais – foram escolhidos pelas suas características de suavidade, firmeza, transparência e opacidade, de modo a buscar aproximações com as nuances das diversas dimensões do corpo segundo Iyengar. No que tange a escolha das cores, o vermelho de algumas imagens e das linhas faz referência aos músculos e às veias, por onde corre o sangue que traz vitalidade ao corpo físico. O vermelho é o encontro entre a densidade dos músculos e à liquidez e fluidez do sangue. Já os brancos sobre brancos e os tons de bege e cinza claro, representam os ritmos silenciosos, o pulsar celular, a aparente invisibilidade tátil dos nossos corpos mais sutis, como o espiritual e o energético.
Habitantes [das águas] de nós mesmos traz em sua composição mapeamentos de meridianos e pontos energéticos, ilustrações científicas da anatomia das cadeias musculares, desenhos de formas semelhantes a estruturas moleculares, texturas, costuras e camadas. Além desses elementos visuais e táteis, também atravessam a matéria do livro intertextualidades escritas, trechos do livro Água viva, de Clarice Lispector, tecem diálogos com as imagens em um fluxo contínuo: o corpo é vivo, a água é viva, a água dá vida ao corpo.
A encadernação do livro foi pensada de modo com que as páginas possam ser soltas para serem reconfiguradas, formando novas composições de planos e imagens.
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