Régis Bonvicino
Régis Hotel
São Paulo, Groovie, 1978.
Tiragem: 500 exemplares
O livro Régis Hotel participou da exposição Tendências do Livro de Artista no Brasil, realizada no Centro Cultural São Paulo em 1987. O texto abaixo é do panfleto que acompanha o exemplar do acervo EBA/UFMG.
RÉGIS HOTEL é o que fiz de 74 a 77. E o que não vou fazer mais.
Tudo começou,como ninguém sabe(deveria?),com o libreto BICHO PAPEL.
POESIA EM GREVE (com Pedrinho e Lenora), QORPO ESTRANHO (com Plaza e Augusto) e MUDA (com Risério e Leminski) significaram descoberta, aprendizado, alegria e batalha.
Sempre uma batalha.
Num período pobre e idiota. A força e a beleza da poesia concreta revolucionária. A força e a beleza dos poetas músicos. De Caetano a Walter Franco. Quarto crescente. Liberdade de criar. A mensagem em choque permanente com o meio.
Sou um repórter.
Um repórter sígnico do meu tempo e do meu espaço.
Onde a poesia (única manifestação artística que não foi domada pelo capitalismo) não tem existência real.
Como ensina o provérbio, lágrima não quebra osso.
Meus textos andavam espalhados por aí. Resolvi juntá-los, armando uma sequência. O livro deve ser lido como um único poema.
Tentativa de pensar a função do poeta numa cidade industrial. Cósmica.
De flagrar ,entre a prosa mole e a conversa fiada, isso que chamam de poesia.RBonvicino, abril de 78
tiragem do livro: 500
tiragem desse panfleto: 100