Este blog tem como objetivo divulgar o acervo da Coleção Livro de Artista da Universidade Federal de Minas Gerais, a primeira coleção em uma biblioteca de universidade pública no Brasil. Em atividade desde novembro de 2009, o acervo possui mais de 1.500 livros de artista, além de obras de referência, revistas especializadas e revistas de artista. Atualmente este é o maior acervo público de livros de artista da América Latina.
RUA reúne fotos realizadas entre 2014 e 2016 que o artista capturou de maneira despretensiosa, não fosse a inegável consistência formal que apresentam. Surgindo como um exercício de desapego a rotina às vezes exaustiva do fazer da arte, as imagens que compõe o livro foram feitas com a câmera do celular do artista, fato facilitador aos encontros com o acaso. O livro é resultado de uma deriva no espaço urbano, onde o acaso, a distração e o inesperado são as matérias primas traduzidas pelo olhar do artista em imagens singulares.
Os registros fotográficos analógicos em p&b e colorido foram baseados em conceitos de topografia e fotografia documental, mesclados com fotografia vernacular, construindo uma cartografia particular e explorando o conceito de deriva como uma espécie de mapeamento visual de um percurso feito no bairro Jardim Canadá, Nova Lima – MG.
O livro de artista é impresso em papel vegetal e papel jornal. As páginas em papel vegetal criam sobreposições, em que uma página acumula o conteúdo da página anterior e soma-se à página seguinte. No jogo “Escravos de jó”, os objetos são passados de um a outro, assim como o folhear de cada página é dado a partir da impregnação da página anterior com a seguinte.
O tamanho de letra pequeno se remete à tipografia de jornais do Rio de Janeiro datados entre 1820 e 1890 que continham anúncios de escravos fugidos. Os ícones presentes no trabalho, que foram retirados diretamente destes jornais, destacavam os anúncios. A estética de representação dos ícones indica a criação de um imaginário do negro, com todos os elementos estereotipados e preconceitos arraigados. A descrição dos anúncios continha muito claramente o grupo de procedência dos escravos que fugiam, informação que foi devidamente apagada de nossa memória, de modo contínuo e proposital.
A forma quadrada da publicação, juntamente com as formas em círculo, entram como uma cosmovisão de tempo contínuo, oralidade e comunidade. É um jogo sem hierarquias e horizontal, onde todos estão no mesmo nível.
Evandro Carlos Jardim A noite, do quarto de cima, o Cruzeiro do Sul. lat. sul 23° 32′ 36″ , log. w.gr. 46°37′ 59″
[São Paulo], 2010
24 x 22 cm
ISBN: 978-85-70-856-7
Marcius Galan Ponto em escala real
São Paulo, Membrana, 2017
18 x 24 cm
[30] p.
O projeto editorial e o projeto gráfico da publicação “Ponto em escala real, Masp” foi concebido e direcionado a partir do registro fotográfico e da edição de imagens para obter narrativas da obra no espaço arquitetônico.
A obra “Ponto em escala real, Masp” idealizado por Marcius Galan para a exposição “Avenida Paulista”, no Masp, formou um grande círculo preto constituído de um tecido com 50m de diâmetro que cobriu a quase totalidade do vão livre e representa um ponto em escala 1:1 que partiu de um mapa apresentado dentro do museu, obedecendo sua escala e sujeita ao uso do espaço e à ação do tempo.
A exposição Avenida Paulista aconteceu no MASP, de 17/2/17 a 28/5/17. Adriano Pedrosa e Tomás Toledo assinavam a curadoria, com Camila Bechelany, Luiza Proença, Fernando Oliva (curadores do MASP) e Amilton Mattos (Univ. Federal do Acre).
Zansky Rolezin
São Paulo, Edições de Zaster, 2019
12,7 x 19,7 cm
16 p.
Impressão em Serigrafia
Nova publicação em serigrafia. Resultado de um rolezinho aleatório com o Google Street View pelos centros comerciais do Brás em São Paulo e Fatih em Istambul, na Turquia.
Vídeo do livro completo: https://scontent-cdg2-1.cdninstagram.com/v/t50.2886-16/69997905_126523425318625_1470888600872490656_n.mp4?_nc_ht=scontent-cdg2-1.cdninstagram.com&_nc_cat=101&oe=5DEBF5B0&oh=6f1395bc63e3ee5c8e525ecfdcd64d30
Membrana e artistas convidados: Adriano Costa, Bruno Mendonça, Daniel Jablonski, Deyson Gilbert, Erica Ferrari, Fabio Morais, Flora Leite, Guilherme Peters, Gustavo Rezende, Marcius Galan, Rachel Pach e Tiago Santinho. Desvio
São Paulo, Membrana, 2019
21 x 14 cm.
108 p.
Desvio é um processo de captura de imagens da cidade intermediado por uma questão, suas respostas e réplicas. A questão é lançada aos artistas na forma de um convite a criar, sugerir ou apontar situações nas ruas de São Paulo. As réplicas vem na forma de imagens esquadrinhadas dessas respostas. A tentativa de busca por desvios ou brechas encontra-se entre as circunstâncias adversas, situações criadas e as bordas do quadro fotográfico.