Este blog tem como objetivo divulgar o acervo da Coleção Livro de Artista da Universidade Federal de Minas Gerais, a primeira coleção em uma biblioteca de universidade pública no Brasil. Em atividade desde novembro de 2009, o acervo possui mais de 1.500 livros de artista, além de obras de referência, revistas especializadas e revistas de artista. Atualmente este é o maior acervo público de livros de artista da América Latina.
Salvador, Incubadora de publicações gráficas, 2020.
17 x 20 cm
6 p.
100 ex.
revelação em chapas de raio-x montadas em papel e encadernação artesanal french link.
Livro de fotografias de uma fisiculturista em poses que são obrigatórias em competições, trazendo um corpo que nos fala sobre ir até ou além dos limites quando faltam condições perfeitas. Essas imagens que foram reveladas em chapas de radiografia nos convidam a examinar, olhar através e ir além da superfície. O que revela a imagem de uma mulher forte?
Uma carta para alguém e um poema para evocar o som. Num movimento de regresso a casa, coreografia de ausências que se completa quando se abraça. Longe, um mar movendo em meus ouvidos é feito de abraços-esboços, fotografias, escritos soltos, rasgos, costura e areia. Numa pretensa ideia de que um livro pode ser um mar, mover as ondas e desembocar tsunamis, maremotos, inundação. E que catástrofes também incitam cuidado.
O primeiro corte estilo guilhotina foi feito por Marie Carangi no dia 28 de abril de 2014 em Recife, no estúdio da Editora Aplicação. Os desenhos de Silvan Kälin são uma tentativa de prever possíveis resultados.
Capa dura encadernada em espiral em caixa de papelão com vela
Limbo é uma espécie de apêndice do Inferno, localizado entre o terceiro e o quarto ciclos, conforme descrito por Dante Alighieri na Divina Comédia. Para este Inferno são enviados aqueles que não foram batizados pela Igreja Católica.
As fotos do LIMBO são aparições luminosas que se apresentam no filme por meio de um método que lhes permite penetrar nas fendas do mundo comum, tornando-as visíveis ao olho humano, utilizando diferentes materiais, desde produtos químicos preparados pela Kodak, até coletados substâncias misturadas com elementos orgânicos.
Este photobook único do fotógrafo brasileiro Francilins foi montado em uma estrutura baseada na sequência de Fibonacci, com abas que se abrem em várias direções. Suas múltiplas opções de design fazem dele um livro que além de objeto, é também um quebra-cabeça. Ele pode ser desmontado, suas páginas podem mudar a sequência ou cumprir funções não fornecidas pelo autor. Um livro infinito que vem com uma vela e um aviso impresso que diz: “Melhor visualizado com luz quente”.
Os registros fotográficos analógicos em p&b e colorido foram baseados em conceitos de topografia e fotografia documental, mesclados com fotografia vernacular, construindo uma cartografia particular e explorando o conceito de deriva como uma espécie de mapeamento visual de um percurso feito no bairro Jardim Canadá, Nova Lima – MG.
Tudo está em mudança, nada permanece em repouso não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.
Panta rhei – tudo está em fluxo – é um termo em grego arcaico que sintetiza noções do pensamento de Heráclito de Éfeso. O universo e todas as coisas estão em formação e mudança perpétua. A única realidade é a transitoriedade, é o estar se tornando. A identidade e permanência das coisas iguais a si mesmas existe somente no conceito dessas próprias coisas.
O livro de artista é impresso em papel vegetal e papel jornal. As páginas em papel vegetal criam sobreposições, em que uma página acumula o conteúdo da página anterior e soma-se à página seguinte. No jogo “Escravos de jó”, os objetos são passados de um a outro, assim como o folhear de cada página é dado a partir da impregnação da página anterior com a seguinte.
O tamanho de letra pequeno se remete à tipografia de jornais do Rio de Janeiro datados entre 1820 e 1890 que continham anúncios de escravos fugidos. Os ícones presentes no trabalho, que foram retirados diretamente destes jornais, destacavam os anúncios. A estética de representação dos ícones indica a criação de um imaginário do negro, com todos os elementos estereotipados e preconceitos arraigados. A descrição dos anúncios continha muito claramente o grupo de procedência dos escravos que fugiam, informação que foi devidamente apagada de nossa memória, de modo contínuo e proposital.
A forma quadrada da publicação, juntamente com as formas em círculo, entram como uma cosmovisão de tempo contínuo, oralidade e comunidade. É um jogo sem hierarquias e horizontal, onde todos estão no mesmo nível.