Voo Cego

Voo Cego. 1000 exemplares. Capa dura, 40 páginas. Impressão braile feita com verniz transparente e pontos de tinta fluorescente.

 

Bruno Vilela – (Recife, 1977)

Voo cego
produção Daniela Azevedo.
[Recife: Ed. do Autor, 2011].

[40] p. : il. color.
21,7 x 21,8 cm.
1.000 ex.

As páginas do livro são impressas com escrita braile, feitas de verniz transparente. As paginas são brancas, e quase não se vê a impressão braile.

Em certos pontos do braile o verniz é misturado com tinta fluorescente. Ao apagar a luz vemos se formar no meio do texto em braile constelações e desenhos diferentes em cada pagina. Cada pagina, texto, é referente a imagem formada ao apagar das luzes. Em uma delas temos um texto sobre orion, ao apagar das luzes surge a constelação de Orion. Isso gera uma interação entre aquele que enxerga, o vidente, o o cego pois o vidente precisa do cego para que leia o texto que ali esta, e o cego por sua vez precisa do viente para que lhe mostre onde esta o desenho, a constelação, mas, para se enxergar as constelações, precisamos apagar as luzes, ou seja, ficarmos cegos. Acessibilidade as avessas, um precisa do outro. Foram feitos 1000 livros com 40 paginas cada.

http://brunovilela.com.br/voo_cego.html

Kinocaixa

Kinocaixa – 5 filmes de bolso

Os Kinolivros são pequenos “flipbooks”, livrinhos animados que quando passamos rapidamente suas páginas vemos um filme, uma animação. O nome “Kinolivro”, que dá título a toda a coleção da autora, foi inspirado no termo “kino”, que significa cinema em russo, fazendo referência ao cinema construtivista da Rússia, que tinha forte preocupação formal e buscava uma inovação estética com uma linguagem muito próxima das artes gráficas.

Os livros tratam de temas simples, por sua própria natureza, e funcionam como filmes de poucos segundos. Todos foram feitos com carimbos de borracha.

Lá vai o trem foi o primeiro dos Kinolivros. Feito há dois anos, sem editora, e vendido independentemente, mostra um trem à vapor passando em uma paisagem fixa. Em sua carga estão estrelas, uma bicicleta e um leão, que pisca no final. Nessa nova versão, a capa é colorida e o livro ganhou um mini poema, como todos os outros da coleção.

Viagem à lua mostra um foguete viajando à lua. O poeminha é uma referência ao poema do Maiakoviski A extraordinária aventura vivida por Vladimir Maiakovski no verão na Dactha, no qual o autor recebe uma visita do sol.

Chuva de verão foi feito a partir da observação das chuvas de verão em São Paulo, mostrando uma multidão de guarda-chuvas abrindo de uma vez para, pouco tempo depois, irem se fechando. O poema foi inspirado numa frase do filho de Mariana.

Vida besta é o assunto mais simples de todos: mostra peixes nadando que, depois se percebe, estão dentro de um aquário. O acontecimento mais diferente no cotidiano deles é quando recebem comida.

Em São Paulo mostra o trânsito em São Paulo e faz apologia ao uso de bicicleta como meio de transporte.

Entrevista de Mariana Zanetti e vídeos de alguns Kinolivros: clique aqui

Mariana Zanetti é ilustradora, artista visual e arte educadora, formada pela FAU-USP. Tem 32 anos e é mãe de um filho de 4. Ilustrou diversos livros: Zoo (Hedra), O anjo do Lago (Biruta), Casal Verde (Hedra), Leituras de escritor (SM), Nome, sobrenome, apelido em parceria com Renata Bueno (Companhia das Letrinhas, no prelo), Micromegas (Hedra, no prelo), História pra boi casar (Peirópolis, no prelo). Dá aula de desenho para crianças e adultos, no SESC, no Instituto Tomie Ohtake e no ônibus-biblioteca. [informações do site da editora Hedra]

O reino das fontes

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Michel Zózimo. O reino das fontes, 2009 [1ª ed.], 2011 [2ª ed.]
tiragem: 100
25 pág.
10 x 23 cm

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Em clima de fábula, com versos rimados, o livro conta a (fictícia) história da criação da obra “Fonte”, de Marcel Duchamp. As ilustrações são construídas com fontes tipográficas. Primeira tiragem – 100 exemplares.

http://michelzozimo.com/publicacoes

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Sobre o autor: veja o grupo de pesquisa Veículos da Arte

Iluminuras

Júlio Martins, Marco Antonio Mota. Iluminuras
Belo Horizonte: Museu Inimá de Paula, 2010.
[74] p. : il. p&b
16 x 13 x 0,5 cm.
Impressão offset, capa em serigrafia
150 exemplares encadernados manualmente

Integrou a exposição Iluminuras realizada no Museu Inimá de Paula de 5 de fevereiro a 5 de março de 2010 durante a programação do Verão Arte Contemporânea 2010, em Belo Horizonte (MG).
Os autores se reuniram inúmeras vezes e registraram diálogos desde agosto de 2009 a janeiro 2010, e essas conversas foram assumidas na forma escrita resultando nesse trabalho.

O livro pode ser baixado em uma versão PDF.

Corredores para abutres

 

regina silveira

Corredores para abutres

 

Corredores para Abutres é uma série de 10 desenhos realizados originalmente a nanquim em 1982. O trabalho fez parte da exposição Arte Micro, coletiva organizada por Regina Silveira e Rafael França, que reuniu 32 artistas. A exposição passou pelo Brasil, EUA e Portugal. A primeira dessa série serviu de contraponto visual ao poema “IL M AGO DELL OM EGA” de Haroldo de Campos. Nesta série, as configurações dos corredores formados pelos vetores indicam que os abutres irão colidir ou farão voos suicidas.

Regina Silveira é artista plástica reconhecida internacionalmente, leciona na ECA-USP, expôs em diversas galerias no Brasil, na Europa e nos EUA.
Medidas: 19 x 18 cm
Páginas: 32
Edição:
Ano: 2003

(texto retirado do site da Ateliê Editorial)

Trapézios

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Rute Gusmão
Trapézios
Rio de Janeiro, 1982.
17 exemplares

Uma ética construtiva

Por vezes, tem‑se a sensação de que não se trata apenas de ocupar, com o trapézio, um lugar no espaço, questionar o equilíbrio. O trapézio ativa este espaço na sucessão de dobras, rupturas, projeções e deslocamentos, fazendo surgir o tempo. Tempo como ação, virtualidade pura. Uma linha quase invisível corta o trapézio ou se expande a partir dele. O olho do espectador percebe a linha e revela também o seu tempo.

Além das serigrafias e dos plásticos, Rute Gusmão vai expor três cadernos elaborados entre 1980 e 1981. Neles, discute seu próprio processo criador, cada escolha e seu momento, a eliminação de possibilidades quase infinitas. Num dos cadernos, “Treze escolhas arbitrárias”, Rute começa dizendo: primeira opção: construir. E prossegue: construir um retângulo, construir um retângulo preto, um retângulo preto no espaço branco do papel, e assim, sucessivamente. O último caderno não traz textos ou croquis, mas apenas a figura do trapézio que se desloca sobre o branco do papel, ameaçando fugir pelas bordas do papel, alcançar seu avesso. Ou seja, é o olho do espectador que refaz a cada instante o trapézio que ameaça escapar.

‑ Você mesma insere‑se numa tradição construtiva, a brasileira inclusive. O que tem a ver este partido construtivo com sua vida de todo o dia? Onde você esconde o seu caos, sua confusão? Não me parece ser aqui, neste apartamento tão silencioso e arrumado. Porque a construção é também uma ética, um comportamento, uma opção política. O que é construir para você?

Meu trabalho, sem deixar de ser construtivo, tem um lado irônico, ele também quer desarrumar as coisas, questionar o que está aí. Eu não estou satisfeita com o que estou vendo ao meu redor, eu percebo a contradição, o sufoco que é a vida de todo mundo. Agora, este é um lado difícil de comunicar em meu trabalho. Preciso um certo esforço para perceber.

Frederico Morais. Ironia e construção nos trapézios de Rute Gusmão. O Globo, 3/5/1982.

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Visite o site da artista Rute Gusmão

Disponível em PDF: http://issuu.com/amir_brito/docs/trapezios_rute_gusmao